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Casos práticos de Direito Fiscal I

(com indicação sintetizada dos tópicos a abordar)

Caso prático 1

A 30 de março de 2018, foi publicado em Diário da República um decreto-lei que


veio introduzir as seguintes medidas legislativas:
a) Agravamento da taxa normal do Imposto sobre o Valor Acrescentado
(IVA) no continente, de 23% para 28% (mantendo as taxas normais dos
Açores e da Madeira em 18% e 22%, respetivamente);
b) Estabelecimento de (i) isenção de IVA relativamente aos serviços
profissionais prestados por solicitadores e de (ii) isenção de todos os
serviços médicos quando prestados a elementos de famílias numerosas;
c) A aplicação das aludidas alterações legislativas a todas as operações
concretizadas desde 1 de janeiro de 2018;
d) Criação do “imposto do sal”, que passará a incidir sobre quaisquer
alimentos que tenham mais de um grama de sal por cada 100 gramas de produto,
tendo em vista diminuir os casos de aterosclerose e hipertensão em Portugal.

Pronuncie-se sobre cada uma das medidas constantes no aludido diploma,


individualizando as respetivas respostas.

a)

• Vícios orgânicos:
▪ A competência legislativa e administrativa do Governo em matéria
tributária (artigos 165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea b), da CRP)
▪ O princípio da legalidade tributária - reserva de Lei: (i) em sentido
absoluto e em sentido relativo e (ii) em sentido formal e em sentido
material (artigo 103.º, n.º 2, da CRP, e artigo 8.º da LGT)
• Vícios formais: a impossibilidade de adoção de Decreto Lei sem autorização
legislativa para disciplinar os elementos essenciais dos impostos – no caso, a
taxa (artigos 103.º, n.º 2, 165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea b), da CRP)
• (Eventual) vício material: violação do princípio da proporcionalidade (artigo
62.º da CRP)

b)
• Vícios materiais:
▪ O princípio do livre exercício da profissão
▪ O princípio da igualdade tributária (artigo 13.º da CRP e artigos 5.º, n.º 2
e 7.º, n.º 3, da LGT) – uma vez que a medida em causa só se aplica a um
certo grupo de contribuintes
▪ O princípio da consideração fiscal da família (artigos 67.º, n.º 2, alínea f),
104.º, n.º 1, da CRP, e artigo 6.º, n.º 3, da LGT) – que não obrigada a
discriminação positiva da família
▪ O princípio da tipicidade tributária – uma vez que fica por esclarecer
quando é que uma família é considerada numerosa
• Vícios orgânicos e formais: remissão para a resposta anterior, com a
identificação do elemento essencial em causa – benefícios fiscais

c)
Vício material: o princípio da segurança jurídica (i) a não retroatividade das
normas tributárias (artigo 103.º, n.º 3, da CRP, e artigo 12.º, da LGT); (ii)
recondução do caso a uma situação de retroatividade de 1.º grau

d)
• Identificar o tipo de tributo, delimitando o conceito de taxa e o de imposto
• Ausência de uma contraprestação específica (não se verifica a bilateralidade)
e de uma utilidade divisível
• O tributo em causa é mais consentâneo com a figura do imposto
Caso prático 2
No mês passado, por Portaria do Governo, foi criada a Taxa de Consolidação
Financeira, que passa a ser devida por todos os cidadãos de nacionalidade
portuguesa que aufiram rendimentos anuais superiores a € 2.500.
Resulta da aludida Portaria que a Taxa de Consolidação Financeira vigorará
durante os próximos dois anos. No entanto, este período poderá ser prorrogado ou
não, em função dos montantes de receita que vierem a ser arrecadados.
Na sequência desta medida, a Autoridade Tributária e Aduaneira emitiu ontem um
ofício-circulado, nos termos do qual determinou que a Taxa de Consolidação
Financeira será apenas devida por advogados, podendo a mesma ser-lhes exigida
também em relação aos rendimentos auferidos no ano de 2017, no caso de terem sido
superiores a € 20.000.
Pronuncie-se sobre a medida referida à luz dos princípios jurídico-constitucionais
de Direito Fiscal.
• Qualificação do tributo em causa como um imposto (artigo 4.º da LGT)
Em particular, a distinção entre impostos e taxas: critério económico-
financeiro (divisibilidade) e critério jurídico (sinalagmaticidade)

• Regime jurídico aplicável aos impostos


Em particular, o princípio da legalidade tributária:
o Princípio da reserva de lei: (i) em sentido absoluto e em sentido
relativo; (ii) em sentido formal e em sentido material (artigo 103.º, n.º
2, da CRP, e artigo 8.º da LGT)
o Princípio da prevalência de lei (artigo 266.º, n.º 2, da CRP)
o Princípio da precedência de lei (artigo 112.º, n.º 8, da CRP)

