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Parte 3 - O grupo

Fundamentos do
9 comportamento
em grupo
A loucura é a avceção nos indivíduos, mas é a rcfjra nos gnipos.
Friedrich Nietzsche

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Depois de ler este capítulo, você será capaz de:
Definir grupo e diferenciar seus vários tipos.
2 Identificar os quatro estágios d o desenvolvimento d e g r u p o s .
3 Explicar c o m o as exigências d o papel m u d a m e m diferentes situações.
Descrever c o m o as normas e o status exercem influência sobre o c o m p o r t a m e n t o individual.
5 Demonstrar c o m o o tamanho d o g r u p o afeta seu d e s e m p e n h o ,
ó Comparar os benefícios e as desvantagens dos grupos coesos.
7 Comparar os pontos fortes e fracos d o processo decisório nos g r u p o s .
8 Comparar a eficácia dos grupos de interação, das reuniões d e bra/nstorming, dos grupos nominais e das
reuniões eletrônicas.
9 Avaliar a evidência d e diferenças culturais no status d o g r u p o e na folga social.

IDA REAL ou VIDA GRUPAL?


s rea/;íy shows íornaram-se programas
de grande sucesso na televisão m u n -
dial a partir da década de 1990. Apesar
o modelo de programa ser anterior a essa
oca, foi nesse período q u e eles viraram uma
bre mundial. Esse t i p o de programação che-
cu 30 Brasil nos anos 2000 e se t o r n o u ime-
latamente um grande sucesso. O m o d e l o é
"stante simples: pessoas comuns são reunidas
•n um mesmo local e passam a conviver c o m o
Tl grupo, mostrando sua vida reaí (daí o nome
o programa} e c o m p e t i n d o por prémios e m
nheiro.
262 Comportamento organizacional

Como você já deve saber, a maioria dos reaiity shows é protagonizada por grupos de pessoas, e não:
indivíduo {como ocorre no filme estrelado por Jim Carrey O Show de Truman, O Show da Vida). Esserr.c;
do para tornar o programa mais interessante, já que os telespectadores estão interessados em observ;.'
interpessoais, os conflitos e os possíveis casos amorosos q u e ocorrem entre os participantes. Alguns e...
reaiity shows clássicos transmitidos no Brasil q u e seguem ou seguiram esse m o d e l o são Casa dos Artistas, cc::'
Big Brother Brasil, da Rede G l o b o , e A Fazenda, da Rede Record.
Um reaiity show, porém, supera esse m é t o d o , dividindo formalmente seus participantes em equipes v\3!S r
No Limite, t a m b é m produzido pela Rede G l o b o , as pessoas são divididas inicialmente em duas equipes e passar:;•
situações extremas. Os participantes são levados para locais 'selvagens', longe da civilização, e disputam píows:.-
desafiam suas capacidades físicas. Os dois finalistas chegam a passar óO dias nessas condições. *
Em todos esses reaiity shows, podem-se perceber diversos elementos característicos do estudo do compClirf •
to dos grupos, como seus estágios d e desenvolvimento, a distribuição d e papéis e a criação informal de non*e J
status entre os participantes. Além disso, também é possível notar o surgimento de conflitos entre os memt
mesma equipe. E por isso q u e No Limite permite uma melhor analogia com a realidade organizacional/
programa, os participantes fazem parte d e grupos rivais e seus resultados individuais dependem de seus
ros d e time, da mesma maneira q u e o trabalho nas organizações.
Vejamos, por exemplo, algumas situações d e No Limite 4, transmitido em 2009. Nessa edição do prog"
t a m b é m nas outras, ocorreram algumas situações q u e colocaram membros d e um mesmo time em direções
No primeiro episódio da t e m p o r a d a , Rafão tornou-se líder da equipe Manibu ao abandonar seus coisgas
para pegar o colar que lhe garantiria o posto. Nesse mesmo episódio, os membros dos times discutiram em
ocasiões enquanto tentavam compreender um mapa q u e os levaria até o acampamento. Outra fonte dei
nessa edição foram as provas coletivas, que só eram vencidas caso todas as pessoas d e um grupo comple^
tarefas, como uma caminhada nas dunas sob sol escaldante. A l é m d e todas essas ocasiões geradoras de
conflitos, em No Limite há ainda outro agravante: alguns prémios individuais, como um automóvel, são di
ao longo d o programa, acirrando os ânimos de todos os participantes.
Obviamente, nas organizações, os membros não precisam passar fome ou realizar testes físicos em situ:
versas. Entretanto, muitas semelhanças existem nos comportamentos dos grupas nas empresas e nos realitf
Afinal de contas, em ambos os casos, os indivíduos lutam por interesses individuais e grupais e sonham
líderes e escapar da temida eliminação.'

C o m base no que v o c ê acabou dc ler, de\-e estar pensando que os gnipo^


fontes de conflitos, mas esse n ã o é o caso. O s grupos t è m u m a função nas organi
t a m b é m t è m seus problemas e armadilhas.
Os o b j c i i \ o s deste capitulo e do C a p í t u l o 10 s ã o os de apresentar os coiicn
dc g r u p o , mostrar os fundamentos para entender c o m o os grupos trabalham c
equipes eficazes. Comecemos definindo g r u p o c explicando p o r que as pc-soiísse
em grupos.

lefinindo e classificando grupos


Grupo
U m g r u p o é definido c o m o dois ou mais i n d i v í d u o s , interdependentes f '
Dois ou mais indivíduos,
interdependentes que se r e ú n e m visando a atingir d e t e r m i n a d o objetivo. O s grupos podem ser
e interativos, que informais. Entendemos p o r g r u p o s f o r m a i s aqueles que s ã o definidos ptki
se reúnem visando o r g a n i z a ç ã o , c o m a t r i b u i ç õ e s específicas c|ue estabelecem tarefas necessárias jiara
a obtenção de
ç ã o de u m trabalho. Nesses grupos, o c o m p o r t a m e n t o das pessoas é estipulado i
determinado objetivo.
em f u n ç ã o das metas organizacionais. Os seis m e m b r o s da t r i p u l a ç ã o de um vi>o
Grupos f o r m a i s s ã o u m g r u p o f o r m a l . A o c o n t r á r i o , os grupos informais n ã o s ã o estruturados I
Grupos de trabalho n e m determinados p o r u m a o r g a n i z a ç ã o . Esses grupos s ã o f o r m a ç õ e s namraii
definidos pela estrutura ambiente de trabalho, que surgem e m resposta ã necessidade de intenção
da organização.
f u n c i o n á r i o s de departamentos diferentes que regularmente se encontram para
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 263

Grupos informais j u n t o s s ã o u m g r u p o i n f o r m a l . Esses tipos de i n t e r a ç ã o entre os indivíduos, mesmo que


jrupos não estruturados
informais, afctam profundamente seu c o m p o r t a m e n t o e desempenho.
'"malmente n e m
ijterminados por uma E possível ainda fazer u m a subclassificação, c o m grupos de comando, tarefa, interesse
rgsniiação, mas que ou amizade.^ O.s grupos de c o m a n d o e tarefa s ã o ditados pela o r g a n i z a ç ã o formal, ao passo
;,:gem em resposta que os grupos de interesse e amizade s ã o a l i a n ç a s informais.
3 necessidade de
U m g r u p o d e c o m a n d o é d e t e r m i n a d o pelo organograma da o r g a n i z a ç ã o . Ele é
-;ersção social.
composto de pessoas que se r e p o r t a m diretamente a u m superior h i e r á r q u i c o . A d í r e t o r a
de u m a escola p r i m á r i a e seus 18 docentes f o r m a m u m g r u p o de c o m a n d o , assim como u m
Grupo de comando diretor dc a u d i t o r i a postal e seus cinco inspetores.
Grupo composto de
Os g r u p o s d e t a r e f a , t a m b é m determinados pela o r g a n i z a ç ã o , s ã o formados p o r
.".divíduos que se
r;pcrtam diretamente a pessoas que se r e ú n e m p a r a executar d e t e r m i n a d a tarefa. C o n t u d o , as fronteiras do g r u p o
úm superior hierárquico. de tarefa n ã o se l i m i t a m ao superior h i e r á r q u i c o imediato. O g r u p o pode ultrapassar as
r e l a ç õ e s de comando. Se u m estudante for acusado de u m c r i m e dentro da universidade,
Grupos de tarefa esse processo pode exigir a c o o r d e n a ç ã o entre o reitor, o diretor da faculdade, o chefe da
Grupos de pessoas q u e s e g u r a n ç a , o professor e u m representante dos alunos. Essa f o r m a ç ã o constitui u m g r u p o de
ífi reúnem para executar tarefa. Todos os grupos de c o m a n d o s ã o t a m b é m grupos de tarefa, mas, c o m o estes ú l d m o s
determinada tarefa.
p o d e m r o m p e r as fronteiras h i e r á r q u i c a s dentro da o r g a n i z a ç ã o , o inverso n e m sempre é
verdadeiro.
Sejam o u n ã o membros de u m g r u p o de c o m a n d o o u de tarefa, as pessoas t a m b é m
Grupo de interesse p o d e m se reunir p a r a atingir u m objetivo c o m u m pelo qual cada i n d i v í d u o se interessa.
Grupo de pessoas q u e Isso cria u m g r u p o d e i n t e r e s s e . Os f u n c i o n á r i o s que se j u n t a m para tentar m u d a r o
trabalham em conjunto esquema dc férias, para apoiar u m colega que foi d e m i t i d o ou para reivindicar melhores
para atingir um objetivo
c o n d i ç õ e s de trabalho f o r m a m u m bloco u n i d o para l u t a r p o r interesses comuns.
ccmum, relacionado c o m
cada uma delas. Os grupos se f o r m a m frequentemente porque seus membros possuem algumas carac-
terísticas e m c o m u m . C h a m a m o s essas f o r m a ç õ e s de g r u p o s d e a m i z a d e . Essas a l i a n ç a s
sociais, que c o s t u m a m extrapolar o ambiente de trabalho, p o d e m se basear na mesma faixa
Grupos de amizade e t á r i a , na mesma h e r a n ç a c u l t u r a l , na torcida pelo mesmo time de futebol, no mesmo gosto
Grupos de pessoas
musical ou no fato de terem o p ç õ e s p o l í t i c a s semelhantes, p a r a citar apenas algumas das
qije se uniram por
compartilharem uma ou possíveis c a r a c t e r í s d c a s comuns.
mais características.

Por que as pessoas formam grupos?


Por que as pessoas f o r m a m grupos e p o r que se i m p o r t a m tanto c o m eles? Considere
as c o m e m o r a ç õ e s que se seguem às v i t ó r i a s de certos times e m campeonatos estaduais
o u nacionais de futebol. Os torcedores do t i m e vencedor ficam extasiados e as \endas de
camisetas e b o n é s que declaram apoio ao time crescem vertiginosamente. J á os fãs do lime
perdedor se sentem desanimados c a t é envergonhados. Se v o c ê n ã o gosta de esportes, quem
sabe pos.sa ter u m a ideia do sentimento de apego e m o c i o n a l que eles provocam ao se lem-
b r a r da s e n s a ç ã o de orgulho que aflora e m certas pessoas quando veem uma bandeira
nacional, da vergonha que sentem quando a empresa c m que trabalham é alvo de re-
portagens negativas na m í d i a o u da raiva que v o c ê sente e da p o s i ç ã o defcnsiv a que adola
quando c r i t i c a m sua profissão. Nossa t e n d ê n c i a de nos sentirmos pessoalmente orgulhosos
Teoria da i d e n t i d a d e ou ofendidos peias r e a l i z a ç õ e s dc u m g r u p o é objeto da t e o r i a d a i d e n t i d a d e s o c i a l .
social Essa perspectiva passou a ocupar u m papel preponderante na d e s c r i ç ã o do comportamento
Teoria que propõe que
cm organizações.
as pessoas apresentam
reações emocionais ao A teoria da identidade social p r o p õ e que as pessoas apresentam reações emocionais ao
fracasso ou sucesso de fracasso o u sucesso de .seu grupo, porque sua a u t o e s t í m a fica ligada ao desempenho dele.'
seu grupo, porque sua Qiaando seu grupo vai b e m , v o c ê se deleita na g l ó r i a rcHetida e sua autoestima a u m e n t a ,
autoestima fica ligada ao
desempenho dele.
pois v o c ê está afiliado ao t i m e vencedor. Q i i a n d o seu g r u p o vai mal, você pode se sentir m a l
consigo mesmo, ou a t é mesmo chegar ao p o n t o de rejeitar aquela parte de sua i d e n t i d a d e ,
c o m o fazem os 'amigos das horas fáceis'. As identidades sociais t a m b é m ajudam as pessoas
a reduzir sua incerteza a respeito de q u e m .são e do que devem fazer.'
As pessoas desenvolvem v á r i a s identidades durante a vida. Você pode se definir de
acordo c o m a o r g a n i z a ç ã o e m que trabalha, c o m a cidade onde mora, c o m a p r o f i s s ã o que
t e m , c o m sua religião, etnia e sexo. N ó s 'ligamos o b o t ã o ' de diferentes idenddadcs e m d i -
264 Comportamento organizacional

versas s i t u a ç õ e s . U m brasileiro que trabalha e m R o m a pode .se t o r n a r m u i t o conscienlc


sua nacionalidade, mas n ã o p e n s a r á nela se for transferido entre duas cidades de seu paii.
U m a contadora prova\'elmente n ã o pensa na identidade de sua profissão em discuss
c o m outros contadores, mas t e r á c o n s c i ê n c i a do que signihca ser contadora quando disci
c o m a l g u é m do departamento de vendas.'
As identidades sociais nos ajudam a entender q u e m somos e onde nos encaixamos iKtt
r e l a ç õ e s c o m os outros, mas p o d e m apresentar u m lado negaii\'o t a m b é m . Pro\'a\elineii[c,
Favoritismo intragrupo o p o n t o mais fraco das identidades sociais seja incentivar o f a v o r i t i s m o i n t r a g r u p o . IÍ^O
Perspectiva que significa que enxergamos os membros de nosso p r ó p r i o g r u p o c o m o pessoas melhores (lo
considera que vemos
que as outras, e os que n ã o s ã o membros c o m o sendo todos iguais. O b \ ã a m e n t e , isso abn
os membros de nosso
grupo como melhores c a m i n h o para a estereotipagem.
que os outros e as Q u a n d o as pessoas desenvolvem u m a identidade social? Di\ersas características a in
pessoas de fora como
n a m i m p o r t a n t e para a l g u é m :
todas iguais.
• Similaridade. N ã o surpreende que aqueles que possuem os mesmos \'alores ou canifr
terísticas dos outros membros de sua o r g a n i z a ç ã o p o d e m apresentar u m grau m ã
alto de i d e n r i f i c a ç ã o c o m o grupo.'' yVs s e m e l h a n ç a s d e m o g r á f i c a s t a m b é m pocIcB
levar os r e c é m - c o n t r a t a d o s a estabelecer u m a i d e n t i f i c a ç ã o mais forte, ao pa^
que os demograficamente diferentes p o d e m ter dificuldade c m se identificar comi
g r u p o c o m o u m todo.'

• Distinção. -As pessoas tendem a notar as identidades que m o s t r a m como cias


diferentes dos outros grupos. Os participantes de u m estudo identificaram
mais c o m aqueles de seu g r u p o de trabalho c o m c|uem partilhavam caracieri
cas d e m o g r á f i c a s incomuns o u raras.'* Por exemplo, duas mulheres em um i;
po predominantemente masculino p o d e m estabelecer u m l a ç o p o r conta dc Í
identidade distinti\'a. O u t r o estudo descobriu cpie \ ' e t e r i n á r i o s que trabaliiann
m e d i c i n a v e t e r i n á r i a (em que todos t ê m a mesma profissão) identiíicam-se com
o r g a n i z a ç ã o , ao passo que os que t r a b a l h a m e m campos de medicina não v
rinária, c o m o pesciuisa a n i m a l e i n s p e ç ã o s a n i t á r i a (em que ser u m \(
u m a c a r a c t e r í s t i c a mais distintiva), identificam-se c o m sua profissão.'*

• Status. V i s t o que as pessoas usam a i d e n t i d a d e p a r a se definir e aumentar a


tocstima, faz sentido que se s i n t a m mais interessadas e m se conectar a grupo
status maior. Os ex-alunos de universidades prestigiosas fazem tudo o que pod
para enfatizar sua l i g a ç ã o c o m a alma mater e t e n d e m a c o n t i n u a r vinciiladi
elas. Os m e m b r o s de e s c r i t ó r i o s de advocacia mais conhecidos, igualmente, i:
b é m fazem p r o p a g a n d a dc sua p o s i ç ã o de alto status. As pessoas tendem w
se identificar c o m o r g a n i z a ç õ e s de p o u c o status e a sc e s f o r ç a r para deixar
identidade para trás.'"

• Redução da incerteza. Pertencer a u m g r u p o t a m b é m ajuda algumas pessoas


tender q u e m s ã o e c o m o se encaixam no m u n d o . " U m estudo mostrou co
c r i a ç ã o de u m a empresa spin-off gera q u e s t õ e s .sobre se os funcionários de\ia
identificar c o m a antiga o r g a n i z a ç ã o de o r i g e m ou desemolver uma idcnti
ú n i c a que correspondesse mais à nova o r g a n i z a ç ã o . ' - Os gestores dessa nova
n i z a ç ã o t r a b a l h a r a m para definir u m a identidade idealizada e comunicá-la a
quando perceberam c[uc seus f u n c i o n á r i o s estavam se sentindo confiisos.

Istágíos de desenvolvimento do grupo


Os grupos geralmente passam p o r u m processo e\'olutivo, que podemos cham
m o d e l o de cinco e s t á g i o s dc desenvolvimento do g r u p o . E m b o r a as pesquisas indiq
que n e m todos os grupos seguem o mesmo p a d r ã o , ' ' essa é u m a estrutura muito iuil
o e n t e n d i m e n t o de desem-olvimento de grupos. Nesta s e ç ã o , descreveremos o nii
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 265

geral de cinco e s t á g i o s e u m m o d e l o a l t e r n a t i v o para grupos t e m p o r á r i o s de tarefas c o m


prazos específicos.

