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SECRETARIA DE ESTADO DE

EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES


Diretoria de Ensino
Departamento de Modalidades Educacionais Especiais
Divisão de Educação Especial
Centro de Apoio Pedagógico para às Pessoas com Deficiência Visual -CZS

Percurso histórico
da Educação
Inclusiva

CENTRO DE APOIO PEDAGÓGICO À INCLUSÃO - CAP/ CZS


Said Almeida Filho/NAPI
Cruzeiro do Sul – Acre
2021
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Said A. Filho/Núcleo de Apoio Pedagógico à Inclusão-NAPI-Coordenadora: Hebe C. B. de S. Cameli
Travessa da Várzea - 111 - Várzea - Cruzeiro do Sul – AC - CEP 69980-000/Fone (68) 3322 92 88
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Sumário
PERCURSO HISTÓRICO ............................................................................................ 3
LINKS ............................................................................................................................ 13
FORMADORAS ........................................................................................................... 14
REFERÊNCIA .............................................................................................................. 15

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PERCURSO HISTÓRICO

Para compreendermos a evolução da educação inclusiva faz-se necessário um


resgate histórico, desde a antiguidade, até a atualidade. Vale destacar que a educação
inclusiva sofreu influência do pensamento social há décadas. Visto que os indivíduos que
não estavam nos “padrões” estabelecidos pela sociedade eram abandonados e excluídos.
A raça humana vivenciou diferentes etapas no que se refere ao
tratamento às pessoas com deficiência. Começaremos a analisar a
concepção de homem e cidadania estabelecida ao longo do tempo com
a finalidade de construirmos a história da educação inclusiva.
Durante a sociedade primitiva as pessoas com deficiência eram
consideradas como indivíduos inúteis, isto significa que neste período não
existia o respeito às diferenças, pois o que importava era a produção, desta
forma, aqueles que não conseguiam cooperar para a sobrevivência do
grupo, eram excluídos, abandonados à própria sorte ou exterminados.
Este período é nomeado de exclusão. A esse respeito, Fernandes (2011) afirma
que, se as pessoas apresentassem alguma condição atípica não tinha alma e não era
pessoa.

[...] a potencialidade humana para o trabalho (físico e intelectual) em cada


sociedade será o critério determinante para julgar se o sujeito é “normal” ou
“deficiente” no interior das relações daquele grupo. Essa avaliação estará
pautada nas condições apresentadas pelo sujeito para contribuir na forma de
produção da vida (e sobrevida) material daquele grupo. [...] (FERNANDES,
2011, p. 36).

Deste modo, nas culturas romana e grega, os indivíduos que tinha alguma
deficiência não tinham perdão, sua condição mental ou física originava em morte. Como
afirma a autora Costa (2010) na Grécia antiga busca-se o homem perfeito e guerreiro
preocupado com o corpo e a mente sã. ou seja, se o sujeito não se encaixava nesses
requisitos eram abolidos da sociedade e considerados subumanos.

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Com isso, percebemos que na Grécia havia dois modelos de homem “perfeito”. O
modelo de corpo espartano, era a força, dança e ginástica. Já no modelo ateniense, tinha-
se como condição o trabalho intelectual. Fernandes (2011) afirma que,

A dádiva de um corpo perfeito e forte para guerrear, dotado de habilidades


excepcionais requeridas no fabrico das armas, era o critério para valorizar a
força de trabalho de um homem, fundamental à manutenção do poderio da
classe dominante para ampliar seu exército de escravos (FERNANDES, 2011,
p. 37).

Seguindo a linha de pensamento da autora, quaisquer indivíduos que não possuía


o padrão estabelecido eram considerados subumanos, visto que não teria nenhuma
utilidade para a sociedade. A este respeito, os filósofos de Atenas, narravam o extermínio
de crianças com deficiência. É importante ressaltar que desde o nascimento, quando
percebia a anormalidade do corpo, eram abandonadas ou condenadas à morte.
Os que sofriam de quaisquer deformidades ou estavam doentes, eram levados a
ambientes secretos e desconhecidos, sendo mortos ou abandonados à própria sorte, por
serem avaliados como uma ameaça à manutenção da divisão do trabalho pela
sobrevivência.
As pessoas sem visão passaram a ser o tema preferido de vários pintores. Podemos
citar como exemplos os quadros: "parábola dos cegos", retrata uma cena em que vários
cegos vão caindo em uma valeta, de autoria de Pieter Bruegel (1530 - 1569).

