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Modalidade de Formação: Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) Nível 4

Projeto
Tipologia de Operação: 3.3. Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) POCH-03-5470-FSE-001153
POCH Nº:
UFCD:Métodos de intervenção familiar - contexto do idoso
EFA
Horas/ 25 h
GERIATRIA_0
UFCD:8904 Ação n.º
1_BRAGA

Formadora: Dra Marta Martins


Formando(a): Ana Teresa Pinto Oliveira da Mota

PRA Métodos de Intervenção Familiar - contexto do idoso

Principais estereótipos negativos sobre os idosos

É provável que cada um de nós já tenha sido discriminado por causa da sua idade.
Talvez numa entrevista de emprego, lhe disseram que não foi contratado por causa
da idade, ou mesmo nas suas relações sociais, podemos ouvir algo como, «já não
tens idade para te vestires assim» ou «és demasiado velho para isso», quando na
realidade não nos sentimos velhos, e sabemos que a nossa idade não é um
impedimento para fazer o que quer e nos apetecer. Já sentiu o idadismo na pele,
ou seja atitude preconceituosa e discriminação pela idade(em relação a pessoas
idosas)? Com o tempo, todos somos candidatos a esta forma de marginalização
baseada na idade, mas não tem que ser assim, é necessário mudar mentalidades e
desta forma, iniciar com programas na escola, é importante: incluir numa
disciplina temas como o envelhecimento, o ciclo de vida, a doença, a perda de
capacidades, a tolerância, entre outros...

Temos que ter consciência das consequências que podemos ter com os nossos
familiares idosos a perpetuação de estereótipos e imagens negativas em relação
aos mais velhos. É de extrema importância o combate ao conceito do “velhismo”,
que no limite pode levar à gerontofobia, ou seja, ao um medo irracional de tudo
que se relaciona com o envelhecimento e a velhice, mas o caminho é a promoção de
um envelhecimento ativo e participativo.

A desvalorização da velhice

A representação social dos idosos varia consoante as épocas e culturas dominantes.


Em tempos mais antigos, os mais velhos eram tratados com deferência e respeito,
em virtude da sua longa experiência de vida. Aconselhavam nas atividades do
quotidiano, ensinavam as gerações futuras e tinham um verdadeiro
reconhecimento social.

O preconceito em relação à idade gera exclusão, falta de autoestima, problemas de


saúde e é uma forma de violência psicológica, desta forma o idadismo é uma
construção social e cultural e deve ser combatido.

No entanto, atualmente, a figura do idoso não é tão respeitada e valorizada como


antigamente. Por exemplo, existem cada vez mais notícias de lares ilegais onde os
idosos são maltratados, física e psicologicamente, de filhos que abandonam os pais
em hospitais ou lares de idosos porque os consideram um fardo financeiro e
emocional ou de pessoas em idade avançada que vivem sozinhas e isoladas, porque
se vão tornando cada vez mais invisíveis com o passar dos anos.

O mito da juventude

Vivemos numa sociedade que glorifica o novo e que teme o declínio físico e mental
associado ao envelhecimento, como se a morte não fosse inevitável.

A sociedade está a envelhecer e é expectável que as pessoas vivam até idades


tardias com uma boa qualidade de vida, sem doenças graves que condicionem a
sua autonomia. A qualidade de vida dos idosos também passa por combater falsas
ideias. Não devemos considerar que todos os seniores são pessoas doentes,
fragilizada, dependentes, infantis, assexuadas, senis e infantis.

Diante destes preconceitos negativos a vida dos idosos é impactada no que se


refere à área da saúde, na qual a prevalência deste tipo de ideias preconceituosas
pode condicionar a melhoria / promoção da saúde do idoso, tanto a nível
hospitalar, como institucional, ou familiar.

Principais estereótipos negativos sobre os idosos

Temos que refletir sobre a forma como encaramos o envelhecimento, que é


condicionada pelas imagens negativas que existem sobre os idosos. A velhice é
associada à debilidade física, à perda de faculdades mentais e a um corpo menos
digno, o que contribui para a perceção de que os idosos são todos iguais. Todos
têm necessidades diferentes.