O modelo de cinco estágios


C o m o mostra a Figura 9 . 1 , o m o d e l o d e c i n c o e s t á g i o s d e d e s e n v o l v i m e n t o
d o g r u p o caracteriza u m processo que tem cinco etapas diferentes: i b r m a ç ã o , t o r m e n t a ,
n o r m a t i z a ç ã o , desempenho e i n t e r r u p ç ã o . ' '
O p r i m e i r o estágio, o da f o r m a ç ã o , é caracterizado p o r u m a grande dose de i n -
certeza sobre os p r o p ó s i t o s do grupo, sua estrutura e l i d e r a n ç a . Os m e m b r o s e s t ã o 'reco-
nhecendo o terreno' p a r a descobrir quais comportamentos s ã o aceitáveis no g r u p o . Esse
estágio e s t a r á c o n c l u í d o quando os membros c o m e ç a r e m a pensar e m si mesmos c o m o
parte do grupo.
O e s t á g i o da t o r m e n t a é aquele dos conflitos dentro do grupo. Os membros aceitam
a e x i s t ê n c i a do grupo, mas resistem aos limites impostos à individualidade. .-Mém disso,
existe u m conflito sobre quem c o n t r o l a r á o g r u p o . Q u a n d o esse estágio esti\'er c o n c l u í d o ,
h a v e r á u m a hierarquia de l i d e r a n ç a relativamente clara.
O terceiro estágio c acjuelc e m que se desenvolvem os relacionamentos mais p r ó x i m o s
e o grupo passa a demonstrar coesão. Existe agora u m forte senddo dc identidade coletiva e de
camaradagem. Esse estágio de n o r m a t i z a ç ã o se completa quando a estrutura do grupo
se solidifica e assimila u m conjunto de expectativas comuns que definem qual deve ser o
c o m p o r t a m e n t o correto de seus membros.
O quarto estágio é o do d e s e m p e n h o . A estrutura, neste m o m e n t o , c totíilmente f i m -
cional e aceita. A energia do grupo iransfcriu-se do esforço voltado ao conhecimento c à
c o m p r e e n s ã o m ú t u o s de seus membros para o desempenho da tarefa que deve ser realizada.
Para os grupos permanentes de trabalho, o desempenho é o ú l t i m o e s t á g i o do desen-
v o l v i m e n t o . C o n t u d o , para c o m i s s õ e s t e m p o r á r i a s , equipes, forças-tarcfa c grupos simi-
lares, que possuem d e t e r m i n a d a tarefa a c u m p r i r , o e s t á g i o da i n t e r r u p ç ã o prepara o
grupo para sua d i s s o l u ç ã o . O alto desempenho j á n ã o é mais a p r i o r i d a d e m á x i m a . T o -
das as a t e n ç õ e s \'oltam-se para a c o n c l u s ã o das aU\idades. A l g u n s membros do g r u p o se
mostram olimislas, confiantes e m suas r e a l i z a ç õ e s , ao passo que outros se m o s t r a m abati-
dos, sentindo a perda da camaradagem e da amizade que nasceu no c o n v í v i o c o m o grupo.
M u i t o s analistas do m o d e l o de cinco estágios acreditam que u m g r u p o se t o r n a mais
eficaz na m e d i d a e m que passa pelos quatro primeiros estágios do seu desenvolvimento.
E m b o r a essa premissa seja geralmente verdadeira, o que t o r n a u m g r u p o eficaz é algo mais
complexo.'-'Sob certas c o n d i ç õ e s , u m alto nível de conflito pode ser o c o n d u t o r para u m
alto desempenho. Assim, podemos ter grupos no E s t á g i o I I c o m desempenho m e l h o r que
o de outros nos E s t á g i o s I I I ou I V
Os grupos n e m sempre passam de u m e s t á g i o p a r a outro de m o d o claro. -Algumas
vezes, v á r i o s estágios se s o b r e p õ e m , c o m o ocorre quando o g r u p o passa simultaneamente
pelas etapas da t o r m e n t a e do desempenho. Ocasionalmente, os grupos r e g r i d e m ao está-
gio anterior. Portanto, mesmo os maiores defensores desse modelo n ã o sustentam c[ue todos

Estágios d e d e s e n v o l v i m e n t o d o g r u p o

Pré-esfágio I Estágio I Estágio li Estágio III Estágio IV Estágio V


Formação Tormenta Normatização Desempenho Interrupção
26í Comportamento organizacional

A p ó s passar pelas fases d e f o r m a ç ã o , t o r m e n t a e


n o r m a t i z a ç ã o d o d e s e n v o l v i m e n t o , esses m e m b r o s
d o D e p a r t a m e n t o N a c i o n a l d e O b r a s c o n t r a as Secas
( D N O C S ) a g o r a t r a b a l h a m c o m o u m g r u p o na fase
d e d e s e m p e n h o . Nessa reunião, o g r u p o analisava a
estrutura d e diversos municípios n o r d e s t i n o s para
d e c i d i r c o m o a l o c a r i a m os recursos d e s t i n a d o s à
criação d e centros d e extração d e ó l e o vegetal
p a r a a p r o d u ç ã o d e b l o d i e s e l e m usinas d e
p r o c e s s a m e n t o da Petrobras.^*

os grupos seguem o processo de cinco estágios, n e m que o E s t á g i o I V é sempre o niaii


desejáv-el. j'\inda assim, e m u m estudo feito c o m 15 franqueados da Green, uma eniprc
brasileira de \ ' e s t u á r i o infantil, obser\-ou-se que a f o r m a ç ã o da rede de franqueados scgiiii
a do modelo de cinco estágios de maneira considera\'cimente e s t á \ ' e l . ' '
O u t r o p r o b l e m a c o m r e l a ç ã o ao m o d e l o de cinco estágios, e m termos da compreciiCio
do c o m p o r t a m e n t o relacionado ao trabalho, é que ele i g n o r a o contexto organizacioii:!!/'
U m estudo sobre pilotos de u m a c o m p a n h i a a é r e a revelou que, e m apenas dez minukj^
três pessoas que n e m se c o n h e c i a m e f o r a m designadas p a r a aquele voo tornaram-sc m
grupo de alto desempenho. O que p e r m i t i u esse r á p i d o desenvolvimento do grupo fc: o
forte c o n t e x t o o r g a n i z a c i o n a l e m t o r n o das tarefas a serem realizadas pela trípulaçàoj
o qual forneceu as regidas, as definições de tarefas, as i n f o r m a ç õ e s e os recursos necessário

ENQUETE COMPORTAMENTAL

Você gosta de trabalhar em grupo?

Você gosta de trabalhar e m grupo para...

Aprender c o m os outros Completar as tarefas

Porcentagem d a s p e s s o a s que
Homens M B Mulheres
responderam 'não'

Fonte: Baseado em "VVriite Collar VVorkers Shoulder Togetlier — Like It or f^Jot", Business VVeek, 28 abr. 2008, p. 58.
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 2ó7

para o desempenho do g r u p o . Seus membros n à o precisaram elaborar planos, distribuir


p a p é i s , d e t e r m i n a r e alocar recursos, resolver conflitos ou fixar n o r m a s da maneira prevista
no modelo de cinco estágios.

Um modelo aiternativo: para grupos temporários com


prazos definidos
Os grupos t e m p o r á r i o s formados para a e x c c u ç à o de tarefas c o m prazos definidos n ã o
parecem seguir o modelo descrito anteriormente. Os estudos i n d i c a m que eles possuem
u m a s e q u ê n c i a de a ç õ e s (ou inaçÕes) p r ó p r i a : (1) o p r i m e i r o encontro serve p a r a d e t e r m i n a r
a d i r e ç ã o do grupo; (2) segue-se u m a p r i m e i r a fase de inércia; (3) t i m a t r a n s i ç ã o acontece no
final desta fase, exatamente q u a n d o o g r u p o j á gastou mais da metade do t e m p o alocado
p a r a seu funcionamento; (4) a t r a n s i ç ã o inicia m u d a n ç a s importantes; (f)) u m a segimda
fase de i n é r c i a segue-se à t r a n s i ç ã o e (6) o ú l t i m o encontro do grupo é caracterizado p o r
atividades marcadamente aceleradas.'" Esse p a d r ã o é chamado m o d e l o d e e q u i l í b r i o
p o n t u a d o e é mostrado na F i g u r a 9.2.
O p r i m e i r o encontro determina a d i r e ç ã o do grupo. U m e s b o ç o dos p a d r õ e s compor-
tamentais e das premissas que o r i e n t a r ã o a abordagem do projeto emerge nessa primeira
r e u n i ã o . Esses p a d r õ e s d u r á v e i s p o d e m surgir nos primeiros segundos de vida do grupo. U m a
vez determinada, a d i r e ç ã o do grupo é solidificada e é pouco p r o v áv el que seja reexaminada
durante a p r i m e i r a metade da vida do grupo. Esse é u m p e r í o d o dc i n ér ci a — o grupo tende
a manter-se parado ou preso a u m plano de a ç ã o fixo. M e s m o se novas p e r c e p ç õ e s desafiarem
os p a d r õ e s e premissas originais, o grupo é incapaz de reagir a elas na Fase 1.
U m a das descobertas mais interessantes desses estudos dos grupos'" é a de que todos
eles passam pela t r a n s i ç ã o exatamente n o mesmo p o n t o dc seu c r o n o g r a m a — precisa-
mente na metade de seu tempo de vida, entre a p r i m e i r a r e u n i ã o e sua data oficial de encer-
ramento — independentemente do tempo de v i d a previsto ser de apenas u m a h o r a o u de
seis meses. E c o m o se os grupos experimentassem universalmente u m a crise dc meia-idade.
Esse p o n t o parece funcionar c o m o u m despertador, alertando os membros do grupo de
que o tempo é l i m i t a d o e é preciso seguir e m frente. Essa fase de t r a n s i ç ã o encerra a Fase 1
e é caracterizada p o r i n ú m e r a s m u d a n ç a s , que d e r r u b a m os p a d r õ e s anteriores e a d o t a m
novas perspectivas. A t r a n s i ç ã o estabelece u m a r e v i s ã o da d i r e ç ã o para a Fase 2, u m a nov^a
etapa dc e q u i l í b r i o o u de i n é r c i a . Nessa fase, os membros do g r u p o executam os planos
elaborados n o p e r í o d o de t r a n s i ç ã o .
A ú l t i m a r e i u i i ã o do g r u p o é marcada p o r u m a nova onda de atividadcs para a con-
c l u s ã o do trabalho. E m resumo, o modelo de e q u i l í b r i o p o n t u a d o mostra os grupos exi-
b i n d o longos p e r í o d o s de i n é r c i a intercalados p o r breves m o m e n t o s r e v o l u c i o n á r í o s , c o m
m u d a n ç a s acionadas, p r i n c i p a l m e n t e , pela c o n s c i ê n c i a de seus m e m b r o s c o m r e l a ç ã o ã

^ ^ ^ ^ Q I Q J ^ ^ m o d e l o d e equilíbrio pontuado

(Alto)

o
_c
c
<t>
£ -.^•'^ Fase 2 _ . .
0 Primeiro Conclusõo

reunião
1 ^'-^-'-'^ Transição
Fase 1
1
(Baixo) (A + B )/ 2 B
Tempo
268 Comportamento organizacional

l i m i t a ç ã o do tempo c c u m p r i m e m o dc prazos. Lembre-se, contudo, de que esse modelo im


se aplica a todo e qualquer grupo. Ele se l i m i t a exclusivamente aos grupos que trabalham
sob prazos rigidamente definidos.^'

llstruturd dos grupos: papéis, normas, s t a t u s ,

tamanho e coesão
Os grupos de trabalho n ã o s ã o m u l t i d õ e s desorganizadas. Eles possuem uma estnituia
c|uc modela o c o m p o r t a m e n t o de seus membros c ajuda a explicar c prever o compnri.i-
mento deles, b e m c o m o o desempenho do g r u p o e m si. Entre essas variáveis estriuurais
e s t ã o os p a p é i s , as normas, o status, o t a m a n h o do g r u p o e sua c o e s ã o .

Papéis
Shakespeare disse: " O m u n d o é u m palco e todos os homens e mulheres são aptiia
atores". U t i l i z a n d o essa mesma m e t á f o r a , lodos os membros do g r u p o s ã o ateres, caài
Papel qual desempenhando u m p a p e l . Por esse t e r m o , designamos u m conjunto dc padno
Conjunto de padrões comportamentais esperados, a t r i b u í d o s a a l g u é m que ocupa d e t e r m i n a d a posição em uma
comportamentais
unidade social. Nossa c o m p r e e n s ã o desse conceito poderia ser m u i t o simples se cada uiiidt
esperados, atribuídos
a alguém que ocupa n ó s escolhesse u m papel e o desempenhasse de f o r m a regular e consistente. Infelizriuiiit
determinada posição em temos de desempenhar v á r i o s p a p é i s diferentes, tanto no trabalho como fora dele. Como
uma unidade social. \'crcmos, u m dos aspectos da c o m p r e e n s ã o do c o m p o r t a m e n t o é perceber qual é o p:ipd
que u m a pessoa está desempenhando naquele dado m o m e n t o .
.íVnderson Gomes é gerente de fóbrica de u m a grande i n d ú s t r i a dc equipamentos eit*
tricôs situada e m C r i c i ú m a , Santa Catarina. Ele desempenha diversos p a p é i s em seu tniba-
lho: é f u n c i o n á r i o da empresa, m e m b r o da g e r ê n c i a de nível m é d i o , engenheiro eletiici^iae
o p r i n c i p a l porta-voz da empresa na comunidade. Fora do trabalho, Anderson descmpi
ainda outros p a p é i s : m a r i d o , p a í , c a t ó l i c o , sócio de u m clube, j o g a d o r de ténis e síndia
c o n d o m í n i o onde m o r a . M u i t o s desses p a p é i s s ã o c o m p a t í v e i s entre si; outros geram eo
tos. Por exemplo, de que maneira sua postura religiosa afeta suas decisões administrati\ib
assuntos como d e m i s s õ e s , controle dc custos o u d i v u l g a ç ã o de i n f o r m a ç õ e s para o.s ór'
governamentais? U m a recente proposta de p r o m o ç ã o exige que ele mude de cidade, em"
sua família goste de m o r a r e m C r i c i ú m a . C o m o c o n c i l i a r as demandas de sua carreira
fissional c o m as demandas de seu papel c o m o chefe de família?
Assim c o m o A n d e r s o n Gomes, todos n ó s desempenhamos diferentes papci.s e
so c o m p o r t a m e n t o v a r i a de acordo c o m eles. O c o m p o r t a m e n t o de Anderson na i'.,

O apresentador d e TV Luciano Huck d e s e m p e n h a


uma série d e papéis e m seu dia a d i a . A l é m d e ser o
protagonista d e u m p r o g r a m a d e a u d i t ó r i o t r a n s m i t i d o
às tardes d e s á b a d o , Huck t a m b é m é e m p r e s á r i o e
possui participações e m u m a série d e n e g ó c i o s , c o m o
um bar, uma i n c o r p o r a d o r a imobiliária, u m restaurante
e uma pousada e m F e r n a n d o d e N o r o n h a . A l é m
disso, o apresentador é u m e m p r e e n d e d o r social,
t e n d o idealizado o Instituto Criar, q u e p r o m o v e cursos
técnicos no setor audiovisual para j o v e n s carentes.
Ademais, Huck é m a r i d o e p a i , entre os outros p a p é i s
q u e d e s e m p e n h a diariamente.^^
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 2ó9

d o m i n g o pela m a n h ã , c diferente de seu c o m p o r t a m e n t o na quadra de t é n i s , mais tarde no


mesmo dia. Assim, grupos diferentes i m p õ e m exigências de papéis diferentes aos indi\aduos.

Percepção d o papei A visão que temos sobre como devemos agir e m determinada
s i t u a ç ã o é a p e r c e p ç ã o d o p a p e l . C o m base na i n t e r p r e t a ç ã o de como acreditamos que
devemos nos comportar, assumimos certos tipos de comportamento. T i r a m o s essas per-
c e p ç õ e s dos e s t í m u l o s que nos r o d e i a m — amigos, livros, filmes, televisão, p o r exemplo — ,
assim como formamos u m a i m p r e s s ã o do trabalho dc m é d i c o s assistindo aos seriados Grg''s
Anatomy e ER (o Plantão Medico, que era t r a n s m i t i d o pela Rede Globo). Evidentemente, a
p r i n c i p a l r a z ã o p a r a a e x i s t ê n c i a de programas de aprendizado em muitas profissões é, de
fato, p e r m i t i r c|ue os novíUos obser\''em u m perito em a ç ã o para aprenderem a agir c o m o
se espera.

Expectativas d o papel As e x p e c t a t i v a s d o p a p e l s ã o a forma como os outros acre-


d i t a m que devemos agir e m determinada s i t u a ç ã o . O papei de u m j u i z de direito é consi-
derado possuidor de dignidade e p r i n c í p i o s , ao passo c^ue o papel de u m t é c n i c o de futebol
é xisto c o m o agressi\-o, d i n â m i c o e inspirador para seus jogadores.
N o a m b i e n t e de t r a b a l h o , examinamos as expectativas do papel pela perspectiva do
c o n t r a t o p s i c o l ó g i c o : u m acordo t á c i t o entre os empregados e empregadores. Esse
c o n t r a t o estabelece expectativas m ú t u a s : o que os empregadores esperam de seus em-
pregados, e vice-versa.^'' N a verdade, ele define a expectativa de c o m p o r t a m e n t o que
a c o m p a n h a cada papel. Espera-se que os gestores t r a t e m os f u n c i o n á r i o s c o m j u s t i ç a ,
p r o p o r c i o n e m c o n d i ç õ e s a c e i t á v e i s de t r a b a l h o , c o m u n i q u e m c o m clareza o que preten-
dem e áccm feedback sobre o desempenho dos subordinados. Espera-se que os f u n c i o n á r i o s
respondam d e m o n s t r a n d o u m a atitude positiva, seguindo as o r i e n t a ç õ e s c mostrando
lealdade ã o r g a n i z a ç ã o .
O que acontece q u a n d o as expectativas previstas n o c o n t r a t o p s i c o l ó g i c o n ã o s ã o
atendidas? Se os gestores n ã o h o n r a r e m sua parte no acordo, podemos esperar u m a
r e p e r c u s s ã o negativa sobre o desempenho e a s a t i s f a ç ã o dos í i m c i o n á r i o s . Q u a n d o é o
f u n c i o n á r i o que falha, o resultado geralmente é a l g u m t i p o de a ç ã o disciplinar, que pode
ale i n c l u i r sua d e m i s s ã o .

