Este documento discute a Alegoria da Caverna de Platão. Ele apresenta os objetivos gerais da aula, que são defender a utilidade de estudar Platão, fazer uma introdução à sua filosofia e examinar a alegoria através da simbologia alquímica. Também discute por que Platão é importante de ser estudado como um dos pilares da civilização ocidental e como precursor das tradições espiritualistas.
Este documento discute a Alegoria da Caverna de Platão. Ele apresenta os objetivos gerais da aula, que são defender a utilidade de estudar Platão, fazer uma introdução à sua filosofia e examinar a alegoria através da simbologia alquímica. Também discute por que Platão é importante de ser estudado como um dos pilares da civilização ocidental e como precursor das tradições espiritualistas.
Este documento discute a Alegoria da Caverna de Platão. Ele apresenta os objetivos gerais da aula, que são defender a utilidade de estudar Platão, fazer uma introdução à sua filosofia e examinar a alegoria através da simbologia alquímica. Também discute por que Platão é importante de ser estudado como um dos pilares da civilização ocidental e como precursor das tradições espiritualistas.
3.1.2. Fazer uma breve introdução à Filosofia Platônica; 3.1.3. Extrair o “importe vital” dessa alegoria. 3.1.3.1. Examinar em detalhes a Alegoria da Caverna; 3.1.3.2. Interpretar essa alegoria através da simbologia alquímica.
4. Por quê, afinal de contas, estudar Platão?
4.1. Por ser um dos pilares da civilização ocidental;
4.1.1. Os três pilares da civilização ocidental: a revelação judaico-cristã, a filosofia grega e o direito romano. Jerusalém, Roma & Atenas; 4.1.1.1. Filosofia: fisiólogos (Tales de Mileto, Heráclito, Pitágoras, Demócrito, etc.) & a filosofia moral = tecnologia, individualidade propriamente ocidental; 4.1.1.1.1. E Platão é filosofia - Whitehead & Emerson. 4.1.1.1.2. Alcance universal da filosofia: “todos os homens, por sua natureza, desejam conhecer” - a filosofia é uma tradição de conhecimento cujo objetivo principal é adestrar os instrumentos de aquisição de conhecimento (a inteligência, memória, imaginação, etc - suas virtudes intelectuais) até o ponto da perfeição.
4.1.1.2. Até para criticar é preciso conhecer;
4.1.1.3. Cosmovisão - visão da ordem do cosmos e do lugar do homem dentro dele - filosofia mineira: ôncotô, proconvô, quenquisô. 4.1.1.4. Autoconhecimento 4.1.1.4.1. Como diz o filósofo espanhol Ortega y Gasset “eu sou eu e minhas circunstâncias”. Dificilmente temos uma ideia inteiramente original (não há nada de novo sob o sol), nascemos num caldo cultural milenar e somos lançados em meio à uma corrente numerosa de ideias. Conhecer essas correntes, suas origens e motivações íntimas é um passo importante no sentido de conhecer nossas próprias ideias, conhecer a nós mesmos.
4.1.1.5. Tradição: uma memória coletiva, o legado de nossos
antepassados.
4.1.2. Fundador/Originador de algumas ideias e instituições
da nossa civilização (além da Filosofia).
4.1.2.1. A universidade (Academia);
4.1.2.2. A noção de teoria, ideia, amor platônico (etc.).
4.2. Por ser um clássico;
4.2.1. Um clássico é uma obra que toca em temas
universais, tornando-se valioso à homens de diferentes culturas e tempos. Por seu conteúdo e forma, tornam- se dignos de serem lembrados, memoráveis.
4.2.2. Os clássicos de uma determinada cultura formam uma
assembleia de vozes - podemos acessar esses grande diálogo através da leitura e meditação dessa obra, expandindo nosso horizonte de consciência. 4.2.3. Um clássico nos permite dialogar com alguém cuja inteligência é superior à nossa;
4.2.3.1. Este estudo nos permite ampliar nosso acervo de
memórias pessoal, ampliando nosso espaço vital, nosso horizonte vital - possibilitando uma vida com maior amplitude de possibilidades, maior possibilidade de acertos e de encontro com a própria vocação.
4.3. Por ser um dos precursores da tradição espiritualista.
4.3.1. Platão é um dos primeiros intelectuais a tentar
fundamentar, racionalmente, a existência/realidade do espírito. 4.3.1.1. Portanto, uma história das ideias que vise investigar o movimento espiritualista no seio da humanidade, terá de levá-lo, necessariamente, em conta.
