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A querela teórica

A necessidade da articulação de diferentes campos de regras é


uma consequência da mera existência de diferentes tipos de atos
normativos .

No plano interno, esta articulação


está enquadrada por um regime
jurídico geral próprio que além de estabelecer uma hierarquia entre os
diferentes tipos de negra acolhe , também, principios reguladores que
,

que se aplicam em caso de concurso ou conflitos de normas Esse


regime
.

decorre de estipulações autoritárias sendo o legislador a estabelecer ,

as regras hierárquicas .

No entanto , não existe uma instituição a


quem seja reconhecida autoridade
relações entre as normas
internacionais
impor
para fixar regime que regule
ou um as
nacionais Por regime internacional evolução
distinta e isso o teve uma
,
.

que reflete perspectivas juni dicas que


as época marcaram cada .

problema central é portanto , historicamente situado Devido a doutrina atual


O ,
.
,

padecer de uma forte influência do positivismo voluntarista inclinação que


te
reduzir direito nta
expressão
o da vontade do Estado
a
que resulta
mera
,

,
o ,

principalmente
não apenas
enfraquecimento
tentação de reduzir
no

o
do direito internacional , mas ,
próprio direito ás normas positivas ,
emanadas
na

dos órgãos estaduais .

Devido essa redução , normalmente , identifica se o direito como lei , o

que tornou enquadramento de um direito sem origem legal O


difícil o .

que resulta também na tentação de considerar as negras internacionais


, ,

como normas que o legislador pode , a seu belo prazer acolher ou não ,

no
quadro das negras nacionais .

sendo um
fenómeno historicamente enquadrá el o positivismo constituiu ,

uma
reação ao jus naturalismo perspectiva que dominou as concepções até o
,

século XIX .

diferentes concepções do direito e do


Desse modo , último século ,
Estado
no

estavam base das discussões animaram doutrina internacional


na
que a .

As visões voluntariamistas e positivistas assentam em perspectivas formais


direito como uma pura manifestação de soberania,
que enquadram o
que
tendem a desvalorizar o direito internacional , negando lhe natureza propriamente -

jurídica ou recusando lhe -

aplicabilidade no plano interno .

Assim , encontramos tendências


que se recusam a qualificar o direito como

mera emanação do Estado , baseia se em uma Justiça que há-de ideia de


que
-

ser realizada por diferentes campos normativos que são articulados por meio
de regimes mais ou menos complexos .
Dualismo
A
perspectiva dualista , versão tradicional , cretina o carácter dual da
na sua

independência das ordens jurídicas internacional ou interna , isto é,


distingue
ontologicamente
juni jurídica internacional pre
a ordem dica interna da ordem ,

tendo assim tratam -


se de realidades que não são articulares enquanto
tal.

segundo os dualistas essa independência justifica se pelas profundas


,
-

diferenças quanto a origem, aos destinávias e aos órgãos de aplicabilidade


de cada uma das ordens Desse modo quanto à origem o direito interno te
.
, ,

cria a sua origem na vontade de um Estado e o direito internacional teria na

Quanto
sua
origem
aos destiná
a vontade de vários Estados ou dos Estados no seu conjunto

internacional
,
rios , os do direito seriam os Estados e o do direito
.

os

cidadãos Já quanto aplicação interno far pelos tribunais


o direito ia

enquanto
. a -
se -

direito internacional pelos próprios Estados


o .

Estás premissas são direito muito


refutáveis , principalmente , devido o ser

mais do que a mera expressão da vontade de órgãos estaduais


Além disso, .

todo direito público (internos têm como destinámio primário o Estado Bem .

como , devemos ter em conta


que nem todo o direito internacional se
dirige
a Estados Finalizando, a aplicação das negras jurídicas éfeita pelas
autoridades .

e pelos tribunais , no Ambito interno internacional, simples


quer quer
frequente intervenção judicial
mente sendo a plano no internacional menos
do plano interno
no
que .

diferenças assinaladas
naturezas
Partindo
tão distintas
das dualistas concluem
desaconselhável impossível
,
os haver

interpretação
tornariam
que ou a

diferentes
entre as jurídicas ordens .

justificar que vigência


aplicação
interpretação
Essa recusa de acaba por a ou
do direito internacional esteja dependente na ordem interna de uma

manifestação interna de vontade que ordene essa vigência ou aplicação Ou .

seja , para o dualismo , as regras de direito internacional nunca vigoram na


ordem interna com essa natureza , assim ,
para que a sua vigência seja
imposta é necessário que sejam reproduzidas por um acto interno .

