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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

MAULIDO ALFREDO CHIAMBO


NATÁLIA FERNANDO MACHAVA
OLINDA LUCIANO MOREIRA
OSSIFO DOMINGOS

ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS SENSORIAIS


(VISÃO)

Beira
2022
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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

MAULIDO ALFREDO CHIAMBO


NATÁLIA FERNANDO MACHAVA
OLINDA LUCIANO MOREIRA
OSSIFO DOMINGOS

ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS SENSORIAIS


(VISÃO)

Trabalho proposto pela MCS:


Aissa Firoza Madeira na
disciplina de Necessidades
Educativas Especiais, para fins
avaliativos.

Beira
2022
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Índice
Introdução...................................................................................................................................4

Objectivo Geral:..........................................................................................................................4

Objectivos Específicos................................................................................................................4

Conceitos básicos........................................................................................................................5

Necessidade educativa especial (NEE).......................................................................................5

Alunos com necessidades educativas especiais..........................................................................5

Educação Especial......................................................................................................................5

Educação inclusiva......................................................................................................................5

Deficiência Visual.......................................................................................................................6

Classificação da deficiência visual.............................................................................................6

Sinais de alerta............................................................................................................................6

Patologias que podem causar Baixa visão e até a cegueira........................................................7

Cuidados a ter com a visão.........................................................................................................9

Particularidades no atendimento de alunos com deficiência visual nas escolas especiais e


inclusivas...................................................................................................................................11

Meios auxiliares para alunos com deficiência visual................................................................12

Sistema Braille..........................................................................................................................12

Sistema DOSVOX....................................................................................................................12

Acessibilidade/ orientação e mobilidade dos alunos com deficiência visual...........................13

Técnicas de acessibilidade e mobilidade de pessoas com deficiência visual...........................13

Algumas sugestões que os intervenientes do sistema educacional devem tomar em conta para
o atendimento de alunos com deficiência visual.......................................................................14

Conclusão..................................................................................................................................16

Referencias Bibliográficas........................................................................................................17
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Introdução
Neste presente trabalho pretendemos abordar acerca dos Alunos com Necessidades
Educativas Sensoriais, especificamente os com a Deficiência Visual. Traremos conceitos
básicos, causas, classificação, sinais de alerta, suas particularidades no atendimento nas
escolas especiais e inclusivas e também a mobilidade e acessibilidade desses alunos com
deficiência visual. A visão nos auxilia na observação e conhecimentos das formas, dos
tamanhos, das cores dos objectos. Auxilia-nos, ainda, na observação e imitação de gestos,
hábitos, acções, expressões faciais e corporais. Com seu auxílio aprendemos a ler, a escrever e
a diferenciar cores, a nos deslocarmos no espaço, a identificar ruas, transportes, lugares,
pessoas, dentre outros. A visão é utilizada para distinguir animais, plantas e objectos sem a
necessidade de tocá-los e/ou cheirá-los, bem como facilita a realização de actividades da vida
diária que envolvem orientação e mobilidade.

Metodologia

A metodologia usada para a realização do presente trabalho foi a de pesquisa bibliográfica,


que é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos. (Gil, 2008, p. 50).

Temos como objectivos:

Objectivo Geral:
 Compreender as necessidades educativas especiais sensórias (visuais)

Objectivos Específicos
 Identificar os tipos de deficiências visuais;
 Descrever os cuidados a ter com a visão;
 Identificar o papel do professor e da escola perante à esta situação.
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Conceitos básicos

Necessidade educativa especial (NEE)


Segundo Serra, Fraga, Sousa & Silva (2006) “Há uma necessidade educativa especial quando
um problema físico, sensorial, intelectual, emocional ou social afecta a aprendizagem ao
ponto de serem necessários acessos especiais ao currículo para que o aluno possa receber uma
educação apropriada”.

Alunos com necessidades educativas especiais


Consideram-se alunos com necessidades educacionais especiais, aqueles que
manifestem comportamentos particulares que impeçam os encaminhamentos rotineiros das
práticas pedagógicas em sala de aula, pois é necessário que o professor faça ajustamentos
curriculares, sem os quais eles não conseguiram realizar as aprendizagens ao nível de suas
capacidades e potencialidades (Morais & Paulino, 2009).

