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2 V.A. - Direito Processual Penal Ii - Deborah Viviane Rodrigues
2 V.A. - Direito Processual Penal Ii - Deborah Viviane Rodrigues
DIRETORIA ACADÊMICA
SERRA TALHADA
2022
DEBORAH VIVIANE RODRIGUES
SERRA TALHADA
2022
O juiz assume uma nova posição no Estado Democrático de Direito, com
legitimidade consubstanciada na função de proteção dos direitos fundamentais de todos
e de cada um, ainda que para isso tenha que adotar uma posição contrária à opinião da
maioria. Além disso, deve tutelar o indivíduo e reparar as injustiças cometidas e absolver
quando não existirem provas plenas e legais.
No processo penal, a teoria pode ser aplicada diretamente sobre o juiz e sobre a
sua atuação desde a fase de investigação até o julgamento, uma vez que se faz necessário
lidar com opiniões antagônicas que lhes são apresentadas pelas teses de defesa e de
acusação. Ainda, além das teses antagônicas que lhes serão apresentadas, é possível que
o juiz construa a sua própria imagem mental dos fatos a partir da apresentação dos autos
do inquérito, criando assim um pré-julgamento capaz de interferir na sua imparcialidade
durante a instrução, uma vez que, com base na teoria da dissonância cognitiva, pode-se
inferir que ele se apegará à sua construção mental prévia dos fatos e tentará confirmá-la,
desprezando quaisquer informações dissonantes, mesmo que de forma inconsciente.
Portanto, havendo atuação direta na fase de investigação, verifica-se o risco tangível de
contaminação do juiz com a causa a qual decidirá posteriormente.
JUNIOR, Aury Celso Lima L. DIREITO PROCESSUAL PENAL. 18ª ed. São Paulo:
Editora Saraiva, 2021.