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SESMT – CONSULTORIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO

NR 5 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE


ACIDENTES – CIPA.

Manual do Colaborador

Edição: 01

Vila Velha
2016

Avenida Henrique Moscoso Nº 1954, Centro, Vila Velha, ES.


Tel.: 027 3063-2484
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SESMT
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.

APRESENTAÇÃO

Este treinamento foi desenvolvido exclusivamente para sua empresa. Nesta


apostila apresentamos os conceitos fundamentais da Segurança e Saúde
Ocupacional, elencados na Norma Regulamentadora NR 5 – Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes – CIPA elaborada pelo Ministério do Trabalho em
conjunto com a Sociedade Civil. Estas normas são de observância obrigatória
pelas empresas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT). O não cumprimento das disposições legais e
regulamentares sobre segurança e saúde ocupacional implica em penalidades
previstas na legislação gerando prejuízos trabalhistas e até mesmo acidentes
fatais.

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Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.

Sumário

APRESENTAÇÃO............................................................................................................................ 3

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO........................................................................................................ 5

HISTÓRICO................................................................................................................................................5

CAPÍTULO 2 - LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PREVENÇÃO..................................................6

LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL................................................................................................................6
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA.......................................................................................................................6
FILOSOFIA DA PREVENÇÃO..................................................................................................................11

CAPÍTULO 3 – A NORMA REGULAMENTADORA N° 5 CIPA..................................................12

O OBJETIVO.........................................................................................................................................12
DA CONSTITUIÇÃO...............................................................................................................................12
DA ORGANIZAÇÃO................................................................................................................................13
DAS ATRIBUIÇÕES...............................................................................................................................15
DO FUNCIONAMENTO...........................................................................................................................17
DO TREINAMENTO................................................................................................................................19
DO PROCESSO ELEITORAL..................................................................................................................20
DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS...............................................................................................22

CAPÍTULO 4 – ESTUDO DO AMBIENTE E CONDIÇÕES DE TRABALHO..............................23

O MAPA DE RISCOS.............................................................................................................................23
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS.........................................................................................26
AVALIAÇÃO DOS RISCOS.....................................................................................................................32
RESULTADOS E LOCALIZAÇÃO DO MAPA DE RISCOS.........................................................................33
O AGENTE MAPEADOR.........................................................................................................................34
O PLANO DE TRABALHO......................................................................................................................34
INSPEÇÕES DE SEGURANÇA................................................................................................................36
OUTRAS CAUSAS DE ACIDENTES DO TRABALHO................................................................................40

CAPÍTULO 5 – NOÇÕES SOBRE DST E AIDS...........................................................................43

A AIDS.................................................................................................................................................43
OUTRAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMITIDAS.............................................................................45
DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.............................................................47
TRATAMENTO PARA DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.........................................................47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................. 48

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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

Histórico

A CIPA foi a primeira grande manifestação de atividades preventivas de


acidentes do trabalho no Brasil, assim como o primeiro movimento de âmbito
nacional e de caráter prático, tanto da parte das autoridades que criaram
dispositivos legais para o funcionamento das CIPA's como da parte de
empresas privadas que passaram a organizá-las em seus estabelecimentos.

Com o advento da CIPA, a prevenção de acidentes do trabalho no


território brasileiro ficou institucionalizada, pois até então, a ideia da prevenção
de acidentes era embrionária e dissimulada em algumas pessoas preocupadas
com os problemas de acidentes.

As ideias da prevenção de acidentes tornaram-se cada vez mais fortes a


partir da iniciativa privada, cuja sensibilidade pelos problemas de acidentes foi
despertada, começando de fato, o movimento de prevenção de acidentes do
trabalho entre nós, cujo mérito, em grande parte deve ser dado à criação da
CIPA.

Apesar de ter seu início confuso devido às instruções para seu


funcionamento, o pouco interesse da maioria das empresas e poucos recursos
para sua implantação, a CIPA foi tomando raízes e se fortalecendo ao longo
dos anos, vindo a se tornar a instituição mais tradicional no campo da
prevenção de acidentes do trabalho.

A implantação da CIPA contou com o apoio de órgãos do então


Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, da ABPA - Associação Brasileira
para Prevenção de Acidentes e do SESI - Serviço Social da Empresa, bem
como de empresas particulares e pessoas preocupadas que não mediram
esforços para que a CIPA fosse uma realidade.

A CIPA teve sua origem em recomendação da OIT - Organização


Internacional do Trabalho, não sendo uma instituição genuinamente brasileira,
como poderia ser.

