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1. A Varig
Em busca de uma solução, culminaram diversas tentativas de fusões, leilões e acordos mal-
sucedidos. Até que, em 9 de abril de 2007, a empresa foi adquirida por outra companhia
aérea brasileira, a Gol Transportes Aéreos.
Tomando como base o Modelo das Cinco Forças de Michael Porter, analisamos alguns dos
fatos ocorridos nos últimos anos com a Varig. Fatos, esses, que quase a levaram à falência
e, posteriormente, à venda para Gol.
O Modelo das Cinco Forças foi concebido por Michael Porter, em 1979. Trata-se de um
modelo para análise da competição entre empresas, que considera cinco fatores ou “forças
competitivas”, que devem ser estudadas para desenvolver uma estratégia empresarial
eficiente. [Wikipédia].
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Pós-Graduação
GEP com Balanced Scorecard
Profa. Verônica Rodrigues da Conceição
A seguir analisamos, sob a ótica das Cinco Forças de Michael Porter, os principais fatos
ocorridos, que acabaram por agravar a crise da Varig.
Conforme exposto na introdução, após os ataques terroristas em 2001, o setor aéreo sofreu
uma grande retração. Com isso, as empresas tiveram que encontrar alternativas para
manter seus negócios sustentáveis. Entretanto, a Varig tinha uma péssima administração e
não atentou para as ações da concorrência, perdendo a liderança do mercado de vôos
domésticos para a TAM.
Um exemplo claro da ineficiência para enfrentar a concorrência, está nos dados publicados
na edição 821 da revista Exame. Em 2003, enquanto sua principal concorrente, a TAM,
possuía quatro tipos de aeronaves em sua frota, a Varig possuía sete. O que implicava maior
custo de manutenção, logística e treinamento de tripulação. Além disso, o gasto da empresa
por assento (por 1000 km voados) era de 201 Reais, contra 193 Reais da TAM. E mesmo a
TAM, tendo uma tarifa média (por 1000 km) mais alta, que era de 344 Reais, contra 335
Reais da Varig, ainda assim, a Varig perdia em participação de mercado, tendo 30,2%,
contra os 33,2% da concorrente.
Com o agravamento da dívida, a empresa passou a não pagar seus credores e perdeu a
credibilidade junto a seus fornecedores.
Não bastasse, o BNDS passou a fazer duras imposições, devido à falta de credibilidade e má
administração da empresa.
Em 2003, a empresa teve dois aviões apreendidos por falta de pagamento de leasing, um
em Paris e outro em Miami, e foi obrigada a devolver 13 aviões aos fabricantes.
Nesta época, a empresa utilizava apenas dois tipos de aeronaves (menor custo de
manutenção, logística e treinamento), de modelos modernos, com uma quantidade maior de
assentos e mais econômicas.
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Profa. Verônica Rodrigues da Conceição
Embora não seja literalmente um produto, o agressivo e novo modelo de negócios adotado
pela Gol, “low fare, low cost”, surgiu como algo que não só a Varig, mas que toda a
concorrência não esperava, tornando-se uma ameaça, devido às baixas tarifas praticadas.
Talvez, o poder de barganha dos clientes tivesse sido um dos fatores que menos
influenciariam a crise da Varig.
Por outro lado, devido a todos os noticiários, atrasos, cancelamentos de vôos e demais
problemas que afetaram diretamente quem utilizava os serviços da Varig, podemos afirmar
que a própria empresa acabou criando uma “crise de imagem” e a conseqüente perda de
clientes, que passaram a desacreditar da qualidade dos serviços da empresa.
4.Conclusão
Após analisar diversos problemas ocorridos na Varig e avaliá-los utilizando como perspectiva
o Modelo das Cinco Forças de Michael Porter, podemos destacar três, como os mais
determinantes, entre os cinco fatores relatados: rivalidade entre concorrentes, poder de
barganha dos fornecedores e ameaça de novos entrantes.
Fica muito claro que a empresa já era mal administrada há tempos, tendo como principal
agravante o acúmulo de dívidas. Mas, evidenciamos, também, que a crise veio à tona
quando o mercado da aviação sofreu a retração após os ataques terroristas. Então, as
empresas do setor aéreo tiveram que se adequar às dificuldades e buscar uma forma
eficiente e eficaz de administrar seus negócios, buscando alternativas e redução de custos,
sem degradar a qualidade de seus serviços. Neste momento, a incompetência administrativa
da Varig ficou à amostra e a concorrência, juntamente com os novos entrantes, se destacou.
A ponto de, uma empresa criada em 2001, considerada uma nova entrante na época, vir a
adquirir a Varig em abril deste ano.
5.Referências
EXAME. São Paulo: Abril, Ed. 821, n.13, jul 2004.LAJE, Janaina. Falta de garantias
emperra venda da Varig. 2006. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em:
<http://blogdoonipresente.blogspot.com/2006/04/crise-da-varig-uma-empresa-que-
teve.html>. Acesso em: 28 out. 2007
PRADO, Maeli. Folha Online. São Paulo, 2006. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u107042.shtml>. Acesso em: 28 out.
2007
PRADO, Maeli. Folha Online. São Paulo, 2006. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u126503.shtml>. Acesso em: 30 out.
2007
SPITZ, Clarice. Folha Online. São Paulo, 2006. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u106912.shtml>. Acesso em: 30 out.
2007
Wikipédia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Varig>Acesso em: 30 out. 2007
Wikipédia. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinco_For%C3%A7as_de_Porter>Acesso em: 30 out. 2007
Fonte:
http://robsonmendonca.wordpress.com/2007/11/08/a-crise-da-varig-x-o-modelo-das-cinco-forcas-de-michael-porter/
8/11/2007
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