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20/05/2022

Unidade III:
Fundamentos da Soldagem
Profa. D.Sc. Antonia Daniele Souza Bruno Costa
antonia.costa@uni7.edu.br

1. ASPECTOS GERAIS DOS PROCESSOS


DE SOLDAGEM

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Métodos de União dos Metais


GROOVER (2018):
 O termo união é geralmente usado para soldagem, brasagem
e soldagem fraca – uma junta que não pode ser separada
com facilidade.
 O termo montagem usualmente se refere a métodos
mecânicos de fixação entre peças.
 Sendo que alguns desses métodos permitem fácil
desmontagem e outros não.
 Alguns métodos são de fácil desmontagem e outros não.

Métodos de União dos Metais


MARQUES, MODENESI, BRACARENSE (2017)/WEINER, BRANDI E MELLO
(2015):
FIXAÇÃO MECÂNICA

UNIÃO DE
FIXAÇÃO POR ADESIVO
MATERIAIS

SOLDAGEM
SOLDAGEM POR
FUSÃO
Soldagem no estado sólido ou soldagem por SOLDAGEM NO
pressão: não ocorre fusão dos materiais a serem ESTADO SÓLIDO
unidos ou de qualquer material.
Brasagem: fusão somente do metal de adição (T BRASAGEM E
> 450°C). SOLDA BRANDA
Solda branda: fusão somente do material de
adição (T < 450°C).

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Métodos de União dos Metais


MODENESI (2017)
 Os métodos de união dos metais podem ser divididos em duas categorias
principais:
1) Baseado nas forças macroscópicas entre as partes a serem unidas.

Ex.: Parafusagem e rebitagem


A resistência da junta é dada pela resistência ao cisalhamento do parafuso ou
rebite mais as forças de atrito entre as superfícies de contato.

Métodos de União dos Metais


2) Baseado em forças microscópicas – interatômicas e moleculares.
Ex.: Brasagem, soldagem e colagem.

A união é conseguida pela aproximação dos átomos ou moléculas das peças a


serem unidas, ou desses e de um material intermediário adicionado à junta, até
distâncias suficientemente pequenas para formação de ligações químicas,
particularmente ligações metálicas e de Vand der Waals.

A soldagem é o processo mais importante utilizado


para a união de metais.

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Definição de Soldagem
Definição adotada pela Associação Americana de Soldagem
(American Welding Society – AWS):
 Processo de união de materiais usados para obter a coalescência (união)
localizada de metais e não metais, produzida por aquecimento até uma
temperatura adequada, com ou sem a utilização de pressão e/ou material de
adição.
Outras definições:
 A soldagem pode ser definida como o processo de união ou revestimento
de materiais (fabricação ou manutenção), através da aplicação do calor,
assistida ou não de pressão, assegurando na junta a continuidade das
propriedades físicas e químicas.
 Processo de união de metais por fusão.

Definição de Soldagem
Outras definições (continuação):
 Processo de união de materiais baseado no estabelecimento, na região de
ligação entre materiais
 A solda é o produto de soldagem e o termo empregado para o material que se
deseja soldar é metal base.
 Em alguns processos de soldagem, um material de adição é adicionado para
facilitar a coalescência.
 A montagem das peças que são unidas por soldagem é chamada de
conjunto de peças soldadas.
Muitos processos de soldagem são realizados:
 Somente com calor, sem pressão aplicada;
 Somente pressão, sem aplicação externa de calor;
Combinação de calor e pressão aplicados.

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Definição de Soldagem

A importância comercial e tecnológica da soldagem


decorre do seguinte:
A soldagem fornece uma junta permanente.
Os componentes tornam-se uma unidade.
As juntas soldadas podem ser tão resistentes quanto os materiais de base se
um metal de adição tiver propriedades de resistência superior a desses
materiais e as técnicas de soldagem são usadas de forma apropriada.
O conjunto soldado é mais leve do que o conjunto mecânico resultante de
outros processo de união (parafusagem, rebitagem, etc).
A soldagem não se restringe a ambientes industriais, podendo ser realizada
em campo.

Definição de Soldagem

Limitações e desvantagens:

A maioria das operações de soldagem é realizada manualmente.


