Você está na página 1de 44

Controle da Qualidade

Durante a Execução de
Pisos Industriais

Eng. Breno Macedo Faria


Breno Macedo Faria
Curriculo

Graduado em Engenharia Civil pela Unicamp (Universidade


Estadual de Campinas) em 1999, MBA em Gestão Estratégica
e Econômica de Projetos pela FGV (Fundação Getúlio Vargas),
e especialização em Pavimentos de Concreto pela USP
(Universidade de São Paulo).
Atua desde 1999 na área de pisos e pavimentos de concreto e
atualmente é Gerente Técnico da LPE Engenharia.
Controle da qualidade durante a
execução de pisos industriais
Tópicos
I. INTRODUÇÃO
II. FERRAMENTAS PARA CONTROLE DE QUALIDADE
III. PRÉ CONCRETAGEM
IV. CONCRETAGEM
V. PÓS CONCRETAGEM
VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS
I. INTRODUÇÃO

• Definições de qualidade
• Conceitos básicos
• Sistemas de gestão de qualidade
O que é qualidade?
Existem várias definições de qualidade:

“É adequação ao uso.” Porém para atender as expectativas de


Joseph Moses Juran qualidade é necessário transformar
características subjetivas em características
“É um instrumento estratégico pelo qual todos
os trabalhadores devem ser responsáveis.” tangíveis
Armand Vallin Feigenbaum
“É a conformidade com as exigência.”
Philip Crosby

“É o grau com que um conjunto de características Quantificar (Metrificar)


inerentes atende aos requisitos.”
Transformar estas características em
PMBOK
índices que possam ser medidos
Conceitos básicos de qualidade
Trilogia Juran:
• Planejamento Estabelecer indicadores e objetivos
Segundo Juran o gerenciamento da qualidade
pode ser obtido através de três processos • Controle Controlar os indicadores
gerenciais: • Melhoria Propor melhorias

Agir Planejar
(Act) (Plan)
Ciclo PDCA:
Ciclo de Shewhart (Idealizador)
A P Método gerencial
que procura a
Ciclo de Deming (Responsável pelo seu
desenvolvimento e reconhecimento) C D Executar
Melhoria Contínua
Controlar
(Control) (Do)

FGV Management – Gestão da Qualidade


Sistemas de gestão de qualidade
Metodologia desenvolvida no final da década de 60 no Japão.
 5S Mobilização dos colaboradores, através de implementação de mudanças no ambiente de trabalho.
• Seiri – utilização e descarte
• Seiton – ordenação
• Seisou – limpeza
• Seiketsu – saúde / segurança (padronização)
• Shitsuke - disciplina

 Normas ISO
• Organização com sede em Genebra, fundada em 1947, com o objetivo de facilitar, em nível mundial,
a coordenação e a unificação de normas industriais.
• Em 1987 lançaram a família das normas ISO 9000, que são consideradas um marco na gestão de
qualidade. Estabelecem padrões quanto a terminologias, conceitos, e práticas.
• Proporciona a Certificação: atestam que a empresa atende aos requisitos da ISO.

 Seis Sigma (6σ) Utiliza os fundamentos e ideias de Shewhart, Deming, Juran, e métodos
estatísticos para atingir a meta específica para reduzir os “defeitos” para
próximo de zero.
FGV Management – Gestão da Qualidade
II. FERRAMENTAS PARA CONTROLE DE
QUALIDADE
2.1. Cartas de controle de processos
Gráfico que acompanha a variabilidade de um indicador. Exemplos de indicadores:

• Índices de planicidade por


Limite superior equipe
• Produção diária por equipe
• Custo/m2 por equipe
• Quantidade de erros por
equipe
Limite inferior

Características:

• Recomendável colocar os limites de


controle
• Indicam necessidade de ação na
operação
• Pode indicar a necessidade de ação no
processo
FGV Management – Gestão da Qualidade
2.1. Cartas de controle de processos
Auxílio na tomada de decisão

LS
LS
LI
LI
LS

LI LS
LI

Variação nos limites: variação no processo Variação nos limites: variação no processo
(troca de equipe, troca de concreteira...) (treinamento, novo equipamento...)
2.2. Check List
Lista de atividades a serem verificadas.

