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Aluno:......................................................................................

Modelo para Apresentação de Casos para Supervisão

PARTE I: INFORMAÇÕES DO PACIENTE

DADOS GERAIS

Data de início do atendimento:


Sexo:
Idade:
Escolaridade:

DIAGNÓSTICO MULTIAXIAL

Eixo I:
Eixo II:
Eixo III:
Eixo IV:
Eixo V:

USO DE MEDICAÇÕES / DROGAS

Uso de entorpecentes atual:


Medicações Psiquiátricas atuais:
Medicações Não-Psiquiátricas atuais:
Uso de entorpecentes anterior:
Medicações Psiquiátricas anterior:
Medicações Não-Psiquiátricas anterior:

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HISTÓRIA FAMILIAR

Laura morou com seus pais até os cinco anos, quando se separaram. Segundo
sua mãe, seu pai utilizava drogas (cocaína, álcool e tabaco), tendo uma vida
desregrada. Vivia em festas e bares, até que sua mãe descobriu que ele a traía. Laura
nasceu quando sua mãe tinha 21 anos. Após separação, Laura viveu com sua mãe até
os seis anos de idade quando foi morar sua tia, irmã de sua mãe. Segundo mãe de
Laura, ela precisava trabalhar e não tinha quem ficasse com sua filha. Ficou morando
com esta tia até os sete anos quando foi morar com a avó materna. A paciente tem
apenas lembranças vagas destes períodos, e não se recorda de fatos mais
significativos. Com sua avó morou até os dezessete anos, quando saiu de casa para
morar com duas amigas. Laura afirma que nunca teve um relacionamento amigável
com sua mãe, pois ela constantemente a criticava nos finais de semanas quando ia
visitá-la na casa da avó. As críticas eram relativas a diferentes motivos centrando-se
nos comportamentos de Laura em casa e na escola. Seu pai nunca foi presente
conforme relato da própria paciente, desaparecia por meses, e pouco ajudou
financeiramente. Laura ressalta que quando conversa com seu pai, ele a trata bem
elogiando principalmente sua beleza, a paciente afirma que seu pai diz para todos
seus amigos que tem uma filha muito bonita.
A paciente trabalha desde os 17 anos, recebendo ajuda financeira da avó, que
é sua “base” como afirma. Aos vinte e um anos foi morar com seu namorado. Esta
relação foi bastante conturbada, em função do ciúme de ambos, a paciente informa
que seu namorado fazia “tortura psicológica” e tinha que se submeter a ele. Este
relacionamento terminou, pois ele a traiu.
Atualmente Laura mora junto ao seu novo namorado há aproximadamente um
ano e meio. Segundo ela e pelo que se pode deduzir através dos relatos, este
namorado lhe trata muito bem, tendo cuidado com a mesma e disponível
emocionalmente apesar do ciúme que Laura sente por ele. A paciente trabalha em um
emprego público na área da saúde e faz curso superior.

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MOTIVO DA BUSCA DO ATENDIMENTO

DIAGRAMA DE CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA

Dados relevantes da História


Crenças Centrais


Crenças-Regra


Estratégias Compensatórias

Situação 1 Situação 2

 
Pensamento Automático Pensamento Automático

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 
Significado do PA Significado do PA

 
Emoção Emoção

 
Comportamento Comportamento

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FOCOS DO TRATAMENTO

PARTE II: DÚVIDAS DO SUPERVISONANDO

DÚVIDAS QUANTO AO DIAGNÓSTICO

DÚVIDAS QUANTO À MEDICAÇÃO

DÚVIDAS QUANTO À CONCEITUALIZAÇÃO

DÚVIDAS QUANTO AOS FOCOS DE TRATAMENTO

DÚVIDAS QUANTO ÀS TÉCNICAS / MANEJO DO CASO

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Entrevista dialogada

Paciente - Olá Leandro tudo bem? Hoje eu estava bastante ansiosa antes de chegar
aqui.
Terapeuta: - Sim, entendo podemos falar sobre isto.
P.: - É que hoje decidi que vou te contar uma coisa.
T.: - Ótimo Laura é importante que tu te sintas a vontade para falar o que quiser e nós
vamos falar sobre isto, só deixa eu verificar como ficou o teu humor da semana
passada até aqui?
P.: - Tu não sabe fiz m., briguei com meu namorado, naquela festa que íamos lembra?
T.: - Sim lembro, entendo Laura, mas tu concorda que o fato de tu ter brigado com teu
namorado é um comportamento?
P.: - Sim , tu quer saber sobre o humor não é?
T.: - Isto mesmo Laura, tu entendeu, tu vai verificar que eu vou, no início da consulta,
sempre checar teu humor, isto ajuda nosso trabalho, tudo bem para ti?
P.: - Claro, bom sobre o humor foi assim, vários momentos me senti um pouco ansiosa
e cheguei a sentir muita raiva quando briguei com o Tiago, depois me senti culpada
por que eu não tinha razão.
T.:- Certo, na semana passada, tu me disse que o ciúme tem atrapalhado teu
relacionamento, que tu te sente insegura e gostaria de mudar isto, tu me contou
também um pouco sobre tua história de vida, sobre as dificuldades da tua mãe
contigo, os problemas de saúde do teu pai, daquele teu relacionamento anterior em
que tu não se sentia bem tratada, e que tua avó é muito importante para ti lembra?
P.:- É foi isto mesmo.
T.:- Laura, eu gostaria de organizar algumas coisas contigo para nossos encontros
pode ser?
P.: - Claro que sim.
T.:- Bem, além da nossa checagem de humor no início da sessão é importante que a
gente escolha dois ou no máximo três assuntos para falar ok?
P.:- Certo.