A soldagem é cara em termos de mão de obra.
Muitas operações de soldagem são consideradas “trabalhos especializados”,
e a mão de obra para executar essas operações pode ser escassa.
 A maioria dos processos de soldagem é inerentemente perigosa porque
envolve o uso de alta energia.
Como a soldagem realiza uma ligação permanente entre os componentes,
não permite desmontagem simples.
A junta soldada pode apresentar certos tipos de defeitos difíceis de detectar.
Os defeitos podem reduzir a resistência da junta.

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Breve Histórico da soldagem


 Embora a soldagem, na sua forma atual seja um processo recente, com cerca
de 100 anos, a brasagem e a soldagem por forjamento têm sido utilizadas
desde épocas remotas.
 Existe no museu do Louvre, um pingente de ouro com indicações de ter sido
soldado e que foi fabricado na Pérsia, por volta de 4000 a.C.

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Breve Histórico da soldagem


 O ferro, cuja fabricação se iniciou em torno de 1500 a.C, substituiu o cobre e o
bronze na confecção de diversos artefatos.
 O ferro era produzido por redução direta e conformado por martelamento na
forma de blocos com uma massa de poucos quilogramas.

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Breve Histórico da soldagem

 Quando peças maiores eram necessárias, os


blocos eram soldados por forjamento:
 O material era aquecido ao rubro;
 Colocava-se areia entre as peças para
escoriar impurezas;
 Martelava-se até a soldagem.

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Breve Histórico da soldagem


 Como exemplo da utilização desse processo tem-se um pilar de cerca de sete
metros de altura e mais de cinco toneladas existente ainda hoje na cidade de
Nova Déli (Índia).

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Breve Histórico da soldagem


 A soldagem foi usada na Antiguidade e na Idade Média, para a fabricação
de armas e outros instrumentos cortantes.
 Espadas de elevada resistência mecânica e tenacidade foram fabricadas
com ferro e com tiras de aço soldados nos locais de corte e endurecidas por
têmperas.
 Com o surgimento do alto-forno nos séculos XIV e XV, a fundição ganha
mais destaque do que a soldagem.
 No século XIX, surgiu a soldagem por arco elétrico e no século XX a
soldagem TIG, MIG, MAG, entre outras. Atualmente existem cerca de 50
processos usados industrialmente.

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Breve Histórico da soldagem


 A soldagem passou como um processo secundário de
fabricação até o século XIX, quando a sua tecnologia
começou a mudar.:
 As experiência de Sir Humphry Davis (1801 –
1806) com o arco elétrico;
 A descoberta do acetileno por Edmund Davy;
 Desenvolvimento de fontes produtoras de Humphry Davis
energia elétrica que possibilitaram o
aparecimento dos processos de soldagem por
fusão.

Edmund Davy

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Breve Histórico da soldagem


 A primeira patente de soldagem, obtida na Inglaterra, por
Nikolas Berandos e Stanislav Olszewsky em 1885, foi
baseada em uma arco elétrico estabelecido entre um
eletrodo de carvão e a peça a ser soldada.
 Essa criação utilizava um carvão fixado num suporte de
eletrodo, que, ligado a um polo positivo e aproximado de
um polo negativo, gerava um arco-elétrico, que tinha uma
temperatura muito alta e conseguia fundir o material ali Nikolas Bernardos
colocado.

Sistema para soldagem a arco com eletrodo de


carvão de acordo com a patente de Bernardos. Stanislav Olszewsky

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Equipamento “portátil” para solda oxi


acetilênica usado para soldagem de
tubulação em 1911.

Com a descoberta do arco elétrico, o processo de soldagem ganhou um


avanço muito grande em relação à chama produzida pelo oxiacetileno, que
também melhorou a antiga forma de fundir o material.

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Breve Histórico da soldagem


 Por volta de 1890, N. G. Slavianoff, na Rússia , e
Charles Coffin nos EUA, desenvolveram a soldagem a
arco com eletrodo metálico nu.

