Você está na página 1de 14

Criopreservação (crioplastia)

Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

Índice

1. Abstract..................................................................................... Página 3
2. Introdução.................................................................................... Página 3
3. O que são células estaminais?............................................................. Página 4
4. Onde se localizam as células estaminais no corpo humano?......................... Página 4
5. Preservação das células estaminais...................................................... Página 4
6. Sangue do cordão umbilical............................................................... Página 5
6.1 Transplantes hematopoiéticos....................................................... Página 5
6.2 Vantagens e limitações das células-mães do sangue do cordão umbilical… Página 5
6.2.1 Principais vantagens.......................................................... Página 5
6.2.2 Limitações do sangue do cordão umbilical................................ Página 5
7. Tecido do cordão umbilical ............................................................... Página 6
7.1 Utilização conjunta de sangue e tecido do cordão umbilical em
transplantes alogénicos ....................................................................... Página 6
8. Tecido adiposo .............................................................................. Página 6
9. Medula Óssea................................................................................ Página 6
10. Contextualização histórico-científica.................................................. Página 7
11. Questões éticas............................................................................ Página 8
12. Visão negativa.............................................................................. Página 9
13. Células estaminais e a cura para o AVC................................................ Página 9
14. Conclusão .................................................................................. Página 10
15. Webgrafia................................................................................. Página 11
16. Anexos...................................................................................... Página 12
16.1 Anexo A: Glossário.................................................................. Página 12
16.2 Anexo B: Curiosidades.............................................................. Página 13

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 2


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

1. Abstract
A criopreservação das células estaminais, cuja função é dar origem a células
especializadas, são um recurso para tratamento de várias doenças. Podem ser encontradas
em tecidos neonatais, como o sangue do cordão umbilical que é rico em células estaminais
hematopoiéticas, tal como a medula óssea, e o tecido do cordão umbilical é uma fonte das
células estaminais mesenquimais, como também o tecido adiposo o é. Uma vez retiradas são
criopreservadas em azoto líquido a -196º C.
As células estaminais hematopoiéticas são células multipotentes capazes de produzir
todas as células do sangue e sistema imunitário, já as células mesenquimais têm como
função dar origem a cartilagem, osso e músculo, entre outros tecidos, e a competência de
promover a regeneração de tecidos danificados, regulando o sistema imunitário.
Apesar de serem constantemente levantadas questões éticas sobre este assunto, quer
seja pelo facto de ser uma medicina que não se encontre economicamente acessível a
todos, ou pelo facto de não respeitar os direitos do embrião, desde 1988 até aos dias de
hoje, houve vários casos de sucesso no qual foi possível verificar a importância deste tipo de
células. Como por exemplo, a cura de AVC isquémicos, estudo o qual foi realizado pelo
projeto StrokeTherapy.
Embora haja vários cientistas que se opõem a este tipo de medicina, tendo em conta os
inúmeros casos de sucesso é possível concluir que as células estaminais presentes em diversas
partes do nosso organismo permitem a cura de um conjunto muito alargado de doenças.

Palavras-chave: Criopreservação; Cordão Umbilical; Estaminais; Mesenquimais; Hematopoiética.

2. Introdução
Este trabalho visa dar mais a conhecer sobre as células estaminais e a importância da
sua criopreservação para a cura de doenças raras, sendo este um método pouco conhecido
da medicina, e, assim como fazer com que o leitor considere criopreservar os tecidos
neonatais do seu futuro filho.
Dispõe de uma metodologia que, numa fase inicial, passa por explicar o que são células
estaminais assim como onde se localizam e como preservá-las. Posteriormente iremos
esclarecer a função dos diferentes tipos de células estaminais presentes em diferentes tipos
de órgãos e em diversas partes do corpo humano. De seguida abordaremos uma pequena
contextualização histórico-científica e as questões éticas sobre este tema assim como uma
visão negativa do mesmo.

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 3


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

E, finalmente, um resumo da nossa conferência com um dos investigadores do projeto


StrokeTherapy, o Dr. Lino Ferreira, que veio a providenciar mais informação relevante para o
nosso trabalho.

3. O que são células estaminais?


As células estaminais, ou células mãe, têm a capacidade de dar
origem às células especializadas e atuam no sistema hematopoiético2. Têm
como função a substituição das células que vão morrendo ao longo da vida e
a reparação de tecidos danificados, apresentando, assim, um enorme
potencial para o tratamento de diversas doenças.
As características que distinguem as células estaminais dos outros
tipos de células são:
• Autorrenovação: Capacidade de originarem novas células estaminais; Figura 1 Células mãe

• Proliferação: Capacidade de se dividirem indefinidamente;


• Diferenciação: Capacidade para se transformarem em diferentes tipos de células
especializadas em determinadas funções.
Estas têm diferentes localizações no nosso organismo.