Conflito d e papéis Q u a n d o o compromisso c o m u m papel tem a possibilidade de difi-


cultar o desempenho de outro, o resultado é o c o n f l i t o d e p a p é i s . - ' E m casos extremos,
podc-se ter u m a s i t u a ç ã o e m que dois o u mais p a p é i s s ã o c o n t r a d i t ó r i o s .
A n d e r s o n Gomes teve de enfrentar conflitos entre os p a p é i s , c o m o sua tentativa de
conciliar as expectativas sobre seu desempenho c o m o chefe de família e c o m o gestor de sua
empresa. Sua esposa e filhos desejavam permanecer e m C r i c i ú m a , ao passo que a empresa
onde ele trabalha esperava que os f u n c i o n á r i o s fossem receptivos as suas necessidades c
demandas. E m b o r a pudesse ser do interesse financeiro e profissional de A n d e r s o n aceitar
a m u d a n ç a de cidade, o conflito caracterizou-se c o m o u m a escolha entre as expectativas
da família e as de sua carreira. A m a i o r i a dos trabalhadores pertence simultaneamente a
u m g r u p o de trabalho, a u m departamento e a grupos sociais e d e m o g r á f i c o s , sendo que
essas diferentes identidades p o d e m entrar e m conflito q u a n d o as expectativas de u m a delas
v ã o de encontro às de o u t r a . - ' D u r a n t e fusões e a q u i s i ç õ e s , os f u n c i o n á r i o s p o d e m ficar
divididos entre sua identidade c o m o m e m b r o s da empresa de o r i g e m e c o m o membros da
nova.-'' As o r g a n i z a ç õ e s estruturadas e m o p e r a ç õ e s multinacionais t a m b é m demonstraram
levar à dualidade na i d e n t i f i c a ç ã o , pois seus f u n c i o n á r i o s fazem u m a d i s t i n ç ã o entre a filial
local e a sede internacional.-'

A prisão simulada d e Z i m b a r d o U m dos experimentos mais interessantes sobre p a p é i s


e identidade foi realizado pelo p s i c ó l o g o Philip Z i m b a r d o , da Universidade de Stanford,
na C a l i f ó r n i a , e p o r seus colegas.^" Eles c o n s t r u í r a m u m a ' p r i s ã o ' no p o r ã o do p r é d i o da
faculdade de psicologia de Stanford. C o n t r a t a r a m , p o r 15 d ó l a r e s ao dia, duas dúzias de
estudantes emocionalmente estáveis, s a u d á \ ' e i s e obedientes à lei, cujo resultado em diver-
sos testes de personalidade era de ' m e d i a n o n o r m a l ' . A t r i b u í r a m - 1 lies, aleatoriamente, os
p a p é i s de 'guarda' ou de 'prisioneiro' e estabeleceram algumas regras básicas.
270 Comportamento organizacional

L e v o u pouco t e m p o para c|ue os prisioneiros aceitassem a autoridade dos 'guardas'


p a r a que estes se ajustassem a seus novos papeis de autoridade. E m c o n c o r d â n c i a com
teoria da identidade social, os guardas passaram a ver os prisioneiros negativamente como
u m g r u p o de estranhos, e seus c o m e n t á r i o s para os pesquisadores mostravam que linviam
desenvolvido e s t e r e ó t i p o s sobre o tipo de personalidade do prisioneiro ' t í p i c o ' . Depois qiií
os guardas d e s a r m a r a m u m a r e b c H ã o iniciada no segundo dia, os prisioneiros tornarani-í
cada vez mais passivos. Q u a l q u e r que fosse a o r d e m dada p o r u m guarda, eles acatawia
Os prisioneiros realmente c o m e ç a r a m a acreditar e a agir c o m o se fossem — segundo o(
guardas sempre lhes d i z i a m — inferiores c fracos. E todos os guardas agiram dc m;iiu>
ra a u t o r i t á r i a e abusiva pelo menos u m a vez durante o e x p e r i m e n t o . U m deles declarou:
" F i q u e i surpreso c o m i g o mesmo... E u fiz c o m que chamassem uns aos outros pelos pioro
nomes e limpassem as latrinas c o m as m ã o s . Considerava os prisioneiros como gado
e pensava: 'Preciso prestar a t e n ç ã o neles, caso t e n t e m a l g u m a coisa'." O u t r o guarua
acrescentou: " E u j á estava cansado de o l h a r p a r a os prisioneiros c o m seus trapos e scmir
seu m a u cheiro i m p r e g n a n d o as celas. E u os observava r e c l a m a n d o , uns para os ontrin
das ordens que lhes d á v a m o s " . Eles n ã o v i a m aquilo c o m o u m e x p e r i m e n t o . Era real(
eles estavam l u t a n d o p a r a m a n t e r sua i d e n t i d a d e . " M a s e s t á v a m o s ali p a r a lembrar a da
q u e m era o chefe." S u r p r e e n d e n t e m e n t e , d u r a n t e t o d o o e x p e r i m e n t o , mesmo depoisdt
dias de abuso, n e n h u m p r i s i o n e i r o disse: " C h e g a ! Sou u m estudante c o m o você. Istoí
apenas u m e x p e r i m e n t o " .
Es.sa s i m u l a ç ã o foi realmente m u i t o bem-sucedida para d e m o n s t r a r a rapidez comqut
os i n d i v í d u o s a p r e n d e m novos p a p é i s . O s pesquisadores d v e r a m de interromper o experi-
m e n t o depois de apenas seis dias p o r causa das r e a ç õ e s p a t o l ó g i c a s que os parlicipanra
c o m e ç a r a m a d e m o n s t r a r E, lembre-se, esses i n d i v í d u o s foram escolhidos exatamciiic cm
f u n ç ã o de sua ' n o r m a l i d a d e ' e estabilidade e m o c i o n a l .
O que podemos concluir c o m o e x p e r i m e n t o da p r i s ã o simulada? Os panicípania
t i n h a m , c o m o todos n ó s , algumas c o n c e p ç õ e s estereotipadas dos p a p é i s de guarda c [li-
sioneiro — aprexididas p o r i n t e r m é d i o dos meios de c o m u n i c a ç ã o e de suas expcriéiuiii
pessoais e m casa (pai-filho), na escola (professor-aluno) c e m outras s i t u a ç õ e s . Issoperniiái
que eles assumissem, de f o r m a fíícil e r á p i d a , p a p é i s que e r a m m u i t o diferentes dc
p r ó p r i a s personalidades. V i m o s que pessoas sem Cjualquer patologia de personalidadL'
treinamento a n t e r i o r f o r a m capazes de desempenhar formas extremas de comportanit
consistentes c o m os p a p é i s a elas designados.
U m e x p e r i m e n t o parecido foi realizado pela B B C no f o r m a t o de u m realify J/Í.W.
O s resultados f o r a m drasticamente diferentes daqueles d o e x p e r i m e n t o de Zimbanio,
'guardas' foram m u i t o mais cuidadosos e m seu c o m p o r t a m e n t o e l i m i t a r a m o tratam
agressivo dos 'prisioneiros'. M u i t a s vezes, eles m e n c i o n a r a m sua p r e o c u p a ç ã o sobre c
suas a ç õ e s seriam encaradas. E m resumo, eles n ã o assumiram seus p a p é i s por coniplfin.
possivelmente p o r q u e sabiam que seu c o m p o r t a m e n t o estava sendo observado por mil'"
de telespectadores. A m e d i d a cjue a identidade c o m p a r d l h a d a crescia entre os '\mú
ros', eles ofereciam apoio social e m níveis mais altos uns aos outros, e u m sistema iguali'
se f o r m o u entre eles e os guardas. Phillip Z i m b a r d o alegou que o estudo da BBC !ião|
ser considerado u m a r e p e t i ç ã o do seu p o r v á r i a s r a z õ e s , mas reconhece que os resul
d e m o n s t r a m que tanto os guardas q u a n t o os prisioneiros agem diferentemente qu
m o n i t o r a d o s de perto. Esses resultados sugerem que podem-se l i m i t a r os abusos dc
quando as pes.soas t ê m c o n s c i ê n c i a de seu c o m p o r t a m e n t o .

Normas
J á percebeu que os jogadores de golfe n ã o falam enquanto u m deles está prcpa"
u m a j o g a d a o u que os f u n c i o n á r i o s n ã o c r i t i c a m os chefes e m ptiblico? Por que siTÍ'
Normas resposta para isso é: s ã o n o r m a s .
Padrões aceitáveis Todos os grupos estabelecem n o r m a s , ou seja, p a d r õ e s aceitáveis de com
de comportamento m e n t o c o m p a r t i l h a d o s p o r todos os seus m e m b r o s e que expressam o que eles devem
compartilhados pelos
membros do grupo.
n ã o fazer e m d e t e r m i n a d a s c i r c u n s t â n c i a s . Q u a n d o aceitas e acordadas pelos mer
do g r u p o , as n o r m a s i n f l u e n c i a m o c o m p o r t a m e n t o dos i n d i v í d u o s c o m um mínimo
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 271

controle externo. As n o r m a s s ã o diferentes para cada g r u p o , c o m u n i d a d e o u sociedade,


mas todos as tem.'"'
As normas p o d e m abranger de maneira \-irtuaI qualquer aspecto do c o m p o r t a m e n t o
dos grupos." Provavelmente, a mais c o m u m delas é a norma dc desempenho, que oferece a
seus membros dicas explícitas de q u ã o arduamente devem trabalhar, c o m o concluir u m
trabalho, que nível de r e n d i m e n t o devem ter, a t é que ponto a i m p o n t u a l i d a d c é apropriada
e outras coisas do g é n e r o . Essas n o r m a s s ã o extremamente poderosas no sentido de afetar o
desempenho dc u m i n d i v í d u o — elas p o d e m modificar de m o d o significativo u m a p r e v i s ã o
de desempenho baseada somente na habilidade do f u n c i o n á r i o e e m seu nível pessoal de
m o t i v a ç ã o . E m b o r a i n d i s c u t i v e l m e n t e mais i m p o r t a n t e s , as n o r m a s de d e s e m p e n h o
n ã o s ã o o ú n i c o t i p o de n o r m a existente. O u t r o s tipos i n c l u e m as normas de aparência
( c ó d i g o s dc vestimenta, regras t á c i t a s sobre c o m o parecer ocupado), normas de conduta
social ( c o m q u e m a l m o ç a r , c o m ciuem fazer amizades d e n t r o e fora d o t r a b a l h o ) c as
normas de alocação de recursos ( a t r i b u i ç ã o de trabalhos difíceis, d i s t r i b u i ç ã o de recursos,
como r e m u n e r a ç ã o ou equipamento).

Os estudos e m Hawthorne Antes do início da d é c a d a dc 1930 n ã o havia u m exame


a m p l o da i n f l u ê n c i a das normas no c o m p o r t a m e n t o dos trabalhadores. Essa a n á l i s e sur-
giu de u m a série de estudos realizados e m H a w t h o r n e , na \Vestern Electric Company, e m
Chicago, entre 1924 e 19.S2.'- Originalmente iniciados por engenheiros da p r ó p r i a \Vestern
Electric e, depois, supervisionados J Í C I O professor de H a n a r d E l i o n M a y o , os estudos c o n -
c l u í r a m que os comportamentos e .sentimentos dos trabalhadores e s t ã o intimamente rela-
cionados, que as influências do g r u p o afctam de maneira significativa o c o m p o r t a m e n t o
i n d i v i d u a l , que os p a d r õ e s do g r u p o l ê m l u n a forte influência sobre os resultados i n d i v i d u -
ais c que o d i n h e i r o é u m fator m e n o r na d e t e r m i n a ç ã o de resultados se comparado c o m as
normas do grupo, os sentimentos do g r u p o e a segiu^ança.
A pesquisa c o m e ç o u c o m experimentos c o m i l u m i n a ç ã o , envolvendo diversos grupos
de trabalhadores. Os pesquisadores m a n i p u l a r a m , para mais e para menos, a i n t c m i d a d e
da i l u m i n a ç ã o enquanto obsen-avam possíveis m u d a n ç a s no r e n d i m e n t o do grupo, verifi-
cando as v a r i a ç õ e s nos resultados. Os pesquisadores t a m b é m realizaram esses experimen-
tos c o m u m g r u p o de controle. Q u a n d o a intensidade da i l u m i n a ç ã o aumentava no g r u p o
experimental, os resultados de ambos os grupos m e l h o r a v a m . M a s , para a surpresa dos pes-
cjuisadores, quando sc reduziu a intensidade da luz no g r u p o experimental, a p r o d u t i v i d a d e
conUnuou crescendo e m ambos os grupos. N a verdade, houve queda da p r o d u t i v i d a d e no
g r u p o experimental apenas quando a intensidade da luz foi reduzida para u m a luminosi-
dade semelhante à do l u a r
D a n d o seguimento aos experimentos c o m a i l u m i n a ç ã o , os pesquisadores i n i c i a r a m
outro conjunto de experimentos na linha de montagem de relês na sala de testes da \Vestern
Electric. U m pequeno g r u p o de mulheres que m o n t a v a m pequenos relês de telefones

Com base nos e s t u d o s d e H a w t h o r n e , os


•adores fizeram i m p o r t a n t e s d e s c o b e r t a s s o b r e
mo o c o m p o r t a m e n t o i n d i v i d u a l é i n f l u e n c i a d o
cor normas coletivas. O g r u p o d e t r a b a l h a d o r e s
determinou o r e s u l t a d o i d e a l d o t r a b a l h o a ser
"do e instituiu n o r m a s p a r a q u e o d e s e m p e n h o
víduai ficasse d e n t r o d o s l i m i t e s e s t a b e l e c i d o s .
Para reforçar essas n o r m a s , os t r a b a l h a d o r e s
avam sarcasmo, r i d i c u l a r i z a ç ã o e a t é f o r ç a física
para influenciar os c o m p o r t a m e n t o s i n d i v i d u a i s
considerados inaceitáveis p e l o g r u p o .
272 Comportamento organizacional

foi isolado do g r u p o p r i n c i p a l para que seu c o m p o r t a m e n t o pudesse ser observado m:á


cuidadosamente. As o b s e r v a ç õ e s plurianuais do experimento m o s t r a r a m que a produ^
desse g r u p o cresceu dc m a n e i r a constante. O n ú m e r o de faltas p o r q u e s t õ e s pessoais ou
d o e n ç a foi aproximadamente u m t e r ç o menor do que no departamento dc produção rc
lar. Ficou evidente que o desempenho do grupo foi significativamente influenciado p
slaliis de ser u m g r u p o 'especial'. As mulheres consideravam divertido fazer parte do gri!|Xi.
sentiam-.se c o m o u m a espécie de elite e acreditavam que os dirigentes da empresa csta\,;:;,
preocupados c o m seus interesses p o r realizar tal tipo de e x p e r i m e n t a ç ã o . Em resimio. oj
trabalhadores envolvidos nas e x p e r i ê n c i a s c o m a i l u m i u a ç à o e c o m a linha de moiua^['m
reagiram ã crescente a t e n ç ã o que estavam recebendo.
U m terceiro estudo foi i n t r o d u z i d o na sala de n i o n i t o r a m e n t o de cabos elétrico.s p.in
avaliar o efeito de u m sistema .sofisticado de incentivo salarial. A premissa era de que í.iái
o p e r á r i o m a x i m i z a r i a sua p r o d u t i v i d a d e i n d i v i d u a l ao perceber que tal resultado C ' I M
^ diretamente relacionado a recompensas financeiras. A descoberta mais importante degt
estudo c que os o p e r á r i o s n ã o m e l h o r a r a m sua p r o d u t i v i d a d e i n d i v i d u a l . O que acoiiiccci
foi que a p r o d u t i v i d a d e passou a ser controlada p o r u m a n o r m a coletiv"a que ditava o cjuf
era satisfatório p r o d u z i r a cada dia. Os resultados n ã o estavam apenas sendo restriii^idoi,
mas os o p e r á i i o s t a m b é m estavam entregando r e l a t ó r i o s c o m erros propositais. O i i d
declarado da semana devia c o i n c i d i r c o m a p r o d u ç ã o total da semana, mas os relatórios
d i á r i o s i n d i c a v a m u m nível constante de p r o d u ç ã o , independentemente da produção ral
do dia. O que estava acontecendo?
As entrevistas revelaram que o g r u p o estava p r o d u z i n d o b e m menos do que sua ca-
pacidade real e estava controlando os resultados para se proteger. Seus membros tiiib
m e d o de aumentar significativamente os resultados e, c o m isso, fazer que o incentivo
unidade p r o d u z i d a d i m i n u í s s e , que a expectativa de p r o d u ç ã o d i á r i a aumenta.sse, Cjucli
vesse d e m i s s õ e s o u que os o p e r á r i o s mais lentos fossem repreendidos. Assim, o gmpoc
bclcccu seu conceito de p r o d u ç ã o ideal — n e m m u i t o , n e m m u i t o pouco. Eles se apoia\
m u t u a m e n t e para assegurar que seus r e l a t ó r i o s estivessem e m níveis p r ó x i m o s ,
As normas estabelecidas pelo grupo i n c l u í a m alguns ' n ã o s ' . jYào seja 'caxias', produzi
mais que o previsto. ./VÍÍO trapaceie, produzindo menos que os demais. ,A'ÍÍO seja 'dedo-duro' |
apontar seus colegas. C o m o o gioipo reforçava essas normas? Seus m é t o d o s incluíam sarça.-
apelidos ofensivos, ridicularizaçao e até socos nos b r a ç o s de q u e m violasse as normas. .AÍJI
cujo comportamento a m e a ç a s s e os interesses do grupo eram colocados no ostracismo.
Os estudos de H a w t h o r n e d e r a m u m a c o n t r i b u i ç ã o i m p o r t a n t e para a nossa i
p r e e n s ã o do papel .significativo que as normas desempenham na d e t e r m i n a ç ã o do com
tamento i n d i v i d u a l no trabalho.