Características:
• Lista os itens importantes a serem controlados
• Evita retrabalhos
• Facilita ações corretivas
2.3. Brainstorming (tempestade de ideias)
É um processo em grupo em que os indivíduos expressam ideias livremente, sem
críticas, no menor espaço de tempo possível.

Características:

• Capacidade de autoexpressão
• Estimula a criatividade
• Registro das ideias
• Ausência de hierarquia durante o processo

Derivações:

• Brainwriting (Brainstorming fechado):


ideias são escritas (sem exposição oral) –
evita inibições
• Brainstorming Post it: ideias escritas em
Post it
FGV Management – Gestão da Qualidade
2.4. Diagrama de causa e efeito (diagrama de Ishikawa)
Diagrama das possíveis causas que levam a um determinado efeito.

Mão de obra Projeto

Equipamento Especificação
Treinamento

Perda de qualidade
do acabamento
Operação
Características:
Equipe Materiais • Efeito (ou problema) no lado direito
• Possíveis causas agrupadas no lado
esquerdo
Inspeção Concreto • Visão global do problema e de suas
causas: facilita o diagnóstico e
interferências
2.5. Matriz 5W2H
É utilizada principalmente na elaboração de planos de ação

Ações
Objetivo:
Responsável: Data:
Item O que Quem Quando Onde Por que Como Quanto
(What) (Who) (When) (Where) (Why) (How) (How much)
Características: ferramenta
1 gerencial que busca a definição de
responsabilidades, métodos,
2
prazos, objetivos, e recursos

FGV Management – Gestão da Qualidade


2.6. Fluxograma
É a representação gráfica que permite a fácil visualização dos passos de um processo.
Inicio

Avaliar sub-base

Sub-base Não Características:


Ajustar sub-base
ok?
Fluxograma: • Apresenta a sequência das atividades e
Montagem Pista Sim tomadas de decisões
Instalar fôrmas • Apresenta uma visão integrada do processo
• Facilita a identificação de falhas e melhorias
Executar detalhes
no processo
Avaliar montagem

Montagem Não
Ajustar montagem
ok?

Sim
Fim

FGV Management – Gestão da Qualidade


III. PRÉ CONCRETAGEM

Como podemos tratar a gestão de qualidade na


fase de pré concretagem?
3.1. Projeto
Especifica índices (suas variações limites
e frequências) que servirão para o controle
da execução:

• Índices para o subleito e para a


sub-base
• Espessura do piso de concreto e
seus limites
• Armações e detalhes
• Resistências
• Índices de planicidade
• Índices de abrasão
• Demais índices necessário para o
projeto.
3.2. Subleito e sub-base
Índice usuais de
controle:

• Grau de compactação
• Granulometria
• Espessura
• Variação máxima da
superfície
3.3. Reunião técnica
Envolvidos:
• Construtora
• Projetista
• Executora do piso
• Concreteira
• Laboratório

Objetivos:
• Integrar os envolvidos com o projeto
• Esclarecer dúvidas do projeto
• Estabelecer funções para cada envolvido. Exemplos:
• Quem irá planejar e liberar a concretagem?
• Qual será o intervalo entre caminhões?
• O que fazer se houver algum problema de
Formar um time!!!
fornecimento (Planos B`s)...
3.4. Verificação do traço
Objetivo da verificação do traço: Avaliar se
o concreto tem condições de garantir as
exigências do projeto (mecânicas e
executivas)

O que verificar (índices):


• Abatimento
• Perda de abatimento com o tempo
• Evolução da resistência
• Exsudação
• Teor de ar incorporado
• Retração
• Tempo de início e de fim de pega
3.5. Placa teste
Trecho em tamanho reduzido executado para simular as
operações durante a execução e para avaliar o Protótipo
desempenho do piso acabado.
Objetivos:
• Avaliar os procedimentos executivos
(lançamento e acabamento)
• Avaliar o comportamento do concreto
(tempo de pega, ocorrência de
delaminações).
• Avaliar desempenho do piso acabado
(estética, e F-numbers).
Evitar manifestações patológicas
durante e após a execução
Importante estar ciente que é um teste,
podendo ser necessário ajustes e novos testes
IV. CONCRETAGEM

