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Luisa Domingos Luis Sande

Tema: Vícios do Acto Administrativo

Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos com Habilitações de Higiene e


Segurança no Trabalho

Universidade Púngue

Extensão de Tete

2022

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Luisa Domingos Luis Sande

Tema: Vícios do Acto Administrativo

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Direito Administrativo, a ser
entrgue no departamento de ciencias
sociais, leccionado no Curso de
Recursos Humanos, regime pós-laboral.

Docente: dr. MSC Roberto Cândido Anselmo

Universidade Púngue

Extensão de Tete

2022

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Índice

1. Introdução ....................................................................................................................................... 4
1.1. ...................................................................................................................................................... 5
Objectivos ........................................................................................................................................... 5
1.1.1. ................................................................................................................................................... 5
Geral.................................................................................................................................................... 5
1.1.2. ................................................................................................................................................... 5
Específicos .......................................................................................................................................... 5
1.2.Metodologia .................................................................................................................................. 5
3.Vícios do acto administrativo .......................................................................................................... 6
3.1.Usurpação de poder....................................................................................................................... 6
3.1.1.Incompetência ............................................................................................................................ 6
3.1.2.Vícios de forma .......................................................................................................................... 7
3.1.3.Desvio de poder ......................................................................................................................... 7
3.1.4.Violação da lei ........................................................................................................................... 7
4.As Formas de Invalidade dos vícios do Acto Administrativo.......................................................... 9
4.1.A Nulidade .................................................................................................................................... 9
4.2.A Anulabilidade ............................................................................................................................ 9
4.Conclusão....................................................................................................................................... 11
5.Référencias bibliográficas .............................................................................................................. 12

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1. Introdução

O presente trabalho objetivou apresentar os vícios administrativos cometidos no


desempenho das atribuições, na medida em que as funções são desempenhadas dentro de um
ambiente de descontrole de falta de império de atitudes corretivas e punitivas aos desvios
cometidos pelos agentes administrativos. Verificar os diversos elementos do ato
administrativo, seus atributos para uma noção bem ampla sobre o assunto e, principalmente,
verificar a aplicação da discrícionariedade para os casos em que a própria lei já prevê o uso
do poder discricionário em atendimento da finalidade pública, apreciando os critérios de
oportunidade e conveniência. A noção sobre tais limites é colocada através de diversos
esclarecimentos, através de exposições didáticas. Há, por conseguinte, a necessidade de
estabelecermos tais noções, de repassarmos algumas definições, de colocarmos os
profissionais da área administrativa governamental conscientes das suas atribuições, De sua
competência. Pois, todos os procedimentos administrativos dentro de um Estado de Direito
devem necessariamente obedecer ditames legais em todos os seus passos, as atitudes não
comportam arbitrariedades, desmandos, desvios, que são condutas que caracterizam
procedimentos próprios de países onde os direitos não são respeitados. A prática
administrativa vem sendo paulatinamente colocada dentro dos trilhos da legalidade, a
despeito de depararmos com casos noticiados que geram profunda preocupação. Por fim a
questão cultural é um dos aspectos que repercutem na conduta do administrador, que acaba
confundindo a noção de poder para o desempenho das suas atividades.

Este tema foi escolhido entre vários outros temas apresentados por considerar que a
matéria sobre os vícios do acto administrativo é de grande importância para a disciplina de
Direito Administrativo, assim irei falar sucintamente considerando os aspectos mais
importantes do tema.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Avaliar os impactos dos vícios de acto administrativo.

1.1.2. Específicos

 Conceituar alguns vícios do acto administrativo;


 Identificar as características de cada vício do acto administrativo;
 Indicaras situações do vício de incompetência; e
 Descrever os exemplos dos vícios do acto administrativo.

1.2.Metodologia

Para a concretização dos objectivos específicos deste trabalho utiliza-se como


metodologia a pesquisa bibliográfica, pois o presente trabalho de pesquisa foi meramente de
revisão de literatura. Esta pesquisa bibliográfica assentou-se também em manuais, artigos
técnicos. O tipo de pesquisa utilizado neste presente trabalho foi o descritivo, pois o que se
pretende é descrever os vícios do Acto Administrativo.