Conformidade C o m o m e m b r o de u m g r u p o , v o c ê deseja ser aceito p o r ele e, pnria


submete-se ás normas impostas p o r ele. Existem e v i d ê n c i a s c o n s i d e r á v e i s dc que os gr
exercem forte p r e s s ã o sobre os i n d i v í d u o s para que m u d e m suas atitudes e comporta
tos, a fim de que sc adaptem aos p a d r õ e s estabelecidos.
As pessoas se submetem a todas as pressões de todos os grupos dos quais participam?
viamente, não, pois elas p a i t i c i p a m de v á r i o s grupos diferentes e suas normas às vezes va
Grupos d e referência m u i t o e s ã o conílitantes entre si. O C|ue fazem, e n t ã o ? Elas se submetem aos grupos
Grupos importantes
aos quais as pessoas
importantes a cjue pertencem ou querem pertencer. Esses grupos importantes .são cliam-
pertencem ou de g r u p o s d e r e f e r ê n c i a e s ã o aqueles e m que as pessoas t ê m c o n s c i ê n c i a umas das ou
gostariam de pertencer dos quais se definem como membros ou dos quais gostariam de ser membros e onde sen
e com cujas normas
que os demais membros s ã o significativos para e l a s . A i m p l i c a ç ã o disso, portanto, é que
concordam.
todos os grupos i m p õ e m pressões equivalentes dc conformidade sobre seus membros.
O i m p a c t o que as p r e s s õ e s do g r u p o pela c o n f o r m i d a d e pode ter sobre as opÍr'
Conformidade
e atittides de seus membros foi demonstrado no estudo, hoje considerado clássico, de í
Ajuste do
comportamento para mon Asch.''' Ele m o n t o u grupos de sete ou oito pessoas que se sentavam em volta de
que um individuo se mesa e deviam c o m p a r a r dois c a r t õ e s apresentados p o r u m pesquisador. U m cartào i
alinhe às normas d o uma ú n i c a linha e o outro, três Hnhas de diferentes tamanhos, u m a das quais tinha o me
grupo.
c o m p r i m e n t o da l i n h a do p r i m e i r o , c o m o mostra a F i g u r a 9.3. A diferença dc iam.
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 273

ssão um b o m e x e m p l o d e c o m o as n o r m a s
gtupo e o desejo d e ser a c e i t o p e l o s c o l e g a s
ionam os indivíduos a a g i r e m d e u m a m a n e i r a
não necessariamente r e p r e s e n t a suas crenças
ede^ejos. O direito à g r e v e é j u s t o e g a r a n t i d o
iei, mas, em algumas s i t u a ç õ e s , n e m t o d o s os
-cionários p o d e m c o n s i d e r a r v á l i d a s as razões
levantadas pelo s i n d i c a t o . A p e s a r d i s s o , p e l a
'o coletiva, eles são i m p e l i d o s a se c o n f o r m a r
aderir ao movimento, s e n d o t a c h a d o s d e f u r a -
es e até mesmo a g r e d i d o s , caso n ã o o f a ç a m .

das linhas era bastante ó b v i a e, sob c o n d i ç õ e s normais, os i n d i v í d u o s cometiam menos de


u m p o r cento dc erros ao anunciar e m \'oz alta c[ual das três linhas do segimdo c a r t à o era
igxial à l i n h a do p r i m e i r o . M a s o que aconteceria se os membros do grupo c o m e ç a s s e m
a dar respostas incorretas? A p r e s s ã o para a conformidade faria que l u n i n d i v í d u o des-
prevenido alterasse sua resposta para se alinhar aos demais? Asch m o n t o u o grupo de ma-
neira que apenas aquela jícssoa n ã o soubesse que o experimento era 'arranjado'. A pessoa
era deixada c o m o a ú l t i m a para dar sua resposta.
O experimento c o m e ç o u com diversos exercícios de c o m p a r a ç ã o . Todos os partici-
pantes davam as respostas corretas. N o terceiro exercício, contudo, o p r i m e i r o participante
deu u m a resposta obviamente errada — p o r exemplo, a letra C na Figura 9.3. Os demais
foram dando a mesma resposta errada a t é cliegar a vez da pessoa objeto de pesc|uisa. A
d e c i s ã o que essa pessoa precisava t o m a r era a seguinte: a f i r m a r publicamente u m a percep-
ç ã o que diferia da p o s i ç ã o assumida p o r todos os outros membros do grupo ou dar uma
resposta que acredita ser errada apenas para ficar c m conformidade c o m ele?
Os resultados obtidos de mtiitos experimentos e testes m o s t r a r a m c]ue 75 p o r cento
dos i n d i v í d u o s d e r a m pelo menos u m a resposta de c o n f o r m i d a d e — ou seja, sabiam que
era a errada, mas que era coerente c o m as respostas dos outros m e m b r o s do g r u p o — e
que a m é d i a de conformistas era de 37 p o r cento. Q i i c e n t e n d i m e n t o podemos t i r a r
desses resultados? Eles sugerem que existem n o r m a s coletivas que nos pressionam e m
d i r e ç ã o à c o n f o r m i d a d e . Desejamos ser parte do g r u p o e, p o r t a n t o , n ã o queremos ser
\istos c o m o diferentes.
Essa pesquisa foi realizada h á quase 50 anos. T e r i a o tempo alterado a validade de
suas c o n c l u s õ e s ? Podemos considerar essas descobertas c o m o g e n e r a l i z á v e i s jiara todas
as ctilturas? As e v i d ê n c i a s i n d i c a m que os níveis de conformidade b a i x a r a m consistente-
mente desde o estudo de Asch e que suas c o n c l u s õ e s tau l i m i t a ç õ e s culturais.'"' A confor-

E x e m p l o s d e cartões utilizados no e s t u d o d e A s c h
274 Comportamento organizacional

midade c o m as n o r m a s sociais é mais forte em culturas colctivistas, mas, mesmo nos paiscí
individualistas, devemos c o n s i d e r á - l a uma força ainda poderosa nos grupos.

Desvios d e c o m p o r t a m e n t o n o a m b i e n t e d e t r a b a l h o Ro.sanc Costa está abor-


recida c o m u m colega que constantemente espalha fofocas e boatos maliciosos e infundado-
a seu respeito. D é b o r a Medeiros está cansada de u m dos m e m b r o s de sua equipe que, ao
confrontar-se c o m a l g u m p r o b l e m a , desconta sua f r u s t r a ç ã o g r i t a n d o c o m ela e com os de-
mais. E A l e x a n d r e D r o n t t deixou recentemente seu emprego de higienista dental cm uma
clínica depois que sua chefe o assediou sexualmente diversas vezes.
O que esses e p i s ó d i o s t è m e m comum? Eles m o s t r a m f u n c i o n á r i o s sendo expostos
Desvios de a d e s v i o s d e c o m p o r t a m e n t o n o a m b i e n t e d e t r a b a l h o . ^ ' Esse desvio (também
c o m p o r t a m e n t o no chamado aimpoitamenlo antissocial ou incivilidade no ambiente dc trabalho) abrange os comporta-
ambiente de trabalho
Comportamento
mentos v o l u n t á r i o s que v i o l a m intencionalmente as regras estabelecidas e que, ao scrcm
voluntário que viola expressos, a m e a ç a m o bem-estar das o r g a n i z a ç õ e s e de seus membros. O Q u a d r o 9.1 ofe-
importantè^s normas rece u m a tipologia desse tipo de c o m p o r t a m e n t o , c o m exemplos de cada u m .
organizacionais e, dessa
Poucas empresas a d m i t e m que c r i a m ou p e r m i t e m c o n d i ç õ e s que encorajem e sus-
forma, ameaça o b e m -
•estar da organização tentem o desvio das normas. M a s i.sso acontece. M u i t o s trabalhadores relatam maior ru-
ou de seus membros. deza e insensibilidade no trato c o m os outros p o r parte dos chefes nos últimos tcmpov
Também chamado E qua.se metade dos f u n c i o n á r i o s que sofreu maus-tratos diz que chegou a pensar cm
comportamento
antissocial ou incivilidade
demitir, sendo que 12 p o r cento deles realmente o fizeram p o r esse motivo.'"'Um estudo
d o ambiente de trabalho. c o m aproximadamente 1.500 participantes descobriu que, a l é m de aumentar as intcnçòei
de desligamento da empresa, a incivilidade no trabalho a u m e n t o u o relato de estresse c de
d o e n ç a s físicas."'''
D a mesma f o r m a que as demais normas, as atitudes antissociais dos funcionários sào
configuradas pelo contexto do g r u p o ao qual pertencem. As e v i d ê n c i a s demonstram que o
c o m p o r t a m e n t o antissocial de u m g r u p o é u m i n d i c a d o r significativo do mesmo compor*
tamento p o r parle dc seus membros no trabalho."^ E m outras palavras, o desvio de coiii-
p o r t a m e n t o tende a florescer onde é apoiado p o r n o r m a s coletivas. Os trabalhadores que
se socializam c o m pessoas que frequentemente faltam ao trabalho, seja dentro da empri'ia,
.seja fora dela, tendem a faltar t a m b é m . " Para os gestores, isso significa que, sempre q «
surgirem normas desviantes no ambiente de trabalho, a c o o p e r a ç ã o , o compromctimciiio
e a m o t i v a ç ã o dos f u n c i o n á r i o s e s t a r ã o e m risco.
A l g u é m que n o r m a l m e n t e n ã o se envolveria e m c o m p o r t a m e n t o a n o r m a l pode fazè-
-lo ao trabalhar e m g r u p o . Vejamos, p o r exemplo, o c o m p o r t a m e n t o dos membros de inr-

T i p o l o g i a d e d e s v i o s d e c o m p o r t a m e n t o no a m b i e n t e d e t r a b a l h o

Categoria Exemplos

Produção Sair mais c e d o


Reduzir o ritmo d e trabalho intencionalmente
Desperdiçar recursos

Propriedade Sabotagem
Mentir sobre as horas trabalhadas
Roubar da organização

Política Mostrar favoritismo


Fazer fofocas e espalhar boatos
Culpar colegas

Agressões Assédio sexual


pessoais Abuso verbal
Roubar dos colegas

Fonte; Adaptado de S. L. Robinson e R. J. Bennett, "ATypology of Deviant Workplace Bohaviors; A MultidJmensional ScalJng Study", Academy oíMarísjc-n*»
Journal, abr 1995, p, 565. Copyrigtit 1995, Academy of tvlonagement (NY). Reproduzido com permissão da Academy of Management (NY) no fo.-mjía
livro-texlo por meio do Copyright Clearance Center.
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 275

Grupos e desvios de comportamento no trabalho

\ . , > ^ Em grupo

Mentir
1 22
\e

55
Enganar
23

í 29
Roubar
. 10

' 1 1 r 1 1 1
0% ] 0% 20% 30% 40% 50% 60%

cidas organizadas de clubes de futebol. Ê p r o v á v e l que, longe dos outros torcedores, alguns
deles t r i c o t e m c o m suas avós e c u i d e m de gaUnhos órfãos, mas que, 'em bando', tenham u m
c o m p o r t a m e n t o completamente oposto. N a \, u m estudo recente sugere que aqueles
c[ue t r a b a l h a m e m g r u p o possuem m a i o r t e n d ê n c i a a mentir, enganar e r o u b a r do ciue os
i n d i v í d u o s que t r a b a l h a m sozinhos. C o m o mostra a Figura 9.4, nesse estudo, n e n h u m i n -
d i v í d u o que trabalhava isoladamente m e n t i u , mas Tl p o r cento dos que trabalhavam e m
g r u p o o fizeram. Os que trabalhavam e m grupos t i n h a m m a i o r p r o p e n s ã o a m e n t i r (55 p o r
cento contra 23 p o r cento de i n d i v í d u o s isolados) e r o u b a r (29 p o r cento comparado c o m
somente 10 p o r cento dos que trabalhavam sozinhos).'' U m a pos.sível e x p l i c a ç ã o é que os
grupos p r o p o r c i o n a m u m escudo de a n o n i m a t o , de m o d o que a l g u é m , que n o r m a l m e n t e
teme ser pego roubando pode confiar no fato de qtie outros m e m b r o s do grupo tiveram
a mesma o p o r t i m i d a d e de roubar, criando u m falso senso dc c o n f i a n ç a que pode resultar
em coiTiportamentos mais agressivos. Assim, os desvios de c o m p o r t a m e n t o dependem das
normas aceitas pelo g r t i p o — o u mesmo do fato de u m i n d i v í d u o ser parte de u m grupo.^'

Status
;i3 social definida
'rbjída pelas U m a p o s i ç ã o definida socialmente ou a t r i b u í d a pelas pessoas a u m g r u p o ou a m e m -
•:55 a um grupo ou a bros de u m g r u p o p e r m e i a todas as sociedades. M e s m o os menores grupos t ê m p a p é i s ,
membros.
direitos e rituais que diferenciam seus membros. O status é u m m o t i v a d o r relevante e tem
importantes c o n s e q u ê n c i a s comportamentais cjuando os indiváduos percebem uma dispari-
dade entre o sialus que acreditam po.ssuir c aquele que realmente t ê m .

ria de O q u e d e t e r m i n a o Status7 D e acordo c o m a t e o r i a d e c a r a c t e r í s t i c a s d o status,


jcteristicas do status o status tende a derivar de três Ibntes:"
raque postula
diferenças nas 1. O p o d e r q u e u m a p e s s o a e x e r c e s o b r e a s o u t r a s . Por provavelmente con-
:terísticas geram trolarem os recursos do grupo, as pessoas que c o n t r o l a m seus resultados tendem a
arquias de status ser vistas c o m o po.ssuidoras de u m alto status.
•rodos grupos.
2. Â c a p a c i d a d e d e c o n t r i b u i ç ã o p a r a a s m e t a s do g r u p o . As pessoas cujas
c o n u i b u i ç Õ c s s ã o importantes para o sucesso do g r u p o tendem a ser detentoras de
u m alto sialus. A l g u m a s pessoas acham que a estrela da N B A , K o b e Brvant, tem
mais ])oder dc d e c i s ã o sobre os jogadores do que seus treinadores (ainda que n ã o
tanto q u a n t o Br\'ant queria!).
276 Comportamento organizacional

O g o l e i r o d o São Paulo R o g é r i o C e n i é u m m e m b r o
d o g r u p o c o m e l e v a d o status. J o g a d o r d o c l u b e
d e s d e 1993, q u a n d o t i n h a a p e n a s 19 anos e era
reserva d e Z e t t i , R o g é r i o t o r n o u - s e u m a fi gura m u i t o
importante no elenco são-paulino. Capitão da equipe,
o atleta é o g o l e i r o c o m m a i o r n ú m e r o d e g o i s
m a r c a d o s na história d o f u t e b o l m u n d i a l . R e u n i n d o
habilidades técnicas, experiência e c o n h e c i m e n t o
t á t i c o , e l e auxilia a o r g a n i z a ç ã o d o s z a g u e i r o s
dentro de campo e é multo respeitado pelos outros
jogadores e treinadores da equipe.

3. C a r a c t e r í s t i c a s p e s s o a i s do i n d i v i d u o . ^Viguem cujas caracterísdcas pe,


sào \'alorizadas posili\'aniente pelo grupo (boa a p a r ê n c i a , inteligência, dinlicira (i
simpatia) c m geral t e r á u m sialus mais elevado do que aqueles que n ã o pcssuem i:iii
caracterísricas.

Status e normas O status p r o d u z alguns efeitos interessantes sobre o poder das norma
e das p r e s s õ e s para a conformidade. Os i n d i v í d u o s de m a i o r síati/s costumam ter mais libr-
dade i)ara se des\-iar das noi-mas do que os demais.'' Kssas ]3essoas t a m b é m demonsinim
mais resistência às p r e s s õ e s para a conformidade do que seus colegas c o m sialus mcnoR-s.
Q t i e m tem u m emprego de alto sialus (como m é d i c o s , ad\'ogados ou executi\'o.s) apro>e!ia
r e a ç õ e s p a r t i c u l a r m e n t e negati\'as à p r e s s ã o social exercida p o r pessoas cujos empregos
po.ssuem baixo sialus. Por exemplo, os m é d i c o s resistem ativamente à s d e c i s õ e s tomada.'; por
f u n c i o n á r i o s de e s c a l ã o mais baixo de companhias de seguros."' U m i n d i \ ' í d u o muito\*alo-
rizado peio grujjo, mas que n à o se sente p a r t i c u l a r m e n t e a t r a í d o pelas recompen.sas sociak
oferecidas p o r ele. é especialmente propenso a n ã o prestar m u i t a a t e n ç ã o às normas.^'
Essas descobertas exjjlicam |)or C|ue muitos atletas famosos, estrelas de cinema, \UIK^
dores de alto desempenho ou a c a d é m i c o s resjjeitados parecem livres das exigências de
a p a r ê n c i a e normas sociais cpic l i m i t a m seus colegas de profissão. C o m o pessoas de alio,'ít
lus, eles possuem m u i t o mais a u t o n o m i a contanto que suas ati\idades n ã o cansem prcjiií»
ao alcance dos objetixos do grupo."'

Status e interação coletiva As pessoas c o m alto slatus t e n d e m a ser membros m i


assertivos d o grupo.''' Elas sc expressam c o m mais f r e q u ê n c i a , fazem mais críticas, dii>
mais ordens c c o s t u m a m i n i t u - r o m p c r os demais m e m b r o s mais \-ezes. Mas as diffiTiiça
de status, na \'erdade, i n i b e m a di\'ers!dade de ideias e a c r i a t i v i d a d e nos grupos porque
os membros c o m m e n o r sialus t e n d e m a ser menos participati\'OS nas discussòcíi, N»
s i t u a ç õ e s e m c[ue os m e m b r o s dc m e n o r status possuem habilidades e capacidades im*
portantes para o sucesso do g r u p o , essas c a r a c t e r í s t i c a s s ã o subutilizadas, o que reduzo
desempenho geral do g r u p o .

I n e q u i d a d e d o status E i m p o r t a n t e que os membros d o g r u p o percebam a hicnr


de sialus c o m o justa. Q u a n d o c percebida c o m o injusta, gera-se u m desequilíbrio que h»
p i r a v á r i o s tipos de c o m p o r t a m e n t o corrctivo.'"
O conceito de equidade apresentado no C a p í t u l o 6 aplica-sc ao sialus. As pessoa- es-
p e r a m que a recompensa faça jus ao custo i n c o r r i d o . Se Juliana e Carolina são as liiiali
na disputa para o cargo de enfermeira-chefe de u m hospital, e se está claro C]uejiilia[i;i t
mais t e m p o de proíis.são e está mais preparada para assumir a p o s i ç ã o , Carolina porcd"
a s e l e ç ã o de Juliana como jusia. Entretanto, se C a r o l i n a for a escolhida por ser iKir.i
diretor do hosjjital, Juliana se s e n t i r á v í t i m a de u m a injustiça.
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 277

O.s grupos geralmente t e m u m consenso i n t e r n o q u a n t o aos c r i t é r i o s de status e,


dessa f o r m a , existe a m p l o acordo sobre a h i e r a r q u i a de seus m e m b r o s . E n t r e t a n t o , as
pessoas p o d e m enfrentar s i t u a ç õ e s de conflito q u a n d o t r a n s i t a m entre grupos cujos c r i t é -
rios de status s ã o diferentes, ou q u a n d o se j u n t a m a grupos cujos m e m b r o s t é m h i s t ó r i c o s
h e t e r o g é n e o s . Os gestores p o d e m usar sua r e n d a pessoal ou o í n d i c e de crescimento dc
sua empresa c o m o d e t e r m i n a n t e de sucesso. Os burocratas dos ó r g ã o s governamentais
p o d e m usar suas verbas. Os o p e r á r i o s , seu t e m p o dc casa. Q u a n d o os grupos s ã o hete-
r o g é n e o s , o u cjuando os grupos h e t e r o g é n e o s s ã o f o r ç a d o s a ser interdependentes, as
d i f e r e n ç a s de status p o d e m d a r o r i g e m a conflitos q u a n d o se tenta c o n c i l i a r as distintas
hierarquias. C o m o veremos no C a p í t u l o ! 0 , isso pode ser p a r t i c u l a r m e n t e p r o b l e m á t i c o
q u a n d o os gestores c r i a m equipes de t r a b a l h o formadas p o r f u n c i o n á r i o s c o m diferentes
f u n ç õ e s d e n t r o da o r g a n i z a ç ã o .

OMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL NA MÍDIA

A banda do Eu Sozinho
uando algumas pessoas decidem se reunir para Formada em 1993, em Salvador, a Banda Eva serve
formar uma banda de música, normalmente de exemplo para a distribuição d o status entre os m e m -
não têm como objetivo principal fazer grande bros d e um conjunto musical. Derivada d o Bloco Eva, a
no futuro e faturar muitos milhões d e reais. Es- banda tinha, em sua formação original, Ivete Sangalo
tos sào vistos como consequências sonhadas, mas como vocalista. Em pouco t e m p o o grupo começou a
orno a meta principal. A criação d o g r u p o costu- fazer grande sucesso e Ivete destacou-se como sua prin-
"r motivada por interesses musicais semelhantes e cipal estrela. Em 1998, a cantora substituiu a apresenta-
[aços de amizade existentes entre os membros, dora Xuxa em seu programa dominical quando esta en-
o grupo venha a fazer sucesso, assine c o m uma trou em licença-maternidade, o q u e serviu para mostrar
fKJ9 gravadora e 'estoure nas rádios', porém, essas a força d o carisma d e Ivete Sangalo. A cantora já havia
'ancas e proximidades são muitas vezes esqueci- participado d e um fiime e, posteriormente, foi convida-
Em bandas de sucesso, é comum o surgimento d e da a participar de diversos programas de televisão, o
"flitos e de choques d e vaidades entre os membros. que demonstrava o grande sucesso que fazia, mesmo
"S exemplos disso são as diversas formações que al- longe da Banda Eva.
•s bandas clássicas já tiveram, como os Rolling Sto- Em decorrência disso, Ivete, apesar d e toda a for-
0 Pink Floyd, e os casos de brigas e separações, tuna q u e havia conquistado como vocalista da Banda
ocorreu com a banda Oásis. Eva, resolveu seguir em carreira-solo. Com seu enorme
Grande parte desses problemas decorre das relações talento e carisma, não era difícil prever que ela conti-
cer existentes entre os membros. Essas relações es- nuaria t e n d o enorme sucesso. Dessa forma, a cantora
:em o status dos membros d o grupo e as posições acordou seu desligamento amistoso d o conjunto, que
fiderança o influência entre eles. A fonte d o status ocorreu após o carnaval d e 1999. Não houve relato d e
ser alguma habilidade única, como a capacidade brigas e a Banda Eva continuou sua trajetória com uma
•"por belas canções ou a proficiência máxima em al- nova vocalista, Emanuelle Araújo.
iirstrumento (como é o caso d o guitarrista e compo- O caso de Ivete Sangalo e a Banda Eva não é iso-
Keilh Richards nos Rolling Stones e d o baixista Flea lado. Mais recentemente, em 2008, a cantora Cláudia
1 Hot Chili Peppers). Outras fontes típicas são o ca- Leitte desvinculou-se d o Babado Novo, seguindo car-
lea aparência do vocalista, q u e podem arrebanhar reira-solo e levando consigo todos os componentes.
fãs. Em função do status adquirido, os membros Posteriormente, entretanto, a banda retornou aos pal-
barda podem se tornar líderes no grupo e passar a cos com uma nova formação. Para recuperar o status d o
- liar outros colegas menos conhecidos d o pijblico. grupo, porém, perdido com a saída de Cláudia Leitte,
^ - r o r m a , as pessoas 'mais importantes' para a ban- um longo caminho ainda teria de ser percorrido.
.-cabam ganhando poder, por serem consideradas as
' • ;res responsáveis pelo sucesso d o grupo.

., :'l';1S André e Luciana Ávila, "lyete Sangalo comanda a m;££• e os negócios", Isto Ê Gente, 1 nov. 1999. Disponi>.'el em: terr;
::-_-qGntG>. Acesso em: 12 fev. 2010.

I
278 Comportamento organizacional

Tamanho
O t a m a n l i o do g r u p o a í c t a sou desempenho? Indubitavelmente, a resposta é sim, mas
efeito depende de quais variá\'eis dependentes você considera.-'' As e v i d ê n c i a s indicam qu
os grupos menores s ã o mais r á p i d o s na r e a l i z a ç ã o de tarefas c que os i n d i v í d u o s traballr
m e l h o r e m grupos menores do qtie nos m a i o r e s . C o n t u d o , se a q u e s t ã o for a resoluçjo
de problemas, os grupos maiores conseguem resultados consistentemente mais positi\o;tlo
que os menores.'' T r a d u z i r es.scs resultados e m n ú m e r o s específicos é u m pouco maÍ5;i>
nscado, mas grupos grandes — c o m pelo menos 12 membros — s ã o bons porque recebeu
injmís di\'ersiíicados. Assim, se o objetivo do grupo é descobrir i n f o r m a ç õ e s factuais M
grupos grandes p o d e m ser mais eficazes. Os grupos pequenos s ã o melhores na realizar»
dc algo p r o d u t i \ c o m base nesses iitpiifs.
U m a das descobertas mais importantes c o m r e l a ç ã o ao t a m a n h o de u m grupo é o
Folga social que foi rotulado de f o l g a s o c i a l , a t e n d ê n c i a que as pessoas t ê m de se esforçar mcnoj
Tendência que as trabalhar em g r u p o do que se estivessem trabalhando sozinhas.''' Isso desafia dirctamc
pessoas t ê m de se
a lógica de que a p r o d u d v i d a d e de u m g r u p o de\'eria ser igual a pelo menos a soma
esforçar menos ao
trabalhar em grupo produti\'idade de cada elemento dele.
do que se estivessem U m e s t e r e ó t i p o c o m u m sobre os grupos é o de que o e s p í r i t o de equipe estimula
trabalhando sozinhas.
esforço i n d i v i d u a l c a u m e n t a a p r o d u t i \ ' i d a d e geral do g r u p o . M a s esse estereótipo;
estar errado. N o final da d é c a d a de 1920, o p s i c ó l o g o a l e m ã o M a x Ringclmann com
r o u os resultados dos desempenhos i n d i v i d u a l e de g r u p o e m u m a disputa de 'caho
- g u e r r a ' . " Ele esperava que três pessoas p u x a n d o a c o r d a j u n t a s atingissem uma tra"
três vezes m a i o r que a de u m ú n i c o i n d i v í d u o , o u que oito pessoas tivessem uma traçào "
vezes maior. Os resultados do e x p e r i m e n t o de R i n g c l m a n n , c o n t u d o , n ã o confirma
essa expectativa. U m a pessoa p u x a n d o u m a c o r d a sozinha exercia a força de 63 qu'
E m grupos de t r ê s , a força c a í a p a r a 53 quilos p o r pessoa e, e m grupos dc oito, a b
c a í a para 31 quilos p o r pessoa.
R e p r o d u ç õ e s da pesquisa de R i n g c l m a n n c o m tarefas semelhantes corroboram
resultados."' O desempenho do g r u p o aumenta de acordo c o m seu t a m a n h o , mas a ciit
de no\os membros provoca quedas na produtÍN-idade E n t ã o , pode ser que 'quanto
m e l h o r ' no sentido de que a p r o d u t i \ i d a d e total e m u m g r u p o de quatro pessoas é maior
que a de u m g r u p o de três, mas a produU\'idade i n d i v i d u a l é reduzida.
O que causa esse c o m p o r t a m e n t o que caracteriza os 'aproveitadores'? Um nr"
pode ser a c r e n ç a de que os outros membros do g r u p o n ã o e s t ã o fazendo sua parte. Se
v ê os demais c o m o p r e g u i ç o s o s ou ineptos, pode tentar restabelecer o equilíbrio rcdtiz'
o p r ó p r i o esforço. O u t r a explicação seria a dispersão da responsabilidade. Como os restil
do g r u p o n à o p o d e m ser a t r i b u í d o s a u m a ú n i c a pessoa, a r e l a ç ã o entre a contribiiiçào
cada u m e o resultado do g r u p o é u m tanto obscura. .As pessoas p o d e m se sentir teir
a 'se encostar' e esperar pelo esforço do g r u p o . As i m p l i c a ç õ e s desse fenómeno pau
c o m p o r t a m e n t o organizacional s ã o significativas. Q u a n d o os gestores utilizam .sitir
de trabalho coletivo para m e l h o r a r o m o r a l e o e s p í r i t o de equipe, é preciso que ta
o f e r e ç a m os meios de i d e n t i f i c a ç ã o dos esforços i n d i \ i d u a i s . Se isso n ã o for feito, os geí
precisam e q u i l i b r a r a perda dc produti\'idadc pelo uso de grupos c o m quaisquer gaiilioi
satisfação dos f u n c i o n á r i o s . ' '
H á muitas m a i t e í r a s de se prevenir a folga social: (1) E s t a b e l e ç a as metas dus^
de f o r m a que eles t e n h a m u m projeto no qual se empenhar; (2) aumente a competitin
entre os grupos, o que t a m b é m faz que o g r u p o foque no resultado compartilliado;
encarregue-se de criar avaliações pelos pares de m o d o que cada pessoa possa a\r a
t r i b u i ç ã o de cada m e m b r o do g r u p o ; (4) sclecione membros que tenham a moti\açào
prefiram trabalhar e m g r u p o e (5) se possível, distribua recompensas aos grupos, ha>c
em parte, na c o n t r i b u i ç ã o exclusiva de cada membro.'''' E m b o r a nenhuma dessas
seja u m a ' s o l u ç ã o m á g i c a ' que possa prevenir a folga .social c m todos os casos, elas p
m i n i m i z a r seus efeitos.
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 279

Coesão
CsKão Os grupos d i f e r e m c o m r e l a ç ã o a sua c o e s ã o , o u seja, o g r a u e m que os membros
Grajemqueos gão a t r a í d o s entre si c motivados a p e r m a n e c e r unidos c o m o g r u p o . A l g u n s grupos de
i t r a b a l h o s ã o coesos p o r q u e seus m e m b r o s passam a m a i o r parte do tempo j u n t o s , o u
peiíiínecer como grupo. ; po^^'^'^ t a m a n h o r e d u z i d o facilita a i n t e r a ç ã o , o u p o r q u e a m e a ç a s externas resulta-
Tam 110. a p r o x l m a ç ã o de seus m e m b r o s entre si. A c o e s ã o é i m p o r t a n t e p o r q u e afeta a
p r o d u t i v i d a d e do g r t i p o .
As pesquisas m o s t r a m consistentemente que a r e l a ç ã o entre a c o e s ã o e a p r o d u ú x a -
dade depende das n o r m a s de d e s e m p e n h o . ™ Se as n o r m a s de desempenho para qualidade
e c o o p e r a ç ã o c o m i n d i v í d u o s de fora do grupo, p o r exemplo, forem exigentes, u m grupo
coeso s e r á mais p r o d u t i v o do que t i m menos coeso. Mas, se a c o e s ã o for grande e as nor-
mas de desempenho forem fracas, a produtividade s e r á baixa. Se a c o e s ã o for pequena e
as n o r m a s estabelecerem níveis elevados, a p r o d u t i v i d a d e s e r á mais alta, mas m e n o r do
que e m u m g r u p o coeso c o m n o r m a s exigentes. Q u a n d o tanto a c o e s ã o c o m o as normas
de desempenho s ã o fracas, a produuWdade fica entre baixa e moderada. Essas c o n c l u s õ e s
e s t ã o resumidas na Figura 9.5.
O que pode ser feito para estimular a c o e s ã o do grupo? (1) Reduzir o t a m a n h o do
g r u p o ; (2) esdmular a c o n c o r d â n c i a sobre os objetivos do g r u p o ; (3) aumentar o tempo
que os membros do grupo passam j u n t o s ; (4) aumentar o .sialus do g r u p o e a dificuldade
percebida para a a d m i s s ã o nele; (5) estimular a c o m p e t i ç ã o c o m outros grupos; (6) dar
recompensas ao g r u p o , e m vez de recompensar seus membros individualmente; (7) isolar
fisicamente o grupo.'''

Figura 9.5 Relação e n t r e c o e s ã o , n o r m a s d e d e s e m p e n h o e p r o d u t i v i d a d e


do grupo

Coesão
Alta Baixa

E Alta Alta Produtividade


produtividade moderada

^ Baixa Baixa Produtividade de


O produtividade moderada a baixa,

Qomada de d ecisoes em grupo


A c r e n ç a de que duas c a b e ç a s pensam m e l h o r do que u m a é amplamente aceita c o m o
corrcta e m muitos p a í s e s (os tribunais dc j ú r i s ã o fruto de.ssa c o m i c ç ã o ) . Hoje e m dia, m u i -
tas decisões nas o r g a n i z a ç õ e s s ã o tomadas p o r grupos, equipes ou comités.''- Nesta seção,
vamos examinar a t o m a d a de decisões e m g r u p o .

Grupos versus indivíduos


Os grupos p a r a a t o m a d a de decisões v ê m sendo a m p l a m e n t e utilizados nas organiza-
ções, mas isso gera d e c i s õ e s melhores do que aquelas tomadas p o r u m ú n i c o i n d i v í d u o ? A
resposta depende de u m a série de falorcs. Vamos c o m e ç a r p o r discutir os pontos fortes e
fracos dos processos de t o m a d a de d e c i s ã o e m grupo.''-*
280 Comportamento organizacional

A Brascontei, distribuidora d e e q u i p a m e n t o s d e
telefonia d e São Pauio, busca elevar a coesão d e seus
representantes de vendas c o m o objetivo d e conquistar
novos clientes e de manter os atuais. Uma das formas
encontradas para atingir esse objetivo são as festas d e
confraternização. Em u m desses encontros, a empresa
financiou u m churrasco e m u m c a r t ó d r o m o da cidade.
Dessa maneira, os representantes sentem-se mais unidos e
c o m p r o m e t i d o s c o m o b o m resultado d e t o d a a equipe,'''

Pontos fortes da t o m a d a d e decisões e m grupo Os grupos geram mforiimçi'n i


conhecimentos mais abrangentes. Por agregar os recursos de diversos i n d i v í d u o s , os gmpos cdu-
seguem mais inpul, a l é m de heterogeneidade, para o processo d e c i s ó r i o . Eles oferecem ima
maior diversidade dc pontos dc vista. Isso cria o i j o r t u n i d a d e para u m n ú m e r o maior de ahoríla-
gens e alternativas a serem consideradas. Finalmente, os grupos a u m e n t a m a aceitação àum
sohição. M u i t a s decisões fracassam porque n ã o s ã o aceitas pelas pessoas. Os membros (ic un
g r u p o que p a r t i c i p a m da t o m a d a de tuna d e c i s ã o tendem a apoiar a s o l u ç ã o escolhida ei
estimular os demais a a c e i t á - l a .

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL INTERNACIONAL

Coesão de grupo nas diferentes culturas

U
m estudo recente procurou determinar se m o - coletivistas. Oscoietívistas pareceram mais sensíveis aos
tivar os grupos d e trabalho, oferecendo tarefas estados d e ânimo d e seus colegas, o que significa que
mais complexas e maior autonomia, resultaria em a motivação e o b o m humor d e um membro do grup)
maior coesão d o grupo. Os pesquisadores estudaram p o d e m transbordar e aumentar a motivação e o b o i
equipes de bancos nos Estados Unidos, uma cultura in- humor dos outros. Por que essas diferenças culíuraii
dividualista, e em Hong Kong, uma cultura coletivista. existem? Uma explicação é que as equipes coletivistas
Os resultados mostraram que, independentemente das já t ê m uma predisposição de trabalhar em grupo, por-
culturas às quais pertenciam as equipes, oferecer mais tanto há menos necessidade d e aumentar esse tipo de
liberdade e tarefas difíceis d e realizar criou um grupo trabalho. Essa conclusão é apoiada por outra pesquisa,
mais coeso. Como resultado, o desempenho da equipe que mostrou que os coletivistas apresentam menos pro-!
melhorou. pensão à folga social quando trabalham em grupo er
No entanto, as equipes d e culturas individualistas comparação com os individualistas.
reagiram mais fortemente ao aumento d e complexidade Qual é a lição? Os gestores em culturas individu
e autonomia das tarefas d o que as d e culturas coletivas. listas talvez precisem trabalhar mais para aumentara
Elas se tornaram mais unidas e mais comprometidas e, coesão da e q u i p e . Uma forma d e fazer Isso é ofere-|
como resultado, receberam melhores avaliações de de- cer mais tarefas desafiadoras e mais independência
sempenho de seus supervisores d o que as d e culturas às equipes.