Criou-se a ideia de fragilidade, vulnerabilidade, senilidade, depressão, rabugice,


inflexibilidade, infelicidade e pouca ou nenhuma criatividade ou vontade de fazer
coisas novas. Estes são os principais estereótipos associados ao envelhecimento e
que devem ser combatidos para o aumento da autoestima, autoconfiança e saúde
mental do idoso.
Para combater estas ideias negativas que existem na sociedade sobre os idosos é
preciso termos consciência de que elas existem e que prejudicam o
envelhecimento com qualidade. Se dissermos aos mais velhos que eles são inúteis e
pessoas sempre doentes, então essa passa a ser a forma como eles se vêm.

Ao contribuírem para um papel passivo do idoso, família, cuidadores e


profissionais de saúde diminuem a capacidade do idoso para participar ativamente
nas decisões mais importantes da sua vida, especialmente na área da saúde e
finanças pessoais.

Algumas das ideias e estereótipos sobre os idosos:

 O idoso é confuso e desinteressado em relação ao mundo;

 O idoso é doente e dependente dos outros;

 O idoso é senil, tem uma memória deficiente, é desorientado e demente;

 O idoso vive sozinho e na infelicidade;

 O idoso não se interessa pela atividade sexual;

 O idoso é inútil para a sociedade e incapaz no trabalho;

 Os idosos são todos iguais;

 É quase impossível para a maioria dos idosos aprender coisas novas.

São ideias e preconceitos limitativos.

As pessoas não envelhecem todas ao mesmo tempo e da mesma forma. Tratar os


idosos como sendo um grupo homogéneo de pessoas doentes, dependentes,
assexuais, senis, feios e inúteis, dificulta o seu próprio desenvolvimento social e
psicológico. A forma como se fala da velhice e do envelhecimento condiciona o
funcionamento das pessoas idosas:

 quando há um reforço positivo e os idosos são considerados pessoas


inteligentes, sábias e competentes, aumenta a probabilidade de eles serem
mais capazes de se movimentarem de forma mais estável e rápida e de
obterem estabilidade emocional e mental;

 quando há um reforço negativo, as capacidades funcionais e relacionais do


idoso ficam comprometidas, podendo dar-se um aprofundamento dos
sentimentos de solidão, depressão e inutilidade.
Somos todos iguais, com idades diferentes

O melhor ponto de partida para combater o idadismo e as suas consequência para


o envelhecimento com qualidade do idoso é uma mudança de perspetiva.
Institucional, cultural e individualmente, todos devemos dar o nosso contributo.
Aqui ficam algumas dicas de como combater o idadismo e promover o
envelhecimento ativo, que é um pilar fundamental para o bem-estar físico,
emocional e mental para que o idoso viva de maneira participativa e se sinta
integrado e bem-vindo na sua comunidade, esteja ele a viver sozinho, em casa de
familiares ou num lar da terceira idade.
​ É necessário estimular o contacto positivo com as pessoas mais
velhas, comunicando com elas de forma igualitária, sem condescendência ou de
forma infantilizada;

Promover a inter-geracionalidade, que contribui para desconstrução do mito


da juventude e do sentimento de gerontofobia;

Não devemos considerar que os idosos são todos iguais e evitar catalogá-los em
relação à idade, condição financeira ou ao aspeto físico. Este tipo de preconceitos
pode influenciar de forma negativa o diagnóstico e tratamento, no que diz respeito
à saúde, e impedir que os idosos participem nas tomadas de decisão. A
discriminação pode:

 desencorajar a aprendizagem de coisas novas,

 Desencorajar a interação com outras pessoas e o desempenho de atividades de


tempos-livres (animação na terceira idade, passeios e convívios fora de casa),
fundamentais para um envelhecimento bem sucedido;

 Não acreditar na prática que velhos são os trapos.

Todos estamos num contínuo processo de envelhecimento. Devemos contribuir


para que os idosos se sintam incluídos, capazes e úteis, porque amanhã esses
idosos seremos nós e quando esse tempo chegar esperamos ser incluídos e bem
tratados pelos demais, pois a idade traz consigo a Sabedoria.
Erradicar os mitos e estereótipos associados à idade nas escolas.

Organizar encontros educativos entre idosos e crianças

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