A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a seguinte: efectuou-se uma pesquisa
bibliográfica, através da consulta de manuais, que abordam assuntos ligados ao direito,
direito administrativo, administração pública, administração pública em Moçambique e Actos
Administrativos, fez-se também a consulta de artigos científicos, teses, dissertações,
monografias, pesquisas científicas, mais algumas explanações e definições de conceitos
importantes utilizados durante a pesquisa desse trabalho, e por outro lado foi feita a pesquisa
na internet como forma de conhecer as actuais abordagens acerca dos Vícios do Acto
Administrativo.

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3.Vícios do acto administrativo

Existem cinco vícios do acto administrativo a saber: a usurpação de poder, a


incompetência, o vício de forma, o desvio de poder e a violação da lei.

3.1.Usurpação de poder

Usurpação de poder - é um vício pelo qual um órgão da administração pública exerce,


sem estar habilitado, uma outra função do Estado que não a função administrativa. Trata-se
de uma violação do princípio da separação de poderes.

3.1.1.Incompetência

A incompetência refere-se a situações em que um órgão da administração pratica um acto


administrativo sem que qualquer norma legal lhe atribua a competência para tal.

Consequência directa do princípio da reserva de lei. Esta incompetência pode ser absoluta
ou relativa. Na relativa o acto está viciado apenas pela falta de competência do seu autor. Na
absoluta o vício advém de este ser estranho às atribuições da pessoa colectiva, esta verifica-se
em três situações:

1a Situação

Quando o órgão legalmente competente para a prática do ato pertence a uma pessoa
colectiva diferente àquela a que pertence o autor do ato;

2a Situação

Quando o órgão legalmente competente para a prática do ato pertence à mesma pessoa
colectiva daquela que pertence o autor do ato mas a uma unidade de atribuições diversa;

3a Situação

Quando o poder exercido pelo órgão que praticou o acto não é legalmente cometido a
órgão nenhum, extravasando as atribuições da unidade em que se insere.

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3.1.2.Vícios de forma

Nos vícios de forma, são afectados os actos administrativos praticados com desrespeito
dos seus requisitos objectivos formais de legalidade.

Existem duas modalidades:

o vício de forma por preterição de forma legal, e;


o vício de forma por preterição de formalidades essenciais.

Por exemplo um acto sobre forma oral para o qual a lei exige forma escrita.

3.1.3.Desvio de poder

O desvio de poder é um vício funcional, decorrendo da preterição de requisitos de


legalidade que respeitam ao fim e aos motivos dos actos administrativos.

Existe desvio de poder apenas quando o motivo principalmente determinante de um acto


administrativo não visa a prossecução do fim legal.

Pode assumir duas formas:

desvio de poder por motivo de interesse privado, e;

por motivo de interesse público.

Por exemplo uma autorização de construção emitida a troco de uma oferta patrimonial ao
titular do órgão emissor do ato.

3.1.4.Violação da lei

Na violação da lei não é abrangida toda e qualquer violação da lei, visto que todo o vício
de ato administrativo implica violação da lei. É necessário conteúdo essencial que respeita a
ilegalidades objectivas materiais dos actos administrativos.

É, portanto, um vício em que incorrem os actos administrativos que desrespeitem


requisitos de legalidade relativos aos pressupostos de facto, ao objecto e ao conteúdo.

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Padecem de violação de lei os actos administrativos ilegais cuja ilegalidade não se possa
reconduzir a qualquer dos outros vícios. Existem assim um critério positivo e um negativo
para identificação do vício.

Por exemplo uma requisição de um prédio que não existe.

Como consequência da sua ilegalidade os actos administrativos são normalmente


inválidos. A invalidade do ato administrativo está regulada fundamentalmente nos artigos
133º a 136º do CPA, que se referem nulidade e à anulabilidade. Existem, no entanto, outras
disposições relevantes na matéria.

O artigo 133º do CPA contém um elenco geral das situações de nulidade:

a) Critério geral de nulidade: falta de elementos essências – 133º/1;

b) Actos viciados de usurpação de poder – art.133º/2,B);

c) Incompetência absoluta – art.133º/2,B);

d) Impossibilidade, ininteligibilidade e criminalidade do objecto e do conteúdo – art-


133º/2,C);

e) Violação do conteúdo essencial de um direito fundamental – art.133º/2,D).

Um acto administrativo é ininteligível quando a sua interpretação não permita apurar


quais os efeitos que visa produzir ou qual a realidade sobre a qual pretende incidir.

Por exemplo o ato que homologa dois pareceres contraditórios no decurso do


procedimento.