Fontes: Baseado em R, llies, D. T. Wagner e F. P. tylorgeson, "Explaining Affective Linkagc-s in Teams: Individual Difforences in Suscsplb "o
Corítogion and Individualism-Collectivism", Jouma/ of Applied Fsychoiogy, 92, n, 'í, 2CX)7, p. 1140-1148; E. M. Stark, J. D. Sliav; e f.l, K, C,.^
"Preference for Group Work, Winning Orientation, and Social Loafing Beiíavior in Groups", Group and OrganizDtion Management, 32, n ò, D':l
p. Ó99-723; e D. fvlan e S, S. K. Lorn, "lhe Effect of the Job Complexity and Autonomy on Cohesiveness in Collectivist and Individualiit '•'.A
Groups; A Cross-Cuitural Analysís", Jouma/ of Organizational Behavior, dez. 2003, p. 979-1001.
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 281

Pontos fracos da t o m a d a d e decisões e m g r u p o As d e c i s õ e s c m grupo t a m l i é m l ê m


suas desvantagens. Elas consomem m u i t o tempo, jíois os grupos c m geral d e m o r a m m u i t o
mais para chegar a u m a s o l u ç ã o . Existem pressões para a con/õnnif/adc. O desejo dos m e m -
bros de serem aceitos e valorizados pelo g r u j í o pode sufocar q u a í c | u e r desacordo explícito.
As discussões p o d e m ser (íomhiadas por um iudivíduo ou um pequeno subgrupo. Se essa c o a l i z ã o
d o m i n a n t e for composta de membros de c a p a c i t a ç ã o baixa ou m é d i a , a eficácia geral do
g r u p o s e r á prejudicada. Finalmente, as decisões e m gi-ujío sofrem de certa ambiguidade da
responsabilidade. N o processo d e c i s ó r i o i n d i v i d u a l , é óbxda a responsabilidade pelo resultado.
N o processo e m grupo, a responsabilidade de u m m e m b r o fica d i l u í d a .

Eficácia e eficiência A a f i r m a ç ã o de que os grupos s à o mais eficazes do que os indi\'í-


cluos depende de c o m o sc define eficácia. As decisões tomadas e m g r u p o tendem a ser mais
precisas do que a m é d i a dos i n d i v í d u o s no grupo, mas menos precisa do que os julgamentos
dos indi\-íduos mais capacitados.'" E m m a t é r i a de rapidez, os i n d i \ ' í d u o s s e r ã o melhores. Se
a criatividade é i m p o r t a n t e , os grupos tendem a ser mais eficazes que os i n d i \ í d t i o s . E, se a
eficácia significar o grau de aceitação da s o l u ç ã o final, o voto irá novamente p a r a o grupo.*"*'
Mas a eficácia n ã o pode ser avaliada sem que t a m b é m l e w m o s e m conta a eficiência.
O g r u p o costuma licar sempre e m segiuido lugar na c o m p a r a ç ã o c o m os i n d i \ ' í d u o s . C o m
raras exceçÕcs, a t o m a d a de decisões em g r u p o consome m u i t o mais horas de trabalho do
que o processo indi\'idual para resolver o mesmo problema. As exceções s ã o aquelas situa-
ç õ e s e m que, para conseguir a mesma quantidade de c o n t r i b u i ç õ e s di\'ersas, o indi\"íduo
que t o m a a deci.são tem de gastar m u i t o tempo fazendo pesquisas em arquivos o u falando
c o m pessoas. C o m o os grupos p o d e m contar c o m pessoas de á r e a s di\'ersas, o tempo gasto
no levantamento de i n f o r m a ç õ e s pode ser reduzido. Entretanto, c o m o mencionamos, essa
vantagem de eficiência tende a ser u m a e x c e ç ã o . Os grupos s ã o geralmente menos efici-
entes que os i n d i v í d u o s . A o decidir pelo uso dos grupos no processo decisório, portanto,
os gestores de\-eiTi questionar sc os ganhos e m eficácia s e r ã o suficientes para suplantar as
perdas de eficiência.

Resumo Os grupos oferecem u m excelente v e í c u l o p a r a a r e a l i z a ç ã o de diversas etapas


do processo de tomada de d e c i s õ e s . Eles s ã o u m meio de r e i m i r as i n f o r m a ç õ e s de forma
mais a m p l a e profunda. Se o g r u p o for composto de pessoas c o m h i s t ó r i c o s diferentes, as
alternativas geradas s e r ã o mais extensiva.s, e a análise, mais crítica. Q u a n d o a .solução final
for escolhida, h a \ ' c r á mais gente do g r u p o dc d e c i s ã o para a p o i á - l a e i m p l e m e n t á - l a . Essas
vantagens, entretanto, p o d e m ser contrapostas pelo tempo consumido pelo grupo, pelos

DOU CIÊNCIA?

Duas cabeças são melhores do que uma?


U5S cabeças não necessariamente são sempre 1. D i v e r s i d a d e d o s m e m b r o s d o g r u p o . Os
melhores do que uma. Na verdade, as evidências benefícios d e 'duas cabeças' d e m a n d a m q u e
confirmam, de modo geral, a superioridade dos elas sejam diferentes em habilidades e capa-
s sobre os grupos quando há bra\nstorrr\\ng. O citações.
••^viduo do grupo também toma as melhores 2, O s m e m b r o s d o g r u p o d e v e m ser capazes
s do que o grupo como um t o d o , embora os d e c o m u n i c a r suas ideias d e f o r m a a b e r t a
tendam a se sair melhores d o que os membros e l i v r e . Isso requer a ausência d e hostilida-
CO grupo, individualmente." des e i n t i m i d a ç õ e s .
pesquisas também indicam q u e os grupos são 3. A t a r e f a a ser realizada d e v e ser c o m p l e x a .
apenas quando seguem certos critérios.*^ Em comparação c o m os indivíduos, os grupos
funcionam melhor em tarefas complexas d o
que nas simples.
282 Comportamento organizacional

conflitos internos criados c pelas p r e s s õ e s para a conformidade. Portanto, e m alguns casoi;


e.spera-se que os i n d i \ í d u o s t o m e m melhores d e c i s õ e s do que os grupos.

Pensamento de grupo e mudança de posição do grupo


D o i s s u b p r o d u t o s da t o m a d a dc d e c i s õ e s c m g r u p o t ê m o p o t e n c i a l de afciar
capacidade d o g r u p o p a r a avaliar o b j e t i v a m e n t e as alternativas e chegar a soluçõcí
alta qualidade.
Pensamento de g r u p o O p r i m e i r o f e n ó m e n o , chamado p e n s a m e n t o d e g r u p o ou groupthink, csiáifr
ou groupthink lacionado à s normas. Ele descre\ as s i t u a ç õ e s e m que as p r e s s õ e s p o r conformidade:
Situação em que
p e d e m que o g r u p o avalie criticamente propostas incomuns, m i n o r i t á r i a s ou impopub
as pressões por
coniormidade impedem Esse f e n ó m e n o atua c o m o u m a d o e n ç a que ataca muitos grupos e pode prejudicar
que o grupo avalie as desempenho ao extremo. O segundo f e n ó m e n o é a m u d a n ç a d e p o s i ç ã o do grupo
alternativas de ação d e groupshift. Ela indica a s i t u a ç ã o e m que, ao discutir u m conjunto de alternativas cf"
maneira racional e crítica.
lher u m a s o l u ç ã o , os membros do g r u p o tendem a exagerar suas p o s i ç õ e s iniciais. ;\lgui
\'ezes, o cuidado excessivo d o m i n a , e h á u m a m u d a n ç a para o conservadorismo. Comv
os grupos tendem a assumir posturas de risco c o m mais f r e q u ê n c i a . Vamos examinar r-
u m desses f e n ó m e n o s detalhadamente.

Mudança de posição Pensamento de grupo A l g u m a vez v o c ê j á sentiu vontade de falar em uma rcun
d o g r u p o ou groupshift
aula o u e m u m grupo i n f o r m a l e acabou desistindo? U m dos motivos pode ser a tinii
Tendência d o g r u p o em
exacerbar as posições O u v o c ê pode ter sido \-ítima do pensamento de grupo, que ocorre quando as normas
iniciais dos seus o consenso pas.sam p o r c i m a da a v a l i a ç ã o realista das alternativas de a ç ã o e da cxprc
membros, p o d e n d o levar dos pontos de vista desviantes, m i n o r i t á r i o s ou impopulares. A eficiência mental do i
ao conservadorismo
\ í d u o , seu .senso de realidade e seu j u l g a m e n t o m o r a l sofrem c o m o resultado da pn-iiào
extremo ou a uma
postura demasiado grupo.'''*
arriscada. Todos j á ob.ser\amos os sintomas do jiensamento de g r u p o :
1. Os membros do g r u p o racionalizam qualquer r e s i s t ê n c i a as suas premissas. >'
i m p o r t a q u ã o fortes sejam as e v i d ê n c i a s que c o n t r a d i g a m suas premissas bi^'
eles c o n t i n u a m r e f o r ç a n d o - a s de m a n e i r a constante.
2. Os membros exercem pressões diretas sobre aqueles que momentaneamente w
sam d ú v i d a s a respeito de qualquer \ i s ã o compartilhada pelo grupo ou .wbrcq
questiona a validade dos argumentos que apoiam a alternativa favorita do gnipa
3. Os membros que t ê m d ú v i d a s ou pontos de vi.sta diferentes procuram nãoí;'
viar do que parece ser o consenso do g r u p o , seja calando-se sobre suas aprcti
seja m i n i m i z a n d o para si mesmos a i m p o r t â n c i a de suas d ú v i d a s .
4. H á uma ilusão de unanimidade. Se iilguém permanece c:ilado, presume-se que c-igi
pleno acordo. E m outnLs p;ila\'ras, a abstenção é considerada u m \*oto fa\orá\d.'
O pensamento de g r u p o parece estar i n t i m a m e n t e ligado às conclusões do c
m e n t o de Asch c o m o dissidente solitário. As pessoas que t ê m u m posicionamento dil
daquele da m a i o r i a d o m i n a n t e s ã o pressionadas a suprimir, esconder ou modificar sen
dadeiros sentimentos e c o n v i c ç õ e s . C o m o membros de u m grupo, achamos mais agr"
estar e m c o n c o r d â n c i a — ser u m a parte positiva d o g r u p o — do que ser uma forçi
r u p t u r a , mesmo que esta seja n e c e s s á r i a para m e l h o r a r a eficácia das decisões.
O pensamento de grupo ataca lodos os grupos? N ã o . Ele parece ocorrer com
f r e q u ê n c i a quando existe u m a clara identidade de grupo, quando os membros têm una'
gem positiva do grupo que pretendem proteger e quando este percebe uma amcai
tiva para sua imagem positiva.'' Assim, o pensamento de grupo n ã o ê um mecan'
s u p r e s s ã o de dissidências, mas uma forma de o grupo proteger sua imagem posiiiw.
exemplo, para a Nasa, os problemas relati\"os a pensamento de grupo resulta\'am da i
de confirmar sua identidade como uma ' o r g a n i z a ç ã o de elite que nunca pode estar c
O que os gestores p o d e m lazer para m i n i m i z a r o pensamento de grupo?" Lina
é m o n i t o r a r o t a m a n h o do grupo. As pessoas ficam mais intimidadas e hesitantes
g r u p o aumenta. E m b o r a n ã o haja u m n ú m e r o m á g i c o capaz de eliminar e.sse tipot
samento, os membros se sentem menos r e s p o n s á \ ' e i s pessoalmente quando o gnipoé

I
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo

m a d o p o r mais dc dez pessoas. Os gestores t a m b é m devem encorajar os líderes dos grupos


a assumir u m papel i m p a r c i a l . Eles devem procurar a c o n t r i b u i ç ã o de todos os membros e
evitar a m a r t i f e s t a ç ã o das p r ó p r i a s o p i n i õ e s , especialmente nos primeiros estágios de uma
d e l i b e r a ç ã o . O u t r a coisa a .ser feita é indicar u m m e m b r o do g r u p o para fazer o papel de
advogado do diabo. Esse m e m b r o t e r á a f u n ç ã o de desafiar abertamente a p o s i ç ã o da maio-
ria e oferecer perspectivas divergentes. O u t r a s u g e s t ã o é utilizar exercícios que estimulem a
d i s c u s s ã o ativa de alternati\'as diferentes sem a m e a ç a r o g r u p o e sem estimular a p r o t e ç ã o
de sua identidade. U m desses exercícios seria levar os m e m b r o s do g r u p o a discutir os
perigos e riscos representados p o r u m a d e c i s ã o e a postergar a d i s c u s s ã o de seus ganhos
potenciais, de m o d o que p r i m e i r o eles falem sobre os perigos e riscos inerentes à s decisões.
A o p e d i r às pessoas que p r i m e i r o se concentrem nos aspectos negativos de u m a d e c i s ã o , o
grupo t e r á m e n o r probabilidade de evitar pontos de vista dissidentes e m a i o r probabilidade
dc conseguir chegar a u m a a v a l i a ç ã o mais objetiva.

M u d a n ç a de posição d o grupo ou polarização do grupo H á d i f e r e n ç a s entre as


decisões do g r u p o e as d e c i s õ e s individuais de seus membros.^* E m alguns casos, as decisões
dos grupos s ã o mais conservadoras. N o entanto, na m a i o r i a das vezes, essas d e c i s õ e s ten-
dem a u m risco maior.'^
O que parece acontecer aqui é que o debate conduz a u m extremismo das p o s i ç õ e s
prexiamente adotadas pelos membros do grupo. Os conser\'adores tornam-se a i n d a mais
cautelosos e os tipos mais assertivos tendem a correr mais riscos. E m outras palavras, a dis-
c u s s ã o do g r u p o tende a exacerbar as p o s i ç õ e s iniciais das pessoas.
Podemos encarar a p o l a r i z a ç ã o do grupo como u m caso especial dc pensamento de
g r u p o . A d e c i s ã o do g r u p o refiete a n o r m a d o m i n a n t e que sc desenvolve durante a dis-
c u s s ã o . A m u d a n ç a i r á para u m a postura mais cautelosa o u mais arriscada, dependendo d a
n o r m a d o m i n a n t e anterior à d i s c u s s ã o .
A m u d a n ç a de p o s i ç ã o e m d i r e ç ã o aos riscos gerou u m a série de explicações para
esse f e n ó m e n o . " ' J á se a r g u m e n t o u , p o r exemplo, c|ue a d i s c u s s ã o íaz ciuc os membros do
grupo sintam-se mais c o n f o r t á v e i s uns c o m os outros e, p o r t a n t o , mais arrojados e ousados.
O u t r a e x p l i c a ç ã o é a difu.são das responsabilidades. As d e c i s õ e s e m g r u p o isentam os m e m -
bros, i n d i v i d u a l m e n t e , da responsabilidade pela escolha final, p o r t a n t o , podc-se assumir
u m risco m a i o r T a m b é m é p r o \ á v e l que as pessoas a.ssnmam posturas extremadas porque
querem demonstrar q u ã o diferentes s ã o de q u e m está de í b r a . " Aqueles que se e n c o n t r a m
às margens de movimentos sociais e p o l í t i c o s assumem po.siçõcs cada vez mais extremas
simplesmente para provar que e s t ã o de fato comprometidos c o m a causa.
C o m o podemos usar essas descobertas? Reconhecendo que as d e c i s õ e s e m g r u p o ten-
dem a extremar as p o s i ç õ e s originais de seus membros, que a m u d a n ç a costuma ser em
d i r e ç ã o a posturas mais arriscadas e que a d i r e ç ã o da m u d a n ç a , para a cautela ou o risco,
vai depender das i n c l i n a ç õ e s pessoais antes da d i s c u s s ã o .
Vamos agora apresentar algumas técnicas p o r meio das quais os grupos t o m a m as de-
cisões. Elas reduzem algims aspectos disfimcionais na tomada de decisões e m grupo.

Técnicas de tomada de decisões em grupo


t de interação A f o r m a mais c o m u m de t o m a d a de d e c i s õ e s em g r u p o ocorre nos g r u p o s d e i n t e -
s''pi:os nos quais r a ç ã o . Neles, os membros interagem face a face, usando a i n t e r a ç ã o verbal e a n à o verbal
'b-cB interagem
para se c o m u n i c a r Mas, c o m o demonstrou nossa d i s c u s s ã o sobre pensamento de grupo,
ti;kze a face.
os grupos de i n t e r a ç ã o geralmente fazem u m a autocensura e pressionam seus membros à
conformidade de o p i n i ã o . Tem-sc proposto o hraimlanniiig, a t é c n i c a de grupo n o m i n a l e as
r e u n i õ e s e l e t r ô n i c a s c o m o formas de reduzir os problemas inerentes aos tradicionais grupos
orming dc i n t e r a ç ã o .
ide geração de
sc.eestimula as O brainstorming pode superar as p r e s s õ e s para a conformidade que dificultam
a: s expressarem o desenvolvimento de alternativas criati\'as'" ao estimular toda e cjualquer alternativa ao
tt "JEílquer mesmo tempo e m que impede críticas a elas.
.u 50 mesmo
)-:-n que impede
E m u m a tipica sessão de hrainslorming, entre seis e 12 pessoas, aproximadamente, sen-
nslas. tam-se a u m a mesa. O líder coloca o p r o b l e m a de maneira clara para que todos os partici-
284 Comportamento organizacional

pantcs possam c o m p r c e n d ê - l o . Os parricipantcs, e n t ã o , c o m e ç a m a gerar o maior iiúnie


