Este documento discute as dificuldades de graduados em Relações Internacionais no Brasil em se inserirem no mercado de trabalho e na academia. Aponta a falta de coerência no currículo do curso e diferenças entre faculdades. Sugere mais debates para identificar vocações dos alunos e como o intercâmbio pode ajudar a entender melhor a área.
Este documento discute as dificuldades de graduados em Relações Internacionais no Brasil em se inserirem no mercado de trabalho e na academia. Aponta a falta de coerência no currículo do curso e diferenças entre faculdades. Sugere mais debates para identificar vocações dos alunos e como o intercâmbio pode ajudar a entender melhor a área.
Este documento discute as dificuldades de graduados em Relações Internacionais no Brasil em se inserirem no mercado de trabalho e na academia. Aponta a falta de coerência no currículo do curso e diferenças entre faculdades. Sugere mais debates para identificar vocações dos alunos e como o intercâmbio pode ajudar a entender melhor a área.
DISCIPLINA: Metodologia em Relações Internacionais
CURSO: Relações Internacionais, 2° ano
PECEQUILO, C. Academia versus Realidade. Meridiano 47 - Journal of Global
Studies, v. 18, 11. 2017.
A terceira fase do curso de RI no Brasil é composta pela ampliação da área de
estudo do curso como um todo. O processo se deu pelo aumento da área nos ambientes acadêmicos públicos e privados, criando uma dualidade da academia brasileira, por ser patrocinada tanto pelo incentivo privado quanto o governamental. Atualmente a maioria dos formados em RI acham difícil se enquadrar na área e no mercado profissional. Muitos optam por continuar os estudos em pós-graduações, entretanto muitos recém doutores e mestrandos se encontram em dificuldades de se inserir no próprio meio acadêmico.
O autor acredita que isso acontece devido a falta de aderência e convergência
de pensamentos tanto na política externa e interna no Brasil. Ou seja, como o profissional de RI pode saber onde deve se inserir se nem o país a que pertence sabe corretamente onde e qual papel se encaixa no mundo? Essa é uma questão divergente e ainda não respondida. A diversidade de profissionais gerada pelo curso de RI pode também ser atribuída por uma culpa parcial ao MEC, quando não se limita exatamente os fatores que devem ser levados em consideração ao se formar um graduando em Relações Internacionais. Deve lembrar que isso provavelmente pela falta de coerência que o próprio MEC, quanto os próprios profissionais, entendem o curso de RI.
Algumas outras coisas são díspares entre os cursos de formação superior. A
existência de estágio e TCC obrigatório não fazem muito sentido. O TCC apresenta uma necessidade e especialização quase que acadêmica do curso de RI, enquanto o 2
estágio teoricamente deveria servir para inserir o profissional no mercado. Entretanto
o que é ou não considerado estágio entre as diferentes faculdades e o que é ou não considerado pertinente ao TCC varia. Não existe integridade curricular, ou acadêmica. O consenso é quase zero. Por exemplo, se o estágio deveria ser algo para inserir o graduando no mercado de trabalho, por que no curso de RI na Unesp-Franca monitoria conta como hora de estágio? Monitoria deveria valer apenas para caso o aluno tivesse interesse em seguir a área acadêmica, porque, na prática, a única coisa que o monitor está aprendendo é como lecionar e preparar aulas.
O autor comenta brevemente que as especificidades geográficas de cada
faculdade pode modificar a forma como o curso específico é montado. Por exemplo, poderia se explicar a necessidade de considerar monitoria como um estágio em Franca porque a cidade de Franca não dispões de possibilidades no mercado de trabalho para graduandos em RI. Alguns poderiam argumentar que a existência do curso de RI em uma cidade assim foi um erro, outros, que o meio geográfico não deveria determinar as especificidades do curso criado.
Um movimento forte no Brasil seria o de formação de mestrados para
especificidades que atendam as exigências do mercado, tirando a necessidade de um curso ser meramente acadêmico. Por exemplo, existem mestrados focados em negociações, análises de cenário, gestão estratégica, etc. Entretanto a multidisciplinariedade sempre ter que ter em foco, de alguma forma, o curso de RI como um todo.
O autor sugere que é necessário mais debates. Trazer pessoas formadas em
RI para dentro das universidades, gerar discussões. Apresentar as dinâmicas exclusivas da área e como não é qualquer um que pode ser formado em RI. As vocações específicas dos alunos devem ser identificadas, não pela faculdade, mas pelos próprios alunos ao analisarem e se entenderem como atores ativos do mercado de trabalho. Ao entenderem como as suas qualidades como internacionalistas os elevam a níveis profissionais não encontrados em nenhum outro lugar. O intercâmbio pode suprir essa necessidade de diálogos que falta o Brasil fazer, dentro do meio acadêmico, criando assim uma interpretação melhor da área em que os brasileiros graduandos se encontram em termos gerais do estudo. 3
A consideração final do autor é que o Brasil e os profissionais em RI precisam
atuar e se inserirem no mercado de forma mais ativa, revelando suas capacidades e potencialidades. O autor também defende que a visão do Brasil como um país autônomo e emergente é fundamental para essa questão.