• Competência do Governo em matéria tributária


o Competências legislativas (artigo 198.ºda CRP)
o Competências administrativas (decretos regulamentares, portarias e
despachos normativos) – a impossibilidade de serem criados tributos
por portaria

• Competência da Administração Tributária e Aduaneira em matéria tributária


– as ordens internas – a impossibilidade de serem disciplinadas matérias
essenciais dos impostos (em concreto, regras de incidência) por ofício-
circulado

• Princípio da segurança jurídica e da confiança


o A rejeição do arbítrio, exigência de transparência – uma vez que se
desconhece, ao certo, o período de tempo durante o qual será devido o
tributo e em que circunstâncias futuras poderá ser exigido
o A não retroatividade dos impostos (artigo 103.º, n.º 3, da CRP) – face
à exigência do tributo em relação aos rendimentos auferidos em 2017
• Princípio da igualdade tributária (artigo 13.º da CRP e artigos 5.º, n.º 2 e 7.º,
n.º 3, da LGT) – uma vez que a medida em causa só se aplicaria a um certo
grupo de contribuintes

• Princípio da proteção da escolha e do livre exercício da profissão (artigos 47.º


e 80.º, alínea c), da CRP)
Caso prático 3

No corrente mês, a Assembleia da República criou a “Taxa Desportista”.


A “Taxa Desportista” passará a acrescer, a partir de abril de 2020, ao preço dos
bilhetes para todos os jogos de todas as modalidades desportivas, devendo ser paga
pelos espectadores no momento da aquisição dos bilhetes.
A receita obtida pela cobrança da aludida imposição destinar-se-á à promoção da
prática do desporto em Portugal.

Tendo em conta os dados fornecidos, responda de uma forma juridicamente


fundamentada às seguintes questões:

a) Será a “Taxa Desportista” uma verdadeira taxa?

- Identificar o tipo de tributo, delimitando o conceito de taxa e o de imposto


- Ausência de uma contraprestação específica (não se verifica a bilateralidade) e de uma
utilidade divisível
- A “Taxa Desportista” não se reconduz de forma óbvia a nenhum dos tipos de taxa
previstos no artigo 4.º, n.º 2, da LGT
- O tributo em causa é mais consentâneo com a figura do imposto

b) Poderá o Governo, por decreto-lei, determinar as condições de isenção, de


liquidação e de cobrança da “Taxa Desportista”?

- A competência do Governo em matéria tributária – em especial, as competências


legislativas (artigos 198.º e 165.º, n.º 1, alínea i), da CRP)
- O princípio da legalidade tributária: a reserva de lei e a prevalência de lei (artigo 266.º,
n.º 2, da CRP); a precedência de lei (artigo 112.º, n.º 8, da CRP)
- Os elementos essenciais dos impostos: incidência, taxa, benefícios fiscais e garantias
dos contribuintes (artigo 103.º, n.º 2, da CRP, e artigo 8.º da LGT) – recondução da
isenção à matéria dos benefícios fiscais – a necessidade de autorização legislativa (fator
de valorização: referência à consideração doutrinal da liquidação e da cobrança como
elementos essenciais dos impostos)

c) Suponha que é definida uma isenção relativamente aos “jogos de futsal”.


Considera que também os “jogos de futebol” poderão ficar abrangidos por
essa isenção?

- A interpretação das normas tributárias (artigo 11.º da LGT)


▪ A interpretação económica e a interpretação funcional
▪ A interpretação das normas tributárias de acordo com os
critérios tradicionais interpretativos (artigo 9.º do CC)
- Os princípios da segurança jurídica e da tipicidade fechada (traços fundamentais) – a
inadmissibilidade da interpretação extensiva em relação a matéria de benefícios fiscais (a
isenção prevista para os jogos de futsal não se poderá estender aos jogos de futebol).
d) Pronuncie-se sobre a possibilidade de a “Taxa Desportista” ser também
devida na compra de bilhetes em Espanha para os jogos aí realizados.

- O princípio da territorialidade
- Critérios de aplicação das leis tributárias no espaço – elementos de conexão (artigo 13.º
da LGT): de natureza pessoal e de natureza real
- A necessidade de existência de uma conexão relevante entre a manifestação de
capacidade contributiva (a compra dos bilhetes), o tributo e o ordenamento em causa
Caso prático 4

Face às operações de reabilitação concretizadas na zona ribeirinha de Lisboa e


promovidas pela respetiva Autarquia, os imóveis ali situados viram o seu valor
patrimonial aumentar exponencialmente. Nessa sequência, o Governo aprovou, a 2
de maio de 2018, e ao abrigo de uma autorização legislativa que havia sido concedida
em agosto de 2016, um Decreto-Lei, contendo as seguintes disposições:
a) Criação de um novo tributo, a ser pago pelos proprietários de tais
imóveis;
b) Diminuição do limite máximo permitido de deduções à coleta por
despesas de educação das famílias numerosas que naqueles imóveis
habitem;
c) Aumento em 30% da taxa de IMT a aplicar a esses imóveis, incidente
sobre todas as respetivas transmissões ocorridas após 2010;
d) Possibilidade de serem interpretadas extensivamente as normas
constantes naquele diploma, sempre que por essa via se favoreçam os
interesses da Administração Tributária.