possível de alternativas, dentro de u m limite dc tempo. N ã o é p e r m i t i d a nenhuma críti
às ideias e todas elas .são registradas para posterior discu.ssão e análise. U m a ideia estim
a o u t r a e as críticas, mesmo à s s o l u ç õ e s mais bizarras, só s e r ã o permitidas mais tarde,
participantes sc sentem encorajados a 'pensar o i n c o m u m ' .
O hraiitslonnuig pode de fato gerar ideias — mas n ã o de u m a maneira eficiente. .Vs p *
quisas m o s t r a m , de f o r m a consistente, que os indi\-íduos que t r a b a l h a m sozinhos prodii/cm
mais ideias do que u m g r u p o em u m a sessão dc brainstorming. U m a das r a z õ e s principaiié
e m v i r t u d e do 'bloqueio de p r o d u ç ã o ' . Q u a n d o as pessoas e s t ã o p r o d u z i n d o ideias em UD
g m p o , h á m u i t a gente falando ao mesmo tempo, bloqueando o processo de raciocínio cio-
pedindo, no final, o c o m p a r t i l h a r das ideias.''' O u t r o estudo ainda alerta que o brmiutm
é mais b e m aplicado c|uando se desen\"olvem produtos simples ou se tenta solucionar p
blemas mais g e n é r i c o s e m u m a o r g a n i z a ç ã o , j á que n ã o se mostrou uma técnica efe
em m a t é r i a s mais complexas, c o m o produtos de elevada tecnologia.''" As duas técnica.s
apresentaremos a seguir v ã o a l é m disso, oferecendo m é t o d o s para realmente se cliei;;!
u m a s o l u ç ã o preferível."'
Técnico de grupo A t é c n i c a d e g r u p o n o m i n a l restringe a d i s c u s s ã o e a c o m u n i c a ç ã o interpcs
nominal durante o processo de t o m a d a de decisões, d a í o t e r m o nominal. Os membros dognipoc
M é t o d o de tomada d e
todos fisicamente presentes, c o m o em qualquer r e u n i ã o t r a d i c i o n a l , mas cada uni aui,i
decisões em grupo no
qual os membros se f o r m a independente. U m p r o b l e m a c apresentado e as seguintes etapas se sucedem:
reúnem para escolher
1. As pes.so;is se i n i n e m como em u m grupo, m;is, antes de iniciar a dÍscu.s.sào, cada iii
uma solução de maneira
sistemática, p o r é m bro coloca, por escrito, suas ideias sobre o i^roblcma;
independente. 2. Depois des.se perííxlo dc .silêncio, cada paiticipante apresenta uma ideia ao gnipn .\
nhuma discussão é permitida até que todas as ideias teniiam sido apresentadas e i
tradas.
3. O grupo discute as ideias píira esclarecê-las e íis avalia.
4. Cada participante, em silêncio e s e p a r a d í u n e n t e dos demais, fiiz uma classificaç
ideias apresentadas. A ideia que for míus bem classificada determina a decisão fi
A principal vantagem da t é c n i c a de g r u p o n o m i n a l é que ela permite que o 1,'nipo
r e ú n a formalmente, mas sem restringir o pensamento independente, como ocorre cum
g r u p o de i n t e r a ç ã o . As pesquisas m o s t r a m que os grupos nominais e m geral superam
desempenho os de brainstarming.'^'
A mais recente abordagem da t o m a d a de d e c i s õ e s e m g r u p o mescla a técnica de i
n o m i n a l c o m u m a sofisticada tecnologia de i n f o r m a t i z a ç ã o . " ' Ela é chamada téeni
Reunião eletrônica g r u p o apoiada p o r computador, ou r e u n i ã o e l e t r ô n i c a . T e n d o a tecnologia dispo
Reunião na qual o conceito é m u i t o simples. A t é 50 pessoas se sentam a i m i a mesa em forma de ferra
os participantes
cada u m a c o m u m t e r m i n a l de c o m p u t a d o r à frente. As q u e s t õ e s s ã o apresentadas
interagem por meio
de computadores, participantes d i g i t a m a resposta e m .seu t e r m i n a l . Os c o m e n t á r i o s individuais c anòii'
permitindo o anonimato b e m como os \-otos de cada u m , s à o apresentados e m u m a tela de projeçào colocadi
dos comentários e da sala. Essa t é c n i c a p e r m i t e que as pessoas sejam absolutamente honestas, sem medo
votação de cada um.
r e p r e s á l i a s . E t a m b é m m u i t o r á p i d a , j á que e l i m i n a as conversas paralelas, pois nào
d i g r e s s ã o e todos p o d e m 'falar' simultaneamente sem atrapalhar uns ao outros. .\
recentes e v i d ê n c i a s , entretanto, i n d i c a m que as r e u n i õ e s e l e t r ô n i c a s n à o trazem a
parte dos benefícios a que se p r o p õ e m . Elas, na v'crdade, reduzem a eficácia do grupo, ixi
mais tempo para a r e a l i z a ç ã o das tarefas e diminuem a satisfação dos membros do gru]»
c o m p a r a ç ã o c o m os grupos face a í à c e . " ' D c qualquer maneira, o atual entusiasmo
c o m u n i c a ç õ e s e l e t r ô n i c a s sugere que essa tecnologia veio para ficar e deve crescer '
mais e m popularidade no futuro.
C a d a u m a das quatro t é c n i c a s dc d e c i s ã o e m g r u p o possui pontos íbrtes e fhuoi.
escolha da mais adequada vai depender dos critérios escolhidos e de uma análise dec
benefício. C o m o mostra o Q u a d r o 9.2, o g r u p o de i n t e r a ç ã o é apropriado para coii
o c o m p r o m e t i m e n t o c o m u m a s o l u ç ã o , o brainstornnng desen\-ol\ a coesão do gru
t é c n i c a dc g r u p o n o m i n a l é u m a f o r m a e c o n ó m i c a de gerar muitas ideias e as nu
e l e t r ô n i c a s m i n i m i z a m a p r e s s ã o social e os conflitos.
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 285

Avaliação d a eficácia d o s g r u p o s

Tipo de grupo

Critério d e eficácia Interação Brainstorming Nominal Eletrônico

Número e q u a l i d a d e d e ideias Baixo Moderado Alto Alto

Pressão social Alta Baixa Moderada Baixa

Custo Baixo Baixo Baixo Alto

Velocidade Moderada Moderada Moderada Moderada

Orientação para a tarefa Baixa Alta Alta Alta

Potencial d e conflitos interpessoais Alto Baixo Moderado Baixo

Comprometimento c o m a solução Alto N ã o se aplica Moderado Moderado

Desenvolvimento da coesão d o g r u p o Alto Alto Moderado Baixo

lliTiplicações globais
A m a i o r parte das jicsquisas sf)brc grupos foi conduzida na A m c i i c a do N o r t e , mas
essa s i t u a ç ã o está m u d a n d o m u i t o r á p i d o . H á três á r e a s de pesc|uisa de grupos c m que as
q u e s t õ e s interculturais s à o p a r t i c u l a r m e n t e importantes.

Status e cultura As d i f e r e n ç a s culturais afctam o slaitis? A resposta é sim.'''


A i m p o r t â n c i a do sialus varia entre as culturas. Os franceses s ã o extremamente preo-
cupados c o m o sialus. N a A m é r i c a L a t i n a e na Asia, ele costuma estar relacionado ao nome
de família o u à p o s i ç ã o f o r m a l d e n t r o de u m a o r g a n i z a ç ã o . N o Brasil, obser\'a-se que o
grande marcador de sialus é o dinheiro, sendo a classe .social de cada u m definida pela res-
pectiva riqueza, ao passo que, no J a p ã o , esse elemento é a h o n r a (ligada, essencialmente, à
a s c e n d ê n c i a dos indiNÍduos).''" J á nos Estados U n i d o s e na A u s t r á l i a , o sialus costuma estar
vinculado mais às conquistas pessoais do que aos títulos o u ã genealogia.''"
E i m p o r t a n t e compreender c|uem e o q u ê d e t é m síalus ao interagir c o m culturas dife-
rentes da sua. U m executivo brasileiro que n ã o sabe que o m o n t a n t e de sua riqueza n ã o é
u m a medida de i m p o r t â n c i a para u m executivo j a p o n ê s , ou que os b r i t â n i c o s d ã o m u i t o
\"alor ã genealogia e à classe social, ] í r o \ ' a v e l m e n t e \'ai acabar ofendendo seus colegas es-
trangeiros e, e m cons('f[uência, p e r d e r á sua eficácia no relacionamento interpcs.soal.

F o l g a social A folga .social aparenta ter u m viés ocidental. E condizente c o m culturas i n -


d i v i d u ali st a-s, c o m o a dos Estados U n i d o s e do C a n a d á , c[ue s ã o dominadas pelos interesses
pessoais. Estudos que c o m p a r a m trabalhadores norte-americanos c o m os chineses e israe-
lenses (ambos de sociedades coleti\'istas) mostraram c]ue tanto os chineses como israelenses
n ã o apresentavam i n c l i n a ç ã o para tal comportamento. N a verdade, eles t ê m desempenho
melhor em grupo do que trabalhando sozinhos. J á o brasileiro, t ã o conhecido p o r sua simpa-
tia e hospitalidade c o m os demai.s, foi considerado iudi\'idualista no trabalho.'"' fato que pode
sugerir, à s e m e l h a n ç a dos Estados Unidos e C a n a d á , u m a t e n d ê n c i a para a folga social.

Diversidade d o g r u p o Cada vez mais estão sendo feitas pesquisas sobre como a diver-
sidade influencia o desempenho do grupo. /Vlgumas delas obser%^am a diversidade cultural e
outras consideram a di\*ersidade em outras caracteristicas (como r a ç a e sexo). De modo geral,
a pesquisa tem identificado tanto os custos quanto os benefícios da di\ersidade do giiipo.
A di\'ersidade parece aumentar os conflitos no grupo, especialmente nas primeiras f;i.ses
de sua c o n s t i t u i ç ã o , o que resulta c m baixo m o r a l do grupo c na saída de seus membros. U m
Comportamento organizacional

estudo incluindo grupos que t i n h a m diferenças culturais (composto de pessoas de diferentes


países) e h o m o g é n e o s (composto de pessoas de u m mesmo país) descobriu que, c m u m exercício
de s o b r e v i v ê n c i a no m u n d o selvagem (semelhante ao exercício em grupo deste capítulo), oi
grupos t i v e r a m u m desempenho igualmente b o m , mas os grupos diversificados ficaram
menos satisfeitos c o m seus grupos, foram menos coesos e apresentaram mais conflitos.'''
N o entanto, acumulam-se mais e v i d ê n c i a s de que, c o m o tempo, os grupos di\er>i-
ficados cultura! e demograficamente p o d e m ter u m desempenho m e l h o r se conseguirem
superar seus conflitos iniciais.
A diversidade n o nível superficial — c a r a c t e r í s t i c a s o b s e r v á v e i s , tais como naciona-
lidade, r a ç a e sexo — alerta as pessoas .sobre possíveis d i f e r e n ç a s da diversidade no nivd
profundo — tais c o m o autudes, valores e o p i n i õ e s . U m pesquisador argumenta: ''\'océ
pode observar que a m e r a p r e s e n ç a de diversidade, c o m o o sexo o u r a ç a , na verdade, di
a i n d i c a ç ã o ao g r u p o de que pode haver d i f e r e n ç a s de o p i n i ã o " . E m b o r a cs.sas diferença
pos.sam levar ao conflito, elas t a m b é m oferecem u m a o p o r t u n i d a d e de resolver problemsi
de maneiras inovadoras.
U m estudo de c o m p o r t a m e n t o de u m j ú r i descobriu que os mais diversificados parf-
c i a m deliberar p o r mais tempo, c o m p a r t i l h a r mais i n f o r m a ç õ e s e cometer menos erroi
concretos ao discutir e v i d ê n c i a s . Dois outros estudos de grupos de alunos de um M
descobriram que a diversidade de nível superficial levou a u m a abertura maior mes
quando n ã o havia n e n h u m a diversidade no nível profundo. Nesses casos, a di\'ersidade
nível superficial de u m g r u p o pode i n d i c a r subconscientemente aos membros do grupo q
sejam mais abertos a no\as ideias.'"'
E m resumo, o i m p a c t o da diversidade c u l t u r a l sobre os grupos tem produzido
d ê n c i a s mistas. E difícil ficar e m u m g r u p o diversificado e m c u r t o prazo. N o entanto, í>e
membros p u d e r e m superar suas d i f e r e n ç a s , c o m o tempo a diversidade pode ajiidá-loj
.ser mais abertos e criativos, permitindo-Ihes p r o d u z i r m e l h o r a longo prazo. No entaii'
mesmo os efeitos positivos da diversidade n o desempenho do g r u p o n ã o parecem scrcs[fr
cialmente fortes. E c o m o u m pesquisador especificou: "A justificativa empresarial cm favor
da diversidade (em m a t é r i a de resultados financeiros d e m o n s t r á v e i s ) é difícil de ser man-
so for baseada nas pesquisas a t é e n t ã o existentes".'^'

lesumo e implicações para os gestores


Desempenho Entre os mais destacados fatores estruturais do g r u p o relacionado^
desempenho, encontramos a p e r c e p ç ã o do papel, as norma.s, as diferenças de sialm. o
m a n h o do g r u p o e a c o e s ã o .
Existe u m a r e l a ç ã o positiva entre a p e r c e p ç ã o do papel e a a v a l i a ç ã o de descínpL'
do funcionário.''" O grau de c o n g r u ê n c i a entre a p e r c e p ç ã o do trabalho do chefe e dofi
c i o n á r i o influencia a maneira c o m o este ú l t i m o t e r á seu desempenho julgado. Sc a pcrc
ç ã o que o f u n c i o n á r i o tem de seu trabalho corresponde à s expectativas que o chefe tem
seu papel, ele t e r á u m a boa a v a l i a ç ã o de desempenho.
As normas c o n t r o l a m o c o m p o r t a m e n t o , estabelecendo p a d r õ e s do que é certo c
rado. As normas de d e t e r m i n a d o g r u p o p o d e m ajudar a explicar o comportamento de-
membros. Q i i a n d o essas normas v a l o r i z a m resultados de nível elevado, os executivos
d e m esperar desempenhos individuais b e m melhores do que quando elas visam rcsiri
os resultados. As n o r m a s que sustentam comportamentos antissociais aumentam a pr"
bilidade de que os f u n c i o n á r i o s se en\'olvam e m desvios de comportamento.
As injustiças c o m r e l a ç ã o ao síalus geram f r u s t r a ç õ e s c p o d e m influenciar nei^ati\
mente a p r o d u t i v i d a d e e a d i s p o s i ç ã o do f u n c i o n á r i o e m se manter na organização,
i n c o n g r u ê n c i a pode levar a u m a r e d u ç ã o da m o t i v a ç ã o e a u m a busca por uma nian '
de reestabelecer a j u s t i ç a (por exemplo, p r o c u r a n d o o u t r o emprego). C o m o as pessoas
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 287

menor síalus t e n d e m a participar menos dc discussões nos grupos, aqueles grupos c o m


d i f e r e n ç a s m u i t o grandes de status p o d e m i n i b i r a p a r t i c i p a ç ã o de alguns e reduzir seu
desempenho.
O i m p a c t o do t a m a n h o do g r u p o e m seu desempenho depende da tarefa. Os grupos
maiores s ã o mais eficazes para tarefas de levantamento de i n f o r m a ç õ e s . Os menores, para
tarefas de i m p l e m e n t a ç ã o de a ç õ e s . Nosso conhecimento sobre a folga social sugere que,
q u a n d o s ã o utilizados grupos grandes, deve-se p r o c u r a r estabelecer medidas para o desem-
penho i n d i v i d u a l dentro deles.
Por ú l t i m o , a c o e s ã o t a m b é m pode ou n ã o influenciar o nível de produtividade do
grupo, dependendo de suas normas c o m r e l a ç ã o ao desempenho.

Satisfação A alta c o n g r u ê n c i a entre o chefe e o f u n c i o n á r i o c o m r e l a ç ã o à p e r c e p ç ã o do


trabalho deste ú l d m o está significativamente ligada ã .satisfação do funcionário.'"' Os confli-
tos de p a p é i s e s t ã o associados a t e n s õ e s no trabalho e ã insatisfação.'"
A m a i o r i a das pessoas prefere se comunicar c o m outras em seu mesmo nível de slatus
ou e m nível mais elevado.''^ Consequentemente, podemos esperar u m a .satisfação m a i o r
entre os f u n c i o n á r i o s cujas funções m i n i m i z a m a necessidade de i n t e r a ç ã o c o m i n d i v í d u o s
de slatus inferior ao deles.
A r e l a ç ã o entre satisfação e t a m a n h o do g r u p o é o que intuitivamente se espera: quanto
m a i o r o g r u p o , m e n o r a satisfação de seus membros.'"' A medida cjue o tamanho do grupo
aumenta, d i m i n u e m as oportunidades de p a r t i c i p a ç ã o e i n t e r a ç ã o social, assim c o m o a ha-
bilidade dc seus membros sc identificarem c o m as r e a l i z a ç õ e s do g r u p o . A o mesmo tempo,
u m n ú m e r o m a i o r de membros t a m b é m favorece dissidências, conflitos e a f o r m a ç ã o de
subgrupos, e tudo isso o t o r n a u m a entidade p o u c o a g r a d á v e l de se fazer parte.
288 Comportamento organizacional

Ponto Contraponto

Todo trabalho deveria ser planejado para funcionar em grupo

O N
s grupos, e não os indivíduos, são a matéria-pri- ações capitalistas, como Estados Unidos, Ca-
ma idealtpara a construção de uma organização. nadá, Austrália e Inglaterra, valorizam o indivi-
Existem pelo menos seis motivos para que o tra- duo, o planejamento do trabalho em função de
balho seja planejado em função dos grupos. grupos não condiz com os valores económicos desses
Primeiro, em geral, os grupos t o m a m melhores deci- países. Além do mais, como o capitalismo e o espírito
sões d o que a média dos indivíduos. empreendedor espalharam-se pelo m u n d o , tendo-se
Segundo, com o crescimento da tecnologia, a so- estabelecido na maioria das regiões do planeta, corro
ciedade está se tornando mais interconectada. Veja o no Leste Europeu, na Ásia e em outras sociedades mais
crescimento de redes sociais da Internet como o Twitter, coletivistas, como a brasileira, a tendência em todos os
o Orkut, o Facebook e o Linkedin. As pessoas estão co- mercados de trabalho é que a ênfase fique menos nos
nectadas de qualquer maneira, então por que não pla- grupos e mais nos indivíduos.
nejar o trabalho da mesma forma? Os valores sociais, culturais e económicos moldam
Terceiro, os grupos pequenos são bons para as pes- as atitudes e o comportamento das pessoas. Diante
soas, Eles p o d e m satisfazer suas necessidades sociais e so, nas sociedades capitalistas modernas, as conquistas
oferecer apoio para os funcionários em tempos de es- individuais e a competição são valorizadas pelas crenças
tresse ou em meio a uma crise. As evidências indicam da própria população. Além da noção de disputa e c
que o apoio social — tanto quando é oferecido como busca pela maximização dos resultados individuais,
quando é recebido — faz as pessoas felizes e até permi- valores capitalistas fortalecem a necessidade de vincul
te que elas vivam mais. os esforços das pessoas aos próprios resultados, ind'
pendentemente das ações de outros membros ds m
Quarto, os grupos são ferramentas muito eficazes para
grupo. Além disso, os valores capitalistas incentivam as
a implementação de decisões. Eles conquistam o compro-
pessoas a fazer parte de um grupo em que possam
metimento de seus membros, de maneira que as decisões
ter uma forte identidade individual, impedindo a s..;:
são acatadas e levadas a cabo com mais sucesso.
mação da própria identidade em função da identic .
Quinto, os grupos conseguem controlar e disciplinar
d o grupo.
seus membros por meios que são extremamente difíceis
para os sistemas disciplinares oficiais e impessoais. As nor- Além de fugir dos valores dominantes das soce:
mas do grupo são mecanismos de controle poderosos. des modernas, organizar os trabalhos em grupos
bém traz uma série de problemas, incluindo o excc;:
Sexto, os grupos são uma forma de as grandes or-
de conflitos, o pensamento de grupo, a acomodação
ganizações se preservarem de muitos dos efeitos nega-
alguns membros, a folga social e os desvios de con-::
tivos de seu tamanho expandido. Os grupos evitam que
tamento. Ademais, as pessoas poderiam seníir-se:.
os canais de comunicação se alonguem demais, que a
tradas em situações de trabalho em que sua contri
hierarquia cresça demasiadamente e que as pessoas se
ção seja misturada e homogeneizada com as de o
sintam perdidas em uma multidão.
membros do grupo.
O rápido crescimento das organizações baseadas
De uma maneira geral, os indivíduos preferem
em grupos na última década sugere que já podemos
contratados, avaliados e recompensados por suas
estar a caminho do dia em que t o d o o trabalho será pla-
zações pessoais. Não estão dispostos a aceitar de"'
nejado para execução em grupo.
coletivas sobre questões como suas atribuições d
balho ou aumentos de salário e nem se sentem bem
um sistema em que a única base de promoção ou
rescisão é o desempenho do grupo ao qual períe
Embora as equipes de trabalho tenham cresc
popularidade c o m o forma de os empresários org
rem pessoas e tarefas, pode-se esperar resistênci
esforços de tratar indivíduos apenas como memb
um grupo.
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo

Questões para revisão

1. Defina ^'Í'H/W. Quais sào os diferentes tipos dc grupos? 7. Quais são os pontos fortes e fracos dos grupos [versus in-
2. Qiiais sào os cinco estágios de desenvolvimento de um divíduos) na tomada de decisões em grupo?
gnipo? * 8. Q u ã o eficazes são os grupos de interação, hrainslorming,
3. As exigências do papel mudam nas diferentes situações? grupos nominais c dc reuniões eletrônicas?