Educação Especial
“A educação Especial é uma modalidade de educação escolar, processo educacional
definido em uma proposta pedagógica, assegurando um conjunto de recursos e
serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar,
complementar e suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais
comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das
potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais,
em todas as etapas e modalidades da educação” (Martins, Silva & Sachinski, 2020).
Educação Especial é dirigida a um tipo de alunos possuidores de alguma deficiência ou altas
capacidades de aprender que os apresenta como diferentes dos restantes alunos considerados
normais.

Educação inclusiva
“A educação inclusiva segundo é um processo em que se amplia a participação de
todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma
reestruturação das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à
diversidade de alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o
sujeito e suas singularidades, tendo como objectivos o crescimento, a satisfação
pessoal e a inserção social de todos”. (Capellini, 2008, p. 21).
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A educação inclusiva percebe-se que é a inserção do aluno com NEE na classe regular, onde,
sempre que possível, deve receber todos os serviços educativos adequados, contando-se, para
esse fim, com um apoio adequado (de técnicos, pais, colegas, etc.) às suas características e
necessidades.

Deficiência Visual
Carvalho, et al., (2002) como citado em Ventorini, Silva & Rocha (2016) “O termo
deficiente visual refere-se às pessoas cegas e pessoas com baixa visão. A identificação dos
deficientes visuais consiste na acuidade visual medida pelos oftalmologistas. Acuidade visual
é a capacidade de discriminação de formas, medida por oftalmologistas por meio de
apresentações de linhas, símbolos ou letras em tamanhos diversificados”.

Classificação da deficiência visual


A deficiência visual envolve dois grupos distintos: baixa visão, quando a acuidade visual
permite ao sujeito visualizar objectos e figuras pequenos e cegueira, quando a acuidade visual
não permite ao sujeito visualizar objectos e nem figuras. Sendo assim, os profissionais
deverão elencar os melhores procedimentos e recursos para o estímulo do canal visual e
auxílio no dia-a-dia do sujeito.

Cegueira

Segundo Moura (2010, p. 44) diz que a “Cegueira diz respeito a perda total de visão
em ambos os olhos ou percepção luminosa, a acuidade visual é inferior a 0.05 ou campo
visual inferior a 10 graus, após o melhor tratamento ou correcção óptica especifica”.

Baixa visão

Já a baixa visão é “a diminuição das respostas visuais, mesmo após o tratamento e/ou
correcção óptico convencional, e uma acuidade visual menor que 6/18 à percepção de luz, ou
um campo visual menor que 10 graus do seu ponto de fixação, mas que usa ou é
potencialmente capaz de usar a visão para o planeamento e/ou execução de uma tarefa”
Moura (2010, p. 46).
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Sinais de alerta
Para Ladeira e Queirós (2002:19) citado por Moura (2010:48), os sinais de alerta a ter em
conta são:

 Olhos vermelhos ou raiados com sangue;


 Lacrimejar frequente;
 Visão de objectos “turvos” ou dupla visão;
 Fechar os olhos ou franzir as sobrancelhas quando sai de casa ou da escola para o
exterior ou quando entra em ambientes com pouca luz;
 Esfregar os olhos;
 Irritação constante dos olhos;
 Aproximação constante do papel junto ao rosto quando lê e escreve;
 Tropeços frequentes por não enxergar pequenos obstáculos.

Muitas são as patologias que podem comprometer as funções visuais e ocasionar dificuldades
para visualizar objectos no claro e/ou no escuro, de perto ou de longe, assim como para
identificar suas cores, formas e tamanhos.

Patologias que podem causar Baixa visão e até a cegueira


Segundo Ventorini, Silva & Rocha (2016), As patologias podem ser: congénitas e/ou
adquiridas. As congénitas ocorrem desde o nascimento e podem ser hereditárias, como
Catarata, glaucoma, As adquiridas são aquelas cujos sintomas aparecem em algum momento
da vida e por motivos diversos, como degeneração senil de mácula, traumas oculares,
acidentes. Estes autores apresentam detalhadamente as seguintes patologias ou causas da
deficiência visual:

Catarata

Esta patologia causa uma opacificação do cristalino e gera perda do foco visual. Há graus e
tipos distintos de catarata, ocasionados por diversos factores como o vírus da rubéola durante
a gravidez. Pessoas que possuem esta doença não conseguem ver imagens com nitidez.

A catarata congénita é uma causa da baixa visão e da cegueira, que ocasiona ambliopia e
estrabismo. A ambliopatia é a redução da funcionalidade da acuidade visual de um ou em
ambos os olhos. O estrabismo por sua vez é caracterizado por qualquer desvio do alinhamento
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binocular, ou seja, ocorre quando as fóveas ou mancha amarela na região central da retina não
estão em simetria em relação ao objecto observado.

