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ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS E EMPREENDEDORISMO DE CHIBUTO

(ESNEC)
Gestão de empresas
3º Ano/1º Semestre
CADEIRA: microeconomia

TEMA:

Equilíbrio económico

Teoria do bem estar

Discentes:

Lourenço Chitete

Kelven Chilengue

Suzana Bila

Docente:Dr. Alexandre Kulumendzane

Chibuto, junho de 2022

Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1.1. Geral..........................................................................................................................1
1.1.2. Especifico..................................................................................................................1
2. Metodologia..............................................................................................................................2
3. Equilíbrio económico...............................................................................................................3
3.1. O Equilíbrio Econômico Estático e o Equilíbrio Econômico dinâmico..........................3
4. Teoria do bem-estar..................................................................................................................6
4.1. Modelo económico de Walras...........................................................................................7
4.2. Modelo económico de Pareto............................................................................................8
5. Conclusão...............................................................................................................................11
6. Referências bibliográficas......................................................................................................12
1. Introdução
Num mundo cada vez mais desigual, a priorização do mercado externo na estrutura económica
dos países periféricos como Moçambique pode orientar uma parcela dos recursos colectivos para
criação de infraestruturas, serviços e formas de organização do trabalho e do espaço ao serviço
do capital e do mercado externo. Isto é, como considera Santos (1996), uma actividade ritmada
pelo imperativo da competitividade e localizada nos pontos mais aptos para desenvolver essas
funções.

Na teoria microeconómica convencional, ao determinar as alocações de equilíbrio em mercados


competitivos, estabelece-se os dois teoremas do bem-estar. Estes teoremas são fundamentais,
pois identificam sob quais condições o equilíbrio de mercado leva a resultados desejados
economicamente, ao mesmo tempo que dão o instrumental necessário para se identificar as
falhas de mercado.

O tema bem-estar econômico refere-se aos diferentes modos de distribuição, conforme nível de
utilidade dos agentes econômicos, visando a alcançar alocações de recursos socialmente
eficientes. A teoria econômica do bem-estar tradicional discute o tema a partir da agregação do
bem-estar dos agentes que compõem a sociedade, relacionando o espaço das utilidades com
ênfase na renda, riquezas ou bens. Amartya Sen amplia o estudo do bem-estar apresentando uma
necessidade de reaproximar a economia da ética.

1.1. Objetivos

1.1.1. Geral
Falar da problemática do desenvolvimento e seus indicadores

1.1.2. Especifico

 Apresentar o conceito de equilíbrio económico


 Identificar os principais autores que abordam a cerca do bem-estar económico;
 Articular a cerca dos modelos do bem-estar económico de walras e Pareto

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2. Metodologia
A metodologia é o caminho para se chegar a um determinado fim. É um método científico como
o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicas adoptadas para se atingir o conhecimento.
(Gil, 2006 p:26).
De acordo com LAKATOS & MARCONI (1991), “método é o conjunto das atividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detetando erros e
auxiliando as decisões do cientista.”
A pesquisa foi feita por meio de páginas e blogs da internet, e ainda por meio de consulta de
artigos e monografias com temas afins.

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3. Equilíbrio económico
O modelo de equilíbrio geral determina os preços e as quantidades em todos os mercados
simultaneamente, diferente da análise de equilíbrio parcial, quando um mercado causa pouco
efeito ou nenhum sobre outros mercados. “Na prática, não é viável desenvolver uma análise
completa de equilíbrio geral que leve em conta os efeitos de uma mudança ocorrida em
determinado mercado sobre todos os demais mercados.” (PINDYCK, 2013, p. 590).

O equilíbrio é a condição de funcionamento da economia e respeita a Lei de Walras que afirma:


em qualquer vetor de preços ( as demandas excedentes agregadas ( serão nulas. Ou seja, “dizer
que o valor da demanda agregada é idêntico a zero significa que ele é zero para todas as escolhas
de preços possíveis, não apenas para os preços de equilíbrio” (VARIAN, 2006, p. 613, grifo do
autor). A igualdade de oferta e demanda é sempre determinada pelo vetor de preços neste modelo
de equilíbrio. A análise do modelo de equilíbrio, conforme Varian (2006), descreve um mercado
competitivo de trocas reais que tanto consumidores como produtores considerarão os preços
como dados e otimizarão com base nisso. Se o preço de mercado dado não for um valor de
equilíbrio, ocorrerá ao longo do tempo mudanças nos preços, fazendo convergir para o equilíbrio,
gerando um efeito feedback. “Um efeito de feedback é um ajuste de preço ou de quantidades em
mercados relacionados” (PINDYCK, 2013, p. 590).
Os ajustes nos preços que fazem convergir para o equilíbrio são feitos por mecanismos de
disseminação de informação e organização de transações, de forma que os agentes conheçam os
preços prevalecentes no mercado dentro do equilíbrio e fora de equilíbrio (VARIAN, 2006).
Nenhum agente realizará trocas fora do ponto de equilíbrio determinado pelo modelo. Nos
“mercados competitivos [...] cada comprador e cada vendedor considera os preços dos bens como
fixos e decidem quando adquirirão ou venderão por esses preços.” (PINDYCK, 2013, p. 601).
Preços são grandezas que podem ser medidas.
3.1. O Equilíbrio Econômico Estático e o Equilíbrio Econômico dinâmico
Com base nesta metodologia desenvolve-se a noção de equilíbrio econômico (EE) e das duas
formas alternativas que ele pode assumir: equilíbrio econômico estático (EEE) e equilíbrio

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econômico dinâmico (EED). Posto de forma simples, o equilíbrio econômico indica que todo e
cada agente considerado, diante dos incentivos e restrições relevantes, esteja agindo de forma
compatível com a maximização da utilidade. Neste sentido, o EE procura expressar,
exclusivamente, uma condição de adequação à lógica postulada para a operação interna do
sistema. O comportamento ótimo dos agentes em determinado instante do tempo pode estar
implicando na tendência à manutenção ou alteração dos valores observados das variáveis
econômicas no decorrer do tempo. Para diferenciar estas duas situações, basta qualificar o EE
como estático ou dinâmico.

O Equilíbrio Econômico Estático é uma situação na qual todos os agentes estão em suas posições
desejadas. Alternativamente, e por exclusão: o Equilibrio Econômico Dinâmico é uma situação
na qual algum agente não está em sua posição desejada. Cumpre que se note a diferença entre a
significação dada ao "equilíbrio" nas interpretações alternativas apresentadas: o termo
"equilíbrio", na definição de EG, presta-se à caracterização de um eventual estado de
imutabilidade de uma ou mais variáveis de um sistema qualquer, enquanto que, na noção de EE,
o conceito de "equilíbrio" expressa o respeito à consistência lógica postulada para a operação do
sistema econômico. Neste sentido, enquanto o qualificativo "estático" sequer aparece na
definição de EG - o que, com efeito, configuraria uma redundância -, o mesmo adjetivo é
essencial à caracterização do equilíbrio econômico que tende a se perpetuar invariante no
decorrer do tempo. A aceitação das definições acima sugeridas traz diversas implicações
analíticas. Um primeiro ponto a ser notado é que a noção de equilíbrio econômico estático
mostra-se plenamente compatível com a de equilíbrio genérico, ainda que o oposto não precise
ser verdadeiro: se o sistema estiver em EEE necessariamente estará em EG, mas um sistema em
EG não precisa estar em EEE. Considere, por exemplo, um exercício de análise de equilíbrio
parcial de curto-prazo, assumindo curvas de oferta e demanda que exibam as quantidades que os
indivíduos estejam dispostos a comprar e vender a cada preço relativo e que se interceptem, uma
única vez, no primeiro quadrante. Segundo a noção de EG, a combinação de preço e quantidade
encontrada no cruzamento das duas curvas seria suficiente à caracterização de uma situação que,
se atingida, tenderia a se manter. Para que esta posição possa ser considerada um EEE, contudo,

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seria necessário mostrar que os agentes não percebem ganhos líquidos de utilidade em alterar
esta posição, qualquer que seja o horizonte de planejamento. Não é suficiente caracterizar uma
situação onde, instantaneamente, todos os ofertantes e demandantes estejam em suas posições
ótimas para qualificar este equilíbrio como estático no sentido econômico. Para tanto, cumpre
que se ofereça a justificativa econômica para que tais posições tendam a se perpetuar no decorrer
do tempo.