N. G. Slavianoff

Eletrodo nu – metal de adição consistindo de um


metal ligado ou não produzido em forma de arame,
fita ou barra, e sem nenhum revestimento ou pintura
nele aplicado.
Charles Coffin

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Breve Histórico da soldagem


 O processo de soldagem com eletrodos revestidos
(SMAW) foi desenvolvido no início do século XX.
 Nesse processo a união é obtida pela fusão localizada
através do aquecimento por um arco elétrico estabelecido
entre um eletrodo revestido consumível e a peça.
 Mesmo sendo um processo de soldagem de menor
produtividade quando comparado a soldagem MIG/MAG
(GMAW) e com arames tubulares (FCAW) ele continua
sendo, na atualidade, uma alternativa interessante em
operações de fabricação e manutenção.
 Esse fato está associado, principalmente, a sua
versatilidade.
 Oscar Kjellberg foi um empresário sueco que, como
pioneiro na fabricação de consumíveis de soldagem a
arco elétrico, é considerado o "pai" do eletrodo revestido.

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Breve Histórico da soldagem


 No início do século XX, em 1904, Kjelberg encontrou uma resposta pra uma
questão que, na época, corria pelo mundo das indústrias.
 Com a descoberta do arco elétrico, foram feitas tentativas de se soldar alguns
metais, mas como não havia nada pra proteger o arco das reações da
atmosfera normal, a solda não tinha sucesso.
 Kjelberg inovou, utilizando um núcleo metálico revestido que, na queima pelo
arco aberto, produzia gases e uma camada de escória que protegiam a solda
até que ela se resfriasse sem ser prejudicada pela atmosfera.
 Nasceu assim então, o eletrodo revestido.

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Breve Histórico da soldagem

Datas referentes ao ano do registro dos


processos:
 Pré História Idade – Media → Soldagem por
Forjamento
 1820 → Arco Elétrico
 1880 → Arco a carvão e arco metálico;
 1910  Oxiacetilênico;
 1925  Arco elétrico sob proteção gasosa;
 1940  Arco submerso;
 1950  Solda por fricção;
 1955  Eletrogás e Eletroescória;
 1960  Feixe de Elétrons;
 1970  Plasma
 1975  Laser.
 Atualmente → Mais de 50 processos usados
industrialmente.

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Formação da Junta Soldada


 Uma peça metálica pode ser considerada
como formada por um grande número de
átomos dispostos em um arranjo espacial
característica (estrutura cristalina).
 Átomos localizados no interior dessa
estrutura são cercados por vizinhos mais
próximos, posicionados a uma distância
r0, na qual a energia do sistema é
mínima.

Variação de energia potencial para


um sistema composto de dois
átomos em função da distância de
separação entre eles.

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Formação da Junta Soldada


Revisão: Forças de Ligação e Energia de Ligação
 Dois átomos isolados interagem entre si conforme se aproximam um do
outro a partir de uma distância de separação infinita.
Atração

Nuvem
eletrônica

Repulsão Núcleo

 Sua magnitude varia com a distância:


 A grandes distâncias, as interações são desprezíveis, pois os átomos
estão muito distantes exercerem influência um sobre outro.
 A pequenas distâncias cada átomo exerce forças sobre o outro.

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Formação da Junta Soldada


Revisão: Forças de Ligação e Energia de Ligação
 As forças de ligação são de dois tipos:  A força resultante ou líquida FL

 Atração (FA) entre os dois átomos é

 Repulsão (FR) simplesmente a soma das


componentes de atração e
repulsão:
𝑭𝑳 = 𝑭𝑨 + 𝑭𝑹

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Formação da Junta Soldada


Revisão: Forças de Ligação e Energia de Ligação
 Quando FA e FR são iguais em magnitude, mas com sinais opostos, ou seja,
quando se contrabalançam, não há força resultante.
 Os centro dos dois átomos mais próximos permanecerão separados pela
distância de equilíbrio r0.

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Formação da Junta Soldada


Revisão: Forças de Ligação e Energia de Ligação
 A energia potencial do átomo pode ser expresso matematicamente por:

𝐄= 𝑭𝒅𝒓

 Para sistemas atômicos:

𝐄= 𝑭𝑳 = 𝑭𝑨 + 𝑭𝑹 = 𝑬 𝑨 + 𝑬 𝑹 = 𝑬 𝑨 + 𝑬 𝑹
𝒓 𝒓 𝒓
 Em que:
 EL = energia resultante;
 EA = energia atrativa;
 ER = energia repulsiva.

