Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTERPESSOAL
Conteudista associado: Felipe Gomes de Oliveira
MINAS GERAIS
2023
1
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS................................................................................................31
2
1. Os grupos e sua dinâmica: a formação de grupos em uma instituição.
Relações interpessoais e os grupos nas instituições.
3
▲ Atenção! Toda equipe é um grupo, mas nem todo grupo é uma equipe. O
conceito de equipe está contido no conceito de grupo.
4
• Comissão Técnica de Classificação – CTC: Formado por
agentes públicos para realizar o programa individualizador da pena
privativa de liberdade ao condenado ou preso provisório no momento de
ingresso da pessoa no sistema penitenciário para fins de orientação do
plano individualizado da pena.
• Grupo de comando: Composto por um chefe e seus subordinados
imediatos. O Diretor-Geral, Diretor-Adjunto, Diretor de Atendimento e
Diretor Administrativo, por exemplo, podem caracterizar um grupo de
comando.
5
• Grupo de amizade: Pessoas que se juntam e compartilham
interesses comuns. Muitos conflitos nas organizações surgem dos grupos
de amizades.
▲ Atenção! Na fase de tormenta, nem todo conflito aqui vai ser interpessoal.
Aqui vai haver principalmente o conflito de tarefa (quem vai fazer o quê) e
conflito de processo (como cada um vai fazer). É a fase em que vai ser
consolidada a alocação de papéis, a função que cada um vai ter nesse grupo.
6
4) Desempenho ou performance: Grupo totalmente funcional.
É a quarta fase. Aqui o grupo já está voltado para as metas. Está mais
estruturado. Está executando a missão.
5) Interrupção: Final dos grupos temporários. As pessoas já começam
a se distanciar porque percebem que o grupo já está chegando ao
final, as metas e os objetivos já estão sendo alcançados e a missão
está terminando e vai se encaminhando para o fechamento desse
grupo temporário.
7
• Condições físicas de trabalho: Mesmo que haja um bom grupo e
equipe de excelência, se não houver promoção de condições e boa
estrutura de trabalho, o grupo pode ter problemas de desempenhar suas
funções.
8
• Filtragem: É uma barreira causada pelo emissor. É a
manipulação da informação pelo emissor para que ela seja vista de forma
mais favorável pelo receptor. Quando maior o número de níveis verticais
na organização, mais oportunidades para a filtragem (telefone sem fio).
• Percepção seletiva: Ocorre quando o receptor vê e escuta
seletivamente com base em suas próprias necessidades, motivações,
experiências, históricos e outras características pessoais.
• Sobrecarga de informações: Quando as informações excedem a
capacidade de processamento. Todos os seres humanos têm uma
capacidade limitada de processar informações. Se acontece com
frequência, pode gerar perda de informação e comunicação menos eficaz.
▲ Para Examinar: Os gestores, chefes e líderes de equipe têm que ficar muito atentos
em relação à barreira de sobrecarga de informações. No ambiente de trabalho, pode
ser que a chefia ou líder de equipe passe muitas atividades e demandas ao mesmo
tempo para que seus subordinados resolvam com rapidez e pressa, e esse tipo de
atitude não pode acontecer. As pessoas não são máquinas! Cada pessoa tem sua forma
e velocidade para trabalhar no seu tempo. Portanto, cuidado com as cobranças
excessivas e com o excesso de informações.
9
favoreça o entendimento.
Muitos conflitos surgem nas equipes e nos grupos de trabalhos por uma
comunicação interpessoal que está dissonante. A comunicação dissonante é
aquela que não tem consonância, ou seja, fala-se uma coisa e se escreve outra,
o gesto diz outra coisa quando se fala. Isso pode gerar barreiras e agressividade.
• Vertical ascendente: É aquele que flui dos níveis mais baixos para os
níveis mais altos das organizações. Por exemplo: Subordinado A se
comunicando com a Chefia A.
• Vertical descendente: É aquele que flui dos níveis mais altos para a
base. Por exemplo: Chefe B se comunicando com o subordinado B.
• Horizontal lateral: É aquela que ocorre entre pessoas de mesmo nível
hierárquico. Por exemplo: Servidor A se comunicando com servidor B
de um mesmo nível hierárquico, ou seja, ambos têm a mesma Chefia.