Coriorretinite macular

A doença coriorretinite macular que é ocasionada pela patologia toxoplasmose, pode ser
congénita ou adquirida. Nos seres humanos a toxoplasmose é adquirida pela ingestão de carne
totalmente ou parcialmente crua, por meio do contacto com gato que possui a infecção, por
consumo de leite e queijo não pasteurizados, por ingestão de vegetais não higienizados e/ou
pelo contacto com terra, areia contaminados. Já a toxoplasmose congênita resulta da
transferência do Toxoplasma gondii da gestante para o feto por meio da placenta, quando esta
é portadora da infecção primária.

O cansaço nos olhos somado às dificuldades do educando para enxergar as actividades


escolares tanto na lousa como em livros que resulta na perda de concentração, gera
inquietações e impaciências expressadas por atitudes como levantar da carteira
constantemente, iniciar conversas fora do contexto das aulas e brincar com os objectos.

Glaucoma

O Glaucoma pode ser definido como o aumento da pressão intra-ocular e ocasiona restrição
no campo visual, alerta-se então o fato de que o glaucoma pode afectar qualquer pessoa. Esta
patologia pode ocasionar a perda da visão lateral, como se a pessoa observasse os objectos por
meio de um tubo colocado nos olhos (visão tubular). O sujeito enxerga muito bem o que está
à sua frente, mesmo objectos pequenos, mas não visualiza o que está ao seu redor (visão do
que está ao lado, abaixo ou acima dele).

Doenças degenerativas

As doenças degenerativas apontam para a possibilidade de o aluno ficar cego na fase adulta e
não têm uma idade específica para se manifestarem. O indivíduo com essas doenças não
apresenta dificuldade para leitura na lousa, na locomoção e na orientação em ambientes
desconhecidos, e apesar da gravidade de sua patologia, o uso de aparelhos ópticos não
minimizaria suas dificuldades visuais.

Alguns anos após o nascimento a criança de repente começa a tropeçar em objectos, a


luminosidade começa a incomodá-la e ela não consegue enxergar objectos próximos. As
Distrofias de Retina como Coróide e Vítreo são exemplos de doenças degenerativas e que
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provocam a diminuição lenta e progressiva da visão, estas doenças ocasionam dificuldades


para perceber imagens completas, para leitura e compreensão de textos.

Cuidados a ter com a visão


Para ter uma visão saudável é importante que tenhamos cuidados e hábitos essenciais para a
saúde dos olhos. Ou seja, é imprescindível proteger nossa visão e manter a saúde desses
órgãos, já que estão sempre expostos ao contacto natural, físico ou cosmético.

Moreira (2020), orienta os seguintes cuidados a ter com a nossa visão:

 Evite coçar os olhos


É um hábito comum, mas que é muito prejudicial para a saúde da visão. Esfregar os olhos
com frequência pode resultar em vários problemas oculares, como
o ceratocone e descolamento de retina.
 Cuidados nas Maquiagens 
Nunca dormir de maquiagem para não obstruir os poros com acúmulos de substâncias na
região. Não usar produtos fora da validade ou emprestar maquiagem e  lavar os pinceis de
maquiagem para prevenir a proliferação de bactérias presentes.
Usar óculos de sol
Devemos usar óculos de sol tanto em dias ensolarados como nublados,  pois é importante para
proteger os nossos olhos de radiação solar, e assim evitar que se desenvolvam doenças
causadas por raios ultravioletas (UVA e UVB).

 Não usar colírios sem orientação médica


Colírios e lubrificantes são medicamentos, por isso devem ser usados apenas com indicação
e orientação médica.
 Lavar bem os olhos
Pelo menos uma vez ao dia deve-se realizar a higiene na região ocular (pálpebras, cílios e os
cantos). Ao realizar essa limpeza, estará se evitando coceiras que possam provocar irritações
ou até mesmo uma possível conjuntivite.
 Controlar nível de açúcar
O excesso de glicose no sangue pode gerar sérios problemas de saúde, inclusive à visão, como
a retinopatia diabética. Uma doença silenciosa, e que se não tratado correctamente e de
maneira precoce, pode provocar hemorragia interna e até mesmo uma cegueira reversível.
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 Piscar com frequência