4. Onde se localizam as células estaminais no corpo?


Existem células estaminais em diversos tecidos do nosso organismo, por exemplo na
pele, no cérebro, na medula óssea, no tecido adiposo, no sangue periférico, no fígado e em
tecidos neonatais, tais como o tecido e o sangue do cordão umbilical.
Uma vez retirados, estas últimas são armazenadas a partir da criopreservação.

5. Preservação das células estaminais


O parto é um momento único, no qual se podem colher dois tipos de células estaminais
– as do sangue e as do tecido do cordão umbilical – de forma simples e totalmente indolor
para a mãe e para o bebé. Estas devem ser colhidas no momento do parto, dentro das
primeiras 72h, através da criopreservação.
A criopreservação consiste em conservar as células por longos períodos, em azoto líquido
a -196º C, sem que estas percam a sua viabilidade, podendo ser facilmente descongeladas,
para o tratamento de várias doenças, em caso de necessidade.
Atualmente, as células estaminais dos tecidos neonatais são armazenadas em bancos de
células estaminais durante 25 anos, pois de acordo com os últimos estudos publicados, este é o

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 4


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

período em que a viabilidade celular é assegurada. Porém é provável que estas, devidamente
criopreservadas, se mantenham viáveis durante muito mais tempo (em teoria, para sempre).

6. Sangue do cordão umbilical


O sangue do cordão umbilical é rico em células estaminais hematopoiéticas capazes
de produzir todas as células do sangue e sistema imunitário, sendo assim, multipotentes.
Estas células são, atualmente, usadas em transplantes hematopoiéticos cuja finalidade
é substituir a medula óssea doente ou deficitária de um indivíduo por células estaminais
saudáveis, com o objetivo de regenerar a sua medula óssea.

6.1 Transplantes hematopoiéticos


Apesar de se tratar de doenças raras, são realizados mais de 45 mil transplantes
hematopoiéticos por ano, só na Europa. A maioria dos transplantes é feita com células
estaminais do próprio doente, eliminando problemas de incompatibilidade e rejeição. Nos casos
em que não é possível utilizar células estaminais do próprio, estas devem provir de um dador
compatível, se possível um familiar, para aumentar as probabilidades de sucesso do transplante.
Atualmente, o sangue do cordão umbilical constitui uma fonte de células estaminais
importante no panorama da transplantação hematopoiética a nível mundial, permitindo o
acesso desta opção terapêutica a mais doentes.

6.2. Vantagens e limitações células-mães do sangue do cordão umbilical


As células estaminais do sangue do cordão umbilical têm várias vantagens, mas também
limitações, comparativamente à medula óssea e ao sangue periférico.

6.2.1. Principais vantagens:


• Maior probabilidade de sucesso na compatibilidade entre dador e doente;
• Menor risco de ocorrência de uma complicação grave que pode surgir após um
transplante hematopoiético: doença do enxerto contra hospedeiro (DECH)3;
• Disponibilidade imediata das células criopreservadas para transplantação;
• O sangue do cordão umbilical é facilmente colhido após o parto.

6.2.2. Limitações do sangue do cordão umbilical:


• O número de células estaminais depende do volume de sangue existente no cordão
umbilical sendo, por isso, limitado;

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 5


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

• Maior tempo de recuperação hematológica após o transplante, quando comparado com


a medula óssea ou o sangue periférico. Este facto deve-se ao menor número de células
estaminais no sangue do cordão umbilical.
Uma vez estudado o potencial das células estaminais presentes no sangue do cordão umbilical,
é também necessário analisar as características do tecido deste.

7. Tecido do cordão umbilical


Ao contrário do sangue, o tecido do cordão umbilical é muito rico em células estaminais
mesenquimais. Estas têm a capacidade de dar origem a cartilagem, osso e músculo, entre outros
tecidos, e a competência de promover a regeneração de tecidos danificados, regulando o
sistema imunitário. Tais características tornam possível o tratamento de diversas doenças,
nomeadamente de caráter autoimune4.