• Horizontal diagonal: É aquela que também flui entre pessoas de mesmo
nível, mas que estão em setores diferentes. Por exemplo: Servidor A do
departamento de inteligência se comunicando com servidor B do setor
de escoltas, um não é subordinado ao outro e possuem chefias distintas.
10
Os canais informais são aqueles que não seguem hierarquia. Também
conhecido como rede de rumores ou rádio corredor. A rádio corredor não é
controlada pela direção da organização. É tida pela maioria dos funcionários
como mais confiável do que a rede formal e é largamente utilizada. A
comunicação flui mais rápida por meio das redes informais.
▲ Saiba mais: O Estado de Minas Gerais, por exemplo, possui uma plataforma
chamada Portal do Servidor. Lá, o servidor tem à sua disposição informações de
Recursos Humanos – RH, como férias regulamentares, férias prêmio, licença médica,
licença nojo, licença para estudo, licença para tratar de interesses particulares,
avaliação de desempenho e muitos outros assuntos pertinentes à carreira do servidor.
Logo, o servidor tem que ter o hábito de ler, ser curioso e buscar as informações
disponíveis e não esperar necessariamente que alguém lhe explique tudo.
O servidor público também deve saber ouvir e ouvir com atenção. Saber
ouvir evita estresse no ambiente de trabalho. Ao ouvir, se tem dúvida, pergunte.
11
Peça para que quem está passando a mensagem, repita até que você
possa entender a informação que está sendo passada de forma clara.
Para a maioria das pessoas, os conflitos podem ser algo ruim, mas na
moderna gestão de pessoas, o conflito é visto como algo que pode ser positivo
ou pode ser negativo. Portanto, o conflito é algo que tem que ser gerenciado, daí
o termo administração ou gestão de conflitos. O conflito necessariamente não é
negativo, mas precisa de ser gerenciado.
O que é CONFLITO?
12
▲ Saiba mais: Aquino (2008) alerta que os conflitos interpessoais também gerados
pelo processo de trabalho facilitam o aparecimento do desgaste emocional ao trabalhador.
Esses conflitos, adicionados ao controle das relações humanas no trabalho, constituem fontes
de tensão e desgaste emocional, dando origem e acarretando formas mais graves de
sofrimento mental.
13
O conflito de tarefa e o conflito de processo tendem a ser
funcionais, ou seja, a contribuir para o crescimento do grupo ou equipe, mas,
apesar disso, devem ser também gerenciados.
14
• Processual: Atua no episódio de conflito através de técnica de
resolução. Essa abordagem não trabalha com prevenção. Ela vai
trabalhar com intervenção, pois o conflito já existe.
• Mista: Atua tanto nas condições antecedentes quanto no episódio do
conflito.
15
físico, mental e social, e não apenas a ausência de afecções e de
enfermidades”.
Para Lemart, uma das maiores autoridades científicas mundiais em
estresse e saúde do trabalhador, professor emérito do Instituto Karolinska de
Estocolmo na Suécia, citado por Mota (2015, p. 38), “A preocupação com os
relacionamentos no ambiente de trabalho deve ser tão importante quanto a do
risco de quedas de alturas ou a decepção dos dedos das mãos que pode
ocorrer, por exemplo, com trabalhadores no corte de cana de-açúcar”.
16
quando está diante de um determinado risco psicossocial, ou seja, para
um determinado trabalhador, por exemplo, um risco pode não causar tanto
dano, mas para outro trabalhador pode causar danos de maior intensidade, pois
cada trabalhador tem seu próprio modo de ver, reagir e enfrentar um problema.
São exemplos de fatores psicossociais as considerações relativas à
carreira, à carga, ao ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do
trabalho. Um risco psicossocial muitas vezes passado despercebidamente, mas
que pode estar presente nas relações interpessoais de forma silenciosa, é o
assédio moral ou violência moral.
A ocorrência de assédio moral entre trabalhadores tem estado cada vez
mais em evidência nos últimos anos como reflexo de sobrecarga de trabalho e
também como fruto de litígios pessoais, que muitas vezes resultam em atos de
violência no trabalho.