4. Como as normas do grupo e o slolus influenciam no 9 . Quais s ã o as e v i d ê n c i a s do efeito das diferenças cul-
comportamento indivídua! dos membros? turais no slatus do grupo e na folga social dos m e m -
bros? C o m o a diversidade afeta os grupos e a eficácia
5. Como o tamanho do grupo afeia seu desempenho?
deles?
6. (Xiais sào as vantagens e as limitações da coesão nos
grupos?

Exercício em grupo

Sobrevivência no m u n d o s e l v a g e m
em sua mochila. Quanto tempo você levaria para fêr\-er
\bcc faz parte de u m grupo dc pessoas que fazem t r i -
a água?
Após alcançar o acampamento de base no primeiro
di.i, você decide fazer uma r á p i d a trilha no p ô r do sol por a) quinze minutos
• :U:Í própria. Depois de alguns quilómetros re\'igorantes, b) alguns segundos
(decide voltar ao acampamento. N a \'olta, você percebe c) uma hora
.,; iM;i perdido. Você grita por socorro, sem êxito. Está
d) depende da altitude
•^iiiu agora e ficando frio.
$ua tarefa 4 . N o prcjximo passo, \c decide construir u m abrigo para
Sem SC comunicar com n i n g u é m mais do grupo, leia os a noite. A o seleciouar u m locai, o que nào de\'e levar em
iciiciros c escolha o melhor Mantenha u m registro de suas consideração?
rt-:)(i>tas em um p e d a ç o dc papel. Você tem cinco minutos a) Tem de conter material para fazer o tipo dc abrigo
psiv. responder a seis questões. de que necessita.

!, A primeira coisa que você decide fazer é acender uma b) T e m de ser livre de insetos, répteis e plantas \-ene-
nosas.
loguoira. No entanto, \'Ocê n à o tem fósforos, e n t ã o usa o
niéiodo de Togo por atrito'. O que é esse m é t o d o ? c) Tem dc ser grande c plano o suficiente para se
:Í. Uma vareta seca e mole é esfregada entre as m à o s deitar conforta\•cimente.

contra uma t á b u a de madeira verde macia, d) Tem de ser em uma montanha para que possa
i) Uma vareta mole e verde é esfiregada entre as m ã o s sinalizar o resgate e ficar dc olho a sua volta.
contra uma t á b u a de madeira dura. 5. N o abrigo que construiu, \occ percebe uma aranha.
[ Uma \'arcta reta de madeira é esfregada rapidamente Você ouviu dizer que as aranhas viúvas negras povoam a
para frente e para trás contra uma ár\-ore morta, área. Como identificar uma viúva negra?
d Duas varetas (uma é o arco e a outra é a broca) sào a) Sua c a b e ç a c a b d ó m e n são negros; seu tórax é ver-
pressionadas para criar faíscas. melho.
'.. onc-lhc que \ o c è t a m b é m pode usar o fogo como u m b) É a t r a í d a pela luz.
'!iud de socorro. Quando sinaliza com fogo, como você c) Foge da luz.
fiirma o sinal de socorro internacional?
d) E uma aranha escura com marcas \'crmclhas c
.1 dois fogos
| laranjas no a b d ó m e n da fêmea.
b quatro fogos c u m quadrado 6. Você encontra u m rio de á g u a s correntes. Qual é a me-
L- quatro fogos em uma cruz lhor forma de cruzá-lo?
d três fogos cm uma linha a) De u m banco de areia, achar u m local que siga a
1. \í)cè está com muita sede. Vai a u m rio p r ó x i m o c pega direção do fluxo do rio, onde a á g u a é mais calma.
um ]K)uco dc água na pequena x í c a r a de metal que tem b) Construir uma ponte.
290 Comportamento organizacional

c) Encontrar uma área rochosa, Nisto que a água será a) Sua p o n t u a ç ã o individual
mais rasa e \ o c ê encontrará apoio para as mãos e pés. b) P o n t u a ç ã o de seu grupo
d) Encontrar u m trecho plano onde a á g u a se reparte c) M é d i a da p o n t u a ç ã o individual e do grupo
em vários canais.
d) M e l h o r p o n t u a ç ã o individual do grupo _____
Atividade
Q u e s t õ e s p a r a discussão
Di\idam-sc em grupos de cinco ou seis pessoas. Agora, ima-
gine que seu grupo inteiro esteja perdido. Responda a cada 1 . Como foi o desempenho de seu grupo (B) em rdaçàoi
pergunta como u m grupo, empregando a abordagem do voce?
consenso para tomar qualquer decisão. U m a \'ez que o grupo 2 . Como foi o desempenho de seu grupo (B) em rciadnj
chegou a um acordo, escreva a decisão na mesma folha de m é d i a de p o n t u a ç ã o individual no grupo (C)?
papel que usou para suas respostas indi\'iduais. Voce tem
3. C o m o foi o desempenho de seu grupo (B) em rclaçãoi
aproximadamente 15 minutos.
melhor p o n t u a ç ã o individual do grupo (D)?
Pontuação 4 . Compare seus resultados com os de outros grupo;,
Seu instrutor lhe fornecerá as respostas corretas, que são guns grupos tiveram u m melhor desempenho cic inA
baseadas em julgamentos de especialistas nessas situações. viduos que se destacaram mais do que outros?
Uma \cz recebidas as respostas, calcule (A) sua p o n t u a ç ã o
5. O que esses resultados lhe dizem a respeito da cfic:ki:i(lii
individual; (B) a p o n t u a ç ã o de seu grupo; (C) a m é d i a da grupo na tomada dc decisões?
p o n t u a ç ã o individual com a do grupo; (D) a melhor pontua-
6 . O que os grupos podem fazer para tornar a tomad:i
ção individual do grupo. Anote tudo e consulte o grupo para
decisões mais eficaz?
assegurar que esses resultados estejam corrctos.

Dilema ético

Lidando com folgados superior, de modo que a contribuição do indiwi


ao projeto seja julgada mais justamente? Nesse
Peircbcmos que u m dos problemas mais comuns em gru-
o grupo tem uma responsabilidade ética de co:
pos é a folga social, o C[ue signilica que seus membros contri-
nicar isso a seu membro? Senão, o membro oti'

1
buem menos do que se esti\'essem trabalhando sozinhos. Po-
n ã o está injustamente tirando proveito das rcc
demos chamar esses indivíduos de 'folgados' — aqueles que
pensas de 'carona'?
contribuem muito menos do que os outros do grupo.
Muitos dc nós j á experimentamos a folga social, ou ociosi- 2. Você acha C]ue confrontar o membro ocioso dn
dade, em grupos. T a m b é m podemos até admitir que nós mes- grupo pode ser justificado? Isso depende das li:iti-
mos j á fizemos isso. Discutimos anteriormente neste capítulo lidades do folgado (se é capaz de fazer um trabalh
íilgumas fornias dc desencorajar a 'folga social', como limitar de boa qualidade)?
o tamanho do gmpo, ftizer que os indivíduos sejam responsá- 3. A folga social parece ser maior em nações indi-
veis por suas contribuições e estabelecer as metas do grupo. vidualistas no Ocidente do que em outros paini
Apesar de essas táticas poderem ser eficazes, de acordo com Você acha que isso significa que deveríamos tolera
nossa experiência, muitos pessoas simplesmente 'carregam os mais a folga de u m norte-americano que a de um
outros nos ombros'. "Nós decidimos por conta p r ó p r i a — era japonês, que, normalmente, preocupa-sc maiscoa
mais fíicil a.ssim", diz uin membro do grupo. o grupo?
Considere as perguntas a seguir para lidar com os folga- 4. O Brasil é uma n a ç ã o capitalista, porem com
dos em grupos. forte espírito coletivista. Apesar disso, parece que
1. Se os membros do grupo acabam por fazer o a folga social é algo típico do comporiamenii} d«
trabalho no lugar dos folgados, você acha que essa brasileiros. Por que você acha que isso aconto
informação deveria ser comunicada ao professor ou nosso país?

4
Capítulo 9 Fundamentos do comportamento em grupo 291

Estudo de caso 1

Se duas c a b e ç a s p e n s a m m e l h o r d o q u e chance dc ganhar 120 míl reais, mas t a m b é m 50


ima, q u a t r o s ã o a i n d a melhor?" por cento de chance dc perder 50 m i l reais.
M a r i a Clara se considera uma pessoa bastante racional
Maria Clara Dias, 24, c analista de marketing da Brás-
c objetiva na maneira dc pensar. N o entanto, ela n ã o está
ícc, uma pequena rede de casas de café do Norte do
certa sobre qual o p ç ã o de investimento escolher. Edson se
Bra-il. Recentemente, u m tio rico de M a r i a faleceu e dei-
recusa a ajudá-la, dizendo que ela já se limitou bastante ao
ffiu para ela, sua única sobrinha, 100 m i l reais. M a r i a Clara
pedir apenas duas alternativas. Enquanto dirigia para a casa
considera seu atual salário adequado para cobrir seu custo
de seus pais, onde passaria o fmal de semana, M a r i a Clara
dc dda, portanto pretende investir o dinheiro de modo que, ficou pensando sobre as duas possibilidades. A o chegar lá,
(juando comprar uma casa, ela p o d e r á contar com uma boa eia chamou os pais c o i r m ã o à mesa c pediu que eles dessem
poiípança. sua opinião. "Vocês conhecem o velho ditado: duas cabeças
Um dos vizinhos de M a r i a Clara, Edson, é consultor f i - pensam melhor do que uma", diz ela, " e n t ã o quatro serão
uncciro e disse a ela que havia uma infinidade de opções de ainda melhor".
imi-timcnto. Ela lhe pediu que indicasse as duas melhores
Qft^òci. c foi islo o que ele sugeriu: Questões
. Fundo de títulos públicos de baixo risco. 1. M a r i a Clara fez uma boa o p ç ã o sobre a maneira pela
Com essa o p ç ã o , baseada na i n f o r m a ç ã o fornecida qual irá se decidir?
por Edson, M a r i a Clara calcula n ã o ter nenhuma
2. Q i i a l investimento você escolheria? Por q u ê ?
chance de perder dinheiro c espera, ao final de
cinco anos. ler u m ganho de aproximadamente 40 3 . Qual investimento você acha que a maioria das pessoas
mil reais. escolheria?
2. Fundo dc ações de risco moderado. C o m base na 4 . C o m base no que você aprendeu sobre m u d a n ç a de po-
informação fornecida por Edson, M a r i a Clara
sição do grupo, qual investimento você acha que a famí-
calcula que, com essa o p ç ã o , tem 50 por cento de
lia dc M a r i a Clara vai escolher?

Estudo de caso 2

Entrosamento d o u r a d o a disposição de novos jogadores, como o atacante A n d r é


Nascimento e o libero Serginlio. O objetivo da reestrutura-
.\pciar dc o futebol ser considerado a p a i x ã o nacional, o ç ã o era obter uma boa c o l o c a ç ã o nas O l i m p í a d a s de Ate-
Bri-il também possui uma longa história dc amor com outro nas-2004. C o m uma rotina de treinamentos duros e u m
(Coorte: o voleibol. Desde a medalha de prata nas O l i m p í a - estilo dc l i d e r a n ç a diferenciado p o r parte de Bernardinho,
tsdcUos Angeles, em 1984, a seleção masculina de v ó - o grupo c o m e ç o u a ganhar força e entrosamento. Parale-
Idiornou-sc u m dos símbolos esportivos do país ao redor lamente, foram surgindo líderes no time, como o levanta-
do mundo. Após a ' g e r a ç ã o de prata', que conquistou bons dor M a u r í c i o c o atacante Nalbert, o que colaborou para a
Kiluidos na d é c a d a de 1980, surgiu, no início da d é c a d a maior coesão dos atletas.
it I9:t(l, a 'geração de ouro', vencedora das O l i m p í a d a s de J á em 2 0 0 ] , a no\"a f o r m a ç ã o conseguiu resultados po-
liicciona em 1992 c da Liga M u n d i a l em 1993. Depois sidvos, como o bicampeonato da Liga Aluudial, título que a
dtifíbons resultados, p o r é m , a seleção masculina de volei- seleção voltaria a ganhar em diversas outras oportunidades
loi ficou um longo p e r í o d o sem ganhar títulos importantes. nos anos 2000. Alem das \átórias na Liga, a equipe vence-
,ípi: campanhas ruins nas olimpíadas de Atlanta-1996 e ria o Campeonato M u n d i a l em 2002 e 2006 {o torneio é
Sciicy-2000, a C o n f e d e r a ç ã o Brasileira de Voleibol (CBV) disputado de quatro em quatro anos) e outras competições.
fliciidcu que era o momento dc fazer uma reformulação A principal vitória, entretanto, ocorreria nas Olimpíadas de
nf!;Lal no time. Atenas, em que o Brasil sagrou-sc b i c a m p e ã o olímpico. D u -
.\ final do ano 2000, o técnico Bernardinho, c|uc havia rante esse periodo, alguns jogadores foram sendo incluídos
io um excelente trabalho na seleção feminina durante a no elenco, como o atacante Anderson e o levantador Bruni-
.•idadc 1990, assumiu o comando da equipe mascuHna nho, e outros sc aposentaram da seleção, corno foi o caso de
(onduziu uma drástica m u d a n ç a . U m novo grupo co- M a u r í c i o , Nalbert e o meio de rede Gusta\o. Isso, porém,
m\on a ser formado, mesclando a e x p e r i ê n c i a de alguns n ã o afetou o entrosamento do time, \isto que unia base prin-
(kias, como o atacante G i b a e o levantador M a u r í c i o , e cipal foi sempre mantida nos momentos de reno\'ação.
292 Comportamento organizacional

Em 2008, porém, o Brasil cnfrontou o ano mais difícil da Questões:


'Era Bernardinho', com a perda da final olímpica em Pequim
1. Identifique no caso lido as fases de f o r m a ç ã o c t(M>
e as dcrmtas na Liga Mundial em pleno I ^ o de Janeiro. / \ 1 -
m e n t a no processo de renovação da seleção niasculiiu
gumas pessoas chegaram a pensar que a ' N o \ Era de Ouro'
de \-oleibol comandado por Bernardinho, quando CIL'
pudesse estar chegando ao fim, em flinção da aposentadoria de
importantes jogiidorcs. A resposta foi dada em quadra durante tornou técnico da equipe.
a Liga Mundial de 2009: com uma equipe rcno\'ada, com no- 2 . Q u a n d o B e r n a r d i n h o assumiu a seleção mascii
mes como Leandro Vissotto, Lucas e Éder, o Brasil sagrou-se de \-oleibol, no final do ano 2000, ele encontrou
octacampcão, derrotando a Sér\ia na casa do adversário. Mais equipe 'acomodada', c o m bons jogadores dcsm
uma vez, a mesma receita foi mantida: jogadores experientes, vados e sem c o n f i a n ç a na cjualidade do timo. C
como Giba e Serginho (que era um novato na seleção em 2001), você acha que ele conseguiu superar esses problei
fortaleceram o entrosamento com a nova geração de 'garotos'. C o m o essa s u p e r a ç ã o está relacionada às fases dc
G r a ç a s à C]ualidade técnica e à experiência dos joga- m a ç ã o e t o r m e n t a do processo de dcsen\oh!ni
dores, à liderança de Bernardinho, à m a n u t e n ç ã o de uma do n()\*o grupo?
base e à constante r e n o v a ç ã o da equipe, a seleção brasileira
3. O que caracteriza a fase dc n o r m a t i z a ç ã o no proaiso
dos anos 2000 consolidou-sc como o Ume mais vencedor da
de desen\'ol\imcnto dc uma equipe esportiva? Uiilizf o
história do voleibol mundial. C o m u m entrosamento per-
manente, o time atra\'essou a d é c a d a acumulando vitórias. caso para dar alguns exemplos.
O sucesso poderia cansar os jogadores, mas os adetas mais 4 . A r e n o v a ç ã o é fundamental para manter uma ci]'
novos jamais permitiriam que isso acontecesse: eles t a m b é m no topo, visto que a eterna p e r m a n ê n c i a dos mcmbr
querem ganhar os títulos conquistados por seus antecesso- i m i á v e l . Como Bernardinho conseguiu manter o eu'
res. "Penso que é apenas o jirimeiro ano. E só o c o m e ç o . samento do grupo, garantindo que ele permaneces
Espero que esse sonho se prolongue até os Jogos O l í m p i c o s estágio de d e s e m p e n h o , enquanto promovia a reinA
do Rio, em 2016'", disse Leandro \''issotto, após a vitória na çào da seleção?
Copa dos C a m p e õ e s de 2009. Pior para os ad\'ersários.

Fonte: "Enuosíimciilo entre nov;i i: :inlij;íi geração c ressallado pelos jogadores apôs título", l'iirtal Globocspork.coni, \'òlei, 23 nov.

Notas

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