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CAPÍTULO 2 - Legislação Trabalhista e Prevenção

Legislação Internacional

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a agência das Nações


Unidas criada em 1919 e que tem por missão promover oportunidades para
que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo,
em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade.
A Organização Internacional do Trabalho - OIT é um organismo tripartite,
ou seja, sua composição é formada por representantes de entidades de
trabalhadores, empregadores e governo, os três principais atores do mercado
de trabalho.
  A OIT é um centro mundial de informações, estatísticas, pesquisas e
estudos sobre trabalho. Os resultados de suas reuniões servem de referência
nacional e internacional.
  A OIT é o organismo responsável pelo controle e emissão de normas
referentes ao trabalho no âmbito internacional, com o objetivo de regulamentar
as relações de trabalho por meio das convenções, recomendações e
resoluções, visando proteger as relações entre empregados e empregadores
no âmbito internacional.

Legislação brasileira

 Decreto Lei 5.452, de 1° de Maio de 1943

Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho

Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas
pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas
especificadas.

Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições,


a composição e o funcionamento das CIPA (s).

Art. 164 - Cada CIPA será composta de representantes da empresa e


dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na
regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior.

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§ 1º - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão


por eles designados.

§ 2º - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão


eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de
filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.

§ 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um)


ano, permitida uma reeleição.

§ 4º - O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro


suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de menos da metade
do número de reuniões da CIPA.

§ 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os seus


representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão, dentre eles,
o Vice-Presidente.

Art. 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s)


não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se
fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro.

Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em


caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer
dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar
o empregado.

 Lei 6.367, de 19 de Outubro de 1976

Dispõe sobre o seguro de acidentes do trabalho a cargo da INPS e dá


outras providências.

Art. 2º Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do


trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária,
da capacidade para o trabalho.

§ 1º Equiparam-se ao acidente do trabalho, para os fins desta lei:

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I - a doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou


peculiar a determinado ramo de atividade e constante de relação organizada
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS);

II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa


única, haja contribuído diretamente para a morte, ou a perda, ou redução da
capacidade para o trabalho;

III - o acidente sofrido pelo empregado no local e no horário do trabalho,


em consequência de:

a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros, inclusive


companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro
inclusive companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação ou incêndio;
f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.

IV - a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal de área


médica, no exercício de sua atividade;

V - o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário


de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade


da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe
evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção
utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado;
d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela.

 Lei 8.213/91 – Regulamento de Benefícios da Previdência


Social.

Capítulo II – Das Prestações em Geral

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Seção I - Das Espécies de Prestações

Art. 18.  O Regime Geral de Previdência Social compreende as


seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de
acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:

I - quanto ao segurado:

a) aposentadoria por invalidez;


e) auxílio-doença;
h) auxílio-acidente;

III - quanto ao segurado e dependente:

b) serviço social;
c) reabilitação profissional.

Art. 19.  Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a


serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho:

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e


individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa


de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os


riscos da operação a executar e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os


sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel
cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o
Regulamento.

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo


anterior, as seguintes entidades mórbidas:

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I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada


pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da
respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social;

II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em


função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que
ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na


relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais
em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a
Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos


desta Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa


única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou
perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção
médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em


consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou


companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;

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c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de


companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no


exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de


trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da


empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando
financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de
obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da


satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante
este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do


trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se
superponha às consequências do anterior.

Filosofia da prevenção

Conforme o Anuário Brasileiro da Revista Proteção (2002), os acidentes


e as doenças do trabalho abrem rombos expressivos nos cofres públicos. Em
nível mundial, 4% do somatório do Produto Interno Bruto (PIB) das nações é
perdido com o custeio dos mesmos. No Brasil, as duas perdas consomem
2,2% do PIB, o equivalente a R$ 23,6 bilhões, sendo que o Brasil é o 4º país do
mundo com mais mortes por acidentes de trabalho.

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Segundo a abordagem comportamental do trabalho desenvolvida nos


anos 60 e 70 Slack et al (1997), alegava que os trabalhos projetados com base
puramente na divisão do trabalho, administração científica ou princípios
ergonômicos, alienavam as pessoas no trabalho.
Para estes autores, era importante uma abordagem de projeto de
trabalho que levasse em conta a necessidade das pessoas tirar algo positivo
de seus trabalhos, como a autoestima e o desenvolvimento pessoal, pois seria
mais compensador e motivador no sentido de incentivar as pessoas a contribuir
com seus talentos e habilidades.
Os objetivos desta abordagem seriam proporcionar trabalhos que
tivessem uma qualidade de vida maior e atingir melhor desempenho para a
operação, tanto em termos de qualidade como de produtividade, em função
dos níveis de motivação.
Para o autor Zocchio (2002), a segurança do trabalho é uma forma
abrangente de prevenção, que une dois pontos de convergência das ações e
medidas preventivas: os acidentes do trabalho e as doenças ocupacionais.
O autor explica que quando se pensa em prevenir acidentes do trabalho,
deve-se ter em mente também a prevenção de doenças ocupacionais, dois
males com alguns pontos comuns que preocupam igualmente por seus
aspectos humanitário, social e econômico.
Assim, segurança do trabalho é um conjunto de medidas e ações
aplicadas para prevenir acidentes e doenças ocupacionais nas atividades das
empresas ou estabelecimentos.
Tais medidas e ações são de caráter técnico, educacional, médico,
psicológico e motivacional, incluindo também medidas administrativas
favoráveis.

