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Sugestão de resolução da ficha de avaliação n.

º 2

Grupo I

1. O interpelador do «guardador de rebanhos» não vê a natureza apenas como ela se


apresenta; para ele, a natureza (o vento) evoca o passado e leva ao sonho e à
imaginação do futuro («Fala-me de muitas outras cousas. / De memórias e de saudades
/ E de cousas que nunca foram.», vv. 9-11). O interpelador do «guardador de rebanhos»
apresenta, por isso, uma visão subjetiva da natureza, uma vez que a interpreta. Já o
«guardador de rebanhos» vê a natureza tal como ela é («O vento só fala do vento.», v.
13). Rejeita o que ultrapassa essa visão imediata e concreta, considerando que o
pensamento abstrato sobre a natureza é uma especulação, fruto da nossa imaginação
(«O que lhe ouviste foi mentira, / E a mentira está em ti.», vv. 14-15). Tem, pois, uma
visão objetiva da natureza.
2. Ao utilizar formas do verbo «passar» no presente, no pretérito perfeito e no futuro —
evidenciadas pelo emprego pleonástico dos advérbios «antes» e «depois» —, quando
se refere ao que «diz»/«é» o vento, o «guardador de rebanhos» aponta para o carácter
cíclico dos ritmos da Natureza e salienta nesta um esquema circular que sugere a ideia
de completude.
3. Por exemplo:
• ausência de rima ao longo do poema, na medida em que todos os versos são
brancos.
• Predomínio do presente do indicativo (“diz”, “passa”, “´é”);
• Uso do polissíndeto na segunda estrofe.

4. A relação entre «nós» e o «Tempo» está simbolizada na referência à figura mitológica


de Cronos, o deus que devora os filhos: o «Tempo» é assim definido como o pai e,
simultaneamente, o devorador e aniquilador do «nós».
A consciência de que o tempo passa inexoravelmente, encaminhando o homem para a
morte, exige a sua total aceitação por parte do «nós» (“Não vale a pena/
Fazer um gesto”),que deve aprender a conformar-se às leis do tempo («envelhecemos»)
e a viver cada instante com tranquilidade.
5. O uso das verbais «saibamos» (vv.10 e 28), «colhamos» (v.37) e «Molhemos» (v.38),
na 1ª pessoa do plural do presente do presente do conjuntivo, com valor de
imperativo, produz os seguintes efeitos de sentido:
• Constrói um sentido exortativo, dirigido a um «nós»;
• Contribui para a formulação de máximas que encerram ensinamentos de vida;
• Conferem ao texto um caráter de proposta de uma filosofia de vida;

6. O recurso expressivo é a apóstrofe - «Mestre» - cujo referente é Alberto Caeiro.
7. Tópicos de resposta:
• patriotismo e a nobreza de Manuel de Sousa Coutinho na resistência à
ocupação dos governadores castelhanos do seu palácio, através do incêndio
que provoca;
• o entusiamo e o orgulho manifestados por Maria e Telmo face ao exemplo de
honra e de heroísmo de Manuel de Sousa Coutinho;
• o sebastianismo de Telmo e de Maria, ou seja, a crença no regresso de D.
Sebastião e na consequente libertação e ressurgimento dos valores da pátria.
Grupo II

V1 V2
1. C D
2. A B
3. B A
4. B C
5. C C
6. valor restritivo
7. a) complemento direto
b) complemento direto

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