7.1 Utilização conjunta de sangue e tecido do cordão umbilical em transplantes


alogénicos
As células do tecido do cordão umbilical podem ser transplantadas em conjunto com
as do sangue deste e/ou da medula óssea, com o objetivo de reduzir as complicações dos
transplantes hematopoiéticos alogénicos (com células de um dador). Uma vez que estas têm
a capacidade de acelerar a recuperação do sistema imunológico após o transplante.

8. Tecido adiposo
O tecido adiposo é um tecido conjuntivo especializado cujas
principais funções são armazenar energia, proteger os órgãos e
contribuir para o perfil endócrino5 do organismo.
Este tecido é formado a partir das células mesenquimais que,
Figura 2 Imagem microscopia do
assim como as do tecido do cordão umbilical, são capazes de atingir tecido adiposo

locais lesionados e desempenhar um papel importante a nível da regeneração dos tecidos e de


modular a resposta imune pela secreção de moléculas intervenientes nos diferentes mecanismos
fisiológicos.

9. Medula Óssea
A medula óssea é o tecido que existe dentro de alguns ossos constituído por células
estaminais hematopoiéticas, fibroblastos, células adiposas e vasos sanguíneo cuja função é
produzir as células do sangue.

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 6


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

As células estaminais podem ser extraídas da medula óssea


do próprio doente e, seguidamente, cultivadas em unidades
especializadas para realização de terapia celular. No caso do
individuo possuir alguma doença que afete a medula óssea,
havendo diminuição da produção de células-mãe, é necessário o
transplante com células saudáveis de um dador compatível.
Esse procedimento não é uma cirurgia e sim mais
semelhante a uma transfusão de sangue, designa-se transplante
Figura 3 Medula Óssea no adulto e na
de medula, ou de células estaminais. Tendo como principais criança

objetivos do transplante a cura ou a remissão mais duradoura da


doença, assim como o prolongamento e melhoria da qualidade de vida. Estes resultados
dependem muito do tipo de doença que o motivou e felizmente são cada vez mais
prometedores.
Com o decorrer dos anos tem ocorrido uma evolução positiva nesta área da medicina.

10. Contextualização histórico-científica


O termo “células estaminais” apareceu pela primeira vez quando o cientista
germânico Ernst Haeckel usou essa expressão para descrever um ovo fertilizado que se
tornou um organismo e para descrever células que dão origem a outras células.
Em 1953, E. Donnall Thomas, um físico-cientista realizou a primeira tentativa de
transplante de medula óssea. Após 15 anos, em 1968, realizou-se o primeiro transplante de
sucesso de medula óssea, no qual o paciente em questão conseguiu viver uma vida saudável.
O primeiro transplante com células de um dador ocorreu em 1988 num rapaz com 5
anos de idade com Anemia de Fanconi6: a sua mãe estava grávida de uma menina saudável
que se sabia, antes do nascimento, ser compatível com o irmão. O cordão umbilical da irmã
foi, então, colhido e criopreservado, de onde depois foram extraídas as células estaminais
para serem transplantado para o irmão. Um ano mais tarde, o organismo deste era
praticamente 100‰ constituído por células transplantadas, sendo assim, um caso de sucesso.
Em 1991, o primeiro banco público foi estabelecido nos EUA onde, dois anos mais
tarde, ocorreu o primeiro transplante das células estaminais numa criança de 4 anos com
leucemia7. Após este e mais casos de sucesso as doações e a criopreservação do sangue e
do tecido do cordão umbilical tornaram-se mais comuns.
Em Portugal, o primeiro transplante de medula óssea foi feito em 1990 no IPO de
Lisboa a uma criança de 6 anos e foi um sucesso. Já o primeiro transplante com células

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 7


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

estaminais do sangue do cordão umbilical realizado em Portugal foi em 2007, no IPO do


Porto, numa criança de 14 meses que sofria de Imunodeficiência Combinada Severa8, no
qual foi transplantado com as células estaminais embrionárias do irmão.
Todos os casos de sucesso, vieram a clarificar que o sangue do cordão umbilical é uma
fonte segura e efetiva de células estaminais para transplantação, contudo, durante todo
este período, as questões éticas foram bastante discutidas.