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Formação da Junta
Soldada
Revisão: Forças de Ligação e
Energia de Ligação
 As energias repulsiva, atrativa
e resultante podem ser
expressas em função da
separação interatômica entre
dois átomos.
 A curva da energia resultante
(EL) representa a soma das
curvas de energia repulsiva
(ER) e atrativa (EA).
 O mínimo da curva de energia
E0 corresponde à distância de
equilíbrio r0.
 E0 corresponde a energia no
ponto mínimo que seria
necessária para separar dois
átomos a uma distância
infinita.

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Formação da Junta Soldada


Revisão: Forças de Ligação e Energia de Ligação
 A magnitude de E0 e a forma da curva de energia em função de r variam de
material para material.
 Inúmeras propriedades dos materiais dependem do valor de E0, da forma da
curva e do tipo de ligação.
 Materiais que possuem energia de ligação E0 elevadas também possuem
temperaturas de fusão elevadas.

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Formação da Junta Soldada


Revisão: Forças de Ligação e Energia de Ligação
 A distância de ligação entre dois átomos (= soma dos dois raios atômicos) é a
distância correspondente ao mínimo da curva de energia.
a) Metais Puros: os átomos têm b) Sólidos Iônicos: os raios atômicos
o mesmo raio atômico. são diferentes, uma vez que íons
adjacente nunca são idênticos.

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Revisão: Relação Propriedades x Força e Energia de Ligação

Propriedades Mecânicas
 Em escala atômica, a deformação
elástica é manifestada como uma
pequena alteração na distância
interatômica e na energia da
ligação.

 O valor de E0 (também chamado de


profundidade do poço potencial) é
uma medida da energia de ligação.

 Quanto maior for E0 (em módulo),


maior será a energia de ligação e,
portanto, também será a resistência
à deformação elástica (RIGIDEZ).

 O módulo de elasticidade é uma


medida de rigidez de um material.

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Formação da Junta Soldada


Revisão: Relação Propriedades x Força e Energia de Ligação
Propriedades Mecânicas
 O módulo de elasticidade pode ser associado à derivada da curva F(r) no ponto
r = r0 .

Ligação forte
𝒅𝑭
𝒅𝒓 𝒅𝑭
𝒅𝒓
Força

Distância

Ligação fraca
 Quanto maior for o valor da
derivada, maior será o módulo
de elasticidade.
 O material a apresenta maior
rigidez que o material b.

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Formação da Junta Soldada


Relação Propriedades x Força e Energia de Ligação
 Um “poço potencial profundo e estreiro ( = grande energia de ligação) está
relacionado a um baixo coeficiente de expansão térmica.
 Obs.: IAE = Interatomic Energy (Energia Interatômica)

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Formação da Junta Soldada

 Em r = r0, cada átomo está em  Na superfície do sólido, contudo, essa


sua condição de energia situação não se mantém, pois os átomos
mínima, não tendendo a se estão ligados a menos vizinhos, possuindo
ligar com nenhum átomo extra. maior nível de energia do que os átomos no
seu interior.

Variação de energia potencial para Formação teórica de uma solda pela


um sistema composto de dois aproximação das superfícies das peças.
átomos em função da distância de
separação entre eles.

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Formação da Junta Soldada


 Essa energia pode ser reduzida quando os átomos superficiais se ligam uns
aos outros.
 Assim, aproximando-se duas peças metálicas a uma distância
suficientemente pequena para a formação de uma liga permanente, uma
solda entre as peças seria formada.

Formação teórica de uma solda pela aproximação das superfícies das


peças.

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Formação da Junta Soldada


Uma ligação permanente é obtida, por exemplo colocando-se dois blocos de
gelo em contato íntimo.
Entretanto, sabe-se que isso não ocorre para duas peças metálicas, exceto em
condições muito especiais.

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Formação da Junta Soldada


A explicação para isso está na existência de obstáculos que impedem uma
aproximação efetiva das superfícies até distâncias da ordem de r0.
Esses obstáculos são de dois tipos:
1. As superfícies metálicas, mesmo as mais polidas, apresentam uma grande
rugosidade em escala microscópica e submicroscópica.

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Formação da Junta Soldada


 Mesmo uma superfícies muito bem polida apresenta irregularidades.
 Isso impede a aproximação uma aproximação efetiva das superfícies.
 Apenas em alguns pontos há uma aproximação efetiva das superfícies, de
modo que o número de ligações formadas é insuficiente para garantir qualquer
resistência para a junta.

