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TEORIA DO DIREITO

Indicações de leituras Miguel Reale trabalhava no direito como uma unidade


o Teoria Geral do Direito e do Estado – Hans Kelsen; tridimensional de três aspectos inclusos.
o Teoria Pura do Direito – Hans Kelsen (1° cap); Após o Miguel Reale surgiu o Tercio Sampaio Ferraz Junior, seu
o Teoria do Ordenamento Jurídico - Norberto Bobbio; aluno, que melhora a teoria deste anexando linguagens e
epistemologias. Ele tornou o direito uma linguagem, trabalhando
Prova 31/08 – sobre Kelsen e Bobbio - peso 2,0 na decidibilidade dos conflitos dentro da organização do poder
GA 5/10 – Kelsen, Bobbio e Harch (?) - peso 8,0 judiciário.
GB – apresentação das decisões do STF – peso 10,0 Após a queda do governo argentino, Luiz Alberto Vara vem para o
brasil e configura duas correntes no sul do Brasil. Linguagem
Histórico Brasileiro da Teoria do Direito passa a ser algo comum, no qual o direito passou a ser visto,
visando a linguagem como debate inicial.

EPISTEMOLOGIA DO DIREITO
Introdução trabalham em algo exato e preciso, atribuindo sentido a situação e
O texto inicia ressaltando a necessidade de elaboração de uma ao mundo. Esse conceito é trazido por Kelsen em seu livro e
nova Matriz Teórica para a compreensão da complexidade da exemplificado por Leonel em seu texto sobre a Epistemologia do
atual sociedade, visando uma revolução política que evidencia os Direito. Kelsen, na Teoria Pura do Direito trabalha muito no
novos aspectos sociais da democracia. desenvolvimento de uma linguagem bem rigorosa e lógica do
Nos últimos tempos, a noção de ciência do direito tem migrado direito, tornando-o uma ciência própria.
dos critérios sintático-semânticos, que visavam uma análise A lógica mostra a antinomia do direito, ou seja, as contradições
puramente estática do direito, para um critério pragmático, existentes. Sendo assim, ao atribuirmos a ele uma linguagem
buscando uma perspectiva estrutural dirigida as funções sociais do rigorosa, estamos definindo certos limites que possibilitam que as
Direito, evidenciando-se, assim, o problema da democracia. decisões se mantenham em uma determinada lógica de
O raciocínio jurídico tradicional busca uma interpretação na qual a pensamento fixo, fazendo com que se diminua a possibilidade de
racionalidade seria obtida por meio de uma metodologia dedutiva ocorrência de contradições entre diferentes casos. Sendo assim, a
que se baseia em evidências e relações de causalidade entre os dogmática se preocupa em definir um ponto de partida como
argumentos. Essa visão estática limitava a compreensão do meio certo.
social a qual estava inserida e foi ultrapassada pelas perspectivas Nesta matriz, ao analisarmos o direito unicamente como um
sistêmicas que buscavam o sentido na estrutura. O texto, ainda em idealista “dever ser” excluímos da análise a realidade concreta e o
seu primeiro momento, ressalta a complexidade social. estudo social do meio com base em juízos de realidade e juízos de
O texto de Leonel trabalha a linguagem como, primeiramente, a valor. Sendo assim, acarretou-se a superestimação dos aspectos
comunicação, fazendo com que, além de meras palavras, traga-se lógicos constitutivos da teoria pura em detrimento dos suportes
um conteúdo e entendimento desta, com base na complexidade da fáticos do conhecimento. Menciona a existência de dois momentos
sociedade atual, trazendo o sentido das palavras. Evidencia-se, da lógica de Kelsen, o primeiro, no qual o fato jurídico precisa
portanto, a presença predominante do entendimento da linguagem decorrer de uma norma jurídica e o segundo, evidenciando a
dentro do ordenamento jurídico e de sua construção rigorosa hierarquia presente dentro do ordenamento jurídico. A matriz
analítica entre outras matrizes por ele apresentada, ou seja, outras analítica é centrada nos aspectos descritivos do direito e, por se
correntes dentro do direito. enquadrar no Estado liberal clássico, é limitada politicamente,
sendo não interventora. Sendo assim, gera-se uma incapacidade de