O emprego do conceito de EE exige a estruturação e consistência do raciocínio teórico em pelo


menos dois níveis {a) justificar as escolhas ótimas dos agentes, ou suas posições ótimas, em
determinado instante do tempo (ou sob certas circunstâncias); e, (b) justificar, de forma
compatível com as escolhas racionais, os processos econômicos postulados para a alteração, ou
manutenção, destas posições ótimas no decorrer do tempo. O primeiro passo corresponde, grosso
modo, a exercidos de análise estática, e faz parte do instrumental analítico básico em Economia,
determinando quais são as posições instantâneas observáveis no modelos. O segundo passo, não
menos importante que o anterior, consiste na utilização de um modelo que dê conta da evolução
ótima das escolhas individuais no decorrer do tempo, uma aplicação direta e necessária da
análise econômica dinâmica.

Sendo (a) e (b) interdependentes e essenciais, do ponto de vista lógico, à determinação de


posições de EE, conclui-se pela existência, ao menos na classe dos modelos que hipotetizam a
escolha racional, de uma relação de suporte mútuo entre as análises estática e dinâmica em
Economia. Este resultado guarda alguma semelhança com o famoso Princípio da
Correspondência de Samuelson, que apontou que "there exists an intimate formal dependenee
between eomparative staties and dynamics"! , postulando uma relação de suporte instrumental
mútuo entre a dinâmica e a estática comparativa.

A similaridade entre a proposição de Samuelson e a conclusão lógica desenvolvida acima - a


partir da noção de EE -, evidencia-se na percepção comum de uma associação necessária entre as
análises estática e dinâmica. Existe, contudo, uma importante diferença entre preocupação do
autor dos Foundations e a aqui mostrada: enquanto Samuelson enfatiza a relação meramente

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instrumental entre os dois tipos de análise, o presente argumento desenvolve-se a partir e em
função de considerações estritamente metodológicas e substantivas. A divergência entre as
ênfases permite diferenciar formalmente as duas interpretações, denominando a relação
postulada por Samuelson de "correspondência instrumentaI", que se distinguirá da
"correspondência metodológica", mais abrangente; aqui preconizada. É importante notar que é
possível caracterizar uma situação de EEE mesmo quando se observem alterações nos valores
das variáveis econômicas, desde que estas mudanças sigam um padrão constante e que tenda a se
manter indefinidamente à medida em que o tempo passa. Isto ocorre pois as posições desejadas,
expressas por vetores ex; são determinadas pela ausência de mudanças nas ações consideradas
ótimas à medida em que o tempo passa, o que é perfeitamente compatível com a ocorrência de
alterações nos valores observados das variáveis econômicas. Com efeito, se as posições
desejadas pelos agentes se associarem a um acréscimo em suas dotações à taxa de 2% ao ano,
configurar-se-ia um EEE, mesmo com a observação de variações nas dotações no decorrer do
tempo. As noções de equilíbrio econômico aqui apresentadas podem ser aplicadas tanto a
sistemas econômicos extremamente complexos, envolvendo diversos países, setores ou
mercados, como a sistemas mais simples, compostos por um único indivíduo. É fundamental,
contudo, que nos modelos particularmente considerados tenha-se o cuidado em explicitar e
justificar, consistentemente, o comportamento dinâmico das variáveis que possam ser
endogenamente alteradas no decorrer do tempo. Contrapõem-se à definição de EED aqui
sugerida, pelo menos, duas outras acepções de equilíbrio bastante disseminadas na literatura: o
equilíbrio dinâmico expectacional e o equilíbrio estático contínuo.

4. Teoria do bem-estar
O tema bem-estar econômico refere-se aos diferentes modos de distribuição, conforme nível de
utilidade dos agentes econômicos, visando a alcançar alocações de recursos socialmente
eficientes. A economia do bem-estar na ciência econômica está inserida no estudo
microeconômico (VARIAN, 2006).