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Ocorre uma grande mudança na forma de tratar a pessoa com deficiência no


período da idade média. Onde a igreja tinha o conceito de “pecado”. Desta maneira,
Fernandes (2011, p.40), afirma que “havia uma tendência de interpretar o nascimento de
uma pessoa com deficiência como um castigo de Deus, como punição de pecados
cometidos por seus pais ou familiares”.
Assim, a sociedade avaliava a deformidade dos corpos como um sinal de
possessão do demônio e quando uma pessoa tinha crise de epilepsia, por exemplo,
interpretavam como atos de feitiçaria ou possessão demoníaca.
Com o passar do tempo, os deficientes passaram a ser vistos como alguém que
possuía alma, como filhos de Deus que têm direito à vida. Em meados do século XVI,
surgiram as primeiras instituições destinadas a cuidar dessas pessoas, já que elas não
podiam ter uma vida autônoma.
Então, a igreja católica passou a explicar para a população
que a deficiência dessas pessoas era instrumento de Deus para
alertar o povo de ter uma oportunidade de fazer caridade.

Esse movimento histórico caracteriza o chamado período da segregação das


pessoas com deficiências em instituições, que tinha o objetivo de enclausurar
aqueles que não se encaixavam nos padrões de normalidade, como os leprosos,
os paralíticos, os doentes venéreos, os doentes mentais e toda sorte de
desajustado (FERNANDES, 2011, p. 41).

Como a sociedade não poderia mais eliminar os indivíduos considerados com


anormalidades através de assassinatos, ou deixados à própria sorte, a válvula de escape
passou a ser a segregação, visto que essas pessoas não podiam ficar as margens da
sociedade apresentando riscos para si mesmo e para a sociedade.
Surgem os hospitais para leprosos e as Santas Casas de Misericórdia no fim da
idade média, com a finalidade de ajudar, cuidar e proteger quem tivesse deficiência,
porém, por se tratar de asilos, essas pessoas com deficiência continuavam isoladas da
sociedade, sem direito a estudar ou trabalhar.

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Assim, ao longo do tempo o cargo de ajudar as pessoas com deficiência que era
da igreja passa a ser da medicina. A partir daí, as instituições foram se especializando e
construindo um saber sobre o assunto.
Com o surgimento do feudalismo, o cenário econômico e político sofreu alteração,
sendo um conjunto de práticas envolvendo questões de ordem social, política e
econômica. Permitindo o surgimento de novas maneiras de se relacionar, agir e pensar. O
ambiente antes dominado pela igreja católica, os senhores feudais, clero, nobreza e servos
passa a ser ocupado pela classe burguesa.
A monarquia reinou por muito tempo e teve seu declínio para o surgimento dos
estados modernos integrados com o processo de transformação e industrialização
capitalista. Desta forma, iniciam os avanços da ciência e aumentam os movimentos em
prol da democratização da educação. Nesse cenário de mudanças,

O delineamento dessa nova sociedade tem na Revolução Francesa, em 1789,


seu principal impulso, com a reivindicação de uma educação pública, gratuita
e laica e a defesa, principalmente, de valores centrados na extinção das
desigualdades sociais (COSTA, 2010, p. 59).

Durante o período da Revolução Francesa, a educação tinha como objetivo


principal formar cidadãos para o mercado de trabalho. Notasse uma contradição nesse
tempo, pois a Revolução Francesa tem caráter reacionário, todas as reivindicações como
democracia, igualdade e liberdade são negadas às categorias populares, pois não
poderiam envolver-se nem opinar nas decisões.
Desta maneira, a educação passa a ter o caráter de instruir o cidadão a trabalhar
de formar obediente e mantendo sempre a disciplina. Eliminando o objetivo de formar
indivíduos críticos. Desta forma, a sociedade é dividida em classes pelo capitalismo, cuja
lógica é que a minoria se apropria de quase toda a riqueza que os operários produzem.
Na Revolução Industrial inicia o nível de desenvolvimento das forças produtivas,
sendo a ação dos operários na produção. Quem trabalhava no manuseio das máquinas

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eram os homens, mulheres, crianças e os deficientes principalmente as pessoas cegas e os


surdos. Nota-se neste cenário a participação pela primeira vez das pessoas com
deficiência colaborando para a vida em sociedade, ou seja, sendo fonte de riqueza.