Conforme propõe a Organização Internacional do Trabalho (OIT), citado
por Soboll (2009, p. 1320), a violência do trabalho pode ser descrita como
qualquer ação, incidente ou comportamento que não se pode considerar uma
atitude que seja razoável e com a qual se ataca, prejudica, degrada ou fere o
trabalhador dentro do ambiente de seu trabalho ou devido diretamente ao
mesmo.
Nesse sentido, o assédio moral é um ato de violência psicológica e de
agressão emocional que uma pessoa pode causar a outra, consciente ou
inconscientemente, que possa potencializar os problemas de saúde
ocupacional e causar desestabilização das relações humanas no trabalho.
Ao contrário do que normalmente é disseminado, o assédio
moral não é apenas praticado pela chefia em relação aos seus subordinados,
mas também pode ser praticado por qualquer trabalhador dentro de uma
instituição.
O assédio pode ocorrer de forma vertical (do subordinado para o
chefe ou do chefe para o subordinado, ou ainda entre trabalhadores de níveis
hierárquicos diferentes) e também de forma horizontal (entre trabalhadores de
mesmo nível hierárquico). Também o assédio moral pode ser causado por um
grupo de trabalhadores em relação a uma pessoa.
Caracterizar o assédio moral dentro do ambiente de trabalho
requer alguns critérios, pois nem todo comportamento de um trabalhador em
17
relação a outro pode ser considerado assédio moral. Sabe-se que, no
dia a dia do trabalho, nem sempre as pessoas estão sempre sorrindo, de bem
com a vida ou com a autoestima elevada, pois também os problemas externos
ao trabalho, como situações familiares e sociais, podem influenciar nos
comportamentos do trabalhador.
Não se pode considerar assédio moral a atitude de um trabalhador que,
por um momento, agiu com rispidez e falta de cortesia, por exemplo, já que ele
pode ter agido sem a intenção de causar dano, mas apenas porque estava em
um dia difícil.
O que caracteriza o assédio moral é a repetição ou reiteração de ações
do assediador, e não os acontecimentos isolados e comuns do dia a dia.
Todo ambiente provoca algum tipo de estresse ao trabalhador, alguns
mais e a outros menos. Dentre os ambientes de trabalho que podem ser
considerados estressantes, incluem-se os ambientes prisionais ou carcerários.
Nesse ambiente laboral, o trabalhador muitas vezes desenvolve suas atividades
em um ambiente confinado, sem percepção da luz do dia, cumprindo metas
administrativas com certa rotina. Nesses ambientes, também é comum a
preocupação com o surgimento de motim, subversão à ordem e rebelião que
podem ser causados pelos encarcerados, comprometendo a segurança e
integridade física do trabalhador.
Conforme a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais
(2017), hoje Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas
Gerais – SEJUSP, no dia 27 de março de 2017, a Ouvidoria-Geral do Estado
de Minas Gerais promoveu um debate sobre assédio moral na Cidade
Administrativa em Belo Horizonte com o tema “Assédio Moral – Conhecer,
Debater e Superar”. O evento serviu de abertura da Semana Estadual de
Conscientização, Prevenção e Combate à Prática de Assédio Moral. Esteve
presente no evento o Secretário de Estado de Defesa Social, Francisco
Kupidlowski, que destacou a importância dos trabalhos desenvolvidos pela
Ouvidoria do Sistema Penitenciário: “Devemos lutar contra o assédio moral e
não podemos nos esquecer de que se trata de um crime. A palavra fere a alma
e, muitas vezes, causa ferimentos irrecuperáveis”, ressaltou.
A abertura contou com a realização de duas palestras, seguidas de
debate: “Enfoque Jurídico e Administrativo do Assédio Moral” e “Saúde do
18
Servidor Vítima do Assédio”.
A Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (2018)
informou que, no dia 8 de março de 2018, representantes da SEAP participaram
do II Seminário de Prevenção e Combate à Prática de Assédio Moral na Cidade
Administrativa Presidente Tancredo Neves, em Belo Horizonte, promovido pela
Ouvidoria do Sistema Penitenciário. O Seminário abordou o conceito de assédio
moral, o impacto da conduta do trabalhador na organização do trabalho nas
unidades prisionais, suas raízes enquanto fenômeno social, além de medidas
de enfrentamento diante do atual cenário. O então chefe de gabinete da SEAP,
coronel Marcelo Vladimir Corrêa, na ocasião do evento afirmou: “Vamos acolher
e apoiar os servidores vítimas do assédio moral por intermédio da Diretoria de
Atenção do Servidor, que desenvolve um trabalho multidisciplinar com
psicólogos e assistentes sociais, proporcionando às vítimas um ambiente
adequado para que seja ouvida e acolhida”. O secretário adjunto da Secretaria
de Estado de Administração Prisional, Marcelo José Gonçalves da Costa,
também destacou, na ocasião do evento, que o assédio moral é um problema
antigo e grave dentro da instituição, e que o atual momento é oportuno, uma
vez que a SEAP vem construindo e reforçando a própria identidade institucional.
“Discutir e entender a nossa essência enquanto servidores é um dos
instrumentos fundamentais para extirpar a prática de assédio moral”, ressaltou.
O Ouvidor do Sistema Penitenciário e Socioeducativo, ainda na ocasião
do evento, Rodrigo Xavier, relatou que a Ouvidoria da SEAP e SESP
atualmente é a que mais recebe notificações da prática do assédio moral, e que
o acolhimento e análise dessas manifestações são fundamentais para o
enfrentamento deste.
A existência do assédio moral no sistema prisional é uma realidade, de
modo que a exploração e a investigação científica desse tema se fazem
necessárias para contribuir com a formação do conhecimento sobre o tema
assédio moral. Embora o enfoque governamental de políticas públicas,
especialmente as de ressocialização, muitas vezes seja dado aos cidadãos que
estão encarcerados nos presídios e penitenciárias, não se pode esquecer do
sujeito trabalhador que labora nesses locais e que também tem direitos às
políticas públicas voltadas para a sua saúde, segurança no trabalho e qualidade
de vida.
19
Os riscos psicossociais e o estresse relacionado com o trabalho
apresentam grandes desafios para serem solucionados em matéria de
segurança e saúde no trabalho, pois têm um impacto significativo na saúde de
pessoas, organizações e na economia.
Segundo Sílvia de Aquino (2008, p. 23): “O desgaste do corpo durante o
trabalho pode gerar doenças específicas para cada tipo de atividade
ocupacional”. Essas doenças podem ser do tipo físico, mental e até mesmo
psíquico. Várias e diferentes situações podem gerar desgastes, por isso é
necessário e importante que as condições de trabalho e sua organização sejam
adequadas, de modo a reduzir esses possíveis desgastes e também
proporcionar melhores condições de saúde ao trabalhador.
A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, citada por
Mendes (2013, p. 668), compreende que os riscos psicossociais são as
percepções subjetivas que o trabalhador tem da organização do trabalho. Esses
dados podem ser identificados a partir de dados empíricos e de sua respectiva
análise, o que revela a possibilidade de ampliação dos danos à saúde de quem
trabalha, atingindo a área psíquica, a moral e o intelecto, entre outros aspectos.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (1984), os riscos
psicossociais no trabalho consistem, por um lado, da interação entre o trabalho,
o seu ambiente, a satisfação no trabalho e as condições físicas da organização,
e, por outro, nas capacidades do trabalhador, nas suas necessidades, na sua
cultura e na sua situação pessoal fora do trabalho, o que, afinal, através das
percepções e experiências, pode influir na saúde, no rendimento e na satisfação
do trabalho. Dentre os fatores psicossociais que podem ser encontrados no
ambiente laboral estão, por exemplo, os problemas de cunho socioeconômicos,
psicológicos, más relações de trabalho, ritmo de trabalho inadequado,
isolamento, trabalho excessivo, trabalho não gratificante, falta de treinamento
para as tarefas, turnos inadequados, assédio moral e sexual.
Mota (2015) ressalta que os fatores psicossociais relacionados ao trabalho
podem ser definidos como aquelas características do trabalho que funcionam
como “estressoras”, ou seja, implicam grandes exigências no trabalho,
combinadas com recursos insuficientes para o enfrentamento destas.