Pronuncie-se sobre cada uma das medidas constantes no aludido diploma,


individualizando as respetivas respostas.

a)
• Qualificação do tributo em causa como uma contribuição especial de melhoria
▪ Noção e espécies de contribuições especiais (artigo 4.º, n.º 3, da LGT)
o Contribuições especiais de melhoria
o Contribuições especiais de maior despesa
▪ O regime jurídico das contribuições especiais – equiparação ao regime
jurídico dos impostos
• Vícios orgânicos
▪ A competência legislativa e administrativa do Governo em matéria
tributária (artigos 165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea b), da CRP)
▪ O princípio da legalidade tributária - reserva de Lei: (i) em sentido
absoluto e em sentido relativo e (ii) em sentido formal e em sentido
material (artigo 103.º, n.º 2, da CRP, e artigo 8.º da LGT)
• Vícios formais
▪ A caducidade da autorização legislativa concedida (artigo 165.º, n.º 5, da
CRP)
▪ A impossibilidade de adoção de Decreto Lei sem autorização legislativa
para a criação de contribuições especiais e para disciplinar os elementos
essenciais dos impostos (artigos 165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea
b), da CRP)

b)
• Vícios materiais
▪ O princípio da consideração fiscal da família (artigos 67.º, n.º 2, alínea f),
104.º, n.º 1, da CRP, e artigo 6.º, n.º 3, da LGT)
▪ O princípio da igualdade tributária (artigo 13.º da CRP e artigos 5.º, n.º 2
e 7.º, n.º 3, da LGT) – uma vez que a medida em causa só se aplica a um
certo grupo de contribuintes
▪ O princípio da tipicidade tributária – uma vez que fica por esclarecer
quando é que uma família é considerada numerosa

c)
• Vícios materiais
▪ O princípio da segurança jurídica
o A não retroatividade das normas tributárias (artigo 103.º, n.º 3, da
CRP, e artigo 12.º, da LGT)
o Recondução do caso a uma situação de retroatividade de 1.º grau
▪ Defensável que exista no caso concreto uma violação dos princípios da
proporcionalidade e da proteção da propriedade privada (artigo 62.º da
CRP)

d)
• A interpretação das normas tributárias (artigo 11.º da LGT)
▪ A interpretação económica e a interpretação funcional
▪ A interpretação das normas tributárias de acordo com os critérios
tradicionais interpretativos (artigo 9.º do CC)
• A inadmissibilidade da interpretação das normas tributárias à luz dos
brocardos in dubio pro fiscum e in dubio contra fiscum.
Caso prático 5

Com o objetivo de custear campanhas de combate à sinistralidade rodoviária, na


semana passada, o ministro da Administração interna criou, através de uma
portaria, uma taxa a que chamou «taxa de segurança rodoviária». A nova taxa será
exigida, anualmente, aos condutores de idades compreendidas entre os 18 e 30 anos,
assim como aos que tenham mais de 65 anos, por serem, supostamente, os que têm
mais acidentes.

a) Diga, justificadamente, se a “taxa de segurança rodoviária” representa uma


verdadeira taxa.

- Identificar o tipo de tributo, delimitando, em especial, o conceito de taxa e o de imposto;


- Ausência de uma contra-prestação específica (não se verifica a bilateralidade) e de uma
utilidade divisível;
- A “taxa de segurança rodoviária” não se reconduz de forma óbvia a nenhum dos tipos
de taxa previstos no artigo 4.º ,n.º2, da LGT;
- O tributo em causa é mais consentâneo com a figura do imposto.

b) Avalie se na criação da “taxa de segurança rodoviária” e na definição dos


condutores a quem será exigida foram respeitados os princípios jurídico-
constitucionais relevantes.