Na nova sociedade, em que a exploração do trabalhador é condição para


geração de lucro e acúmulo de riquezas, todas as ferramentas necessárias à
proliferação do capital são exploradas; a mão de obra de mulheres, crianças e,
pela primeira vez, pessoas com deficiência passam a ser fonte de acumulação
de riqueza. (FERNANDES, 2011, p.42)

Percebe-se neste momento um avanço significativo na produção de riquezas e


lucros para a sociedade com a participação das pessoas com deficiência. Uma vez que,
esses sujeitos não possuíam direito a vida e iniciam sua colaboração na vida em
comunidade mesmo que seja de forma exploratória.
É neste período que a medicina e a ciência da natureza entram em contraposição,
na busca de explicar os fenômenos da vida humana. A ciência passa a explica a origem
da deficiência como sendo de causas naturais, desmistificando as verdades até então
inquestionáveis da igreja.
A partir do século XVI e XVII as pessoas surdas e cegas receberam o atendimento
institucional, pois apresentavam maiores possibilidade de participar do processo de
industrialização. No final do século XVIII e início do século XIX, por consequência dessa
produtividade são criados os ambientes específicos para a educação de pessoas com
deficiência na Europa e em países colonizados por ela.
Em Portugal, correspondendo a esta fase de institucionalização, foi criado, em
1822, o Instituto de Surdos, Mudos e Cegos, a que se seguiram dois asilos para cegos,
dois institutos para cegos e dois institutos para surdos. Só posteriormente, em 1916,
surgirá o Instituto Médico-Pedagógico da Casa Pia de Lisboa, que funcionou como
Dispensário de Higiene Mental e mais tarde como Centro Orientador e de Propaganda
Técnica dos Problemas de Saúde Mental e Infantil de todo o país.

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Em 1941 foi criado o Instituto António Aurélio da Costa Ferreira e, nos anos
sessenta, apareceram as primeiras Associações de Pais: a Associação Portuguesa de Pais
e Amigos de Crianças Mongolóides, em 1962, mais tarde chamada Associação
Portuguesa de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas e, posteriormente, em 1965,
Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental.
No Brasil, durante este período, aconteceram às primeiras tentativas de
institucionalização da educação para pessoas com deficiência com caráter assistencialista
com a finalidade de promover o ensino da indústria, visto que os deficientes eram mão de
obra barata. A este respeito, o autor coloca,

Centenas de instituições, com caráter assistencial e filantrópico, proliferam,


sobretudo na América, nas quais o foco seria o aproveitamento de seres
“desviantes” para o treinamento industrial. As instituições funcionavam como
asilos, alimentando e abrigando os internos; como escolas, oferecendo
instrução básica na leitura, escrita e cálculos; como oficinas de produção, pois
as pessoas com deficiência constituíam mão de obra barata no processo inicial
de industrialização (FERNANDES, 2011, p.44).

Neste sentido, recordamos a obra “Pedagogia do Oprimido”, onde o autor Freire


(1974) chama de oprimidos aqueles que outrora eram vistos como sujeitos impossíveis
de contribuir de forma significativa na sociedade. Porém, a economia capitalista trabalha
com intensidade sobre o corpo social, capacitando-os para a mão de obra. Sem ter
qualquer expectativa, vivendo sobre a opressão do opressor.
Surge no Brasil instituição para pessoas cegas através de José Álvares de Azevedo
– cego – que tinha terminado seus estudos na França, no Instituto de Meninos Cegos de
Paris, foi então apresentado ao Imperador D. Pedro II. Onde apresentou de forma
detalhada o sistema Braille, a partir desta apresentação a cegueira deixa de ser
considerada com uma desgraça.
Cria-se no Rio de Janeiro, através do decreto imperial nº 1.428, de 12 de setembro
de 1854, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, primeira instituição da América Latina

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no atendimento às pessoas com deficiência visual, atual Instituto Benjamin Constant