11. Questões éticas


A utilização de células estaminais na investigação biomédica permitirá desenvolver
novas terapêuticas para inúmeras doenças incuráveis. Contudo, essa averiguação levanta
grandes problemas éticos relacionados com a doação e manipulação de embriões.
Os dilemas éticos colocados pela utilização de células estaminais embrionárias estão
intimamente relacionados com o estatuto do embrião, desempenhando o conceito de
“pessoa” evidentemente um papel primordial nesta questão. Os defensores desta posição
consideram a possibilidade de utilizar células estaminais adultas para atingir os mesmos fins
que se pretenderiam alcançar com as células estaminais embrionárias. Para além disso,
alguns opositores às experiências em células estaminais entendem que a investigação com
estas células se insere numa medicina que não se encontra economicamente acessível a
todos. Outros entendem que estamos claramente para além da noção mais abrangente de
terapêutica, e que se estão a reviver os mitos da eterna juventude e da recusa em
envelhecer, excedendo os limites da natureza humana.
Para os defensores da utilização de embriões humanos, a obtenção de células
estaminais embrionárias, não é incompatível com o respeito e a proteção que merece o
embrião humano, desde que se garantam condições e requisitos de desenvolvimento da
investigação de acordo com as distintas convenções internacionais.
Todavia, todas essas questões éticas levaram a que alguns investigadores a não sejam
totalmente a favor desta medicina inovadora.

12. Visão negativa


O cientista e médico português Manuel Sobrinho Simões escreveu, em 2010, uma tese
para a revista Lisboa: BabeI, copo 2010, no qual expôs a sua visão perante este tema
polémico.
Para este, a criopreservação das células estaminais embrionárias é uma clonagem
terapêutica. Esta é idêntica à clonagem reprodutiva com a diferença de que o processo é

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 8


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

interrompido a partir do momento em que o embrião fornece as células estaminais, sendo


que, para o médico, “O verbo interromper utiliza-se no contexto da clonagem terapêutica
para evitar a crueza do verbo "matar"”.
Nessa perspetiva, a clonagem terapêutica tratar-se-ia de algo em que a vida humana
seria instrumentalizada de forma inaceitável, no qual o embrião seria visto como um fim
utilitário e não como uma vida.
Contudo, e tal como o médico afirma, “(...) os benefícios que podem resultar (e
estão já a resultar...) para a humanidade da clonagem terapêutica justificam a sua
utilização em medicina.”. Uma dessas provas é o projeto StrokeTherapy que visa estudar o
impacto das células estaminais na cura do AVC.

13. Células estaminais e a cura do AVC


Com base numa notícia que foi publicada no website da Crioestaminal entrámos em
contacto com um dos investigadores, o Dr. Lino Ferreira, que nos explicou o procedimento,
assim como alguns resultados, do projeto StrokeTherapy do qual fez parte.
O ensaio clínico do estudo em questão consiste em pacientes que tenham AVC na fase
aguda9 (grupo I) ou na fase subaguda10 (grupo II) no qual a terapia comum não resultaria,
sendo por isso elegíveis para este tratamento experimental. Existe também um grupo de
controlo no qual se verifica as alterações dos pacientes que não ficaram sujeitos a tal
terapia de modo a avaliar se é, ou não, um tratamento viável.
Antes de iniciar este tratamento, o individuo é avaliado funcionalmente.
Posteriormente, é iniciada a terapia no paciente. Esta consiste na extração de células
hemopáticas da medula óssea do próprio, que são sorteadas, marcadas, processadas e
isoladas de modo que apenas as células CD34+11 sejam futuramente transplantadas por um
cateter para a zona lesada do cérebro. Logo após a cirurgia é realizada uma ressonância
magnética de modo a avaliar a zona de enfarte cerebral antes da ação das células CD34+.
Ao fim de 90 dias os sujeitos realizam o mesmo exame.
Do ponto de vista mecânico, as células estaminais, não só segregarem fatores
neurotróficos que ajudam na sobrevivência de células cerebrais, salvando-as após acidente
isquémicos, como também, em alguns casos, podem contribuir para a formação de novos
vasos cerebrais, substituindo os antigos, contribuindo para uma melhor circulação sanguínea
da parte lesada.
Este projeto é uma parceria da Crioestaminal, que faz a extração e seleção das
células CD34+, com o centro hospitalar da universidade de Coimbra, que faz a triagem dos

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 9


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

pacientes que serão elegíveis para este tratamento e realiza o transplante das células
estaminais nos doentes juntamente com as ressonâncias magnéticas, e com o Hospital
Francisco Pais, onde ocorre a monotorização dos doentes e tratamentos de fisioterapia.
O transplante de células estaminais é um tratamento adjacente ao convencional para
doentes que sofreram AVC. Em todos os casos experimentais no qual o paciente é submetido
a ambos os tratamentos, tendem a ser casos de sucesso, em que o individuo consegue
recuperar grande parte da sua mobilidade, se não toda.
Sobre as questões de incompatibilidade, o cientista respondeu que, de forma
limitada, quando existe a possibilidade de um doente precisar de um transplante de células
estaminas, já existe uma triagem inicial de modo a restringir a lista de pessoas com qual o
doente poderá ser compatível. Contudo, concluiu explicando que o futuro da ciência visa a
evoluir para terapias que recorrem à reprogramação celular para doenças mais complicadas
em que a incompatibilidade não é um problema.

