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MATERIAL DE APOIO
Unidade:
CONTEÚDO
Aristóteles (384 a.C – 322 a.C): a ética do meio-termo – do equilíbrio. Filosofia Antiga.
Santo Agostinho (354-430) : ética do Livre arbítrio – da liberdade. Filosofia Medieval.
Immanuel Kant (1724-1804): racionalista – ética do Dever. Filosofia Moderna.
Jeremy Bentham (1748-1832): ética do Utilitarismo. Filosofia Moderna.
John Stuart Mill (1806-1873): ética do Utilitarismo – menos calculista.
Debates pertinentes contemporâneos.
Questões de Enem e Vestibular.
Textos complementares.
“Para Aristóteles, justiça significa dar às pessoas o que elas merecem, dando a
cada um o que lhe é devido.” Michael J. Sandel. Justiça – O que é fazer a coisa
certa.
Para Aristóteles as discussões sobre justiça são inevitavelmente, debate sobrea honra, a virtude e a
natureza de uma vida boa.
Os hábitos constituem: modos de reação (ato) dos objetos (sentidos). A reação (ato de agir com
coragem), quando repetida, grava-se no indivíduo como disposição (hábito de reagir com coragem, falta ou excesso de
medo). Os hábitos ou disposições desenvolvidos de modo irrefletido (sem a moderação que evita o excesso e a falta)
são chamados de vícios. Por sua vez, hábitos ou disposições desenvolvidos de modo refletido (moderado, ponderado)
são virtudes. A educação ou o treinamento dos indivíduos é o requisito fundamental para leva-los a desenvolver
virtudes e evitar o vício quando aprendem a identificar o meio-termo entre a falta e o excesso.
Aristóteles emprega um adjetivo específico: moral. Isso significa que ele se refere aos atos que envolvem
a escolha deliberada, decidida a buscar o bem de cada ação, o meio-termo apropriado a cada circunstância, e não um
meio-termo geral que pudesse ser aplicado a todos os atos.
Aristóteles demonstra em seu sistema ético que o ser humano, dotado de razão, busca a felicidade.
Tendo como fim último de suas ações a FELICIDADE. Seu sistema ético possui um caráter teleológico: a razão humana
procura sempre um objetivo final, último. Entendido pelos gregos, assim como para Aristóteles, de EUDAIMONIA
(felicidade).
Temperança;
INTELECTUAIS – parte racional da alma.
calma;
modéstia;
Dizem respeito ao pensamento,
conhecimento das realidades Justiça
imutáveis e necessárias.
Realidades universais;
A inteligência;
Sabedoria filosófica.
A prática moral termina por constituir a matéria de um conhecimento específico, praticado por quem procura entender
como se chega àquilo que é definido como a boa ação. Trata-se da Moral ou Ética, também conhecida como filosofia
prática. Esse conhecimento se refere tanto ao que cada pessoa precisa desenvolver pela educação, a fim de agir bem,
como ao ramo da reflexão filosófica que procura entender pro que uma ação pode ser valorada como boa ou má.
Para Aristóteles uma boa ação se distingue da ação má quando usamos como referencial atos prudentes, o deve pensar
como uma pessoa prudente agiria naquela mesma situação.
Prudência (grego: phrónesis): hábito de agir bem em tudo o que se refere ao que é bom e mau para o ser humano.
Como agir bem é agir segundo a mediedade (visar ao meio-termo), a prudência ficou conhecida como a virtude ou o
hábito virtuoso de sempre procurar o meio-termo relativo a nós.
IDADE MÉDIA: Os filósofos medievais herdaram alguns elementos da tradição grega, reconfigurando-se no interior de
uma ética cristã. Tanto Aristóteles quanto os medievais consideravam próprio do ser humano formar-se a a si mesmo,
por meio dos hábitos e educação.
A ética agostiniana destaca-se por outro conceito. Ao tentar explicar como pode existir o mal se tudo vem de Deus
– e Deus é bondade infinita -, Santo Agostinho introduziu a ideia de liberdade como livre-arbítrio.
Segundo Agostinho, o mal só existe enquanto prática equivocada dos indivíduos, ou seja, o desvio moral de cada sujeito
ao decidir seguir o caminho mais distante de Deus e do Bem.
Cada homem tem a sua racionalidade, e com ela a capacidade de avaliar o que deve ser feito, a partir dos desígnios de
Deus (por isso o ensino religioso é fundamental) e seguir o caminho do bem ou não.