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T.:- Bem, eu acredito que hoje tu já trouxeste um assunto que é aquele que decidiu me
contar, certo Laura?
P.:- Sim.
T.:- E eu acho que esta briga com teu namorado pode ser o outro assunto, o que tu
achas?
P.:- Concordo é bem importante mesmo. Pode ser.
T.:- Por qual deles tu quer começar?
P.:- Ai meu deus... Deixa eu te falar logo então.
T.:- A vontade.
P.:- Assim Leandro, além do problema do ciúme, eu sofro de bulimia.
T.:- Compreendo Laura, eu gostaria de entender bem como é isto para ti, quando
começou, tu pode me contar?
P.:- Sim, é assim, faz uns dois anos estava no fim do meu outro relacionamento,
comecei a me sentir gorda, queria emagrecer, eu via que o Marcelo ficava olhando
para as outras, principalmente para as magras. Aí depois que eu comia algo mais
pesado, eu ia lá e,tu sabe, forçava o vômito. Uma época também tomava laxante, mas
era bem complicado. E depois que eu faço isto, me sinto culpada. O Tiago já percebeu
que tenho este problema e agora tem me monitorado quando vou ao banheiro, ele não
gosta, diz que isto não é normal, que isto está atrapalhando muito nosso
relacionamento e que eu tenho que me tratar, por isto também que ele pediu para
fazer terapia, ele até divide comigo o gasto com a terapia. Eu já disse para ele que eu
não ia mais fazer aquilo, mas não estou conseguindo controlar, me sinto culpada
depois que faço e me sinto muito mal (choro).
T.:- Bem, Laura, em primeiro lugar, gostaria de dizer, que foi bem importante tu
conseguir ter falado sobre isto, foi um passo bem importante, eu gostei que tu
conseguiste falar. Eu gostaria de falar um pouco sobre a bulimia pode ser?
P.:- Sim.
T.:- Laura, eu acredito que seja bem importante tu entender que a bulimia é um
problema de saúde, isto significa que não é uma escolha tua e que tu não é culpada

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por passar por isto. Laura o que tu acha que uma pessoa que está com um problema
de saúde deve fazer para melhorar?
P.:- Tem que procurar tratamento.

T.:- E tu tem feito alguma coisa em relação ao teu problema de saúde?


P.:- Sim eu estou aqui procurando ajuda.
T.:- Retomando, tu é uma pessoa com um problema de saúde que está procurando
ajuda, o que isto significa?
P.:- Significa que eu estou fazendo o que eu posso?
T.:- O que tu achas?
P.:- Acho que sim, o que eu posso fazer eu estou fazendo.
T.:-Sim, concordo contigo. Tu pode me falar um pouco mais sobre como está sobre a
bulimia atualmente? Como foi esta semana?
P.:- Sim, eu fiz 4 vezes, durante a semana geralmente depois do almoço que é quando
eu mais como, uma destas vezes foi quando almocei com o Tiago, tem um lugar que
serve um ala minuta com bastante batata frita que é muito boa, só que o Tiago
desconfiou por que logo depois de comer fui ao banheiro e voltei com uma cara. Ele
ficou brabo, eu disse que não ia mais fazer, mas tenho medo de não conseguir.
T.:- Bem Laura talvez seja importante explicar para ele aquilo que eu te expliquei
sobre a bulimia como um problema de saúde que tem tratamento, mas que nós vamos
precisar que um tempo até conseguirmos resolver esta situação, tu acha que o Tiago
pode entender?
P.:- Sim, ele gosta de mim, acho que sim.
T.:- Outra coisa, sugiro que tu não prometa mais que não vai mais induzir o vômito, por
que isto pode acontecer, com o tratamento isto vai diminuindo aos poucos.
P.:- Certo.
T.:- O que mais tu sabe sobre a bulimia?
P.:- Está relacionado a problemas psicológicos, autoestima, eu sei que tenho uma
baixa autoestima. E também como a forma como percebo meu corpo, é isto?
T.:- Isto Laura parece que tu já estudou um pouco.
P.:- Sim.

