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Novo Ensino Médio entra em vigor em 2020 focando nos interesses individuais dos
alunos
O estudante terá 1.200 horas à disposição para escolher disciplinas que interessem
a ele. As outras 1.800 horas serão dedicadas às disciplinas regulares (aquelas de sempre)
A partir de janeiro do ano que vem, as escolas públicas e privadas do Amazonas
implantarão o novo modelo de Ensino Médio. A carga horária a partir de agora será de três
mil horas; desse total o aluno terá 1.200 horas à disposição para escolher disciplinas
optativas de Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e
formação técnica e profissional.
A oferta de alternativas de estudo adequadas aos diferentes interesses pessoais e
condições sociais dos alunos é uma das grandes novidades desse novo formato aprovado
em 2017 por meio de medida provisória.
Com a reforma, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio
estabelecerá as aprendizagens essenciais, mas não os currículos, que estão sendo
definidos pelos Estados, que terão a liberdade de decidir se adotarão um modelo de ensino
separado por disciplinas ou estruturado de modo interdisciplinar.
Ao longo desse ano, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM) tem
promovido uma série de oficinas para preparar os professores para o novo formato. A
carga horária de um ano letivo do Ensino Médio aumentará de 2.400 horas para três mil,
sendo 1.800 horas dedicadas às disciplinas regulares (aquelas de sempre) e 1.200 horas
dedicadas exclusivamente às disciplinas optativas. Português e Matemática serão as
únicas disciplinas obrigatórias em todos os três anos do ciclo. Outras matérias, como
Artes, Filosofia e Sociologia não necessariamente estarão presentes ao longo dos três
anos.
Mas calma, o aluno não sairá eliminando disciplinas essenciais ao seu bel prazer.
Dentro das horas dedicadas às matérias escolhidas a partir de suas preferências pessoais
e intenções de carreira, o aluno poderá ter acesso a abordagens mais amplas sobre um
mesmo assunto. Por exemplo, se um estudante optar por um curso técnico em robótica,
poderá estudar o assunto pelo viés científico ou ainda ter acesso a formas de empreender
a partir daqueles aprendizados.
A aplicação dessa flexibilização curricular nas unidades de ensino, como vem sendo
estudada pela Seduc, se desenvolverá de forma democrática numa espécie de assembleia
com alunos e professores a ser realizada no começo de cada ano letivo. Como resume o
diretor do Departamento de Políticas e Programas Educacionais da Seduc-AM, Nilton
Teixeira, as escolas mesclarão aprendizagem e cidadania de uma forma mais acentuada
de agora em diante.
“Uma questão importante nesse novo Ensino Médio será o protagonismo juvenil. Os
alunos serão ouvidos e as escolas terão autonomia para criar os próprios itinerários. O
papel da secretaria será orientar a organização pedagógica”, explicou, destacando que o
documento aprovado em 2017 pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) prevê futuras
revisões e aperfeiçoamentos.
Artigo 2
Pontos
Amorim, no centro de Parintins, ela conta que a oferta de disciplinas optativas tem
possibilitado que os alunos se conheçam mais e, dessa forma, possam ingressar no
mercado de trabalho ou no Ensino Superior com mais segurança.
“Vejo que esse novo formato de Ensino Médio se adapta perfeitamente numa escola
de tempo integral. Como passo mais tempo na escola que na minha casa, posso
desenvolver um trabalho contínuo com os meus alunos. Eu dou as minhas aulas regulares
de português, mas já me aventurei em dar aulas de empreendedorismo. Esse novo
formato, pelo menos à primeira vista, privilegia a formação continuada do professor”,
ressaltou.