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O Registo civil é outra fonte fundamental da Demografia. Enquanto o censo levanta dados
sobre todos os indivíduos em momentos específicos, o registo civil acompanha as ocorrências
de eventos (por exemplo: nascimento, casamento, divórcio, morte) que modificam o tamanho
ou a composição da população ao longo do tempo.
Os registos civis ou seja, registo de nascimentos, óbitos e casamentos, se apresentarem uma
boa qualidade, se afiguram uma importante fonte de dados demográficos. No entanto, o
sistema de estatísticas vitais de grande parte dos países do mundo é deficitário não
permitindo que se usem como fonte fidedigna.
De acordo com Sauvy (19761), o registo civil teve origem na França em 1539 quando
Francisco I ordenou que as paróquias mantivessem registos de batismos e enterros.
Segundo as Nações Unidas2, um sistema de registo civil ou de Estatísticas Vitais, deve
compreender:
1. o registo civil oficial dos eventos vitais: óbitos, nascimentos, casamentos, divórcios e,
eventualmente, adopções, legitimações, e mudanças de ocupação e residência;
2. a contabilização destes registos em informes estatísticos;
3. a sua reunião e sistematização (consolidação); e,
4. a elaboração, apresentação e divulgação da Estatísticas referentes àqueles factos vitais.
Os registos civis devem ser feitos em impressos com formato estabelecido por lei, para cada
tipo de evento, e anotados em livros específicos, nos cartórios existentes para esses fins. Veja
que para o caso de Moçambique, os eventos são registados em livros apropriados nas
Conservatórias dos Registos Civis. O primeiro evento da vida de um indivíduo - o
nascimento - é registado num livro com um número do assento que pode ser extraído para a
Cédula Pessoal ou para a Certidão de Nascimento. Repare que nestes documentos é indicado
o número do Registo, o Livro bem como o ano de registo. O conteúdo e formato dos
formulários têm variado através do tempo.
Se esse sistema envolvesse de facto um registo contínuo, permanente e obrigatório dos
fenómenos vitais e de suas características, nem haveria necessidade de censos. Na maioria
1
SAUVY, ALFRED. Elementos de Demografia. Paris, Presses Universitaires de France, 1976. Tradução
brasileira com exemplos adaptados pelo Professor Lyra Madeira. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1976.
2
UNITED NATIONS. Principles and Recommendations for Population and Housing Censuses - Revision 2.
New York, Department of Economic and Social Affairs, Statistics Division, 2008. Statistical papers Series M,
No. 67.
dos países não existe um verdadeiro sistema de registo, o sub-registo e outras deficiências
costumam ser substanciais. Contudo há países como Suécia e Holanda, que possuem registos
actualizados dia a dia sobre os eventos vitais dos seus habitantes, e onde nem sequer há
necessidade de recenseamentos.