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Caso prático 1
a)
• Vícios orgânicos:
▪ A competência legislativa e administrativa do Governo em matéria
tributária (artigos 165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea b), da CRP)
▪ O princípio da legalidade tributária - reserva de Lei: (i) em sentido
absoluto e em sentido relativo e (ii) em sentido formal e em sentido
material (artigo 103.º, n.º 2, da CRP, e artigo 8.º da LGT)
• Vícios formais: a impossibilidade de adoção de Decreto Lei sem autorização
legislativa para disciplinar os elementos essenciais dos impostos – no caso, a
taxa (artigos 103.º, n.º 2, 165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea b), da CRP)
• (Eventual) vício material: violação do princípio da proporcionalidade (artigo
62.º da CRP)
b)
• Vícios materiais:
▪ O princípio do livre exercício da profissão
▪ O princípio da igualdade tributária (artigo 13.º da CRP e artigos 5.º, n.º 2
e 7.º, n.º 3, da LGT) – uma vez que a medida em causa só se aplica a um
certo grupo de contribuintes
▪ O princípio da consideração fiscal da família (artigos 67.º, n.º 2, alínea f),
104.º, n.º 1, da CRP, e artigo 6.º, n.º 3, da LGT) – que não obrigada a
discriminação positiva da família
▪ O princípio da tipicidade tributária – uma vez que fica por esclarecer
quando é que uma família é considerada numerosa
• Vícios orgânicos e formais: remissão para a resposta anterior, com a
identificação do elemento essencial em causa – benefícios fiscais
c)
Vício material: o princípio da segurança jurídica (i) a não retroatividade das
normas tributárias (artigo 103.º, n.º 3, da CRP, e artigo 12.º, da LGT); (ii)
recondução do caso a uma situação de retroatividade de 1.º grau
d)
• Identificar o tipo de tributo, delimitando o conceito de taxa e o de imposto
• Ausência de uma contraprestação específica (não se verifica a bilateralidade)
e de uma utilidade divisível
• O tributo em causa é mais consentâneo com a figura do imposto
Caso prático 2
No mês passado, por Portaria do Governo, foi criada a Taxa de Consolidação
Financeira, que passa a ser devida por todos os cidadãos de nacionalidade
portuguesa que aufiram rendimentos anuais superiores a € 2.500.
Resulta da aludida Portaria que a Taxa de Consolidação Financeira vigorará
durante os próximos dois anos. No entanto, este período poderá ser prorrogado ou
não, em função dos montantes de receita que vierem a ser arrecadados.
Na sequência desta medida, a Autoridade Tributária e Aduaneira emitiu ontem um
ofício-circulado, nos termos do qual determinou que a Taxa de Consolidação
Financeira será apenas devida por advogados, podendo a mesma ser-lhes exigida
também em relação aos rendimentos auferidos no ano de 2017, no caso de terem sido
superiores a € 20.000.
Pronuncie-se sobre a medida referida à luz dos princípios jurídico-constitucionais
de Direito Fiscal.
• Qualificação do tributo em causa como um imposto (artigo 4.º da LGT)
Em particular, a distinção entre impostos e taxas: critério económico-
financeiro (divisibilidade) e critério jurídico (sinalagmaticidade)
- O princípio da territorialidade
- Critérios de aplicação das leis tributárias no espaço – elementos de conexão (artigo 13.º
da LGT): de natureza pessoal e de natureza real
- A necessidade de existência de uma conexão relevante entre a manifestação de
capacidade contributiva (a compra dos bilhetes), o tributo e o ordenamento em causa
Caso prático 4
a)
• Qualificação do tributo em causa como uma contribuição especial de melhoria
▪ Noção e espécies de contribuições especiais (artigo 4.º, n.º 3, da LGT)
o Contribuições especiais de melhoria
o Contribuições especiais de maior despesa
▪ O regime jurídico das contribuições especiais – equiparação ao regime
jurídico dos impostos
• Vícios orgânicos
▪ A competência legislativa e administrativa do Governo em matéria
tributária (artigos 165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea b), da CRP)
▪ O princípio da legalidade tributária - reserva de Lei: (i) em sentido
absoluto e em sentido relativo e (ii) em sentido formal e em sentido
material (artigo 103.º, n.º 2, da CRP, e artigo 8.º da LGT)
• Vícios formais
▪ A caducidade da autorização legislativa concedida (artigo 165.º, n.º 5, da
CRP)
▪ A impossibilidade de adoção de Decreto Lei sem autorização legislativa
para a criação de contribuições especiais e para disciplinar os elementos
essenciais dos impostos (artigos 165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea
b), da CRP)
b)
• Vícios materiais
▪ O princípio da consideração fiscal da família (artigos 67.º, n.º 2, alínea f),
104.º, n.º 1, da CRP, e artigo 6.º, n.º 3, da LGT)
▪ O princípio da igualdade tributária (artigo 13.º da CRP e artigos 5.º, n.º 2
e 7.º, n.º 3, da LGT) – uma vez que a medida em causa só se aplica a um
certo grupo de contribuintes
▪ O princípio da tipicidade tributária – uma vez que fica por esclarecer
quando é que uma família é considerada numerosa
c)
• Vícios materiais
▪ O princípio da segurança jurídica
o A não retroatividade das normas tributárias (artigo 103.º, n.º 3, da
CRP, e artigo 12.º, da LGT)
o Recondução do caso a uma situação de retroatividade de 1.º grau
▪ Defensável que exista no caso concreto uma violação dos princípios da
proporcionalidade e da proteção da propriedade privada (artigo 62.º da
CRP)
d)
• A interpretação das normas tributárias (artigo 11.º da LGT)
▪ A interpretação económica e a interpretação funcional
▪ A interpretação das normas tributárias de acordo com os critérios
tradicionais interpretativos (artigo 9.º do CC)
• A inadmissibilidade da interpretação das normas tributárias à luz dos
brocardos in dubio pro fiscum e in dubio contra fiscum.
Caso prático 5
- O princípio da legalidade tributária (artigo 103.º, n.ºs 2 e 3): a reserva de lei (em sentido
absoluto e em sentido relativo e em sentido formal e em sentido material); a prevalência
de lei (artigo 266.º, n.º 2, da CRP); a precedência de lei (artigo 112.º, n.º 8, da CRP);
- a inconstitucionalidade da portaria, por não ser o meio adequado para a criação de um
imposto (vício formal);
- A competência legislativa e administrativa do Governo em matéria tributária (artigos
165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea b), da CRP) - a incompetência do Governo, e
em concreto, do ministro da Administração interna para a criação de um imposto, sem a
prévia autorização da Assembleia da República (vício orgânico);
- O princípio da capacidade contributiva e o princípio da igualdade tributária (artigo 13.º
da CRP e artigos 16.º, 5.º, n.º 2 e 7.º, n.º 3, da LGT) – uma vez que a “taxa de segurança
rodoviária” só seria exigida a um grupo em particular de condutores, de acordo com a
faixa etária (o que por si só é um fator discriminatório) (vício material).
Caso prático 6
No passado dia 19 de março de 2019, por decreto-lei simples, foi criada a “taxa sobre
o digital”, que veio sujeitar a tributação todos os serviços digitalmente prestados em
Portugal. No seguimento da publicação do aludido diploma, foi emitido um ofício-
circulado, que veio definir os casos em que a “taxa sobre o digital” não será devida.
Suponha agora que, de acordo com o aludido decreto-lei, a “taxa sobre o digital”
incidirá sobre todos os serviços digitalmente prestados desde 19 de março de 2018.