Os fatores de risco psicossocial traduzem um desequilíbrio individual e da
organização e a permanência desses fatores, associados à ausência de
20
estratégias para o controle e a prevenção, poderá colocar em risco a
saúde dos trabalhadores. Contidos na ideia de riscos psicossociais estão os
estressores emocionais, interpessoais e aqueles ligados à organização do
trabalho.
O próprio Ministério do Trabalho, citado por Mota (2015, p. 100) reconhece
que:
[...] o atual sistema de segurança e saúde do trabalhador carece de mecanismos que
incentivam medidas de prevenção, responsabilizam os empregadores, propiciem o
efetivo reconhecimento dos direitos do segurado, diminuam a existência de conflitos
institucionais, possibilitem um melhor gerenciamento dos fatores de riscos
ocupacionais.
21
para se caracterizar como assédio moral, é necessário que sejam ações
repetitivas, frequentes e em excesso.
22
pelo próprio subordinado ou um grupo contra o chefe.
Glokner, citado por Mota (2015, p.100), já salientava a importância de
considerar que entre os problemas de saúde relacionados ao trabalho deve ser
ressaltada a violência ligada às relações de gênero e o assédio moral,
caracterizada pelas agressões entre os colegas de trabalho, chefias e
subordinados.
Ainda conforme a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais
(2014, p. 6), os motivos que levam os agressores a cometerem esse tipo de
violência psicológica também são variados. Pode ter a finalidade de promover
a desconfiança e a depreciação sobre o trabalho desempenhado pela vítima;
pode ser cometido por insegurança, por razões puramente pessoais ou ainda
ter como objetivo degradar a integridade física ou psíquica de uma pessoa, ou
das condições de trabalho.
Um chefe com personalidade exigente, que exija a excelência no trabalho
ou um determinado comportamento profissional, não pode, simplesmente por
isso, ser visto como agressor. A conduta dele é inerente ao seu papel e função
de coordenar e gerenciar pessoas e processos ao seu poder diretivo de
disciplinar. Assim como um servidor subordinado que discorda de ordens ou
pedido ilegais, imorais ou injustificados também não pode ser visto como
assediador. A vítima do assédio moral pode apresentar como características
comuns a baixa autoestima, desânimo para a execução das tarefas, tristeza,
apatia, e apresenta senso de culpa muito desenvolvido; costuma ser
excessivamente dedicado ao trabalho e, com a agressão, tende a perder, a
cada dia, a resistência física e psicológica para suportar humilhações.
Déjour, citado por Mendes (2013 p. 1056), considerou que “na atualidade,
os agravos mentais relacionados ao trabalho podem ser divididos em dois
grupos: patologia da sobrecarga e patologias do assédio”.
Com a prática do assédio moral nas organizações, a integração e o bom
clima de trabalho são prejudicados, o que representa também um risco à saúde
da instituição, pois pode acarretar queda na produtividade, na qualidade dos
trabalhos, aumento do índice de acidentes de trabalho, desestímulo à
criatividade e à inovação, aumento da rotatividade de pessoas e o
comprometimento dos resultados.
Do ponto de vista de Mendes (2013, p. 1672), as consequências do
23
assédio são devastadoras para a estima, na medida em que o
sentimento de culpa, o medo, a vergonha, as mágoas, os ressentimentos, o
choro frequente, o desalento e a desesperança tomam conta da existência da
vítima. Surgem dificuldades emocionais, como irritabilidade, falta excessiva de
confiança em si e nos outros, chegando a manifestarem-se manias
persecutórias, diminuição da capacidade para enfrentar o estresse, tristeza
profunda e depressão. Assim, a pessoa assediada apresenta dificuldade para
concentrar-se; nela, ocorre a diminuição da capacidade de recordar, sente
medo acentuado, considerando árduo confiar nas pessoas e fazer novas
amizades, o que faz aumentar uma notável redução dos afetos; apresenta
diminuição de interesse por atividades que anteriormente eram significativas e
prazerosas.
Como descrito por Mendes (2013), na atualidade, o esgotamento
profissional surge em muitas situações, como evidência de ocorrência do
assédio organizacional, podendo também, às vezes, derivar de assédio moral
pessoal, em que a sobrecarga de trabalho é direcionada deliberadamente a
uma pessoa em especial, com o propósito de desestabilizá-la emocionalmente.
24
É a dimensão que abrange “saber o que fazer” e “porque fazer”.