Às vezes estamos tão concentrados em alguma coisa, como mexendo no computador, que
esquecemos de piscar com mais frequência. Essa prática de piscar mais vezes é muito
importante para a lubrificação/hidratação da nossa córnea e, consequentemente, evita o
ressecamento dos nossos olhos, coceiras, irritações e ajuda a relaxar os olhos.
 Olhar para longe
Essa técnica ajuda no relaxamento da visão e a prevenir dores de cabeça. É bastante indicada
para aquelas pessoas que trabalham na frente do computador por muito tempo. Esse exercício
deve ser feito 1 vez a cada hora e consiste em parar, olhar para longe e focar um ponto
específico distante, que se localize no mínimo a 40 m de distância.  

 Cuidados com as lentes de contato


Sempre quando for colocar suas lentes de contato, antes e depois, é importante higienizar as
lentes de contacto e as  mãos, pois elas acabam se tornando veículos para a transmissão de
infecções e bactérias para os nossos olhos. E a substituição deve ser feita sempre de acordo
com o prazo de validade.
 Não usar óculos de grau de outra pessoa
Os óculos de grau são de uso individual. Pois cada pessoa necessita da sua própria medida,
conforme prescrição de um oftalmologista. Além disso, quando usamos um grau que não seja
o indicado para nossa visão, isso acabará causando dores nos olhos e de cabeça ou tonturas.
 Tenha uma boa alimentação
É importante manter uma boa alimentação para o funcionamento do nosso corpo, e
consequentemente, da nossa visão. Precisamos ter uma alimentação balanceada com
alimentos ricos em vitaminas A,  C e D e zinco, presentes em alimentos como cenoura,
laranja, verduras e ovos.
 Dormir bem
Ter uma boa qualidade de sono é muito importante para a hidratação e descanso dos nossos
olhos. O ideal e recomendado é ter de 7 a 8 horas de sono e assim evitar problemas
como olhos secos ou vermelhidão.
 Consultar com um oftalmologista
As consultas periódicas ao Oftalmologista são muito importantes para garantir a saúde dos
olhos.  
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Particularidades no atendimento de alunos com deficiência visual nas escolas especiais e


inclusivas
Algumas atitudes propostas pelas autoras Ventorini, Silva & Rocha (2016), que devem ser
tomadas para a inclusão e melhoramento do aprendizado dos alunos com deficiência visual:

 Ampliar e reforçar com cores fortes de linhas e pautas de cadernos, letras de livros,
figuras e imagens e explicar verbalmente;
 Adequar ambientes como luz forte (com luz natural ou luminárias), uso de porta-texto
ou objecto para elevar o material de leitura para evitar problemas de coluna por causa
da postura;
 Não confundir a necessidade de mais tempo para a realização de tarefas como leitura,
escrita e exploração de objectos, com incapacidade intelectual;
 Respeitar as dificuldades para enxergar na lousa, permitindo que o educando levante-
se e aproxime-se da lousa para leitura;
 Elaborar e propor actividades que permitem o descanso ocular, como trabalhos na
lousa e de arte ou solicitar que o educando descanse os olhos, fechando-os por alguns
minutos.
 Valorizar e estimular verbalmente seus acertos, já que as expressões faciais e gestos à
distância nem sempre são vistos por eles;
 Informar sobre obstáculos e/ou mudanças de objectos na sala de aula e nos demais
ambientes da escola.
 O professor precisa ter informações sobre qual distância fixa da lousa será adequada
para o educando.
 A manipulação e visualização de miniaturas de objectos, como carros, animais e
outras, contribuía para o educando compreender as características dos objectos
grandes.
 Receber explicações de outras pessoas sobre objectos que não conseguia visualizar
 Utilizar somente um lado das folhas de caderno para a escrita, deixando o verso em
branco, pode facilitar a leitura e futuras consultas dos textos escritos.
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Meios auxiliares para alunos com deficiência visual

Sistema Braille
Segundo (Oliveira, 2019) o Sistema Braille “Criado por Louis Braille, em 1825, na
França, é conhecido universalmente como código ou meio de leitura e escrita das pessoas
cegas. Baseia-se na combinação de 63 pontos que representam as letras do alfabeto, os
números e outros símbolos gráficos”

A combinação dos pontos é obtida pela disposição de seis pontos básicos, organizados
espacialmente em duas colunas verticais com três pontos à direita e três à esquerda de
uma cela básica denominada Cela Braille. A Escrita Braille é realizada por meio de
uma reglete e punção ou de uma máquina de escrever Braille. O movimento de
perfuração deve ser realizado da direita para a esquerda para produzir a escrita em
relevo de forma não espelhada. Já a leitura é realizada da esquerda para a direita.
(Oliveira, 2019, p. 11).
A reglete é uma régua de madeira, metal ou plástico com um conjunto de dispostas em linhas
horizontais sobre uma base plana. Já a punção é um instrumento em madeira ou plástico no
formato de pêra ou anatômico, com ponta metálica, utilizado para a perfuração dos pontos na
cela braille. (idem.)