Matrizes Epistemológicas: as matrizes epistemológicas baseiam-se pensar em uma complexidade social mais ampla.
na análise da sociedade hipercomplexa na qual estamos inseridos.
O texto subdivide estas matrizes em três: a analítica, a Hermenêutica
hermenêutica e a pragmática. Ele ainda evidencia a superioridade A hermenêutica vem para tentar responder problemas altamente
da matriz pragmático-sistêmica. Menciona ainda a teoria complexos dentro do direito, principalmente aos relacionados com
dominante no Brasil, de Miguel Reale, que, embora apresentasse moral, política, religião. Sendo assim, existe a preocupação de
já a tridimensionalidade, não era tão detalhada quanto a compreender como o juiz interpreta. Para Kelsen esse pensamento,
perspectiva semiótica. do juiz, deveria ser secundário, no qual ele deveria ser ume
A Filosofia Analítica: há a predominância da sintaxe. Foco do executado e deve seguir exatamente como está na lei. Entretanto,
estudo de Hans Kelsen. toda leitura precede uma interpretação desta. Sendo assim, existe o
A Hermenêutica: a hermenêutica jurídica situa-se na semântica, ou papel do juiz de compreender o que ocorreu, colocando nesta
seja, na compreensão visando o sentido referencial do compreensão certos aspectos de local, horário, meio social no qual
ordenamento jurídico. está envolvido.
A Pragmático-Sistêmica: busca uma interpretação da sociedade, A hermenêutica trabalha como casos, situações individuais as
com um papel menos focado no juiz e mais no coletivo. quais devem ser interpretadas para que se possa realizar, de forma
mais justa, uma decisão acerca do fato constituído. Ou seja,
Filosofia Analítica mesmo em uma situação muito difícil, pode-se tentar que se
Uma das correntes, chamadas analíticas, parte dominante, traz que consiga uma interpretação diferente da situação. A hermenêutica é
a linguagem é construída de forma rigorosa, mais objetiva, muito adorada pelos advogados que, mesmo em casos complexos,
utilizando de estudos como a matemática, fixa, estável e lógica, podem procurar uma justiça com base nos aspectos sociais do
evitando entrar em contradições com conceitos muito amplos. defendido.
Sendo assim, a corrente analítica traz conceitos bem definidos que
No Brasil, a hermenêutica possui certas limitações pois suas são orientadas a partir de expectativas sobre tais
decisões e interpretações devem estar referenciados na expectativas” (Luhmann, 1985)
constituição. Sendo assim, o papel da hermenêutica deve ainda O texto ainda reforça a importância de um Estado interventor para
estar de acordo com o que esta presente na constituição, devido a que possa garantir um Estado de Direito Democrático, no qual
hierarquia jurídica, fazendo com que a constituição possua papel uma intervenção democrática ocorra para garantir os direitos
principal e deva ser utilizada como base para a interpretação das sociais.
leis. Já nas considerações finais, além de evidenciar o Estado
O controle de constitucionalidade no Brasil trouxe grande poder o Interventor, critica-se o controle democrático de produção,
Superior Tribunal Federal, possibilitando que haja debates ressaltando a importância de uma nova perspectiva de reflexão
jurídicos que tragam a hermenêutica, mas sejam pensados jurídica que de maior espaço para a complexidade, organização e
conforme a constituição estabelece. Sendo assim, esses juízes decisão na observação do direito.
possuem a capacidade de compreender e interpretar casso
extremamente complexos, não se limitando exclusivamente da
filosofia analítica do direito e fazendo com que haja uma
hermenêutica constitucional para a decisão destes casos.
Sendo assim, há a visão da importância de um aspecto mais social
da hermenêutica jurídica, baseando as decisões em virtude dos
estados sociais de momento. Sendo assim, viabiliza-se uma
liberdade jurídica pertinente a compreensão das leis com base no
intérprete da norma ao proferir uma decisão. Reforça-se ainda a
importância da atualização e harmonia da jurisprudência na
decisão proferida, elevando o critério social político.