A microeconomia trabalha “de baixo para cima” para mostrar como os participantes econômicos
individuais, perseguindo seus próprios interesses, determinam de forma coletiva como os
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recursos são usados, conforme Krugman (2010). Na vertente tradicional de estudo do bem-estar
econômico destacam-se os autores: Marie-Esprit Léon Walras (1834-1910); Vilfredo Pareto
(1848-1923); Francis Ysidro Edgeworth (1845-1926); William Stanley Jevons (1835-1882),
entre outros. Discutem que - dadas as condições gerais de equilíbrio - atingir modos de
distribuição da utilidade individuais, por meio da agregação do bem-estar dos agentes que
compõem a sociedade, relacionando o espaço das utilidades focalizadas nas rendas, riquezas ou
bens. No entanto, a vertente tradicional negligencia a abordagem ética no estudo do bem-estar.
Nesse sentido, a análise econômica do bem-estar pode ser substancialmente enriquecida quando
somada a uma abordagem ética (Sen, 1999). Amartya Sen (2001) insere no debate a distinção
entre os aspectos do bem-estar e os aspectos da condição de agente; a visão de bemestar não
sendo limitada das interpretações de utilidade (felicidade, satisfação desejos); e a liberdade de
uma pessoa valorizada por seu valor intrínseco e não apenas instrumental na análise. O
questionamento que guia este trabalho é: Como a abordagem ética dos estudos de Amartya Sen
modificam as hipóteses de comportamento humano e eficiência econômica na teoria do bem-
estar tradicional? Para responder a esse problema, serão discutidas as hipóteses do
comportamento humano (princípio da otimização e princípio do equilíbrio) e do critério de
eficiência econômica (no sentido de otimalidade de Pareto) presentes na Teoria Econômica do
Bem-Estar tradicional, em seguida, é apresentada a abordagem ética do estudo de Amartya Sen
e, por fim, será elaborada uma análise comparativa das duas vertentes. A referente pesquisa será
desenvolvida como uma pesquisa bibliográfica. Os dados são obtidos por fontes bibliográficas
sobre determinado assunto, com um levantamento realizado em base de informações diversas,
com o objetivo de desenvolver o tema proposto.

4.1. Modelo económico de Walras


Entre as primeiras contribuições à teoria do Bem-estar, está o modelo proposto por Walras. Para
Reis (2016), Walras fez uma síntese de quatro proposições que muito influenciaram os
pensadores econômicos do século XIX. Trata-se da Fábula das Abelhas, de Bernard de
Mandeville; da mão invisível, mencionada por Adam Smith; da lei de Say, segundo a qual toda
oferta gera sua própria demanda; e do utilitarismo de Bentham. Essa estrutura de análise atendia
às prerrogativas da ciência moderna, bem como aos princípios políticos liberais de liberdade
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individual e de Estado mínimo. Deste modo, Walras foi o teórico que desenvolveu a construção
do modelo de equilíbrio geral, fundamentado em pressupostos como a autonomia individual dos
agentes, racionalidade, mercado de concorrência perfeita e considerando que os recursos
produtivos são distribuídos entre os proprietários dos fatores de produção, o que permitiria que o
sistema econômico chegasse a um resultado de equilíbrio de pleno emprego. Assim, a partir da
ação individual e maximizadora dos agentes (máximo de bem-estar possível), dados os recursos
disponíveis, a tecnologia e os gostos e preferências dos consumidores, alcançar-se-ia o máximo
das possibilidades produtivas da sociedade (REIS, 2016).

O modelo desenvolvido por Walras recebeu críticas de alguns teóricos e foi aprimorado por
outros, a exemplo de Vilfredo Pareto, que deu relevante contribuição lógica ao modelo de
Equilíbrio Geral. Autores como Bergson, Kaldor, Samuelson, Arrow, dentre outros, também
contribuíram para o desenvolvimento e aprofundamento da Teoria do Bem-estar social. Dentre
as contribuições de Pareto à Ciência Econômica destacam-se três para esta análise: a criação de
uma teoria ordinal de bem-estar; o desenvolvimento da teoria do equilíbrio geral de Walras; e a
criação de um critério de avaliação do bem-estar social (Ótimo de Pareto), que inaugurou uma
nova linha de pesquisa (GARCIA, 1996). Segundo Garcia (1996), Pareto partiu do conceito de
utilidade marginal desenvolvido por Jevons, Menger e Walras. A utilidade marginal é o adicional
de utilidade proveniente do incremento de consumo, que seria positivo e decrescente. Como a
utilidade, nessa abordagem, está relacionada com o consumo, há uma restrição ao seu
crescimento imposta pela renda, pois não é possível consumir para além do limite de renda (Lei
de Walras).

