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Fichamento 2

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Tradução de João Baptista Machado. 3.ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1991, Capítulo V, item 1 (p. 215-246).

V - Dinâmica Jurídica
1. O fundamento de validade de uma ordem
normativa: a norma fundamental
a) Sentido da questão relativa ao fundamento de validade
*conditio per quam
*conditio sine qua non

Questão da validade da norma

Silogismo do Decálogo

Normas inferiores, superiores e a fundamental

Critério de validade de uma uma norma é ser posta por uma autoridade
competente

A norma fundamental confere à autoridade a sua competência e designada aos


indivíduos que a que devem obedecer

Normas de um ordenamento têm como fundamento último a mesma norma


fundamental

b) O princípio estático e o princípio dinâmico


Dois tipos de sistemas de normas: estático e dinâmico

Sistema estático estabelece tanto a fundamento da sua validade quanto o


conteúdo de validade

Sistema dinâmico somente fornece o fundamento da validade, mas não


determina um conteúdo

Ordenamento jurídico não pode ser instituído pelo princípio estático porque,
para tal, é preciso existir derivações lógicas diretas da norma fundamental,

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dedução de um conteúdo imediatamente evidente, e, para Kelsen, essa ideia é
insustentável

A imposição de normas pela autoridade constitui o sistema estático, por que


fundamenta a sua validade (competência da autoridade) e seu conteúdo
(correta formulação da norma, segundo a norma fundamental)

c) O fundamento de validade de uma norma jurídica


Dois aspectos que desconfiguram a constituição brasileira como norma
fundamental, posta e não pressuposta e extrapola os limites da norma
fundamental (princípio estático)

Constituição no sentido lógico-jurídico (e não jurídico-psitivo - texto escrito)


como norma fundamental

Validade da Constituição é pressuposta e institui o ordenamento

O ordenamento se fundamenta a partir da conformidade com o processo de


criação positivo estabelecido pela Constituição

d) A norma fundamental como pressuposição lógico-


transcendental
Norma fundamental não pode ser fundamentada por um proposição silogística

Serve apenas como premissa maior

Limitação à ciência jurídica de apenas reconhecer a norma fundamental e não


de validá-la

e) A unidade lógica da ordem jurídica; conflitos de normas


Contradição em termos de validade

Normas coordenadas lex posteriori derogat priori

Mesmo tempo (ato único): totalmente contraditórias (alternativa) parcialmente


contradizem (limitação)

Sentido

Competências iguais, maior força executiva** 130

Prevalece a norma superior no escalonamento

f) Legitimidade e efetividade

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Nova Constituição mas leis antigas (passam a ser ancoradas em uma nova
norma fundamental)

A norma fundamental deve ser eficaz

O princípio da legitimidade é limitado pelo princípio da efetividade

g) Validade e eficácia
*Eficácia como instrumento de identificação da sanção (condição da norma)

A validade nem é determinada pela sua eficácia e nem é independente dele

Eficácia é uma das condições de validade de uma norma (não seu fundamento)

Além disso necessária fixação positiva

Eficácia como condição em consideração global

Desuetudo, indicador da falta de eficácia revoga a validade da norma

h) A norma fundamental do Direito internacional


Avalia a questão da validade sob o prisma do direito internacional

Direito internacional como regra posta, na medida em que foi abraçado numa
constituição estadual e por isso não é uma norma fundamental

Perspectiva kelseniana do Direito Internacional como norma fundamental para


todos os estados

Garante a validade da fundação daquele estado (constituição)

Consuetudinário

Tratados

Não prescreve valores transcendentais, nem mesmo o da paz entre os estados

i) Teoria da norma fundamental e doutrina do Direito natural


Direito natural atribui justificação ético-política como critério de validade da
norma, a partir do seu conteúdo

Norma pode ser inválida por ser considerada injusta

Para o direito positivo a validade está atribuída à conformação com a norma


positiva

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Comentário ao final que o direito positivo não possui validade numa norma
posta, assim como o direito natural, mas é uma diferença grande o bastante
para negar a Teoria pura do direito como jusnaturalista citação

j) A norma fundamental Direito natural


Kelsen aponta um problema do jusnaturalismo ao não conseguir efetivamente
organizar o critério de validade para as normas

Não há possibilidade de conciliação de uma teoria jusnaturalista porque ela


assume que a obediência aos comandos da natureza (serviria como uma norma
fundamental) produz derivações lógicas de conteúdo imediatamente evidentes

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