Pragmático-Sistêmica
Essa matriz realmente provoca uma mudança epistemológica na
teoria jurídica. Visa um direito mais voltado para o coletivo, no
qual a figura do juiz, embora importante, não seja centralizada
nesta matriz, evidenciando o coletivo como o foco principal da
aplicação do direito.
“o comportamento social em um mundo altamente complexo
e contingente exige a realização de graduações que
possibilitem expectativas comportamentais recíprocas e que

TEORIA PURA DO DIREITO – CAP. 1


O texto busca compreender a análise do ser e do não ser do direito, O que faz um fato ser jurídico não é sua facticidade, mas seu
focando apenas neste e deixando ideologias políticas e religiosas sentido objetivo atribuído por uma norma jurídica. Vemos,
de lado. portanto, que o conhecimento jurídico tem a capacidade de utilizar
as normas que possuem o caráter jurídico e conferir este caráter a
O Ato e seu Significado Jurídico determinados fatos, tornando-os, assim, atos jurídicos.
O direito se preocupa com o comportamento das pessoas, a Direito: ordem normativa da conduta humana.
regulamentação de suas condutas. É muito importante interpretar a NORMA = DEVER SER
conduta destes para que se possa saber como regulamentá-lo. Ato de vontade: quando um indivíduo exprime vontade de que o
Todo comportamento tem a ver com determinado interesse e, outro se comporta de determinada maneira. Quer, desejo. Pode ter
portanto, um critério de interpretação importante é compreender sentido objetivo ou subjetivo, referenciados no final deste
quais são os interesses desta ação social, analisando a conduta e capítulo.
comportamento. SER É DIFERENTE DE DEVER SER
Quanto aos aspectos gerais da ciência na qual está inserida, o Para compreender a diferença, é importante afirmar que a
direito é, ao mesmo tempo, social e natural. É considerado natural linguagem jurídica se difere da linguagem convencional e,
pois neste engloba o social, visto que, ao analisado como portanto, as análises devem ser feitas partindo da visão jurídica
pertencente a ciência da natureza, com a sociedade pertencente a das palavras mencionadas.
esta natureza, temos nela incluída a ciência social. Os fatos Ser: o que é. As coisas como realmente são e como as coisas
jurídicos podem ser subdivididos em: aparentam ser, os chamados fenômenos, elemento que pode ser
1°: O ato em si, situação atual, caso concreto; estudado. As coisas como aparentam ser são as coisas do ser,
2°: Significado jurídico pertencente a este ato. aquelas que eu posso ter enunciados falando sobre ela e que
Sentido Subjetivo e Sentido Objetivo podem ser verificadas quanto a sua existência. Suscetível a juízos
Além disso, podemos analisar os aspectos subjetivos e objetivos de realidade, pode ser visível ou vivenciada.
do direito, vejamos: o Princípio da Causalidade: toda causa tem um efeito.
Sentido Subjetivo: desejo, pensamento, ideal. o Ciência: são muito mais facilmente estudados os
Sentido Objetivo: norma jurídica. inseridos na área do ser: biologia, química, física,
engenharias...
A Norma Dever ser: ato dirigido a conduta de outrem. Guia de
Em um primeiro momento, temos normas que permitem, proíbem comportamentos que devem ser seguidos. O dever ser trabalha
e obrigam determinadas condutas a um dever ser específico.
com valores. Preocupação com os comportamentos sociais, Regulação das Normas: apenas a conduta humana é passível de
técnica de controle social. Para Kelsen o Direito seja a ser uma regulamentação, sendo estas objeto direto ou conexão com o
ordem coercitiva da sociedade, estabelecendo condutas do dever conteúdo normativo em questão.
ser. O dever ser é prescritivo, dando ordens para que as pessoas
hajam de determinada maneira. Regulamentação das Normas Jurídicas
o Princípio da Imputação: no direito, é preciso que um Toda a conduta fixa em um ordenamento jurídico é autorizada
terceiro, com competência para isso, observe a conduta pelo mesmo. Mas não significa que determinadas condutas não
ilegal sendo realizada e que impute a pessoa o crime descritas não tenham mesma validade, conforme demonstrado
consumado. É necessário que seja atribuído sentido por abaixo:
um oficial responsável. Regulamentação Positiva: quando determinada norma confere
o Estudo de Futuro: o direito se baseia na regulamentação embasamento legal para descrever determinada ação ou omissão.
dos direitos futuros, estudos mais complexos de Está escrito no ordenamento jurídico.
comportamento humano. Regulamentação Negativa: não está descrita no ordenamento
Lembramos também que não é o ser que deve ser, mas sim seu jurídico, mas deve-se levar em conta como regulamentada. Ex:
conteúdo que deve ser conforme o conteúdo do dever ser. Além omissão imprópria.
disso, por mais que algo seja da forma como deve ser, ainda sim
não podemos dizer que o ser e o dever ser deste algo são idênticos, Norma e Valor
visto que uma conduta é, enquanto a outra deve ser. Quando uma norma estatui uma determinada conduta como
Dever ser: é o sentido subjetivo de todo o ato de vontade de um devida, a conduta real pode corresponder à norma ou contrariá-la.
indivíduo. Juízo Positivo: quando uma conduta real corresponde a norma
Norma: atribuição objetiva ao dever ser. objetivamente válida.
A vontade coletiva pode validar um comportamento, mas somente Juízo Negativo: quando uma conduta real contraria a norma
com uma norma superior é que pode ser objetivamente válida esta objetivamente válida.
norma social. Ou seja: Juízo de Realidade: não diz respeito a normas, apenas enunciam
Validação De Uma Norma: uma norma se torna válida a partir de que algo é como este é. Diz respeito a relações entre dois
que esta norma, estabelecida por uma lei superior (hierarquia elementos da ordem do ser.
jurídica), adquire eficácia comprovada. O juízo de valor está enquadrado dentro da ordem do ser, e não do
dever ser.
Vigência da Norma Valores Relativos: normas legisladas pelos homens. É permitido
Vigência: existência específica da norma. Elemento. que uma norma constitua determinado valor enquanto outra
Eficácia: surge após a norma entrar em vigor. constitua valor oposto.
Uma norma jurídica é considerada objetivamente válida apenas Valores Absolutos: normas legisladas por uma autoridade supra-
quando a conduta humana que ela regula corresponder humana. Exclui a possibilidade de vigência de duas normas que se
efetivamente, pelo menos em uma certa medida. Uma norma contradizem.
jurídica poderá deixar de ser considerada válida quando Uma norma não é verdadeira ou falsa, apenas válida ou inválida.
permanece duradouramente ineficaz. Já os juízos de valor, como uma norma limitada na sua validade
Retroatividade das Normas Jurídicas: uma norma pode retirar, no caso concreto, podem ser vistos como verdadeiros ou falsos.
com força retroativa, a validade de outra norma jurídica.
Além dos domínios de validade espacial e temporal pode-se Ato de Vontade
distinguir um domínio de validade pessoal e um domínio de O sentido subjetivo de um ato de vontade é o querer, o interesse
validade material das normas: em realizar determinada ação. Mas, a partir do momento em que
Domínio de Validade Pessoal: pode ser limitado, valendo somente eu concretizo esta ação, substitui o sentido subjetivo de meu
para alguns indivíduos, ou ilimitado, valendo para todos. desejo pelo sentido objetivo de realização deste desejo.
Domínio de Validade Material: sempre é ilimitado e vislumbra a Valor Subjetivo: relacionado ao desejo/vontade de um ou vários
matéria a qual envolve a norma. indivíduos em relação a um objeto.
Valor Objetivo: relação de uma conduta com uma norma
objetivamente válida.