CAPÍTULO 3 – A Norma Regulamentadora n° 5 CIPA

O Objetivo

5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como


objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo
a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e
a promoção da saúde do trabalhador.

Da Constituição

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5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular


funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes,
associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que
admitam trabalhadores como empregados.

5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos


trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as
disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores
econômicos específicos.

5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais


estabelecimentos, deverá garantir a integração das CIPA e dos designados,
conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e
saúde no trabalho. (Revogado pela Portaria SIT 247/2011).

5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial


estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de
integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de
uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo.

Da Organização

5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos


empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I desta
NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores
econômicos específicos.

5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão


por eles designados.

5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão


eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de
filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados.

5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA,


considerando a ordem decrescente de votos recebidos, observará o
dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações
disciplinadas em atos normativos de setores econômicos específicos.

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5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a


empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR,
podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, através
de negociação coletiva.

5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano,


permitida uma reeleição.

5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado


eleito para cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes
desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.

5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não


descaracterizem suas atividades normais na empresa, sendo vedada a
transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência, ressalvado o
disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.

5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a


representação necessária para a discussão e encaminhamento das soluções
de questões de segurança e saúde no trabalho analisadas na CIPA.

5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente


da CIPA, e os representantes dos empregados escolherão entre os titulares o
vice-presidente.

5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no


primeiro dia útil após o término do mandato anterior.

5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um


secretário e seu substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo
neste caso necessária a concordância do empregador.

5.14 A documentação referente ao processo eleitoral da CIPA, incluindo


as atas de eleição e de posse e o calendário anual das reuniões ordinárias,
deve ficar no estabelecimento à disposição da fiscalização do Ministério do
Trabalho e Emprego.

5.14.1 A documentação indicada no item 5.14 deve ser encaminhada ao


Sindicato dos Trabalhadores da categoria, quando solicitada.

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5.14.2 O empregador deve fornecer cópias das atas de eleição e posse


aos membros titulares e suplentes da CIPA, mediante recibo.

5.15 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido,


bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do
mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados
da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do
estabelecimento.

Das Atribuições

5.16 A CIPA terá por atribuição:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de


riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria
do SESMT, onde houver;

b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na


solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas


de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação
nos locais de trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de


trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a
segurança e saúde dos trabalhadores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas


em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram
identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde


no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas


pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e
processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

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h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a


paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à
segurança e saúde dos trabalhadores;

i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e


de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras,


bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à
segurança e saúde no trabalho;

l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o


empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e
propor medidas de solução dos problemas identificados;

m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões


que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a


Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT;

p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas


de Prevenção da AIDS.

5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios


necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente
para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho.

5.18 Cabe aos empregados:

 participar da eleição de seus representantes;


 colaborar com a gestão da CIPA;
 indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e
apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho;
 observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações
quanto a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho.

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5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:

 convocar os membros para as reuniões da CIPA;


 coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e
ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão;
 manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
 coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
 delegar atribuições ao Vice-Presidente;

5.20 Cabe ao Vice-Presidente:

 executar atribuições que lhe forem delegadas;


 substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos
seus afastamentos temporários;

5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as


seguintes atribuições:

 cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para


o desenvolvimento de seus trabalhos;
 coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para
que os objetivos propostos sejam alcançados;
 delegar atribuições aos membros da CIPA;
 promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando
houver;
 divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do
estabelecimento;
 encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
 constituir a comissão eleitoral.

5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:

 acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-


as para aprovação e assinatura dos membros presentes;
 preparar as correspondências; e
 outras que lhe forem conferidas.

Do Funcionamento

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5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o


calendário preestabelecido.

5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o


expediente normal da empresa e em local apropriado.

5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com


encaminhamento de cópias para todos os membros.

5.26 As atas devem ficar no estabelecimento à disposição da


fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.

5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine


aplicação de medidas corretivas de emergência;

b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

c) houver solicitação expressa de uma das representações.

5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.