Fonte: https://www.canstockphoto.com.br/braille-alfabeto-13176854.html

Sistema DOSVOX
Segundo Maneguete (2010), “o DOSVOX é um sistema operacional desenvolvido
pelo Núcleo de Computação Electrónica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui
um conjunto de ferramentas e aplicativos próprios além de agenda, chat e jogos interactivos e
pode ser obtido gratuitamente por meio de “download” a partir do site do projecto
DOSVOX”.

O sistema conversa com o deficiente visual em Português mas pode também ser configurado
para outros idiomas e dá a ele muitas facilidades, como um sistema de gerência de arquivos
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adequado ao uso por deficiente visual, editor e leitor de textos, impressor a tinta e em Braille,
ampliador de telas para visão subnormal, diversos jogos. (Idem)

Acessibilidade/ orientação e mobilidade dos alunos com deficiência visual


“A orientação é o processo em que são utilizados os sentidos remanescentes, para se
estabelecer a posição da pessoa e seu relacionamento com os outros objectos do meio
ambiente. Ou seja, Orientação é a capacidade de perceber o ambiente, e saber onde estamos.
Já a mobilidade é definida como a habilidade de locomover-se com segurança, eficiência e
conforto no meio ambiente, utilizando também os sentidos remanescentes, isto é, a
mobilidade é a capacidade das pessoas se movimentarem”, assim diz Ferreira (s/d).

Segundo Hoffmanm (1999) como citado em Ferreira (s/d), “a Orientação e Mobilidade é


conceituada como um processo baseado nas habilidades sociais, motoras, cognitivas e
emocionais do indivíduo, relacionadas às três seguintes técnicas – bengala, guia vidente e
protecção”.

O aluno com deficiência visual necessitará ter a capacidade de atenção bem desenvolvida,
pois para locomover-se, mesmo em ambientes internos deverá ter o máximo de atenção
possível, colocando em mente somente o trajecto que irá percorrer, para que evite possíveis
acidentes como, esbarrar-se em móveis que previamente já sabia de sua localização.

Técnicas de acessibilidade e mobilidade de pessoas com deficiência visual


Guia vidente - uma pessoa vidente conduz e orienta a pessoa com deficiência visual, a
caminhar por lugares colocando sua mão no cotovelo do guia vidente. É a primeira técnica a
ser treinada, é importante por familiarizar a pessoa com deficiência visual com os espaços
físicos (Ferreira, s/d).

Autoprotecção - possibilita que a pessoa com deficiência visual, se locomova com autonomia
e segurança, nos ambientes internos e conhecidos, quando precisar se movimentar e se
orientar utilizando o seu corpo. Requer conhecimento de seu corpo, de seus movimentos, da
posição das partes dele, e domínio de conceitos relacionados a espaço, tempo, lateralidade e
outros, o que envolve a interpretação sinestésica e a utilização integrada de todos os sentidos.
(Idem)
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Bengala longa – visa habilitar a pessoa com deficiência visual a locomoverse com segurança,
eficiência e independência em ambientes internos e externos, utilizando a bengala longa. Ela
pode ser usada desde a infância até a idade em que a pessoa tenha condições de se locomover
sozinha. (Idem)

No nosso quotidiano temos visto pessoas com deficiência visual com diferentes cores na
bengala, isso deve se para identificar o grau da deficiência visual da pessoa. Segundo Ferreira
(s/d) a:

Bengala Branca: Identifica que a pessoa é cega, perda total da visão.

Bengala Verde: Identifica que a pessoa tem baixa visão, não são cegas, somente enxergam
com maior dificuldade, possuindo visão parcial.

Bengala Branca e Vermelha: Identifica a pessoa que é surda e cega (surdocega).