FILOSOFIA ANALÍTICA
Existem três matrizes principais da teoria do direito: O Direito compreende que é necessário constitui uma linguagem
1. Analítica: foco principal do primeiro momento do mais técnica, adaptada as suas necessidades. Há ainda quem
semestre queira construir linguagens mais sofisticadas, linguagens
2. Hermenêutica científicas para o direito, os chamados analíticos. Ex. Hans Kelsen
3. Pragmático-Sistêmica e Norberto Bobbio.
Linguagem Para o Direito
A maior parte dos estudiosos do direito falam sobre a relevância Ciência Para o Direito
da linguagem para o direito. Sendo a comunicação extremamente O que é ciência? Primeiro precisamos de um objeto, tema,
importante, cujo objetivo é a compreensão, dotando de sentido a delimitado. Na teoria do direito o objeto é o Direito Positivo. Para
linguagem. Uma ideia inicial da linguagem é que uma sociedade nos relacionarmos com o objeto do Direito Positivo precisamos da
existe por conta desta, através da comunicação entre os indivíduos linguagem, comunicação. Ou seja, precisamos de enunciados,
pertencentes a esta, somente assim podendo evoluir. O direito, orações gramaticalmente corretas. Vejamos que para a ciência há a
portanto, é uma linguagem, a linguagem jurídica, que possui suas necessidade de se ter orações gramaticalmente corretas, diferente
próprias regras e nuances. da realidade cotidiana que pode diferir neste quesito. Um exemplo
de enunciado é a seguinte frase: os unicórnios se apaixonam no Semântica: em segundo nível, a mesma frase pode dizer várias
inverno. Essa frase está gramaticalmente correta e, sendo assim, se coisas na semântica, ambíguo, levando em conta os particulares.
trata de um enunciado. Para outrem o dia pode não estar lindo da mesma forma que eu.
Para ser ciência, em segundo lugar, precisa ser dotado de sentido, Portanto, necessita-se de explicação semântica, não precisa de
ter preposição, estar sujeito a um critério de verificação. A frase ciência. Resume-se a que se refere.
mencionada anteriormente ainda pode ser determinada como Pragmática: para que tenha total sentido, além de saber da frase e
ciência em um primeiro momento, mas ao analisarmos o sentido a que se refere, preciso saber de onde vem esta frase. Quem diz?
desta frase, devido a possibilidade ou não de verificação de Onde diz? Para quem diz? Sendo assim, segundo o professor, o
sentido, devemos descartar a possibilidade de se considerar dia está lindo para tomar um café, por exemplo. Resumindo, é
científica. Há outros critérios, também, necessários para que haja necessário contextualização.
ciência.
Intersubjetividade: Pode ser comprovado por outras pessoas Normativismo de Hans Kelsen
usando a mesma metodologia. Convencer. Hans Kelsen nasceu na cidade de Praga, na República Tcheca,
Axioma: ponto de partida, base a partir da qual pode-se deduzir mas morava na Áustria. Estudou direito na Universidade de Viena,
particulares. Similar a um dogma, princípio. formado aos 20 anos de idade. Durante a Primeira Guerra
Dedução: pode-se deduzir similares a partir da ciência de um Mundial, fora convocado para redigir de maneira jurídica as
particular. ordens do exército. Com essa experiencia, foi nomeado para
Não contradição: não pode haver contradições. escrever a 1° Constituição da Áustria, após dissolução do antigo
Sistema: a ciência é um sistema de variáveis proporcionais Império Austro-húngaro. Criou um tribunal para analisar a
intersubjetivas suscetíveis a verificação. constitucionalidade das leis, chamado controle de
constitucionalidade. Ele fez parte deste tribunal, mas ao negar-se
proferir apenas sentenças favoráveis ao governo, fora demitido e
Objetivo Enunciado Proposição mudou-se para Alemanha, para trabalhar como professor em uma
Universidade. Entretanto ele era judeu e fora expulso da
Universidade, levado a ser estudioso de francês na Suíça, a fim de
protegê-lo. Na Suíça ele escreveu, em francês, a Teoria Pura do
Intersubjetivida Direito. Poucos meses após a mudança, Hitler assumiu o controle
Verificaçao Axioma da Alemanha. Morou nos EUA e trabalhou em Harvard, após
de
estudar o idioma por dois anos na Universidade. Lá ele escreveu o
livro Teoria Geral do Direito e do Estado.