5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação


direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a
ocorrência na ata da reunião.

5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante


requerimento justificado.

5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a


próxima reunião ordinária, quando será analisado, devendo o Presidente e o
Vice-Presidente efetivar os encaminhamentos necessários.

5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por


suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.

5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será


suprida por suplente, obedecida a ordem de colocação decrescente que consta
na ata de eleição, devendo os motivos ser registrados em ata de reunião.

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5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador


indicará o substituto, em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros
da CIPA.

5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os


membros titulares da representação dos empregados, escolherão o substituto,
entre seus titulares, em dois dias úteis.

5.31.3 Caso não existam suplentes para ocupar o cargo vago, o


empregador deve realizar eleição extraordinária, cumprindo todas as
exigências estabelecidas para o processo eleitoral, exceto quanto aos prazos,
que devem ser reduzidos pela metade.

5.31.3.1 O mandato do membro eleito em processo eleitoral


extraordinário deve ser compatibilizado com o mandato dos demais membros
da Comissão.

5.31.3.2 O treinamento de membro eleito em processo extraordinário


deve ser realizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da
posse.

Do Treinamento

5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da


CIPA, titulares e suplentes, antes da posse.

5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no


prazo máximo de trinta dias, contados a partir da data da posse.

5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão


anualmente treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do
objetivo desta NR.

5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os


seguintes itens:

 estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos


riscos originados do processo produtivo;

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 metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do


trabalho;
 noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de
exposição aos riscos existentes na empresa;
 noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e
medidas de prevenção;
 noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas
à segurança e saúde no trabalho;
 princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle
dos riscos;
 organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício
das atribuições da Comissão.

5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no


máximo oito horas diárias e será realizado durante o expediente normal da
empresa.

5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa,


entidade patronal, entidade de trabalhadores ou por profissional que possua
conhecimentos sobre aos temas ministrados.

5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive


quanto à entidade ou profissional que o ministrará, constando sua
manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a entidade ou profissional
que ministrará o treinamento.

5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens


relacionados ao treinamento, a unidade descentralizada do Ministério do
Trabalho e Emprego, determinará a complementação ou a realização de outro,
que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência
da empresa sobre a decisão.

Do Processo Eleitoral

5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos


representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta)
dias antes do término do mandato em curso.

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5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do


processo eleitoral ao sindicato da categoria profissional.
5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus
membros, no prazo mínimo de 55 (cinquenta e cinco) dias antes do término do
mandato em curso, a Comissão Eleitoral - CE, que será a responsável pela
organização e acompanhamento do processo eleitoral.

5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão


Eleitoral será constituída pela empresa.

5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:

 publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e


visualização, no prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias antes
do término do mandato em curso;
 inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para
inscrição será de quinze dias;
 liberdade de inscrição para todos os empregados do
estabelecimento, independentemente de setores ou locais de
trabalho, com fornecimento de comprovante;
 garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
 realização da eleição no prazo mínimo de 30 (trinta) dias antes do
término do mandato da CIPA, quando houver;
 realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os
horários de turnos e em horário que possibilite a participação da
maioria dos empregados.
 voto secreto;
 apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com
acompanhamento de representante do empregador e dos
empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral;
 faculdade de eleição por meios eletrônicos;
 guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à
eleição, por um período mínimo de cinco anos.

5.41 Havendo participação inferior a cinquenta por cento dos


empregados na votação, não haverá a apuração dos votos e a comissão
eleitoral deverá organizar outra votação que ocorrerá no prazo máximo de dez
dias.

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5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas


na unidade descentralizada do MTE, até trinta dias após a data da posse dos
novos membros da CIPA.

5.42.1 Compete à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e


Emprego, confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua
correção ou proceder à anulação quando for o caso.

5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no


prazo de cinco dias, a contar da data de ciência, garantidas as inscrições
anteriores.

5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da


CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato anterior, quando houver,
até a complementação do processo eleitoral.

5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os


candidatos mais votados.

5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de


serviço no estabelecimento.

5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de


eleição e apuração, em ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação
posterior, em caso de vacância de suplentes.

Das Contratantes e Contratadas

5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de


serviços, considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o
local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades.

5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo


estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa contratante deverá, em
conjunto com as das contratadas ou com os designados, definir mecanismos
de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às
decisões das CIPA existentes no estabelecimento.

5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo


estabelecimento, deverão implementar, de forma integrada, medidas de

22
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prevenção de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da presente NR,


de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e
saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento.
5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as
empresas contratadas, suas CIPA, os designados e os demais trabalhadores
lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos
presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção
adequadas.