4.3.1.2. Platão faz uma transposição (tradução/fundamentação)
intelectual de tradições esotéricas/religiosas de mistério, como o Orfismo e o Pitagorismo (onde encontraremos raízes ainda mais antigas do espiritualismo). Isso faz de Platão uma espécie de intelectual profundamente religioso.
4.3.2. A título de exemplo, podemos considerar um dos
livros-referência do espiritismo, o Evangelho segundo o Espiritismo, onde o escritor francês Allan Kardec considera Sócrates e Platão como precursores da ideia cristã e do espiritismo.
4.3.3. E por quê, caso vivamos uma fé ou religião
espiritualista, nos vale o estudo intelectual dessa fé ou religião? Para poder dar as razões desta fé, desta esperança, como recomenda Pedro no Evangelho. “Reconhecei Cristo como Senhor, estando sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vos perguntar, mas com bons modos, com respeito e mantendo a consciência limpa”. (Pedro capitulo 3, versículo 15 ao 18).
4.3.3.1. Além disso, mesmo diante de uma revelação
religiosa, as virtudes intelectuais são as mediadoras entre a revelação e a compreensão e aplicação individual. Portanto, um estudo intelectual pode auxiliar neste sentido.
5. A Vocação de Platão
5.1. Origem nobre, de nome Arístocles, da linhagem de
Sólon. Formado para ser político e poeta, abastado, nata da sociedade ateniense.
5.1.1. Conhece Sócrates e reconhece nele alguém com uma
sabedoria superior, passa a fazer parte de seu círculo próximo, seu “fã-clube”.
5.1.2. Assiste à decadência política de Atenas, sua invasão por
Esparta, a tirania. Assiste à morte injusta de seu Mestre, gota d ´água desse processo de degradação civilizacional.
5.1.3. Contudo, nosso filósofo não se contenta em
constatar a superfície do problema; como bom médico, percebe que a corrupção política é apenas um sintoma, cuja raiz repousa em um outro tipo de corrupção, um tipo mais sutil, menos evidente: a corrupção intelectual. Dadas a decadência da religião tradicional grega e o desenvolvimento sem precedentes da técnica argumentativa, a nova geração de líderes atenienses reconhecia como formadores uma nova classe de professores: os sofistas. 5.1.3.1. “Levando-se em conta minha mocidade, não é de admirar que eu tivesse ilusões. Por isso, imaginava que eles [os novos líderes políticos] governariam a cidade fazendo-a passar das vias da injustiça para as da justiça (…) Ora, o que vi foi que em pouquíssimo tempo esses homens deixaram parecida a antiga ordem de coisas com a verdadeira idade de ouro. Como exemplo de suas arbitrariedades, bastará notar o que fizeram com o meu velho amigo Sócrates, que eu não vacilo em proclamar o varão mais justo de seu tempo.”PLATÃO. Carta VII (324 d-e). Tradução: Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2007.
5.1.3.2. Após a morte de Sócrates, tenta atuar como
conselheiro político em Siracusa , na Sicília (Ítalia), mas fracassa em seus esforços e irrita o tirano ao ponto de ser vendido como escravo ou algo similar. 5.1.3.2.1. Diógenes Laércio conta que ele "foi a Cirene, juntar-se a Teodoro, o matemático, depois à Itália, com os pitagóricos Filolau e Eurito; e daí para o Egito, avistar-se com os profetas; ele tinha decidido encontrar-se também com os magos, mas a guerras da Ásia fizeram-no [53] renunciar a isso" Apesar desse relato de Diógenes Laércio, é posto em dúvida se Platão foi mesmo ao Egito, pois há evidências de que a estadia foi inventada no Egito, para aproximar Platão à tradição de sabedoria egípcia.
5.1.3.2.2. Frustrado com a perspectiva de transformar políticos em
filósofos, cria a Academia com o objetivo de criar uma nova elite intelectual (diametralmente oposta aos sofistas e também um resgate religioso, mas em uma base teológica, órfeo-pitagórica) na esperança desta elite intelectual influir, futuramente, nos destinos políticos da pólis, levando-a à melhores destinos, de modo a não repetir-se a tragédia socrática. Neste sentido, platão é uma espécie de precursor da ideia de revolução cultural. ( Platão é o filósofo da paideia por excelência. É um professor por excelência. E toda sua obra, seus diálogos, eram como que seu currículo de formação.