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A lesão de esmalte baseia-se na lesão de mancha branca

posicionada na margem cervical da faceta interdental na


superfície proximal. Normalmente, a lesão parece ser triangular
nas secções de corte por meio da parte central da lesão.
As medições sistemáticas da porosidade do esmalte no sentido
transversal, seguindo a direção dos prismas, possibilitam
compreender a morfogênese da lesão proximal em forma cônica.
Uma linha é desenhada designada como a transversal central, na
direção dos prismas, desde o ponto mais profundo da
penetração da lesão até a superfície. O mais alto grau de
porosidade do tecido é sempre observado ao longo dessa linha,
independentemente da profundidade da lesão.
Iniciação, propagação e progresso da lesão proximal
representam um simples reflexo do ambiente específico criado
pelas comunidades microbianas (o biofilme) na superfície de
esmalte no espaço proximal. Contudo, se são

oferecidas às bactérias condições de crescimento semelhantes


em qualquer lugar na dentição, possibilitando que os biofilmes
se estabeleçam, então o metabolismo desse biofilme produz
tipos similares de lesões.

Os streptococcus mutans são cocos Gram positivos, anaeróbios


facultativos, microaerófilos, acidogênicos e acidúricos, e capazes
de formar polissacarídeos extracelulares. No processo de
formação da cárie, exige-se o contato entre os micro-organismos
envolvidos e o substrato glicídico na superfície do dente.
Deste contato, resulta a produção da placa dental, ocorrendo
assim a fermentação do material glicídio e proteico, resultando
em ácidos que iniciam a descalcificação do esmalte
dentário.
Os micro-organismos acidogênicos presentes na placa dental
decomporiam os açúcares, e assim resultando em ácidos, como o
ácido lático, que inicia a dissolução do esmalte dentário. Logo
após, os microorganismos proteolíticos se instalam na lesão
inicial, atacando a matriz orgânica proteica do esmalte,
resultando em novo contingente ácido, representado pelos
aminoácidos, hidroxiácidos, cetoácidos, ácido cético, ácido
sulfúrico., que prosseguem com a descalcificação e destruição de
todo o esmalte, ocasionando a possível invasão de toda a
estrutura dentária pelos micro-organismos do meio bucal.

A situação dos streptococcus cariogênicos está bem definida no


“Estreptococos do Grupo Mutans” (EGM). Existem sete espécies
que estão incluídas no EGM:

Os EGM são um grupo de microrganismos altamente


cariogênicos pelas seguintes características:

1. Capacidade de colonizar a superfície dentária: Essas


bactérias colonizam superfícies que não descamam
(dentes, materiais restauradores, acrílicos).
2. 2. Produzir polissacarídeos extracelulares do tipo glicana a
partir da sacarose, o que favorece a formação de biofilme
espesso.
3. Capacidade ácidogenica: a produção de ácido láctico e
determinante fundamental para a patogenicidade, sendo
responsável pela desmineralização do esmalte na etapa
inicial da cárie.
4. Capacidade acidúrica: sobrevivência do microrganismo em
pH ácido, permitindo que o microrganismo desenvolva suas
atividades metabólicas em ambientes de pH baixo, tais
como sulcos e fissuras dos dentes.
5. Acúmulo de polissacarídeos intracelulares de glicose do
tipo amilopectina a partir de carboidratos da dieta do
hospedeiro.
6. Fermentadores de grande quantidade de carboidratos,
incluindo manitol e sorbitol.
O EGM precede o desenvolvimento de cárie em uma superfície
sadia, evidenciando altas concentrações de microorganismo
altamente cariogênicos em áreas de cárie incipiente de esmalte,
quando comparadas com áreas adjacentes saudáveis.

Referências:

https://secure.unisagrado.edu.br/static/biblioteca/salusvita/
salusvita_v25_n2_2006_art_09.pdf

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