A escola deve compartilhar a organização dos objectos da sala de aula com o aluno, a fim de
facilitar o acesso e a mobilidade. Isto significa manter carteiras, e outros materiais sempre na
mesma ordem e deve sempre comunicar previamente as alterações e sinalizar os objectos para
que sejam facilmente reconhecidos.

Algumas sugestões que os intervenientes do sistema educacional devem tomar em conta


para o atendimento de alunos com deficiência visual.
“O aluno com deficiência visual tem direito a usar materiais adaptados, como livros
didácticos transcritos para o Braille ou a reglete para escrever durante as aulas. É necessário
que se antecipe a adaptação dos textos junto dos educadores responsáveis pela sala de
recursos, que deve contar com máquinas Braille, impressora e equipamentos adaptados.
Oferecer ambientes adaptados, com sinalização em Braille, escadas com contrastes de cor nos
degraus, corredores desobstruídos e piso táctil”. (Santos, 2015, p. 22)

Segundo autores como Sampaio, Baptista & Nascimento (2020), “no ambiente escolar,
a equipe disciplinar e os colegas devem ser instruídos a auxiliar os colegas com deficiência
visual, uma experiência capaz de ensinar a respeitar as diferenças e convívio entre todos. São
técnicas simples de autoajuda em ambiente interno que permite o acesso dos educandos de
forma independente, tanto na escola como também em outro ambiente”.
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Ainda na visão dos mesmos autores, “quanto à estrutura da escola, é importante


desenvolver certas habilidades através das referidas técnicas, é necessário, conhecer pontos de
referência, pistas tácteis, familiarização do local, mapas tácteis, orientação de pontos
cardeais”. (Sampaio, Baptista & Nascimento, 2020).
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Conclusão
Necessidades especiais são situações onde são evidentes dificuldades ou resultados
significativamente acima da média dentro da aprendizagem, ou seja em aceder ao currículo
oferecido pela escola, exigindo um atendimento especializado, de acordo com as
características específicas do aluno. No caso da deficiência visual é importante conhecer suas
particularidades e formas de aprendizado, tipos de tecnologias e recursos que contribuam para
o seu aprendizado e vivência no ambiente escolar.

Para que escola saiba lidar com alunos deficientes visuais é necessário recomendar aos pais
ou responsáveis que busquem fazer o exame de acuidade visual das crianças sempre que
notarem comportamentos relacionados a dificuldades de leitura, dores de cabeça ou vista
cansada durante as aulas.
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Referencias Bibliográficas
Capellini, V. L. M. F., (2008). Educação Especial: História, Etiologia, Conceitos E
Legislação Vigente [PDF]. SP Bauru.

Ferreira, R. M. R. (s/d). Orientação e Mobilidade no Atendimento Educacional Especializado


[PDF].

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social [PDF]. 6 ed. – São Paulo: Atlas.

Martins, J. A., Silva, R. & Sachinski, I. (2020). Educação Especial e Educação Inclusiva:
Quem são estes Sujeitos na Sociedade? [PDF] FAE.

Maneguete, D., (2010). Recursos Tecnológicos na Aprendizagem do Aluno com Baixa Visão.
[PDF] Paraná.

Morais, R. O. & Paulino, P. C., (2009). Educação Inclusiva: Alunos Deficientes Visuais
[PDF] Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Morreira, H., (2020). Cuidados e hábitos essenciais para a saúde dos olhos. Disponível em:
https://medicosdeolhos.com.br/cuidados-e-habitos-essenciais-para-a-saude-dos-olhos/

Moura, A. B., (2010). A Inclusão Das Crianças Com Deficiências Visuais No Ensino Infantil
Regular [PDF] Universidade de Cabo Verde.

Oliveira, R. F. C., (2018). Braille!? O que é isso? [PDF]. CBO.

Sampaio, A. C. C. A., Batista, A. F. & Nascimento, É. L. (2020). A Inclusão Escolar para


Alunos com Deficiência Visual [PDF].

Santos, V. N., (2015) O Processo de Inclusão de Alunos com Deficiência Visual: Um Estudo
em uma Escola Pública da Comunidade de Pindorama Iuíu-Bahia [PDF] Universidade de
Brasília.

Serra, A. C., Fraga A. M., Sousa, M. & Silva N., (2006). Integração de crianças com
Necessidades Educativas Especiais no ensino regular [PDF] Universidade Nova de Lisboa.

Ventorini, S. E., Silva, P. A. & Rocha G. F. S., (2016). Deficiência visual, práticas
pedagógicas e material didáctico [PDF] São João del-Rei.
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