Não Enunciados no Direito


Dedução Sistema Informativo:
Contradição
Emotivo:
Interrogativo:
Níveis da Semiótica Prescritivo: ordem do dever ser, condutas a serem seguidas.
A semiótica é o estudo da linguagem na comunicação e pode Performativo: enunciados que indicam que determinada conduta
acontecer, segundo Rudolf Carnap, em três níveis distintos. deve ser realizada, baseando-se em uma performance obrigatória.
Sintaxe: parte mais global da comunicação. Traz verdades Sendo assim, um juiz ou um policial, ao realizarem enunciados, o
universais. Ex.: o dia está lindo. Mais formal. direito configura a estes propriedade para que suas ordens ganhem
poder de serem executadas obrigatoriamente.

TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – CAP. 1


Norberto Bobbio hoje. Após este momento, ele escreveu vários livros sobre teoria
Norberto Bobbio (Turim, 18 de outubro de 1909 – Turim, 9 de política, livros sobre Maquiavel, Hobbes, Kant, além de livros de
janeiro de 2004) foi um filósofo político, historiador do liberalismo, democracia e inclusive dicionários políticos. No
pensamento político, escritor e senador vitalício italiano. Brasil foi muito reconhecido por seus livros políticos, mais ainda
Conhecido por sua ampla capacidade de produzir escritos do que seus livros sobre o ordenamento jurídico. Já idoso, foi
concisos, lógicos e, ainda assim, densos. Trabalhava temas nomeado senador vitalício italiano.
clássicos da filosofia do direito na Itália, que nesta época focava
na teoria neokentiana. Desenvolveu toda uma teoria da filosofia do Novidade o Problema do Ordenamento
direito. Quando jovem, o livro sobre a teoria de Hans Kelsen foi Diferente de Kelsen, Bobbio não trabalha sobre a teoria da norma,
publicado em italiano e Norberto Bobbio se interessou muito por mas se baseia no estudo da teoria do ordenamento jurídico, como
isto. Sendo assim começou a estudar a linguagem como método conjunto. O livro Teoria do Ordenamento Jurídico tem como
do direito. Escreveu livros para seus alunos lerem nas aulas. objetivo analisar o ordenamento jurídico. Divergindo de Kelsen,
Iniciou-se com o livro Teoria da Norma, mas chegou à conclusão Bobbio acreditava que o direito deveria ser visto como um
que sua teoria chegava à conclusão de sistema, de unidade e, para ordenamento jurídico, e não apenas visando as normas jurídicas.
se obter esta unidade, são necessárias algumas etapas Sendo assim, as normas jurídicas existem, mas não podem ser
metodológicas, resultando no direito como um ordenamento analisadas isoladamente, mas em um conjunto de normas
jurídico. Sendo assim, escreveu o livro a Teoria do Ordenamento Contexto -> Ordenamento Jurídico
Jurídico, focado em elucidar o direito como uma fonte normativa No livro anterior deste, Teoria da Norma, ele discute se o direito é
focada em uma unidade. Foi Bobbio quem introduziu na literatura uma Instituição (costumes, hábitos que surgem na sociedade) ou
o termo “Ornamento Jurídico”, altamente utilizado até os dias de Norma Jurídica. Este pensamento colabora com o de Kelsen (em
seu livro Teoria Geral do Direito e do Estado), tendo Bobbio se b. Juiz: juiz de direito. Uma das figuras mais
utilizado deste autor como base para a construção deste livro. importantes para o Direito. Existem leis
Sendo assim, ele elenca que o direito é uma norma, mas mais específicas (pena, tempo).
específico um conjunto ordenado de normas. Opino iuris ac necessitas -> a norma é jurídica se seguida
Análise da teoria do Direito dividida em: da crença de sua obrigatoriedade;
Nomostática: trata de problemas relativos à norma jurídica. A noção para definir uma norma encontra sua explicação
Nomodinâmica: trata de problemas relativos ao Ordenamento no ordenamento que a compreende.
Jurídico
o Pela primeira vez a teoria do ordenamento jurídico Nossa Definição do Direito
constitui uma das partes de uma completa teoria do O que se entende por norma jurídica? Norma jurídica
direito. normalmente se relaciona com a sanção, algo que se faça valer a
norma jurídica (poder/força). E análise de condutas como
Ordenamento Jurídico e Definições do Direito proibido, permitido e obrigatório. A sanção jurídica é através do
Nesta segunda parte, Bobbio se preocupa em definir o direito. Ao aspecto de institucionalização
contrário de Hans Kelsen, para Bobbio o direito não poder ser Problemas da Eficácia: podemos considerar ineficaz uma norma
definido a parti do ponto de vista das normas. É possível pela que não é cumprida na realidade?
observado de uma organização produzida por um ordenamento O problema da validade e da eficácia diminui se nos
jurídico. referirmos ao ordenamento jurídico, onde a eficácia