A expressão “actos administrativos que impliquem a prática de um crime” tem que ser
objecto de interpretação extensiva devido a não estarem em causa apenas as situações em que
está em causa um acto administrativo que em si preenche um tipo penal, mas todas aquelas
em que o acto administrativo envolva na sua preparação ou execução a prática de um crime.

Por exemplo um ato administrativo de conteúdo difamatório para o seu destinatário.

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4.As Formas de Invalidade dos vícios do Acto Administrativo

4.1.A Nulidade

A nulidade é a forma mais grave da invalidade e tem os seguintes traços característicos (Artº
134ºCPA):

 se mesmo assim a Administração quiser impor pela força a execução de um acto nulo,
os particulares têm o direito de resistência passiva (Artº 21º CRP);

 um acto nulo pode ser impugnado a todo o tempo, isto é, a sua impugnação não está
sujeita a prazo;

 o acto nulo é totalmente ineficaz desde o início, não produz qualquer efeito;

 a nulidade é insanável, quer pelo decurso do tempo, quer por ratificação, reforma ou
conversão;

 os particulares e os funcionários públicos têm o direito de desobedecer a quaisquer


ordens que constem de um acto nulo;

 o pedido de reconhecimento da existência de uma nulidade num acto administrativo


pode ser feito junto de qualquer Tribunal, e não apenas perante os Tribunais
Administrativos.

4.2.A Anulabilidade

A anulabilidade é uma forma menos grave da invalidade e tem características contrárias às da


nulidade (Artº 136º CPA):

 O acto anulável, embora inválido, é juridicamente eficaz até ao momento em que


venha a ser anulado. Enquanto não for anulado é eficaz, produz efeitos jurídicos como
se fosse válido – o que resulta da “presunção de legalidade” dos actos
administrativos;

 A anulabilidade é sanável, quer pelo decurso do tempo, quer por ratificação, reforma
ou conversão;

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 O acto anulável é obrigatório, quer para os funcionários públicos, quer para os
particulares, enquanto não for anulado.

 Consequentemente, não é possível opor qualquer resistência à execução forçada de


um acto anulável. A execução coactiva de um acto anulável é legítima, salvo se a
respectiva eficácia for suspensa;

 O acto anulável só pode ser impugnado dentro de um certo prazo que a lei estabelece
(art. 28º LPTA);

 O pedido de anulação só pode ser feito perante um Tribunal Administrativo, não


pode ser feito perante qualquer outro Tribunal;

 O reconhecimento de que o acto é anulável por parte do Tribunal determina a sua


anulação. A sentença proferida sobre um acto anulável é uma sentença de anulação,
enquanto a sentença proferia sobre o acto nulo é uma declaração de nulidade.

 A anulação contenciosa de uma tem efeitos retroactivos: “tudo se passa na ordem


jurídica, como se o acto nunca tivesse sido praticado”.

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4.Conclusão

A fim de responder aos objectivos propostos, concluo que os vícios acto administrativo:
são os praticados no exercício da função administrativa, no exercício do direito público, e
ensejando a manifestação de vontade do Estado. É uma manifestação da vontade funcional
apta a gerar efeitos jurídicos, produzida no exercício da função administrativa.

Os vicios do acto administrativo revelam nitidamente a existência inicial de cinco vícios


necessários à sua formação, a saber: a usurpação de poder, a incompetência, o vício de forma,
o desvio de poder e a violação da lei.

A classificação dos vícios do acto administrativo não é uniforme entre os publicistas,


dada a diversidade de critérios que podem ser adoptados para seu enquadramento em espécies
ou categorias afins.

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5.Référencias bibliográficas

Dalloz, Répertoire de Droit Public et Administratif, tomo I, Paris, Jurisprudence Générale


Dalloz, 1958, págs. 10 e 11.

Fonseca, A. S. (2014). Actos administrativos / Albérico Santos Fonseca. – João Pessoa,


PB: [s.n].1. 13 p.

Ramalho, F. R. (2007). Actos administrativos: conceito, estrutura, objecto e conteúdo.


Trabalho para a disciplina de Direito Administrativo, curso de Licenciatura em Ciência da
Informação, Faculdade de Letras – Universidade do Porto, 9 p.

Régimen de Impugnación de los Actos Administrativos", Instituto de Estudos Políticos,


Madrid, 1956, págs. 98 e 99.

SOUSA, Marcelo Rebelo de; MATOS, André Salgado de; Direito Administrativo Geral,
Tomo III (2007); Publicações Dom Quixote.

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