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Doutrina: São as opiniões dos especialistas em Hierarquia entre fontes de direito

determinadas questões jurídicas; orientações


maioritárias sobre determinados assuntos.
Hierarquia das fontes: lei, costume, jurisprudência...

Clarifica modos de produção normativa que são


Hierarquia das normas: art 12/2 cc não há
alcançados de outra forma, não é uma fonte
hierarquia entre normas, leis diferentes, decretos de
imediata de direito, mas sim mediata.
lei etc

A sua valia jurídica é extrínseca, não tem uma


Hierarquia das normas de direito internacional e
autoridade própria, mas tem apenas a
direito interno:: As normas do direito da união
autoridade que a bondade dos seus argumentos
prevalecem sobre a própria constituição 8/4 art cr.
permite. Ninguém está obrigado a seguir uma
O direito da união prevalece sobre a constituição
doutrina como, por exemplo, se tem de seguir a
única e simplesmente se forem respeitados os
lei, por isso se diz que não é determinadamente
princípios fundamentais do estado direito
uma fonte de direito, muito menos uma fonte
democrática. O que revela uma ideia de
imediata, mas tem a importância de ajudar a
entrelaçamento e não de hierarquia
resolver problemas jurídicos pelos tribunais e
muitas vezes pelo próprio legislador.

Em suma: Não há hierarquia entre as fontes de


direito
Fontes de direito: A noção deve ser entendida como fontes de Os 3 principais tipos de experiência jurídica:
juridicidade, não saber onde se releva o direito, como se forma
historicamente e como se justifica, mas como se produz o
direito. Quais são os factos sociais aptas a produzir direito.
Costume: Regras jurídicas que Fontes de direito interno: Estas prendem-se
Deve se saber que: Doutrina- Miguel Nogueira de Brito:
nascem da prática da sociedade. com a experiência jurídica legislativa; a
Esta visão é errada porque não há dúvida que
A noção de fontes podia ser abrangida por todos os experiência jurídica consuetudinária; e, por fim,
emana da ordem social, mas não significa que

inerentes o costume
Existem 2 elementos
factos sociais que fossem aptos a produzir normas num com a experiência jurídica jurisprudencial ou
manifeste o sentido da comunidade, pelo menos Objetivo/material:
sentido geral e abstrato dos tribunais.
enquanto está em uma sociedade constitucional; Prática repetida
A resposta ao problema das fontes não pode ser uma visão centralizada do costume como forma
encontrada no Código Civil- Quando se procuram as privilegiada de manifestação do direito é para Subjetivo: convicção

fontes como modos de produção de normas gerais e MNB errada. No entanto, exprime juridicidade de obrigatoriedade,

abstratas, faz-se porque a Constituição pressupõe um onde realmente exista e onde tenha condições vínculo de que é
jurídica. Lei: Expressão do direito; A ordem jurídica
conceito de norma geral e abstrata. para se formar.
assenta na Constituição. A lei é, sem dúvida, a
principal fonte de direito. A constituição é a
Como se relaciona a lei e o costume?
base do nosso ordenamento jurídico.
Contrário á lei: O costume pode ser contrário à lei; O Constituem a experiência jurídica legislativa a
Externo: se for tomado
costume pode afastar a lei, mas deve distinguir-se o Constituição, as leis, os decretos legislativos do
isoladamente, o que faz
costume que a afasta de uma situação em que há Governo e Regionais, Regulamentos do Governo
uma prática reiterada
desuso da norma legal, mas isto não poem termo à lei e das Autarquias e etc.
numa norma jurídica? Há dificuldades na definição dos
requisitos externos e internos
Conforme á lei: Não há dúvida em aceitá-los; Interno: se há convicção Regulamentos: Normas administrativas, não
que uma norma é aprovados por órgãos de soberania, mas
obrigatória, então esse podem ser aprovados pelo Governo enquanto
Para além da lei: Se a lei for omissa, poderá aceitar-
comportamento tem de órgão que chefia a administração pública. Tem
se.
ser anterior à convicção? de estar subordinada à lei. Uma das principais
classificações é aquela que distingue os
Como sair deste problema?
O costume é uma fonte de direito primária, imediata, tendo o regulamentos com base na lei
mesmo valor que a lei. Não tem o mesmo relevo quantitativo e
Tem de haver uma ideia de valor que justifique a prática reiterada. Se
qualitativo (não trata as questões mais importante do
se pretender explicar o surgimento do costume, deve-se ter em conta
ordenamento jurídico português). Externo: Vinculam Interno: Vinculam a
os dois elementos.
O elemento externo e interno são dois requisitos irredutíveis, todas as pessoas; própria administração;
Código civil: Algumas partes, fala apenas em usos, cujos a lei permitia
não se podem eliminar, não se pode pretender que o costume
a sua prática (artigo 3.º do CC). Há uma série de disposições do
seja apenas vinculado pela prática social. Normas corporativas: São normas de
Código que admite a relevância dos usos. Uma vez fala-se de usos e
Esta implica a convicção de obrigatoriedade constituindo um associações públicas ou privadas
outras de costumes. O costume para se formar não precisa do
nexo do Direito como ordem normativa. As normas da lei sobre
reconhecimento da lei. o costume é fonte imediata, mesmo que o
o costume não devem ser entendidas como as que definem,
Código Civil não o diga. Convenções coletivas de trabalho: há
mas dizem de que maneira é admitido na ordem jurídica.
Uma coisa é aceitar o costume como uma coisa em si mesma, outra é convenções coletivas que são acordos e são
a lei e os tribunais reconhecê-la. O costume é uma fonte de direito verdadeiras normas jurídicas.
imediata independentemente do que a lei diz sobre isso, mas os
tribunais não estão vinculados a apanhar sempre o costume
Precedente: princípio de decisão dos casos
Assentos: previstos no artigo 2 cc. Os Jurisprudência: conjunto das decisões dos tribunais; quando o concretos segundo o qual os tribunais devem
Com a ideia de que os tribunais
assentos era normas criados pelo supremo juiz aplica a lei de forma de forma objetiva e quase seguir as suas decisões anteriores.
são jurisprudência (criam
tribunal de justiça quando houvesse uma automática não se fala de jurisprudência como fonte de Quem decide se um precedente existe ou é
normas) quando a lei o preveja
oposição de julgados, ou seja, quando dois direito, mas é fonte de direito quando o juiz tem de vinculativo são os tribunais posteriores que vão
através de determinados
tribunais superiores tivessem decidido um acrescentar à normatividade jurídica algo que vai para além procurar esses precedentes em decisões casos
mecanismos, chamados
caso semelhante em sentido oposto ia haver do conteúdo da lei. semelhantes.
assentos
um recurso para o supremo tribunal de justiça