Há, neste livro, diversos critérios para a caracterização do direito. fundamenta a validade.
I. Critério Formal: Definição do direito através do elemento Problemas do Direito Consuetudinário (costume):
estrutural das normas. Estrutura das normas: “O termo direito, na mais comum acepção de direito objetivo
a. Positivas ou Negativas; indicia um tipo de sistema normativo não um tipo de norma
i. Positivas: prescrevem um (p.31)”
comportamento fazendo incidir uma
obrigação positiva. Pluralidade de Normas
ii. Negativas: estabelecem uma Um ordenamento jurídico sempre significa um conjunto de
proibição, fazendo incidir um modal normas. Pode existir um ordenamento composto de uma só
de valor negativo. norma? No pensamento de Bobbio esse ordenamento seria
b. Categóricas ou Hipotéticas; impossível pois, para existir ele precisaria estar enquadrado em
i. Categóricas: comportamentos nos uma destas três possibilidades:
quais não há opção, não há hipótese. a) Tudo é permitido
Ex.: o Brasil é uma República b) Tudo e proibido
Federativa. É e ponto, não há a c) Tudo é obrigatório
opção não ser. Pode-se conceber um ordenamento que ordene ou proíba uma
ii. Hipotéticas: estabelece o raciocínio única ação (ex.: pertencente a um grupo, associações ou clube).
de condição – é proibido fumar, Isso se trataria de uma norma particular reguladora, ou no máximo
então SE X fumar, deve sofrer uma uma norma geral exclusiva.
consequência. Mesmo em um ordenamento simples, este é composto de dois
c. Gerais ou Individuais. tipos de normas:
i. Gerais: quando vale para todo o a) Normas de Conduta (destinada ao cidadão);
território, no espaço, e para todos os b) Normas de Estrutura (destinada ao juiz).
indivíduos. Serve para ligar a norma
individual, atribuindo a esta Os Problemas do Ordenamento Jurídico
legitimidade. Dão resultados das relações das normas entre si. Essas normas
ii. Individuais: normas que valem para constituem uma unidade, mas de que modo? Há uma Hierarquia
algumas pessoas, em determinada de Normas Jurídicas, fazendo com que todas fiquem dispostas em
situação. Ex.: contrato de locação. um mesmo ordenamento único, mas em formato hierárquico
II. Critério Material: extraído do conteúdo das normas atraído por relações de poder. Nem todas as normas têm o mesmo
jurídicas. O objeto de regulamentação de normas jurídicas poder.
são as ações possíveis dos indivíduos. Há a tentativa de Constituição
separa o campo de ações reservadas ao direito por duas
distinções: Normas superiores conferem validade às
a. Ações Internas e Ações Externas; normas inferiores, que precisam fazer parte
b. Ações Subjetivas e Ações Objetivas. da unidade do sistema por critérios
III. Critério do Sujeito que Põe a Norma: considera jurídicas hierárquicos
as normas impostas pelo poder soberano. Este poder
soberano detém o monopólio do exercício da força, sendo Normas inferiores
um conjunto de órgãos estabelecidos por um ordenamento
jurídico. A soberania caracteriza-se não por uma norma, Problema das Antinomias Jurídicas:
mas um ordenamento. podem duas normas conferirem valores contrários, entrando em
IV. Critério do Sujeito ao Qual a Norma é Destinada: contradição entre si. A grande maioria destas normas estão em
normalmente se destina a dois tipos de pessoas: diferentes patamares da hierarquia jurídica, prevalecendo, quando
a. Súditos: população em um geral, cidadão, em contradição, aquela com maior poder conferido. Quando estas
indivíduos da sociedade. Maior parte das têm o mesmo poder, vale os valores e princípios morais para a
normas é destinada. resolução do conflito entre as normas (ex.: durante a pandemia, o
que era mais importante, economia ou saúde – mesmo poder decidir conforme a constituição, levando em consideração os seus
hierárquico). princípios. Outro problema é que princípios são muito amplos e há
Problema das Lacunas do Direito: todo o ordenamento jurídico ambiguidades para o seu real entendimento. Sendo assim temos
pretende também ser completo. Entretanto, nem sempre isso uma antinomia, ou colisão de princípios.
ocorre, existindo certas lacunas que devem ser preenchidas, Problema do Reenvio de um Ordenamento a Outro: há uma teoria
situações não previstas dentro do ordenamento jurídico. Norberto das relações entre distintos ordenamentos. No direito canônico,
Bobbio não aceita estas lacunas, pois considera que o direito deve que regula o comportamento das pessoas dentro da religião a qual
prever tudo e todas as situações que ocorrem na sociedade. ela se encaixa, (ex.: Igreja Católica) o divórcio é proibido,
Idealmente, no Brasil, quando houver uma lacuna o juiz deverá enquanto no direito civil é permitido.

TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – CAP. 2


No estudo de Bobbio, o ordenamento é visto como uma unidade, ordenamento não se estinguem com o surgimento deste
sendo composto de uma miríade de normas que ninguém foi capaz poder originário (juridicamente falando), atuando estas
de contar. O capítulo 2 de seu livro, traz o problema entre fontes como limites externos ao poder soberano.
reconhecidas e fontes delegadas. Fontes são a origem de algo, de 2. O poder originário cria novas centrais de produção
onde vem. Kelsen discute, de forma positivista e analista, que o jurídica, atribuindo a órgãos executivos o poder de
direito tem apenas uma única fonte, o direito por si só. O direito editar normas integradoras subordinadas às legislativas.
que cria o direito, tendo autonomia para isso. Se criamos uma lei, Aqui há que se falar em uma autolimitação do poder
é necessário que haja uma lei que regule a forma pela qual pode-se soberano.
criar leis. Segundo as teorias jusnaturalistas, há duas principais concepções
com as quais é possível explicar a passagem do estado de natureza
Fontes Reconhecidas e Fontes Delegadas para o estado civil.
A dificuldade de rastrear todas as normas de um ordenamento Teorias do Direito Natural Moderno (contrato social):
jurídico provem do fato destas derivarem de mais de uma fonte. o Hobbes – Direito Positivo nasce ilimitado, o Direito
Ordenamento Simples: normas derivadas de uma fonte Natural “morre”
Ordenamento Complexo: normas derivadas de mais de uma fonte o Locke – Direito Positivo nasce limitado, pois é
jurídica instrumento do Direito Natural
Nosso ordenamento, devido a suas diversas fontes, é complexo e,
para tanto, assume-se dois expedientes: As Fontes do Direito
a) Recepção de normas já prontas, produzidas por outros Podemos fazer um breve esquema de como funcionam algumas
ordenamentos; das fontes do direito:
b) Delegação do poder de produzir normas a poderes ou
órgãos inferiores. Multiplicação de normas. Derivadas Delegadas
Possibilidade de criação de novas normas pelos órgãos Fontes
inferiores. O direito se autorreproduz pela delegação de Reconhecidas
normas. Originárias
Fontes Reconhecidas: é uma recepção de normas. Ex.: costumes.
Fontes Delegadas: é uma delegação de normas. Ex.: regulamentos Entretanto, além destas fontes, precisamos nos preocupar com o
em relação à lei. que seria uma fonte do direito.
Mas e o poder negocial? Este pode ser visto como um direito Fontes do Direito: fatos e atos dos quais o ordenamento jurídico
natural, como na visão de Kant, reproduzindo uma fonte faz decorrer a produção de normas jurídicas.
recepcionada ou como um direito positivo, derivado do Estado, Ou seja, o ordenamento jurídico, além de regular comportamentos,
proveniente de fonte delegada. também regula sobre a forma/modo pelo qual se devem produzir
Tipos de Fontes e Formação Histórica do Ordenamento estes regulamentos.
Relembremos os dois tipos de fontes jurídicas mencionados Há normas de conduta, normas de ação, e normas de estrutura, as
anteriormente: quais regulam a produção da norma e seus procedimentos.
Recepção o Norma de Conduta: normas de primeira instância (ex.:
o Incorporação normas não jurídicas (morais, religiosas crime cometido pelos acusados do caso Kiss).
etc.) o Norma de Estrutura: normas de segunda instância (ex.:
o Absorção de um direito preexistente a norma que, por não ser seguida, invalidou o
o Limitação externa ao ordenamento julgamento Kiss – escolha do júri).
Delegação Quanto aos imperativos, há os imperativos de primeira instância,
o Multiplicação das fontes do direito que se trata dos comandos de fazer e não fazer, e os imperativos
o Criação de novos direitos de segunda instância, os chamados comandos de comandar.
o Limitação interna ao ordenamento Ambas existem em todos os níveis da pirâmide hierárquica do
Além das fontes anteriormente mencionadas, há ainda que se falar ordenamento jurídico. A quantidade e frequência das normas de
em uma fonte das fontes, a fonte de todas as normas, o poder estrutura mostram a complexidade do sistema.
originário. A complexidade do ordenamento decorre As normas de primeira instância podem ser:
historicamente por duas razoes fundamentais: a) Imperativas
