A análise de COASE parte de uma pergunta simples, porém
desconcertante para a teoria tradicional: por que uma empresa internaliza atividades que poderia obter (ao menos teoricamente) a um custo inferior no mercado, supondo a existência de ganhos de eficiência provenientes da divisão do trabalho? A fim de responder a essa questão, esses autores introduzem o conceito de custos de transação, Estas estratégias são empregadas por empresas com a finalidade de obtenção de maior centralização e descentralização, respectivamente, de seus processos a fim de manter ou aumentar a competitividade do seu negócio. O termo “posicionamento do processo” engloba uma variedade de questões importantes, sobre: as fronteiras que a empresa deveria estabelecer sobre suas atividades; o modo como deveria estabelecer suas relações com outras empresas - fornecedoras, distribuidoras, e clientes - fora de suas fronteiras; em quais circunstâncias deveria mudar suas fronteiras ou estas relações, e ainda sobre o possível efeito em sua posição competitiva. Frequentemente, a empresa tem a oportunidade de ampliar a fronteira das suas atividades que são realizadas internamente por meio das operações. Essas oportunidades aparecem quase que diariamente, por exemplo, desde uma simples decisão de fazer internamente a peça que atualmente está sendo comprada de um fornecedor externo, a uma decisão mais complexa como montar os próprios centros de distribuição para os produtos, em vez de vendê-los por intermédio de distribuidores independentes Portanto, a empresa deve identificar qual das estratégias, de comprar no mercado ou fazer internamente um produto ou serviço, pode melhorar o desempenho da função manufatura e em consequência o desempenho geral da empresa. Estudos revelam que esta escolha não é simples, já que envolve muitas variáveis que são difíceis de serem determinadas. No entanto, Porter (1996, p. 278-279) afirma que na maioria das situações as empresas consideram vantajoso executar internamente uma parte relevante dos processos administrativos, produtivos, de distribuição ou de marketing, necessários à fabricação de seus produtos ou serviços, pois creem que esta estratégia é de menor custo, menos arriscada e de fácil coordenação. A partir das considerações acima, pode-se afirmar que a decisão sobre fazer ou comprar é crítica para a empresa, uma vez que define como a empresa pretende adquirir os produtos a serem utilizados no processamento dos seus produtos finais. É importante observar que, subjacentes ao posicionamento estratégico da empresa, há outras questões que são influenciadas pela decisão entre fazer ou comprar e que devem ser objeto de cuidadosa análise. A decisão de comprar no mercado ou fazer internamente um produto ou serviço “influencia os relacionamentos internos, os processos internos, os relacionamentos da empresa com seus fornecedores, distribuidores e consumidores, e também afeta os métodos de produção da empresa, as capacidades, a estrutura de despesas gerais, as competências principais (core competence) e finalmente a posição competitiva da empresa” (Padillo e Diaby, 1999, p. 3203).