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Alta Idade Média

Invasões bárbaras/germânicas: a presença dos germânicos (bárbaros) no Império


Romano foi um processo que ocorreu gradualmente (penetravam no território e
participavam da agricultura e do exército) → cenário muda com a pressão invasora dos
hunos (grupo asiático) → invasões no território se multiplicam. Consequências: unidade
política vigente foi quebrada, adoção do direito consuetudinário (costume como fonte das
leis), cada homem passou a ser julgado segundo as leis de seu povo, independente do
lugar, o Direito foi particularizado, surgimento do comitatus (obrigações recíprocas entre rei
e guerreiros) e nascimento das línguas neolatinas.
Merovíngios (primeira dinastia do Reino Franco (povo germânico)): Clóvis → unificação
dos francos graças à sua conversão ao cristianismo e o apoio da Igreja e do campesinato.
Carlos Martel → Prefeito do Paço (administrador), impediu a entrada dos muçulmanos na
Europa continental na Batalha de Poitiers. Pepino, o Breve (sucessor de Carlos Martel) →
Prefeito do Paço, protetor da cristandade, destronou o último rei merovíngio, dando início à
dinastia carolíngia.
Carolíngios (segunda dinastia): Carlos Magno (sucesso de Pepino) → coroado imperador
dos romanos, teve o dever de manter e disseminar a fé cristã, expansão territorial e
religiosa ("pai da Europa"), Renascimento Carolíngio (investimento na produção cultural e
artística), divisão do império em marcas, condados e ducados → morre → disputas entre
seus netos resultam no esfacelamento do Império Carolíngio, com o Tratado de Verdum.
Cristianismo: Igreja Católica visava fortalecer a presença do cristianismo, propagar sua fé
e evitar a perseguição aos cristãos no Império Romano → cristianismo vira a religião oficial
→ formação do clero → estabelecimento de dogmas (princípios religiosos) e heresias →
bispo de Roma vira papa. Obs.: Igreja não aceitava o paganismo.
Monastérios: grandes centros de estudo e preservação de tradições culturais. Os monges
recolhiam-se em comunidades fechadas para orar, estudar e combater o mal.
Monges copistas: copiavam as Sagradas Escrituras e textos clássicos greco-romanos.
Cisma do Oriente: consolidação do poder do papa → aumento das rivalidades com a Igreja
oriental (papa e bispo de Constantinopla disputavam pela chefia) → separação da Igreja em
Católica Romana e Ortodoxa Grega.
Cesaropapismo: o imperador acumulava as funções de chefe de Igreja e de Estado.
Feudalismo: modelo europeu de colonização e produção originado do declínio da
escravidão no Império Romano, da desestruturação dos impérios Romano do Ocidente e
Carolíngio, da fidelidade pessoal dos germanos e da transferência das famílias para o meio
rural à procura de proteção contra guerras e invasões; vinculação com a agricultura, rígida
hierarquia social (com o enfraquecimento do poder central e autoridade, os grandes
proprietários ampliaram seus poderes locais), pluralismo decorrente da ruralização durante
as invasões bárbaras, vinculações pessoais (clientela e vassalagem), relações de defesa
(comitatus), clericalismo, mudança da forma de pensar (cristianismo e princípios divinos).
Relações econômicas feudais: produção agrícola → senhorio (unidade produtiva), servo
(mão de obra mais importante, vinculado à terra), manso servil (terra concedida ao servo
para obter seu sustento → tinha que pagar tributos).
Servidão feudal: relação de dependência entre o servo/camponês, preso às terras de um
feudo, e o senhor feudal. O primeiro devia ao segundo obrigações, pagas pela talha e
corvéia. Em contrapartida, o senhor devia proteção ao servo e à sua família.
Talha: servo paga ao senhor com parte de sua produção.
Mão-morta: servo paga para que os filhos recebam a terra após sua morte.
Banalidades: servo paga para usar as instalações e as terras comunais.
Corvéia: servo paga o senhor com seu trabalho.
Tostão de Pedro: servo paga à Igreja 10% de sua produção → dízimo.
Formariage: servo paga uma taxa para se casar com uma mulher de outro feudo.
Economia feudal: agricultura e criação de animais, sem a preocupação de produzir
excedentes para comercialização, autossuficiente, o feudo era a unidade de produção,
pouco uso de moeda, comércio baseado no escambo, comércio reduzido/localizado, baixo
nível técnico, uso de rotação de culturas para a preservação do solo.
Relações sociais e políticas feudais: poder descentralizado e dividido entre os senhores
feudais (monarquias feudais), guerras contínuas, organização estamental, sociedade de
ordens, funções vitalícias e hereditárias, definidas pelo nascimento → clero: os que rezam,
nobreza: os que lutam, servos: os que trabalham → relações de dependência marcadas por
fidelidade, obediência e reciprocidade. Obs.: o rei existia, mas o poder não estava
centralizado nele.
Suserania e vassalagem: o vassalo auxiliava o senhor na guerra e ações militares e
jurava-lhe fidelidade em troca de proteção e um lugar no sistema de produção.
Mulher: (lógica cristã) santa X pecadora, suspeita e receio → inferiorização e subordinação
devido à sua culpa pela expulsão do Paraíso Terrestre e não saber manusear armas.
Colonato: sistema de trabalho servil que se desenvolveu com a crise do Império Romano,
quando escravos e plebeus empobrecidos passaram a trabalhar como colonos em terras de
um grande senhor → o proprietário oferecia terra e proteção ao colono, recebendo dele um
rendimento do seu trabalho.
Comitatus: juramento de fidelidade entre os guerreiros e seu chefe, baseado na honra e na
lealdade, pelo qual as terras conquistadas eram divididas entre si; o comitatus foi herdado
dos germanos.
Beneficium: os chefes guerreiros germânicos recompensavam seus guerreiros
concedendo-lhes possessões de terras, que foram chamadas mais tarde de feudos → em
troca o beneficiado oferecia fidelidade, trabalho e ajuda militar ao senhor.
Império Bizantino: língua grega, capital Constantinopla (controle da passagem do mar
Negro ao Egeu e ao Mediterrâneo → favorecimento do comércio), mão de obra escrava,
imperador tinha apoio da Igreja. Imperador Justiniano → elaborou o Código para organizar a
política e aderiu ao cesaropapismo.
Movimento iconoclasta: proibição do uso de imagens nos templos como forma de conter o
poder do clero.
Igreja católica: clero secular (contato com população), clero regular (reclusão → monges),
alto clero (topo, nobres), baixo clero (base, camponeses e baixa nobreza); lógica religiosa:
manutenção da ordem social, conservação de estruturas, dicotomia (bem X mal), controle
sobre o tempo do homem (nascimento, morte, sinos); Igreja Temporal: enriquecimento do
alto clero, fortalecimento político, grande propriedade de terras, heranças e doações;
exclusão dos judeus e perseguição a heresias.
Medos: os medos que circundavam a população da Idade Média eram materiais e
espirituais → crise econômica decorrente do final do Império Romano, guerra constante
(disputas territoriais, saques, questões políticas e religiosas, rivalidades familiares e
aumento de poder), invasões bárbaras, baixa demográfica, pestes, forte conteúdo religioso
de punição divina ao pecados → eles ajudaram a configurar a Idade Média socialmente,
contribuindo para o alargamento do poder da Igreja católica.
Patrística: ensinamentos dos primeiros padres da Igreja → Santo Agostinho: teoria do
livre-arbítrio (Deus concede ao homem a liberdade para escolher suas ações).

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