Você está na página 1de 3

Por que trabalhar a educação

empreendedora no âmbito da gestão


escolar
Geralmente, quando se fala em educação empreendedora, o discurso volta-se ao
desenvolvimento dos estudantes e ao esforço dos educadores para promover situações
pedagógicas que mobilizem competências empreendedoras e contribuam para a
formação de crianças, adolescentes e jovens mais criativos, colaborativos, inovadores e
capazes de tirar seus projetos pessoais, acadêmicos e profissionais do papel. Mas a
gestão escolar também pode se beneficiar dos princípios da educação empreendedora
e tê-la como um norte para a atuação de diretores e coordenadores pedagógicos.
Nesta etapa mostraremos de que forma isso acontece. 

Os gestores escolares e a BNCC

Desde a homologação da BNCC, em 2017, os gestores escolares seguem com a


importante e desafiadora tarefa de fazer com que as orientações desse documento
aterrissem na escola, sempre articuladas aos currículos municipais e estaduais e às
demais orientações das redes e conselhos de ensino. No vídeo a seguir, falaremos um
pouco mais sobre como o gestor pode potencializar sua atuação na implementação da
BNCC na escola: 

Eliane traz três passos importantes para os gestores escolares trabalharem de maneira
empreendedora na implementação da BNCC:

1. Atualização do Projeto Político-Pedagógico da escola: É importante que o PPP


contemple conceitos e objetivos alinhados à BNCC, como o compromisso com a
educação integral, de maneira articulada às demandas da escola e da comunidade.

2. Garantir tempos e espaços de formação continuada dos professores: Para que eles
possam aprimorar suas práticas pedagógicas tendo como foco o desenvolvimento de
competências e habilidades e utilizem metodologias e estratégias de ensino que
promovam o protagonismo dos estudantes.

3. Criar oportunidades de diálogo entre gestores e docentes: Em clima de confiança e


parceria, diretores, coordenadores e professores podem se debruçar sobre os principais
desafios e questões da escola, planejando soluções coletivamente.

Nesse processo, na perspectiva de promover uma cultura escolar empreendedora, cabe


aos gestores orientarem e mediarem processos que envolvam professores, estudantes
e demais setores da comunidade escolar: uma tarefa que exige responsabilidade,
planejamento, colaboração, a capacidade de identificar e resolver problemas, e que se
beneficia muito se, junto a tudo isso, o gestor também mobilizar traços de criatividade
e inovação. 
As competências empreendedoras dos gestores 
Ter uma postura mais empreendedora no cotidiano da gestão escolar não é algo
impossível de fazer. Está relacionado a reforçar a importâncias de práticas recorrentes
do trabalho dos gestores, garantindo um cuidado especial a alguns de seus aspectos.

Nas próximas etapas, vamos relacionar tudo que conversamos até aqui com exemplos
e dicas práticas. Nosso foco será, sobretudo, no projeto institucional, instrumento tão
importante para que os gestores engajem a comunidade escolar em processos de
resolução de problemas.

Para começar, que tal  conhecer e refletir sobre o trabalho da coordenadora


pedagógica Joice Lamb, uma das ganhadoras do Prêmio Professor Nota 10 em 2019?

Joice desenvolveu, na EMEF Profª Adolfina J. M. Diefenthäler, em Novo Hamburgo (RS),


o projeto “#aprenderecompartilhar – Escola inovadora”. Não se trata de um projeto
que se vincula à educação empreendedora, porém, como você vai perceber, vários dos
aspectos que discutimos até aqui estão presentes.

O convite é para que você leia e assista aos materiais indicados a seguir. A partir deles,
liste ao menos três aspectos da educação empreendedora mobilizados por Joice Lamb
e explique como eles se concretizam nas ações realizadas na escola. 

 2019 | Versão completa - Joice Lamb | Prêmio Educador Nota 10

 Vitória da Construção Coletiva | Prêmio Educador Nota 10

Link: https://premioeducadornota10.org/os-10-vencedores/joice-lamb/ 

Vamos analisar o exemplo? Verificar quais aspectos se relacionam com a educação


empreendedora? 

 Resolução de problemas: A gestora foi protagonista não só ao identificar


desafios importantes da unidade escolar (como defasagem idade/série,
reprovação), mas, sobretudo, por compreender que o problema não era a falta
de esforço dos profissionais da escola, e sim, a demanda por um
direcionamento claro para resolvê-los.

 Inovação: A própria gestora identifica a inovação em seus projetos, mas ela não
se explica pelo desenvolvimento de ações e projetos completamente novos.
Pelo contrário: são feiras de iniciação científica, iniciativas de gestão
democrática e processo que favorecem a autoria de professores e estudantes.
Projetos como esses não são raros, mas a principal inovação foi concebê-los
como ações articuladas para solucionar problemas específicos da escola e de
sua comunidade. Entende-se, portanto, que iniciativas pontuais, que não
envolvem e mobilizam a comunidade escolar e que não têm objetivos claros
podem não ser suficientes para gerar as transformações desejadas.
 Projetar e planejar: Ao explicar por que o projeto ganhou destaque na
premiação, destaca-se o trabalho de “planejamento-ação-replanejamento”
liderado pela gestora. Isso diz respeito à capacidade de projetar os objetivos e
mudanças que se deseja alcançar, planejar como isso será feito, e, efetivamente,
realizar as ações, sempre com a abertura para ajustar a rota conforme novos
desafios se impõem. 

 Colaboração: É possível perceber como os projetos demandam participação


coletiva e protagonismo, tanto de estudantes quanto de professores e
familiares. Envolver toda a comunidade escolar, criando o sentimento e o
entendimento de que todos têm papel fundamental na transformação da
realidade escolar, destaca a importância da colaboração nos projetos
articulados pela gestora. 

Você também pode gostar