O dualismo é assente na constatação de diferenças tão essenciais nas


ordensjurídicas internacional e interna que tornariam impraticável ou
impossivel
a
vigência das regras de uma das ordens na outra e que teriam como
consequência a exigência da transformação das regras internacionais em
regras internas , sempre
que se pretendesse admitir a sua vigência , desse
modo , apenas valeriam na ordem interna as regras jurídicas que o poder
instituido entenda transformar .

Monismo
Esta corrente recusa a dualidade , insistindo na
posição inversa , ou
seja , na unidade do sistema jurídico Portanto , esta , recusa a distinção
.

da natureza das ordens jurídicas , em especial distinção


pretende quando essa

afastar interpenetrar
a l idade mútua .
A visão menisto é fiel entendimento do carácter universal do sentido
ao
de justiça , o
que implica não admitir argumentos de natureza
que formal
possam recusar a aplicabilidade de regras .

A admissão da vigência negra internacional , enquanto tal, na ordem


da

interna resposta hierárquica que dá origem a duas


correntes
requer uma
o monismo
.
do direito com com primado internacional e o monismo
primado do direito interno .

primeira corrente hoje acolhimento dominante prática


diplomática
A merece um na

jurisprudência doutrina tende


,
na doutrina internacional e na .
A
a considerar o primado direito internacional inquestionável , pois esta
do e

uma
condição de existência desse mesmo direito , já se ocorre se o
que
-

contrário qualquer Estado poderiam deixar de


obrigações cumprir
, com as suas

adoção internacionais através da de uminterno


acto contrarie
que
internacionais das quais suas obrigações derivam
as
negras as .

Está posição assenta todavia , sobre o


pressuposto de os eventuais
, que
conflitos entre normas internas e internacionais tenham de ser resolvidas
através da determinação de qual dos tipos de normas prevalecerá em todos
os casos .

Diminuição da importância da querela


Graças a um relativo enfraquecimento do positivismo e a um retorno
tendencial da doutrina
posições diminuição monistas , houve
importância
a uma na
da
querela .

Além disso , na prática tornou -


se evidente como as consequências entre
o monismo e o dualismo são bens menos significativas do
que pareciam ser .

Isto
porque a maioria das convenções não visa a
produção de efeitos jurídicos
particulares Em são
particulares que
na
esfera dos
geral , invocam
regras
.
os as

conflito
de
juízo em

maioria dos de atritos


normas Assim naEstados
e
invés
.
podem , por isso , fazer surgir
na
aplicação, situações
casos os ,
de
ao
de
procurarem quais regras jurídicas aplicáveis
determinar são
pref erem
as ,
manter disputa discussão sobre fatos plano
estritamente
a na os ou no

político .

Neste enquadramento partir da segunda metade século passado do


começou
, a

afirmar a posição doutrinal alternativa


-
se umapluralismo que , o ,
introduziu uma
flexibilidade na
abordagem , que também fez diminuir a
querela .

Pluralismo jurídico
O pluralismo consiste numa corrente doutrinal
que visa uma articulação não

hierárquica das situações de conflito , por considerar normal até mesmo


enriquecedora
e
concorrência
megaloção qual resulta da existência de
situações
a na , a

que comportamento
sociais em um é lado por duas ou mais ordens
nega
jurídicas Está .
posição evidencia se -
ao
longo da história , nas relações entre
os Estados e a Igreja católica ou
igrejas em geral .

génese das análises pluralistas conterrâneas está a constatação da

análise
frequente sobreposição de comunidades e das respectivas regras incidindo a
sobretudo na
questão do reconhecimento O .
seu
,

âmbito essencial foram


as sociedades pós - coloniais dos anos 60, nas
quais foram estudadas as regras
culturas não tinham
acolhimento derivados das
processos
e os tradicionais
que
legal Essa circunstância
. deu origem percepção colonial de pluralismo
a

jurídico está fase seguiu se a


A
percepção pós colonial , que incidiu sobre as
regras
- -
.

consuetudinárias e sobre outros corpos de produzidas por actores


regras
sociais com
capacidade de criação de normas vinculativas , fora do processo
político .

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