- O princípio da legalidade tributária (artigo 103.º, n.ºs 2 e 3): a reserva de lei (em sentido
absoluto e em sentido relativo e em sentido formal e em sentido material); a prevalência
de lei (artigo 266.º, n.º 2, da CRP); a precedência de lei (artigo 112.º, n.º 8, da CRP);
- a inconstitucionalidade da portaria, por não ser o meio adequado para a criação de um
imposto (vício formal);
- A competência legislativa e administrativa do Governo em matéria tributária (artigos
165.º, n.º 1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea b), da CRP) - a incompetência do Governo, e
em concreto, do ministro da Administração interna para a criação de um imposto, sem a
prévia autorização da Assembleia da República (vício orgânico);
- O princípio da capacidade contributiva e o princípio da igualdade tributária (artigo 13.º
da CRP e artigos 16.º, 5.º, n.º 2 e 7.º, n.º 3, da LGT) – uma vez que a “taxa de segurança
rodoviária” só seria exigida a um grupo em particular de condutores, de acordo com a
faixa etária (o que por si só é um fator discriminatório) (vício material).
Caso prático 6

No passado dia 19 de março de 2019, por decreto-lei simples, foi criada a “taxa sobre
o digital”, que veio sujeitar a tributação todos os serviços digitalmente prestados em
Portugal. No seguimento da publicação do aludido diploma, foi emitido um ofício-
circulado, que veio definir os casos em que a “taxa sobre o digital” não será devida.

a) Diga se a “taxa sobre o digital” representa uma verdadeira taxa e avalie se na


criação da mesma e na definição dos casos em que não será devida foram respeitados
os princípios jurídico-constitucionais relevantes. (5 valores)

- Qualificação jurídico-tributária da “taxa sobre o digital”


- Identificação das espécies tributárias - impostos, taxas, contribuições especiais e
contribuições financeiras - 4.º da LGT
- Recondução da “taxa sobre o digital” a alguma das espécies tributárias - em especial, a
problematização da sua possível qualificação como imposto ou como taxa - análise dos
principais critérios de distinção: ausência de uma contração específica (não se verifica a
bilateralidade) e de uma utilidade divisível
- A não recondução, de uma forma óbvia, da “taxa sobre o digital” a nenhum dos tipos de
taxa previstos no artigo 4.º, n.º 2, da LGT
- O tributo em causa será mais consentâneo com a figura do imposto

- Princípios jurídico-constitucionais relevantes:


> princípio da legalidade tributária: i. princípio da reserva de lei (em sentido absoluto e
em sentido relativo e em sentido formal e em sentido material); ii. princípio da
prevalência de lei (artigo 266.º, n.º 2, da CRP); iii. princípio da precedência de lei (artigo
112.º, n.º 8, da CRP)
- Os elementos essenciais dos impostos: incidência, taxa, benefícios fiscais e garantias
dos contribuintes (artigo 103.º, n.º 2, da CRP, e artigo 8.º da LGT) – recondução da
isenção aos benefícios fiscais – a necessidade de autorização legislativa
- A competência do Governo em matéria tributária – em especial, as competências
legislativas (artigos 198.º e 165.º, n.º 1, alínea i), da CRP) - A impossibilidade de adoção
de Decreto Lei sem autorização legislativa para a criação de impostos (artigos 165.º, n.º
1, alínea i), e 198.º, n.º 1, alínea b), da CRP)
- A competência da Administração Tributária e Aduaneira em matéria tributária – as
ordens internas - A impossibilidade de serem disciplinadas matérias essenciais dos
impostos (em concreto, benefícios fiscais) por ofício-circulado

Suponha agora que, de acordo com o aludido decreto-lei, a “taxa sobre o digital”
incidirá sobre todos os serviços digitalmente prestados desde 19 de março de 2018.

b) A “Publicidade Digital, Lda.” é uma sociedade comercial que presta digitalmente


serviços de publicidade em Portugal desde janeiro de 2018. O que diria ao gerente
desta sociedade se este lhe perguntasse se deveria pagar esta “taxa sobre o digital”
relativamente aos serviços prestados no passado?

- O princípio da segurança jurídica e a proteção da confiança: (i) a não retroatividade das


normas tributárias (artigo 103.º, n.º 3, da CRP, e artigo 12.º, da LGT); (ii) recondução do
caso a uma situação de retroatividade de 1.º grau
c) Sabendo que a “Publicidade Digital, Lda.” presta ainda serviços de publicidade
através de cartazes em papel colocados na via pública, poderá a Autoridade
Tributária entender que também deverá ser cobrada a “taxa sobre o digital”
relativamente a estes serviços?

- A interpretação das normas tributárias (artigo 11.º da LGT)


- Os princípios da segurança jurídica e da tipicidade fechada (traços fundamentais) – a
inadmissibilidade da interpretação extensiva em relação a matéria de incidência (a “taxa
sobre o digital” sujeitava a tributação todos os serviços prestados digitalmente - e não
serviços de colocação de cartazes em papel na via pública)
- A inadmissibilidade da interpretação das normas tributárias à luz dos brocardos in dubio
pro fiscum e in dubio contra fiscum

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