14. Conclusão
Em síntese, o nosso corpo possuí dois tipos de células estaminais, as hematopoéticas e
as mesenquimais, em diferentes partes do corpo humano e em tecidos neonatais. Assim
sendo, e apesar de as células estaminais da medula óssea terem menos problemas de
incompatibilidade e serem autossuficientes, sendo por isso mais aptas para transplantes
autólogos (com células do próprio doente), é cada vez mais aconselhável a criopreservação
das células estaminais dos tecidos neonatais, visto que, caso seja necessário um transplante
hematopoiético é evitado a que o doente seja sujeito a mais uma cirurgia.
Concluindo, a criopreservação das células estaminais permite o tratamento de um
conjunto alargado de doenças, levando-nos à expectação de um futuro de uma ciência
melhor e mais bem-sucedida.

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 10


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

15. Webgrafia
https://advancecare.pt/para-si/blog/artigos/a-importancia-de-guardar-as-celulas-
estaminais-do-cordao-umbilical (28/11/21 às 19:10)
https://bebevida.com/celulas-estaminais/o-que-sao/ (28/11/21 às 17:17)
https://www.biocompare.com/pfu/111694/soids/2263444/Cells_and_Microorganisms/CD34
_Cells (17/12/2021 ás 17:40)
https://celulas-estaminais.info/pt/fontes-de-celulas-estaminais-
2/?gclid=Cj0KCQiA7oyNBhDiARIsADtGRZZV2Ns7S_-FIOIydzLJ55rcX5N6eAx-H-
StFH06sPIuYxzZfA3COaYaAoedEALw_wcB (28/11/21 às 17:15)
https://www.crioestaminal.pt/ (28/11/21 às 16:35)
https://www.crioestaminal.pt/blog/celulas-estaminais-mesenquimais-propriedades-e-
potencial-terapeutico/ (28/11/21 às 16:54)
https://www.crioestaminal.pt/celulas-estaminais_/ (28/11/21 às16:35)
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/tecido-adiposo (26/11/21 às 23:45)
http://nicsaude.com/assets/sistema_hematopoietico.pdf (17/12/2021 às17:36)
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/43465/1/MICF_Raquel_Miranda.pdf (18
/12/2021 às 18:40)
https://www.apcl.pt/pt/doencas-do-sangue/transplante-de-medula-e-celulas-estaminais
(29/11/2021 às 18:09)

Notícia da crioestaminal: https://www.crioestaminal.pt/blog/vitima-de-avc-recupera-


mobilidade-apos-tratamento-com-celulas-estaminais-do-cordao-umbilical/ ( 17/12/2021 ás
17:50)
Artigo da visão negativa do médico Manuel Sobrinho Simões: https://www.instituto-
camoes.pt/images/stories/tecnicas_comunicacao_em_portugues/ciencias_da_vida/Ciencias
%20da%20Vida%20-%20Sim%20ou%20nao%20a%20colonagem.pdf (28/11/2021 às 17:40)
Artigo publicado sobre as questões éticas da criopreservação dos tecidos neonatais:
https://revistas.ulusofona.pt/index.php/rlcmv/article/view/1116/925 (18 /12/2021 às
19:10)

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 11


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

16. Anexos:
a. Anexo A: Glossário

1
AVC - O acidente vascular cerebral resulta da lesão das células cerebrais, que morrem ou
deixam de funcionar normalmente.

2
Sistema hamatopoiético: Hematopoiese é o processo de formação, desenvolvimento e
maturação dos elementos do sangue a partir de um precursor celular comum e
indiferenciado chamado de célula hematopoiética

3
DEVH – A doença do enxerto versus hospedeiro é decorrente de uma reação imunológica
das células do doador contra anticorpos específicos do recetor que pode ocorrer após
transplantes alogénicos (com células provenientes de um doador).

4
Doença autoimune - Uma doença autoimune é um mau funcionamento do sistema
imunológico, levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos.

