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REFORMA DA

PREVIDÊNCIA

Senado aprova aposentadoria


militar com salário integral e
sem idade mínima
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Antonio Temóteo
Do UOL, em Brasília
04/12/2019 18h34Atualizada em 04/12/2019 20h15

RESUMO DA NOTÍCIA

 Texto segue para sanção presidencial

 Relator não fez alterações em texto aprovado pela Câmara

 Militares não terão idade mínima para aposentadoria

 Também receberão salário integral ao se aposentar

 Tecnicamente, militares não se aposentam; eles vão para reserva remunerada

O Senado aprovou em votação simbólica, nesta quarta-feira (4),


a reforma da Previdência dos integrantes das Forças Armadas, com a
presença no plenário dos ministro da Defesa, general Fernando
Azevedo e Silva, e da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo
Ramos. Sem oposição e com acordo entre líderes, a votação foi rápida
—em cerca de 24 minutos. O texto segue agora sanção presidencial.
A proposta tem vantagens em relação à dos trabalhadores da iniciativa
privada e servidores públicos. Os militares receberão salário integral
ao se aposentar, não terão idade mínima obrigatória e vão pagar

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contribuição de 10,5% (iniciativa privada paga de 7,5% a 11,68% ao
INSS).

Ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos,


cumprimenta Davi Alcolumbre
Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em linhas gerais, as regras dos militares também vão valer para


policiais militares e bombeiros dos estados. Apenas alguns pontos são
diferentes, sobre regras de transição.

No funcionalismo, os militares são os que custam mais para a


Previdência, proporcionalmente.

Novas regras para 'aposentadoria' dos


militares
Projeto propõe mudar aposentadoria (chamada reserva remunerada) e reestruturar
carreira 

Para quem vale?


Militares, bombeiros e policiais militares

Por que há regras diferentes?


Carreira militar tem especificidades e requer tratamento diferenciado, segundo o
governo

Tempo mínimo de serviço


Subirá dos atuais 30 para 35 anos, com pelo menos 25 anos de atividade militar,
para homens e mulheres

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Integralidade e paridade
Na inatividade, remuneração será igual ao último salário, com reajustes iguais aos
de quem está na ativa

Aumento na contribuição
Contribuição de militares de todas as categorias sobe de 7,5% da remuneração
bruta para 9,5% em 2020 e 10,5% em 2021

Aposentadoria compulsória
Aumento da idade em que são obrigados a se aposentar: entre 44 e 66 anos, para
50 a 70 anos, dependendo do posto ou gradação

Economia prevista
Economia prevista de R$ 10,45 bilhões em dez anos. Mudanças na aposentadoria
economizam R$ 97,3 bilhões, mas reestruturação custará R$ 86,85 bilhões

Tramitação rápida no Congresso

O parecer favorável ao texto foi apresentado pelo senador Arolde de


Oliveira (PSD-RJ) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional seis dias após ele ser designado relator. Teve uma tramitação
rápida, de apenas 15 dias, sem oposição de parlamentares.

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Ao centro, ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos,
cumprimenta presidente do Senado
Imagem: Jonas Pereira/Agência Senado

Aconteceram somente duas audiências públicas sobre o tema, e o


relator não fez qualquer alteração nas regras em relação ao texto
aprovado pela Câmara dos Deputados, que tramitou por oito meses.

Os militares lotaram todas as reuniões nas comissões da Câmara, do


Senado e nos dois plenários.

Aposentadoria militar é chamada de reserva


remunerada

Tecnicamente, os militares não se aposentam. Eles vão para a reserva


remunerada e continuam à disposição das Força Armadas, sendo
definitivamente desligados apenas quando são reformados. Além de
mudar as regras para isso, a reforma dos militares inclui uma
reestruturação da carreira que aumenta a remuneração.

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Público acompanha votação de proposta sobre reestruturação da
carreira e aposentadoria de militares
Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Críticos dizem que ela não reduz privilégios, e aumenta salários. Já os


defensores afirmam que a categoria não recebe reajuste há anos.

A previsão de economia com a reforma na aposentadoria dos militares


era de R$ 97,3 bilhões em dez anos. Com os benefícios concedidos na
proposta, que incluem reajustes de ganhos, serão gastos R$ 86,85
bilhões. A economia caiu para R$ 10,45 bilhões em dez anos.