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Formação da Junta Soldada

2. As superfícies metálicas estão


normalmente recobertas por
camadas de óxido, umidade,
gordura, poeira, etc.; o que impede
um contato real entre as
superfícies, prevenindo a formação
da solda.

A – metal não afetado.


B – metal afetado (metal + óxido).
C – Camada de óxido.
D – Gás absorvidos (oxigênio).
Representação esquemática da estrutura
E – Umidade (água absorvida).
de uma superfície metálica em contato com
F – gordura.
o ar.
G – partículas de poeira.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
 Os dois métodos principais para superar os obstáculos entre as superfícies
garantindo sua união permanente são:

o Soldagem por fricção Convencional


o Friction Stir Welding (FSW)
Soldagem no
o Soldagem por Laminação
Estado
o Soldagem por Forjamento
Sólido
o Soldagem por Explosão
o Soldagem por Ultrassom

o Soldagem a Arco
o Soldagem por Resistência
Soldagem o Soldagem a Gás Combustível
por Fusão o Soldagem com Feixe de Elétrons
o Soldagem a Laser
o Soldagem Aluminotérmica

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido:
 Também denominado de soldagem a frio, ou soldagem por deformação ou
deformação por pressão
 A união é feita pelo forte pressionamento de peças lisas e polidas, uma contra
a outra, à temperatura ambiente.
 A união baseia-se na
eliminação da interface
entre as peças, pela
quebra e expulsão das
camadas oxidadas e
contaminadas das
superfícies de contato.

 A união é feita no estado


sólido.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido:
A quebra expõe as superfícies internas dos metais a serem soldados, facilitando
o contato entre elas e gerando forças interatômicas suficientes necessárias
para formar a solda.
Esse processo consiste
em deformar as
superfícies de contato
permitindo a aproximação
dos átomos a distância
de ordem r0.

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Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por fricção:


A coalescência é alcançada pelo calor gerado pela fricção combinada com
pressão.
A fricção é induzida pelo atrito mecânico entre as duas superfícies, geralmente
pela rotação de uma parte em relação à outra, para aumentar a temperatura na
interface da junta e alcançar o intervalo de trabalho a quente dos metais
envolvidos.
Mandril em rotação Mandril Fixo

Eixo móvel Peças levadas ao


contato para
desenvolver
fricção

(1) Peças girando, sem contato. (2) Peças levadas ao contato para gerar calor de atrito.

Rotação interrompida Pressão


quando a pressão é axial
aplicada aplicada

Conformação da solda
(3) Rotação interrompida e aplicação de pressão axial. (4) Solda realizada.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por fricção:
A força axial recalca as peças e uma rebarba é produzida pelo material deslocado.
Quaisquer filmes da superfície que estejam sobre as superfícies de contato são
eliminados durante o processo.
Quando realizada de forma adequada, não ocorre a fusão nas superfícies de
atrito.

 Posteriormente, a
rebarba deve ser
eliminada.
 Normalmente não
são usados metal
de adição, fluxo e
gases de
proteção.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por fricção:

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Friction Stir Welding (FSW):
 Processo em que uma ferramenta rotativa é introduzida ao longo da linha de união
entre duas peças a serem soldadas, gerando calor de atrito e agitação mecânica do
metal para formar a solda de costura.

Rotação da ferramenta

Alimentação da ferramenta

Ferramenta

Pino Base Costura da Solda


(1) Ferramenta rotativa antes dos processo (2) Costura de solda parcialmente
de alimentação na junta. preenchida.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Friction Stir Welding (FSW):
 O nome do processo deriva da ação de agitação ou mistura (Stir = mexer,
agitar).
 O processo FSW distingue-se do processo convenciona pelo fato de que o calor
gerado por uma ferramenta resistente ao desgaste separada, em vez das
próprias peças.