4.2. Modelo económico de Pareto


A contribuição de Pareto para a Teoria Econômica do Bem-estar não se limitou à mensuração da
utilidade, avançando para unir o estudo do equilíbrio geral com as propriedades de bem-estar
coletivo da economia. Na sua visão crítica, estabelecer comparações interpessoais de bem-estar
era um abuso lógico e permitia julgamentos de valor moral duvidoso. Considerando que não é
possível comparar sensações de prazer e de sofrimentos e somá-las, tal como suponha o critério
tradicional da economia do bem-estar (SEN, 1999), Pareto contestou essa possibilidade e

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introduziu o conceito ordinal de bem-estar social. Pareto deixou evidente na sua análise que o
equilíbrio de uma economia em concorrência perfeita leva ao máximo de bem-estar da
sociedade, reforçando a defesa de liberdade econômica e não intervenção no mercado. Dado que
cada estado social Pareto-ótimo é um equilíbrio perfeitamente competitivo, tal instrumento
analítico ―[...] permite discernir profundamente a natureza do funcionamento do mecanismo de
preços, explicando a natureza mutuamente vantajosa da troca, produção e consumo regidos pelo
auto interesse‖ (SEN, 1999, p. 50). Com essa inovação analítica é possível comparar diferentes
estados da economia, a partir da observação do bem-estar de cada indivíduo, ou seja, se em uma
situação o bem-estar é maior ou menor do que em outra (GARCIA, 1996).

A “eficiência econômica”, identificada com a “otimalidade de Pareto” é a condição na qual


ninguém pode melhorar seu estado sem piorar o de alguma outra pessoa, esse último também
denominado “eficiência de Pareto”. O ótimo de Pareto é definido por melhora da condição de
algum indivíduo, sem piorar a condição de nenhum outro indivíduo, esse critério implica a
recusa de atitudes paternalistas, em que um agente externo não pode tomar as decisões pelos
indivíduos e não permite comparações interpessoais (VARIAN, 2006).

Fonte: Varian (2006).

Em termos de bem-estar, o equilíbrio é eficiente no sentido de Pareto, pois não há como


melhorar simultaneamente a condição de bem-estar de ambos os indivíduos, mas também não
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podemos ter certeza de que esse arranjo maximizará o bem-estar conjunto de ambos os
indivíduos (PINDYCK, 2013). Por fim, se todos os ganhos forem exauridos nesse mercado de
trocas reais, não existe melhora da condição de um indivíduo sem piorar a do outro.

Araújo e Mendonça (2003) afirmam que a contribuição de Bergson à análise econômica


consistiu em incorporar a função de bem-estar social para a escolha da política ótima. Segundo
esses autores, ―na interpretação de Bergson, a função de bem-estar social seria capaz de
permitir a um planejador governamental incorporar à sua função objetivo a visão individualista e
ética do economista como forma de obter um máximo bem-estar social‖ (ARAÚJO;
MENDONÇA, 2003, p. 9)

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5. Conclusão
No período contemporâneo percebe-se que o centro do crescimento da economia se descola para
as relações de consumo, onde ganha espaço a oferta e demandas baseadas no aumento da renda,
da produção e da produtividade. Mais tarde, esse centro abrange variáveis como geração de
emprego, preços, inflação e fatores tecnológicos tendo como plano de fundo fatores como
inovação, empreendedorismo e as relações de lutas entre as classes sociais para a mais justa e
melhor distribuição de renda.
A abordagem utilitarista, ao tratar a condição de bem-estar apenas sobre a ótica da otimalidade
de Pareto, sem distinguir a condição de agente do bem-estar (distinção apresentada nos estudos
de Amartya Sen), torna o estudo do bem-estar econômico restrito e limitado. Além disso, a
vertente tradicional apoia-se em uma sistemática utilitarista fortemente tendenciosa, voltada para
motivações de autointeresse, que rejeita o papel da ética (consequentemente, o papel da tomada
de decisão por parte dos agentes), ao considerar a maximização do autointeresse como prova
única da racionalidade.

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6. Referências bibliográficas
ARAÚJO, Carlos Roberto Vieira. História do Pensamento Econômico: Uma Abordagem
Introdutória. São Paulo: Atlas, 1998, 158 p.

ELLERY Jr, Roberto, e GOMES, Victor. Modelo de Solow, Resíduo de Solow e Contabilidade
do Crescimento. São Paulo: MAKRON Books, 2000. 848 páginas.

FUSFEL, Daneil R. A Era do Economista. São Paulo: Saraiva, 2003, 354 p.

SACHS, Igancy. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro:


Garamond, 2004, 1.152 p.

SEN, Amartya Kumar. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras,
2000, 409 p.

VARIAN, Hal R. Microeconomia: princípios básicos. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. xxvi,
807p. ISBN 9788535216707.

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