5
Sistema endócrino - O sistema endócrino é constituído pelas diversas glândulas endócrinas
que secretam diferentes hormonas que atuam em várias partes do organismo, garantindo
seu funcionamento adequado.

6
Anemia de Fanconi - A anemia de Fanconi é uma doença hereditária rara que se apresenta
na criança, caracterizada pelo surgimento de malformações congênitas, observadas no
nascimento, falência progressiva da medula óssea e predisposição ao cancro.

7
Leucemia - A leucemia é um tipo de cancro que afeta os leucócitos, células de defesa do
organismo. Esta doença tem início na medula óssea e espalha-se pelo corpo através do
sangue, impedindo a produção de glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos.

8
Imunodeficiência Combinada Severa - Doença rara, caracterizada por deficiências no
sistema imunitário.

9
AVC na fase aguda – É quando este está nos 5 dias inicias.

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 12


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

10
AVC na fase grave – É quando este está entre a primeira semana e os 3 meses.

11
Células CD34+ - As células CD34 + são encontradas principalmente no sangue, cordão
umbilical e medula óssea, mas não se limitam a esses tecidos. Embora a função específica
do CD34 ainda não tenha sido elucidada, ele é considerado um marcador de células-tronco
hematopoiéticas (HSC) e células progenitoras hematopoiéticas.

16.2 Anexo b: Curiosidades:


A. Covid e as células estaminais:

Administração de células estaminais associada a menor incidência de complicações


respiratórias
Publicados na revista científica Signal Transduction and Targeted Therapy, os dados
confirmam a segurança do procedimento e fornecem evidências, ainda que não conclusivas,
sobre a sua eficácia. Entre 27 de janeiro e 30 de março de 2020, dezoito doentes
hospitalizados com COVID-19 moderada e severa foram recrutados para participação no
estudo. Nove doentes foram alocados ao grupo de tratamento, ao qual foram
administradas três infusões de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical,
e os restantes nove foram alocados ao grupo controlo, que não recebeu células. Ambos os
grupos receberam tratamento standard para a COVID-19. Os dois grupos apresentaram uma
distribuição homogénea em termos de sexo, idade e características clínicas dos participantes,
tendo sido incluídos, em cada grupo, 5 participantes com doença moderada e 4 com doença
severa.
O tratamento foi considerado seguro e bem tolerado, sem registo de reações adversas
graves decorrentes da infusão de células estaminais do cordão umbilical. Todos os
participantes no estudo recuperaram da infeção e tiveram alta durante o período de
seguimento, não se tendo observado diferenças na duração da hospitalização entre os doentes
dos dois grupos. Embora o pequeno número de participantes não permita tirar conclusões
relativamente à eficácia, a administração de células estaminais mesenquimais do cordão
umbilical esteve associada a uma menor incidência de complicações respiratórias nestes
doentes. Enquanto que, no grupo controlo, cinco doentes sentiram falta de ar, no grupo de
tratamento esse sintoma foi observado em apenas um doente. Para além disso, no grupo de
tratamento, verificou-se a necessidade de ventilação mecânica em apenas um doente, ao passo
que, no grupo controlo, quatro doentes necessitaram deste tipo de apoio respiratório.

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 13


Criopreservação das células estaminais Escola Secundária da Amadora

O estudo incluiu, ainda, a monitorização dos níveis de interleucina-6 (IL-6) no sangue,


uma molécula pro-inflamatória associada à progressão da COVID-19 para estados graves.
Em quatro doentes do grupo de tratamento com valores de IL-6 inicialmente elevados,
verificou-se uma diminuição neste parâmetro, três dias após o tratamento, que se manteve
estável nos 4 dias seguintes. Notavelmente, o doente com valor de IL-6 inicial mais elevado foi
também o que registou a diminuição mais acentuada, sugerindo que esta possa ser a população
de doentes com maior potencial para beneficiar desta terapia.
Os resultados favoráveis obtidos neste ensaio de fase 1 motivaram o início de um ensaio
clínico de fase 2/3, envolvendo 90 doentes e múltiplos centros de tratamento. Outros ensaios
clínicos encontram-se atualmente em curso para avaliar a eficácia da utilização de células
estaminais mesenquimais no tratamento de COVID-19 grave e o seu uso compassivo foi já
aprovado pela agência reguladora americana FDA

Beatriz Marques nº 6 | Ruama Félix nº 18 | Vânia Ying nº20 | Turma: 12º6 14

Você também pode gostar