(IBC).
Com isso, surge a educação compensatória através dos avanços da ciência,
percebendo a necessidade de integrar a pessoa com deficiência. Esta educação
começou a utilizar metodologias inovadoras que determinava que os professores
tinham a responsabilidade de ensinar os alunos com deficiência.
Este momento ficou conhecido como período da integração, onde algumas
pessoas com necessidades especiais eram encaminhadas às escolas regulares, classes
especiais e salas de recursos, após passarem por testes de inteligência. Os alunos eram
preparados para adaptar-se à sociedade.
Muitos alunos saíram da escola regular, pois não conseguiam evoluir em sua
aprendizagem e para continuar estudando teriam que ultrapassar todas as suas barreiras
já que eram comumente culpabilizados por seus fracassos.
Dentro das escolas passou a existir a separação entre “normais” e “anormais”.
Quem realizava a diferenciação dos alunos era o médico-escolar. Classificando os
discentes pelos padrões científicos e sociais da normalidade que prevalecia as orientações
do que era tido para o comportamento de um bom aluno.
Diante disso, os alunos envergonhados, desatentos, lentos, preguiçosos, tímidos,
entre outros, eram considerados como “anormais”. Essa realidade leva Costa (2011) a
destacar que,

Havia ainda uma separação entre os anormais intelectuais, os morais e os


pedagógicos. Os anormais intelectuais eram tanto os tardios como os precoces,
desde que apresentassem exagero nos quesitos comportamento e inteligência
quando comparados com outros de sua idade; os morais eram subdivididos
entre os que apresentavam tara moral dependente de alguma anormalidade
intelectual e aqueles que tinham uma inteligência brilhante, mas nem sempre
passível de aproveitamento quando se falava em educação; e os pedagógicos
eram aqueles que, descuido ou defeito pedagógico, apresentavam uma
inteligência abaixo da média de sua idade (COSTA, 2011, p. 66-67).

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Compreendemos que há uma mudança em caracterizar os alunos. Se antes o aluno


com deficiência era facilmente identificado, agora é necessário analisar alguns critérios
além da exterioridade física com a finalidade de haver essa separação entre eles. Vale
destacar que muitos não eram deficientes, mas pela sua timidez, por exemplo, acabava
sendo classificado como “anormal”.
As instituições voltadas para o atendimento à educação especial, apenas
valorizava a segregação dos alunos anormais, estes eram vistos e julgados em sua
incapacidade e deficiência. Por outro lado, a escola especial, apesar de consagrar as
diferenças, desenvolveu um trabalho que a escola regular não dava conta e nem sugeria a
fazer.
Esse atendimento educacional separado começou a ser questionado, em
decorrência do movimento que integrava os alunos com deficiência no sistema regular de
ensino. A escola deve preparar o ambiente para seus alunos, com a finalidade de
proporcionar-lhe uma vida plena, integrando o aluno com deficiência na escola regular,
não visando a adaptação desses indivíduos as normas sociais existentes e as regras que a
escola impõe. De acordo com a autora:

Por “normalização” entende-se não a tentativa de tornar “normal” a pessoa


com deficiência, mas o oferecimento à mesma de condições de vida, de
educação, de trabalho, de lazer, entre outras, tão próximas quanto possíveis
daquelas existentes na sociedade para todos os cidadãos. Tal princípio
objetivava estabelecer e manter condutas pessoais que tivessem um maior grau
possível de adaptação cultural (MARTINS, 1999, p.135).

Neste sentido, previa-se a integração dessas pessoas a sua comunidade da forma


mais intensa possível, independente da deficiência que apresentasse. O princípio da
normatização refere-se à integração, sendo um fenômeno complexo que atinge todos os
aspectos educacionais. Para que ocorra essa integração educativa e social da pessoa com
deficiência, faz-se necessário que ocorra um processo constante de planejamento de
intervenções.