O processo FSW foi


desenvolvido no The Welding
Institute, em Cambridge, Reino
Unido.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Friction Stir Welding (FSW):
 A ferramenta é escalonada, consistindo de uma base
(“ombro” cilíndrico) e um pequeno pino projetado abaixo
dele.
 Durante a soldagem, a base entra em atrito contra as
superfícies de topo das duas peças, desenvolvendo
grande calor de atrito.
 O pino gera calor adicional por mistura mecânica do
metal ao longo das superfícies do topo.
 O pino tem geometria projetada para facilitar a ação da
mistura.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Friction Stir Welding (FSW):
 O calor produzido pela combinação de atrito e mistura não funde o metal, mas
induz uma condição altamente plástica.
 À medida que a ferramenta é movimentada para frente ao longo da junta, a
superfície principal do pino gira e pressional o metal em torno dele e em seu
caminho, desenvolvendo forças para forjar o metal em uma solda de costura.

Fábio José Roseira, Análise


da variação da geometria
dos canais de mesa de
soldagem no processo de
FSW, TCC, Universidade
Federal do Paraná, 2017.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Friction Stir Welding (FSW):

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por
ultrassom:
 A soldagem por ultrassom tem como
objetivo unir peças por meio de vibrações
mecânicas na faixa ultrassônica associadas
a aplicação de pressão.
 Os dois componentes a ser unidos são
mantidos sob pressão de aperto moderada
e tensões de cisalhamento oscilatórias de
frequência ultrasônicas.
 As pressões de aperto são bem abaixo
daquelas utilizadas em soldagem por
forjamento.

Máquina de Soldagem por Ultrassom.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por ultrassom:
 O movimento vibratório entre duas peças rompe quaisquer filmes na superfície
para permitir contato e forte ligação metalúrgica entre as superfícies.
 Embora o aquecimento das superfícies de contato ocorra devido ao atrito
interfacial e deformação plástica, as temperaturas resultantes são bem abaixo
do ponto de fusão.
 Nesse processo não são necessário metais de adição, fluxo ou gases de
proteção.

Soldagem por ultrassom: (a) Configuração para uma junta sobreposta; (b) detalhe da
área da solda

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PROCESSOS DE SOLDAGEM

Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por ultrassom:


O movimento oscilatório é transmitido pelo sonotrodo,
que é acoplado a um transdutor ultrasônico.
O transdutor ultrassônico converte energia elétrica em
movimento vibratório de alta frequência.
As frequências usadas no sonotrodo variam de 15 e 75
kHz e amplitude de 0,018 a 0,13 mm.
Os tempos de soldagem são menores que 1s.

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por ultrassom:

 Este tipo de soldagem serve tanto para soldar


metais quanto termoplásticos, além de materiais
não terrosos.

Embalagens seladas por ultrassom

Soldagem por ultrassom de máscaras


descartáveis

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por ultrassom:
 A diferença entre a soldagem de metais e a de termoplásticos é que no caso
dos metais, a soldagem acontece no estado sólido, sem fusão do material de
base, enquanto que no caso dos termoplásticos, existe a fusão dos materiais.
 As operações de soldagem por ultrassom são, em geral, limitadas a juntas
sobrepostas de materiais macios.
 A soldagem de materiais mais duros provoca rápido desgaste do sonotrodo em
contato com a peça.

Terminais de fios de grande bitola. Fio


elétrico soldado no terminal de
União de armações de fios elétricos conexão crítica no aultomóvel
automotivos

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PROCESSOS DE SOLDAGEM
Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por Laminação (Roll Welding – ROW):
A soldagem por laminação é uma variação da soldagem por forjamento e
soldagem por forjamento a frio, dependendo se o aquecimento externo das peças
de trabalho é aplicado antes do processo.
É um processo de soldagem, no qual a pressão é suficiente para provocara o
coalescimento por meio de cilindros (rolos) com ou seu a aplicação externa de
calor.
Aplicações: revestimento de aços baixo liga ou aço doce com aço inoxidável,
preparação de ligas bimetálicas para medir temperatura.

Soldagem por laminação

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PROCESSOS DE SOLDAGEM

Soldagem no Estado Sólido - Soldagem por Explosão:


É um processo de soldagem em que o coalescimento rápido de duas
superfícies metálicas é gerado pela energia da detonação de um explosivo.
É normalmente usado para unir metais dissimilares, em particular para revestir
a parte superior de um metal sobre áreas extensas.
As aplicações incluem a produção de chapas resistentes à corrosão e placas
para equipamentos de estocagem nas industrias petrolífera e química.

Soldagem por explosão: (1) Arranjo de configuração em paralelo; (2) durante a


detornação da carga explosiva.

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