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T.:- A bulimia tem relação com a forma como tu percebe teu corpo, então me diz,
como tu te percebe?
P.:- Acho que eu deveria estar um pouco mais magra.
T.: - Quantos Kg mais magra?
P.:- Uns 5 ou 6.
T.:- Teu namorado diz que tu tem que emagrecer?
P.:- Não! Ele disse o contrário, que não é para eu emagrecer, ele está sempre me
elogiando, dizendo que estou linda assim.
T.:- Bem tu já teve outros relacionamentos e o que teus outros namorados diziam a teu
respeito nesta questão relacionada à beleza?
P.:- Sempre fui bastante elogiada neste ponto, ainda ontem fui assistir a um jogo de
futebol com o Tiago e vi que os amigos dele ficaram me olhando.
T.:- E por que tu acha que eles ficaram te olhado?
P.:- Não sei (risos)
T.:- Alguma vez alguém já te disse que deveria emagrecer para ficar mais atraente ou
interessante?
P.:- Não, nunca.
T.:- Bem o fato é que tu provoca a purgação por que te preocupa muito com o aspecto
do teu corpo, tua aparência, mas na prática sempre recebeu elogios por te acharem
bonita. O que tu achas disto?
P.:- Eu acho que sou louca né?
T.:- Não, não acho, mas Laura tu concorda que nós devemos tentar entender melhor
esta questão?
P.:- É sim.
T.:- Bem ainda temos a questão da briga com o Tiago, como foi isto?

P.:- Tinha aquela festa que nós íamos lembra? Teve uma hora que eu e o Tiago
estávamos dançando e ele foi ao banheiro, eu fiquei só olhando, mas logo que ele saiu
veio atrás dele uma guria bem bonita e o Tiago estava com uma cara estranha.
T.:- E o que tu pensou?

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P.:- Na hora pensei ele estava conversando com aquela guria escondido e aposto que
ele pegou o telefone dela, então fiquei muito braba, fui lá falar com ele para ver o que
tinha acontecido, e ele disse que não tinha acontecido nada, fiquei mais braba ainda.
Ela era mais bonita do que eu, eu
sempre sinto isto. Acabamos discutindo peguei o carro e fui embora com ele. Ele disse
que deste jeito não ia dar para ficarmos juntos.
T.:- Laura apenas para eu me certificar, tu não bebeu nada, não é?
P.:- Não eu não bebo.
T.:- Ótimo, é importante que tu continue sem beber. Mas vamos pensar juntos Laura,
agora aqui conversando comigo tu ainda acha que ele realmente ficou conversando
com aquela mulher e ainda, pegou o número do telefone dela? Ele é um tipo de
homem que faria isto com facilidade.
P.:- Não depois eu pensei bem e vi que ele não iria fazer isto, não é do perfil dele. Até
pedi desculpas, mas tenho medo que um dia ele canse.
T.:- Podemos dizer que tu interpretaste mal aquela situação da saída do banheiro?
P.:- Sim.
T.:- Aquilo que tu pensou sobre o Tiago, ele falou com ela e pegou o telefone, na
verdade foi um pensamento que não condizia com a realidade concorda?
P.:- Sim.
T.:- Laura, vamos imaginar, e se lá na festa, quando o Tiago estava saindo do
banheiro em vez de tu pensar, ele estava falando com ela e pegou o telefone, tu
pensasse, aquilo que tu me disse aqui, o Tiago não tem perfil de ficar conversando
com mulheres escondido na saída do banheiro para pegar o número do telefone, será
que tu ia ficar braba? E ainda, iria agir como tu agiu?
P.:- Não, se eu pensasse como eu pensei depois nada ia ter acontecido.
T.:- Pois é isto Laura, que eu gostaria que tu entendesse, é importante que tu preste
atenção, Nós agimos conforme a forma que nós interpretamos as situações, como foi
contigo na festa e que dependendo daquilo que nós pensamos, nós sentimos alguma
emoção ou sentimento e isto vai estar relacionado à forma como nós nos
comportamos.

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T.:- Laura é importante que tu me diga o que tu entendeu daquilo que eu acabei de te
falar.
P.:- Que se eu pensasse direito eu não teria ficado com raiva e não teria brigado com
ele, é isto? T.:- Isto Laura, aos poucos tu vai entendendo cada vez melhor esta relação
pensamento, emoção/sentimento e comportamento.
P.:- Tu acha que isto ajuda mesmo?
T.:- Sim, ajuda. Posso te dar uma tarefa para tu fazer durante a semana?

P.:- Se for fácil, sim.


T.:- Vou pedir para quando tu sentir ciúmes do Tiago tu tentar detectar o que tu está
pensando e anotar em uma folha, para depois nós avaliarmos aqui ok? Tu acha que
pode fazer isto que eu propus, é importante para o nosso trabalho.
P.:- Posso sim.
T.:- E se tu conseguir pensar com calma antes de brigar com o Tiago melhor, certo?
P.:- Claro, vou tentar.
T.:- O que achou de hoje?
P.:- Gostei.
T.:- Então até a próxima semana.

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