Militares x trabalhadores privados e servidores

- Valor integral de aposentadoria


Os militares continuam ganhando o mesmo que seu último salário
(integralidade) e com reajustes iguais aos dos ativos (paridade)
quando forem para a reserva.

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No caso dos servidores públicos civis federais, apenas aqueles que
entraram no serviço até 2003 e cumprirem uma das regras de transição
poderão se aposentar com integralidade e paridade. Os demais, assim
como trabalhadores da iniciativa privada, terão sua aposentadoria
seguindo um cálculo que leva em conta o tempo de trabalho e que é
limitada pelo teto do INSS (R$ 5.839,45, em 2019).

- Alíquota de contribuição
A proposta prevê a cobrança de uma alíquota de 10,5% sobre o
rendimento bruto dos militares de todas as categorias: ativos, inativos,
pensionistas, cabos, soldados e alunos de escolas de formação.
Hoje, apenas ativos e inativos pagam uma alíquota de 7,5%. Os
demais não recolhem para o pagamento de suas aposentadorias. O
aumento será gradual, chegando a 10,5% em 2021.
Na Previdência dos civis, os trabalhadores do setor privado pagarão
alíquotas de INSS entre 7,5% e 11,68%, dependendo da faixa de
salário. Hoje, as alíquotas vão de 8% a 11%.

No caso de funcionários públicos civis, as alíquotas começarão em


7,5% para os que ganham até um salário mínimo. Quem ganha mais
de R$ 39 mil por mês pagará alíquota mínima de 16,79%, podendo
chegar a 22%.

- Aposentadoria compulsória
Os militares são obrigados a se aposentar a partir de uma certa idade.
A proposta eleva o limite de idade, o que vai permitir que militares de
todas as patentes passem mais tempo na ativa, se desejarem. Hoje,
essa idade máxima varia de 44 a 66 anos, dependendo do posto ou
graduação. Ela subiria para 50 a 70 anos.

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Veja principais diferenças entre reforma da
Previdência militar e de civis

RESUMO DA NOTÍCIA

 Militares continuarão sem precisar atingir uma idade mínima para se aposentar

 Para civis, são 62 anos (mulher) e 65 anos (homem)

 Militares terão que cumprir tempo mínimo de serviço, que subirá dos atuais 30 anos
para 35 anos

 Eles continuam ganhando o mesmo que seu último salário e com reajustes iguais aos
dos ativos

O Senado aprovou a reforma da Previdência


dos militares em votação simbólica nesta
quarta-feira (4). O texto segue agora para
sanção presidencial. O governo afirma que a
carreira militar tem características específicas
e, por isso, requer regras diferentes para
aposentadoria e demais benefícios
previdenciários. Veja mais abaixo as principais
diferenças entre a reforma da Previdência dos
militares e dos civis....

Idade mínima Militares continuarão sem


precisar atingir uma idade mínima para se
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aposentar (ir para a reserva, reforma ou
inatividade, conforme é chamado
oficialmente).
Na Previdência da população civil, a idade
mínima é de 62 anos para mulheres e de 65
anos para homens com a reforma.
Valor integral de aposentadoria Os militares
continuam ganhando o mesmo que seu último
salário (integralidade) e com reajustes iguais
aos dos ativos (paridade) quando forem para
a reserva.
No caso dos servidores públicos civis federais,
apenas aqueles que entraram no serviço até
2003 e cumprirem uma das regras de
transição poderão se aposentar com
integralidade e paridade. Os demais não
recolhem para o pagamento de suas
aposentadorias.
O aumento será gradual: para 9,5% em 2020 e
10,5% em 2021.
Na reforma dos civis, os trabalhadores do
setor privado pagarão alíquotas de INSS entre

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7,5% e 11,68%, dependendo da faixa de
salário.
Hoje as alíquotas vão de 8% a 11%. No caso de
funcionários públicos civis, as alíquotas
começarão em 7,5% para os que ganham até
um salário mínimo.
Quem ganha mais de R$ 39 mil por mês
pagará alíquota mínima de 16,79%, podendo
chegar a 22%.

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