O documento discute o fenômeno da judicialização na sociedade contemporânea, definindo-o como questões políticas, sociais e morais serem resolvidas pelo judiciário ao invés de outros poderes. Ele explica fatores que levaram a este fenômeno como a Constituição Brasileira de 1988 e falta de confiança no governo, e fornece exemplos de casos judicializados envolvendo política e direitos civis no Brasil e EUA.
Descrição original:
Título original
O Fenômeno da Judicialização na Sociedade Contemporânea
O documento discute o fenômeno da judicialização na sociedade contemporânea, definindo-o como questões políticas, sociais e morais serem resolvidas pelo judiciário ao invés de outros poderes. Ele explica fatores que levaram a este fenômeno como a Constituição Brasileira de 1988 e falta de confiança no governo, e fornece exemplos de casos judicializados envolvendo política e direitos civis no Brasil e EUA.
O documento discute o fenômeno da judicialização na sociedade contemporânea, definindo-o como questões políticas, sociais e morais serem resolvidas pelo judiciário ao invés de outros poderes. Ele explica fatores que levaram a este fenômeno como a Constituição Brasileira de 1988 e falta de confiança no governo, e fornece exemplos de casos judicializados envolvendo política e direitos civis no Brasil e EUA.
Sociedade Contemporânea Breves apontamentos sobre o termo "Judicialização", frequentemente citado em informativos do STF e STJ.
Primeiramente: O que significa "judicialização"?
Trata-se de um fenômeno mundial por meio do qual importantes questões políticas, sociais e morais são resolvidas pelo Poder Judiciário ao invés de serem solucionadas pelo poder competente, seja este o Executivo ou o Legislativo.
Assim, o fenômeno da judicialização significa levar ao
conhecimento do Judiciário matéria que não foi resolvida, como deveria, pelo Poder Executivo ou pelo Poder Legislativo.
Nessa linha, pergunta-se: Quais os fatores que deram
origem ao fenômeno da Judicialização? Após a Segunda Guerra Mundial, algumas nações notaram que um Judiciário forte e independente traz, naturalmente, um favorecimento à democracia.
Além disso, atualmente há um desencanto generalizado do
cidadão com a política. Isso porque os representantes políticos, na maioria dos países, estão deixando a desejar através de suas gestões permeadas pela corrupção. O que requer um maior controle e fiscalização da política.
Por fim, no Brasil, a Constituição Federal de 1988 é
extremamente abrangente, porque trata de temas não só organizacionais do Estado, mas também do meio ambiente, saúde, trabalho, assistência ao idoso e outros. O que abre espaço para que o Poder Judiciário interfira nessas questões relevantes social e politicamente. Para ilustrar o tema, vale trazer alguns casos reais de judicialização ocorridos recentemente em nosso país: Casos de judicialização da política: - Rito do processamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff analisado pelo STF.
- Definição do afastamento do presidente da Câmara dos
Deputados, também realizado pelo STF.
Casos de judicialização da vida:
- Reconhecimento da possibilidade de união estável entre pessoas do mesmo sexo, assim decidida pelo STF, no ano de 2011, em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade 4277 e Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental 132. - STJ, após a decisão do STF acima, entendeu pela possibilidade de conversão da união estável homoafetiva em casamento.
- Definição, tratamento e facilitação do casamento entre
pessoais do mesmo sexo, sob determinação do Conselho Nacional de Justiça em Resolução editada em 2013, com o fim proporcionar efetivação ao entendimento do STF e do STJ supramencionados.
Vale mencionar também dois conhecidos casos de
judicialização ocorridos nos Estado Unidos: Caso de judicialização da política: No ano de 2000, a Suprema Corte Norte-americana realizou a definição das eleições presidenciais.
Casos de judicialização da vida:
A Suprema Corte dos EUA, em 2015, assegurou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país.
Nessa linha, é muito importante citarmos algumas das
críticas feitas pela Doutrina acerca da Judicialização: A principal delas é a sobrecarga do Poder Judiciário, que fica inflado com causas que, em tese, não precisariam ser definidas por ele.
Outrossim, tal fenômeno pode dar ensejo à violação à
separação dos poderes, em razão do intenso poder colocado nas mãos do Judiciário para resolução de causas e conflitos que poderiam ser resolvidos pelos demais poderes.
Nesse diapasão, pode-se dizer que a utilização desse fenômeno
da judicialização é de suma importância para a aplicação do Sistema de Freios e Contrapesos entre os Poderes, consagrado pelo pensador francês Montesquieu. Entretanto, deve ser utilizado com moderação, como uma espécie de última alternativa, de forma a evitar a sobrecarga do Poder Judiciário, bem como uma possível violação ao Princípio da Separação dos Poderes.
FONTES: site Dizer o Direito; comentários da professora Mila
Gouveia; palestra do Ministro Roberto Barroso; Neves, Daniel Assumpção Amorim, Manual de Direito Processual Civil. Salvador: Editora Juspodivm, 2018.
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