Jurisprudência como fonte de direito


que imitam um assento que dizia qual era a É fonte Existem 2 tipos de casos semelhantes:
Se de facto os tribunais desenvolverem um costume
orientação correta, criando assim uma norma de desenvolverem os casos da mesma maneira;
Ratio decidendi: proposições que se apresentam
geral abstrata que passava a ser uma norma
como necessários para fundamentar o resultado
para o futuro.
quando cria normas gerais e abstratas tal como o da decisão, são determinantes.
O artigo 2 cc violava o artigo 112/5 da
ornamento jurídico preveja, neste caso a
constituição. Porque atribuía ao supremo
jurisprudência é fonte de direito que se aproxima da
tribunal justiça o poder de qualificar externa Obtier dictum: considerações pouco
lei;
para no futuro interpretar a lei, originando um significativas quando se trata de procurar um
problema de poderes e sendo inconstitucional, precedente para decisões posteriores em
porque existem precedentes, um sistema como o
daí esse artigo ser revogado virtude do seu carácter contingente na
nosso que não tem precedentes obrigatórios;
perspetiva, não são determinantes.

Devemos aceitar a jurisprudência como fonte de direito?


No passado os assentos eram lei?
A jurisprudência nunca pode ser fonte de direito, só a lei pode ser
fonte de direito e tudo o resto são aplicações da lei. O juiz é a
Sim, porque tinham a forma de norma jurídica e tinham uma vinculação
mera boca que pronuncia as palavras da lei, e a fazer cair o caso
normativa geral, através dos assentos os tribunais resolviam um caso concreto
concreto sobre essas palavras, atrás do silogismo judiciais.
ou a dizer que perante duas conclusões opostas diziam qual devia ser e para o
futuro deviam ser de acordo com esta norma que vou imitir. Essa atitude não é Explicar a jurisprudência como fonte de Muitas vezes o juiz não pode aplicar a norma segundo o silogismo
própria do tribunal direito através dos assentos não é correto. judicial, tendo em conta que há casos que não estão previstos na
Os assentos valem como fonte de direito lei, mas é a lei que compre prever esses casos e não ao juiz, este
Não, os assentos não eram lei, porque apesar de criarem uma norma geral e através dos precedentes subsidiário, ou seja, não pode resolver casos que não se encontrem na lei porque
abstrata o tribunal constitucional também o pode fazer. O argumento não vale se um tribunal indica uma decisão sobre um vivemos num estado constitucional e quem legisla não é o juiz,
grande coisa porque o tribunal elimina uma norma, não a cria caso concreto em que a lei contribui margem mas sim o legislador.
de decisão ao juiz, os tribunais futuros vão O problema é que o juiz não pode deixar de resolver os casos
O supremo tribunal de justiça não tem liberdade para criar assento nem de ter de seguir essa mesma orientação em mesmo que eles não estejam previstos, se o legislador não exerceu
haver uma serie de sobrepostos para dar origem a um assento. O legislador casos futuros, devem de o fazer por uma a sua função de criar uma norma para essas situações, então o juiz
pode criar uma e depois eliminá-la, o tribunal pode criar assentos, mas não o questão de igualdade e segurança jurídica. intervém em segundo plano e se for forçado a isso, para decidir o
podia eliminar.
caso em concreto. (não tem como função criar normas, mas sim
resolver o caso em concreto, caso a decisão vire uma ordem
máxima, não é um problema dele)

É de rejeitar que a verdadeira fonte de direito são os tribunais


porque torna o legislador um mero auxiliar de tribunal e não
respeita a separação de poderes, o legislador cria a lei, o tribunal
aplica a lei.

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