A HABILIDADE envolve utilizar os conhecimentos em uma ação. É a dimensão
que alcança o “saber como fazer”.
A ATITUDE é o que leva as pessoas a decidirem se irão ou não exercitar as
habilidades de determinados conhecimentos, ou seja, é o querer fazer.
25
organizacional, dos objetivos e do contexto em que se atua, além do
comprometimento com a missão socioeconômica da empresa em que se
trabalha. No entanto, a classificação mais usual e cobrada em provas é aquela
que particiona a habilidade em técnica, humana, interpessoal ou de
comunicação e conceitual ou de tomada de decisões.
A habilidade técnica consiste em utilizar conhecimentos, métodos,
técnicas e equipamentos necessários para o desempenho de tarefas
específicas, por meio da experiência e educação. As habilidades técnicas estão
relacionadas com o fazer, isto é, com o trabalho com “coisas”, como processos
materiais ou objetos físicos e concretos.
Por isso, são as habilidades mais requeridas no nível operacional a
habilidade humana, interpessoal ou de comunicação, que consiste na
capacidade e na facilidade para trabalhar com pessoas, comunicar,
compreender suas atitudes e motivações e liderar grupos de pessoas. Possui
importância em qualquer nível organizacional. São imprescindíveis para o bom
exercício da liderança organizacional; logo, requeridas em todos os níveis.
A habilidade conceitual ou de tomada de decisões consiste na capacidade
de compreender a complexidade da organização com um todo e o ajustamento
do comportamento de suas partes. As habilidades conceituais estão
relacionadas com o pensar, com o raciocinar, com o diagnóstico das situações
e com a formulação de alternativas de solução dos problemas. Busca relacionar
o ambiente externo ao ambiente interno da organização. Logo, são
imprescindíveis ao nível estratégico, ou seja, uma habilidade importante aos
níveis mais elevados da organização.
Assim, o relacionamento interpessoal é critério indissociável do
atendimento ao
público. Por exemplo, se conflitos internos entre servidores de um órgão público,
de conhecimento exclusivo da administração, prejudicarem a qualidade do
atendimento prestado ao cidadão, o trabalho em equipe estará comprometido no
tocante à eficácia no comportamento interpessoal.
COMPETÊNCIA INTERPESSOAL
26
as exigências da situação e as características do grupo (Moscovici).
Neste conceito, está inclusa a ideia de flexibilidade.
A competência interpessoal é a relação com o outro, é um processo de
interação que acontece entre duas ou mais pessoas e também possui um sentido
mais amplo, como sendo a arte de se dar bem com os outros. Competência
interpessoal é a habilidade de mediar relações entre a necessidade das pessoas
e as exigências do ambiente em que estão inseridas. As relações estabelecidas
através da comunicação vão além de processos mecânicos individuais de
emissão e recepção, existindo uma comunhão de ideias, valores e sentimentos.
27
c. Ter um ambiente que favoreça a cooperação e não a competição.
d. Gerenciamento de emoções (cuidados com a raiva em excesso, euforia
em excesso). Emoções ao extremo podem se tornar uma barreira.
e. Sensibilização organizacional. A organização precisa de mudar sua
cultura para que as pessoas sejam sensíveis às outras.
28
impaciente com ritmo lento, pensa e faz duas ou mais coisas ao
mesmo tempo, não suporta o ócio, é obcecada por números, metas e
acúmulo.
• Personalidade TIPO B: Aqui a pessoa não sofre de urgência, não sente
necessidade de demonstrar realização, faz as coisas com prazer e de
forma tranquila, consegue relaxar sem sentir culpa.
Esses dois tipos de personalidades são importantes no ambiente de trabalho,
pois fazem o equilíbrio relacional.
3) Comunicação eficaz.
4) Feedback: É o retorno ao outro. É uma retroação.
Existem dois tipos de feedback. O feedback no processo de comunicação,
em que o receptor envia retorno ao emissor de como entendeu a mensagem e o
feedback como desenvolvimento interpessoal, que consiste no retorno ao outro
sobre aquilo que pode melhorar no desempenho ou no comportamento.
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
29
▲ Questões para revisão e fixação. É hora de praticar!
30
REFERÊNCIAS
31