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Desta forma, surge a fase da inclusão, onde todas as pessoas com


necessidades especiais devem ser inseridas em classes comuns, sendo que os
ambientes físicos e os procedimentos educativos é que devem ser adaptados aos
alunos, conforme suas necessidades e especificidades.
A partir da década de 1990, houve uma avalanche de leis, tanto no âmbito
internacional quanto nacional, e uma mobilização por parte da sociedade civil
organizada que passam a reivindicar direitos na qual modificaram de forma
contundente o processo de acesso, permanência e atendimento a pessoa com
Deficiência Visual e aos demais indivíduos com deficiência.
A diferença entre a integração e inclusão é que na inclusão o aluno passa a ser
atendido com metodologias que atendam suas necessidades, ou seja, é adaptar o espaço
físico, as atividades escolares e método de ensino que levam o discente a desenvolver sua
potencialidade e habilidade. Não mais a de ensinar o aluno a adaptar-se ao ambiente físico
e intelectual. Desta forma, a escola se adapta a realidade do aluno com deficiência.
O percurso até à inclusão passou por um conjunto de decisões e medidas tomadas
no seio de organizações e agências internacionais, como as Nações Unidas e a Unesco,
que tiveram extraordinária importância na introdução progressiva de políticas sociais
favoráveis à sua implementação.
De mencionar, neste sentido, a Declaração Mundial sobre Educação para Todos,
realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990 e, em particular, a Conferência Mundial
sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade. O movimento a favor da
inclusão foi fortemente impulsionado pela Declaração de Salamanca, aprovada pelos
representantes de vários países e organizações internacionais, em 1994, a que já nos
referimos atrás.
Defendendo que a escola regular deve ajustar-se a todas as crianças
independentemente das suas condições físicas, sociais, linguísticas ou outras, isto é,
crianças com deficiência ou superdotadas, crianças de rua ou crianças que trabalham,
crianças de populações imigradas ou nómadas, crianças pertencentes a minorias

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linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou


marginais.
Contudo, ao percorrer sobre a história da educação inclusiva, podemos perceber
que o preconceito colocado pela sociedade fez com que a diferença fosse sempre vista
como anormalidade e a deficiência como uma doença. A pessoa com deficiência era vista
como alguém inútil e inábil não só para a aprendizagem, mas até mesmo para a própria
convivência no grupo.
Atualmente, as pessoas com deficiência têm conquistado seu espaço na educação
como também no mercado de trabalho. Graças as leis e decretos que garantem seu acesso
e permanecia com adaptações conforme a sua necessidade.
Agora vamos assistir ao vídeo intitulado – Visão histórica da Deficiência

https://www.youtube.com/watch?v=dGaaVtYeklU&t=254s

Na “Galeria dos Cegos Brasileiros”, José


Álvares de Azevedo foi o pioneiro, missionário e
idealista da Educação dos Cegos no Brasil.
Ele foi o primeiro a exercer, particularmente na
cidade do Rio de Janeiro, a função de professor cego,
após ter tido a oportunidade de se educar em uma escola
para cegos, na França.
Essa circunstância histórica de ser o primeiro
professor cego brasileiro justifica o título honorífico que
se dá a José Álvares de Azevedo, de “Patrono da
Educação dos Cegos no Brasil”.

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Destacaremos agora links das leis que foram e são essenciais para garantia dos
direitos da pessoa com deficiência.
LINKS:

Lei Declaração dos Direitos Humanos.


https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos

Constituição Federal - Art.3º, inciso IV – Art. 5º – Art. 205 – Art. 206, inciso I e
Art. 208.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

Lei de Diretrizes e Bases - nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Art. 58º.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

Lei de acessibilidade Nº 10.098.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm

Decreto 5.296/04.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm

Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm

Instrução Normativa Nº 001 de 30 de Janeiro de 2018 – Acre.


https://www.tjac.jus.br/wp-
content/uploads/2018/02/Instrucao_Normativa_PRESI_TJAC_1_2018.pdf

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FORMADORAS:

JÔZE DE FREITAS SILVA – Letras/ Português e Pós Graduação em Educação


Inclusiva.

MARIA ALAÍDE SALES DE CASTRO – Licenciatura em Pedagogia e Pós


Graduada em Psicopedagogia e Educação Especial.

THAÍS SANTIAGO DA SILVA – Licenciatura em Pedagogia e Pós Graduada


em Educação LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais.

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REFERÊNCIA:

BRASIL.MEC/SEESP. Declaração de Salamanca – Sobre Princípios, Políticas e


Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Disponível em
http:/portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf, Acesso em: 28 de julho de
2020.

BRASIL. ANDRÉ JACQUES MARTINS MONTEIRO. (Org.). Instituto Benjamin


Constant Práticas Pedagógicas no Cotidiano Escolar: desafios e diversidade. Rio de
Janeiro: Instituto Benjamin Constant, 2014.

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