IDADE MODERNA: Com o final da Idade Média, marcado pelo Renascimento, há uma retomada do humanismo. No
terreno da reflexão ética, esse fato orientou uma nova concepção moral, centrada na autonomia humana.
“Age apenas segundo uma máxima [um princípio] tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei
universal.”(Fundamentação da metafísica dos costumes, p. 59)
Nossa ação deve ser tal que possa ser universalizada, que possa ser realizada por todos os outros indivíduos sem
prejuízo para a humanidade.
Deve ser universal para ser moralmente aceita (como regra).
Porque nossa vontade é também afetada pelas inclinações que são: os desejos, paixões, medos.
COMO RESOLVER?
Educando a nossa vontade, para alcançar a boa vontade, que seria unicamente guiada pela razão.
“Se prestarmos atenção ao que se passa em nós mesmos sempre que transgredimos qualquer dever, descobriremos que,
na realidade, não queremos que a nossa máxima se torne lei universal, porque isso nos é impossível; o contrário dela é
que deve universalmente continuar a ser lei; nós tomamos apenas a liberdade de abrir nela uma exceção para nós.”
(Fundamentação da metafísica dos costumes, p. 63)
Como observamos a ética kantiana postula um dever como norma universal, sem se preocupar com a condição
individual, em que cada um se encontra diante desse dever. Por isso chamamos sua ética de formal ou formalista.
Kant apresenta uma forma geral das ações moralmente corretas, mas não diz a respeito do conteúdo, o que fazer
em cada situação concreta.
Seus pressupostos filosóficos exercem até hoje uma poderosa influência sobre o
pensamento de legisladores, economistas, executivos e cidadãos comuns.
O prazer e a dor são mestres soberanos, governam em tudo o que fazermos e determinam o que devemos
fazer.
Maximização da felicidade é um princípio moral político. Cabendo tanto ao interesse de cidadão comum como
ao interesse dos legisladores.
Bentham pretendia localizar o princípio da utilidade como uma ciência da moral, que poderia servir como motivador de
mudanças políticas.
Como exemplo Bentham apresentou propostas de projetos de lei penal mais eficientes e humanas.
O objetivo de Bentham era promover o Bem-estar geral, resolvendo os problemas que afetam a felicidade social.
Para Mill cada homem deve ser livre para fazer o que quiser, contanto que não
façam mal aos outros.
corpo
O indivíduo é soberano de si mesmo
ment
A maximização da utilidade, diferente do que Bentham apontava, deve ser a longo prazo. Respeitando a
e
liberdade individual levará no futuro à máxima felicidade humana.
Mill aponta para a consequência social ao “permitir” que pessoas sigam convenções, oprimindo seus
interesses/liberdade individual. Os indivíduos acabam por reproduzirem ideias que nem sempre compartilham,
impossibilitando a sua ação como sujeito que constitui um caráter.
“As faculdades humanas de percepção, julgamento, sentimento discriminativo, atividade mental e até mesmo a
preferência moral só são exercidas quando se faz uma escolha. Aquele que só faz alguma coisa porque é o costume não
faz escolha alguma. Ele não é capaz de discernir nem de desejar o que é melhor. As capacidades mentais e morais, assim
como as musculares, só se aperfeiçoam se forem estimuladas (...) Quem abdica de tomar as próprias decisões não
necessita de outra faculdade, apenas da capacidade de imitar, como os macacos, Aquele que decide por si emprega
todas as suas faculdades.”
(John Stuart Mill, On Liberty, cap. 1)
Submeter os indivíduos forçando-os a abraçar costumes e crenças pode levar aos modelos de sociedades
atoladas em preconceitos e dogmas. É preciso permitir o direito do indivíduo de discordar, o que vai potencializar a sua
capacidade criativa que permite o avanço social.
DEBATES PERTINENTES
A reflexão filosófica atual sobre a prática ética nos leva a desafios enormes. Aproveite para fazer a sua reflexão
filosófica!
É possível garantir que as instituições sejam concebidas como meios de organizar a vida social e de respeitar os
indivíduos, valorizando-os como alicerce da mesma vida social?
Como organizar de forma justa sociedades tão plurais?
Como proteger a liberdade universal, os direitos dos homens?
Quando a injustiça pode ser justificada?
Questões para pensar e apontar conexões com os filósofos, que contribuíram para a discussão do que é ética e como
devemos nos comportar.
TEXTO 1
TEXTO 2
TEXTO 3
TEXTO 6