1. A sociedade civil na qual vai se formando um b) Proibitivas
ordenamento jurídico não é uma sociedade natural, mas c) Permissivas
uma sociedade na qual vigem normas de variados As normas de segunda instância podem ser:
gêneros. As estratificações anteriores a este a) Normas que mandam mandar;
b) Normas que proíbem mandar;
c) Normas que permitem mandar; A Norma Fundamental
d) Normas que mandar proibir; O ordenamento jurídico pressupõe seu surgimento a uma norma
e) Normas que proíbem proibir; fundamental. Toda a norma, com exceção desta, somente pode
f) Normas que permitem proibir; legislar tendo sido atribuída a ela o poder para legislar, atribuição
g) Normas que mandar permitir; esta proveniente de outra norma do ordenamento. Sendo assim, a
h) Normas que proíbem permitir; norma fundamental é única, estando no topo do ordenamento
i) Normas que permitem permitir; jurídico.
Fonte de origem: Assembleia Constituinte
Construção Escalonada do Ordenamento O, enquanto uma única norma se valida por uma norma anterior, o
A complexidade do ordenamento não exclui a sua unidade. Ou fundamento de validade e legitima todo o ordenamento jurídico
seja, não podemos falar de ordenamento jurídico sem o como um todo é a norma fundamental. A norma fundamental por
considerarmos algo unitário. si só não é fundamentada por nenhuma anterior, pois é a única que
O ordenamento jurídico apresenta uma estrutura hierárquica, é considerada válida por si só.
dispostas em uma ordem hierárquica. “É uma norma ao mesmo tempo atributiva e imperativa,
 Normas produtivas (cima para baixo) e Normas Executivas segundo a consideremos do ponto de vista do poder ao
(baixo para cima) qual dá origem ou da obrigação que dela deriva [...]”.
 Poderes (cima para baixo) e Deveres (baixo para cima) (p.66)
Norma aakkddaNorma A norma fundamental é uma ideia de direito ideal, servindo de
Execução jkjijjdProdução modelo ideal para todas as normas do ordenamento jurídico.
Dentro deste modelo ideal temos o dever ser, o conceito da
hierarquia piramidal do ordenamento, dos aspectos de validade.
A norma fundamental não é uma norma escrita, mas sim um
Deveres iiiPoderes pressuposto básico do ordenamento, sendo a condição de
possibilidade deste.
Controle de E a norma fundamental, sobre o que se funda? Ela cumpre a
Constitucionalidade: serve para, quando há alguma norma mesma função que os postulados num sistema científico, postos
inconstitucional dentro do ordenamento jurídico, que esta possa por convenção ou pretensa evidência. São proposições primitivas
ser removida da pirâmide pelo controle de constitucionalidade. das quais se deduzem outras, mas não são dedutíveis elas mesmas.
Se seu fundamento é um problema, não o é de ordem jurídica, mas
Limites Materiais e Limites Formais sim externo ao sistema.
Quando um órgão superior atribui poder a um órgão inferior, este Fora do Direito Positivo, então, há, historicamente, três principais
poder não é ilimitado. Ele possui certas limitações, subdivididas fundamentações: Deus, Lei Natural ou Convenção originária.
em limitações materiais e formais. Os limites com os quais o
poder superior restringe e regula o inferior são: Direito e Força
Limites Materiais: relativos ao conteúdo das normas. A lei tem o poder para se fazer cumprir. Confere, portanto, o
Limites Formais: relativos à forma, ao modo ou procedimento direito de se exigir o cumprimento da lei com base no uso da
pelo qual a norma deve ser editada. força. As regras para o exercício da força sã aquela parte das
Juízo de equidade: autorização ao juiz para produzir direito fora de regras que servem para a organizar a sanção e, logo, para tornar
qualquer limite material imposto pelas normas superiores mais eficazes as normas de conduta e o próprio ordenamento em
(excepcional e raro) sua totalidade.

TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – CAP. 3


O Dever da Coerência
O Ordenamento Jurídico Como Sistema

Três Significados de Sistema Jurídico

As Antinomias

Vários Tipos de Antinomias

Critérios Para a Solução Das Antinomias

Insuficiência de Critérios

Conflito dos Critérios


COR 1
COR 2
COR 3

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