Como podemos tratar a gestão de qualidade


durante a concretagem?
4.1. Montagem

• Fôrmas
 Alinhamento
 Nivelamento
 Estabilidade
 Limpeza
4.1. Montagem
• Armadura • Cabos de protensão
 Posicionamento (cobrimento)  Integridade da capa
 Emendas  Posicionamento
 Estabilidade durante execução  Alinhamento
4.1. Montagem

• Reforços em cantos reentrantes

• Detalhes executivos
4.1. Montagem
Cuidados para evitar não conformidades nos detalhes:

Distância entre
telas superiores

Tela não interrompida


Reforços em cantos
na junta
reentrantes
4.1. Montagem
Recomendação: Elaborar Check List
4.2. Lançamento do concreto
 Manter constância no abatimento Evitar emendas entre
Concreto
 Manter constância no intervalo entre caminhões de concreto
(homogeneidade):
caminhões (“juntas frias”)
4.2. Lançamento do concreto

Equipe de Execução:
• Lançamento: garantir
uniformidade e continuidade
• Adensamento e nivelamento:
vibradores de imersão em
conjunto com réguas vibratórias
ou laser screeds
4.3. Regularização da superfície
• Float e Rodo de corte: Regularizar a superfície

Float Rodo de Corte


4.4. Acabamento
• Disco de flotação (“Discão”)
• Rodo de corte

Fase que promove o maior


ganho de planicidade
4.4. Acabamento Evitar barras desalinhadas
Verificar e controlar posicionamento das e desniveladas
barras de transferência
4.4. Acabamento
Desempeno: controlar o tempo correto para a entrada das acabadoras
4.4. Acabamento
1º) Formação de manchas brancas
Durante o acabamento: evitar
aspersão de água na superfície do 2º) Pequenas fissuras superficiais
concreto durante o acabamento 3º) Delaminação
4.5. Cura
Iniciar o processo de cura logo após o fim do acabamento
A cura pode ser:
• Úmida: mantendo a superfície completamente saturada
pelo período mínimo de 7 dias (ou conforme projeto)
• Química, desde que atenda a
norma ASTM C 309

A cura evita manifestações


patológicas como:
• Perda prematura de brilho
• Perda de resistência à abrasão
• Microfissuras superficiais
• Redução na resistência do concreto
V. PÓS CONCRETAGEM

Como podemos tratar a gestão de qualidade após a


concretagem?
5.1. Corte das juntas

Verificar:
• Posicionamento correto das juntas
• Tempo adequado para o corte
• Profundidade de corte
• Lavar e coletar a nata de cimento
formada pelo corte
5.2. Leitura dos F-numbers
FF (Face Flatness): mede a planicidade (ondulação)
Importante para o tráfego das empilhadeiras
FL (Face Levelness): mede o nivelamento
Importante para o nivelamento das prateleiras e para a operação das empilhadeiras
em alturas elevadas

Dipstick
5.3. Inspeções futuras
Objetivos:
• Avaliar o desempenho do piso após utilização -
verificar a ocorrência de manifestações patológicas
(desgaste, fissuras, juntas esborcinadas)

• Registrar lições aprendidas

Com estas fases estamos executando o PDCA

Agir Planejar
(Act) (Plan)
A P Melhoria
Contínua
C D
Controlar Executar
(Control) (Do)
VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Visita ao Japão - 2014


• Concreteira / Fábrica de cimento /
Fábrica de pré-moldados
• O que chamou atenção:
 Limpeza
 Baixa variabilidade dos produtos
 Padronização
 Processos otimizados
Controle de qualidade no Brasil: Tem se difundido em praticamente todos os setores

Padronização dos detalhes Sistema de Controle


Controle dos padrões de Qualidade
Pisos brasileiros

Podemos utilizar os conhecimentos de


• Conseguimos atingir altos índices de
gestão de qualidade:
planicidade
• Atingimos recordes mundiais • Reduzir as variações
• Temos uma preocupação com • Aumentar a produtividade e lucratividade
estética que é diferenciada em • Fornecer produtos e serviços de qualidade
relação aos outros países cada vez melhores
Obrigado!

Você também pode gostar