5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para


acompanhar o cumprimento pelas empresas contratadas que atuam no seu
estabelecimento, das medidas de segurança e saúde no trabalho.

CAPÍTULO 4 – Estudo do Ambiente e Condições de Trabalho

Os acidentes de trabalho, assim definidos pela legislação abordada no


Capítulo 2 são causados por:

 Fator pessoal de insegurança (fator pessoal): causa relativa ao


comportamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente
ou à prática do ato inseguro;

 Ato inseguro: ação ou omissão que, contrariando os preceitos de


segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente;

 Condição ambiente de insegurança (condição ambiente):


condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua
ocorrência.

Um bom estudo do ambiente de trabalho e das condições das atividades


desenvolvidas deve identificar todos os riscos para que sejam tomas as ações
corretivas de eliminação, controle e/ou atenuação através de Equipamentos de
Proteção Individual ou Coletiva.
Uma vez identificados riscos que não podem ser eliminados e para os
quais foram elaboradas medidas de prevenção e controle, deve-se mapeá-los e
disponibilizar informações a respeito em pontos de fácil observação por todos
os usuários dos locais de trabalho sujeitos a estes riscos.

23
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O Mapa de Riscos

O mapa de riscos é a representação gráfica dos riscos de acidentes


presentes nos locais de trabalho inerentes ou não ao processo produtivo. Deve
ser de fácil visualização e afixado em locais acessíveis para informação quanto
às principais áreas de risco e orientação de todos os que ali atuam e de
eventuais transeuntes. No mapa de riscos, círculos de cores e tamanhos
diferentes mostram os locais e os fatores que podem gerar situações de perigo
pela presença de agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e
mecânicos.
O mapeamento deve ser feito anualmente, toda vez que se renova a
CIPA. Com essa reciclagem, cada vez mais trabalhadores aprendem a
identificar e a registrar graficamente os focos de acidentes nas empresas,
contribuindo para eliminá-los ou controlá-los.
A obrigatoriedade do mapeamento de riscos ambientais se encontra em
pleno vigor. A realização do mapa é informada formalmente ao empregador por
meio da cópia da ata da respectiva reunião da CIPA. Após 30 dias ele deverá
dizer se cabe a adoção das medidas sugeridas pela CIPA para eliminar os
focos de risco. Os prazos para a adoção das medidas são negociados entre as
CIPAs e as empresas.

O Mapa de Riscos tem como objetivos:

1. reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico


da situação de segurança e saúde no trabalho na empresa;

2. possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de


informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua
participação nas atividades de prevenção.

Etapas de elaboração:

a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:

 os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos


profissionais e de segurança e saúde, jornada;
 os instrumentos e materiais de trabalho;
 as atividades exercidas;
 o ambiente.

24
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b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a


classificação da Tabela I;
c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:

 medidas de proteção coletiva;


 medidas de organização do trabalho;
 medidas de proteção individual;
 medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios,
vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer.

d) identificar os indicadores de saúde:

 queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores


expostos aos mesmos riscos;
 acidentes de trabalho ocorridos;
 doenças profissionais diagnosticadas;
 causas mais frequentes de ausência ao trabalho.

e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;


f) elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando
através de círculo:

 o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor


padronizada na Tabela I;
 o número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve
ser anotado dentro do círculo;
 a especificação do agente (por exemplo: químico - sílica,
hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico como postura e
ritmo excessivo) que deve ser anotada também dentro do
círculo;
 a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos
trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos
proporcionalmente diferentes de círculos.

Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo


ou setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma claramente
visível e de fácil acesso para os trabalhadores.
No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos do
estabelecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços,

25
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devendo ser revisto sempre que um fato novo e superveniente modificar a


situação de riscos estabelecida.

TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS,


DE ACORDO COM A SUA NATUREZA E A PADRONIZAÇÃO DAS CORES
CORRESPONDENTES.

GRUPO 1:  GRUPO 2: GRUPO 3: MARROM GRUPO 4: AMARELO GRUPO 5: 


VERDE VERMELHO AZUL

RISCOS  RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS DE


FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS ACIDENTES
RUÍDOS POEIRAS VÍRUS ESFORÇO FÍSICO ARRANJO FÍSICO
INTENSO INADEQUADO

VIBRAÇÕES FUMOS BACTÉRIAS LEVANTAMENTO E MÁQUINAS E


TRANSPORTE EQUIPAMENTOS SEM
MANUAL DE PESO PROTEÇÃO

RADIAÇÕES NÉVOAS PROTOZOÁRIOS EXIGÊNCIA DE FERRAMENTAS


IONIZANTES POSTURA INADEQUADAS OU
INADEQUADA DEFEITUOSAS

RADIAÇÕES NÃO NEBLINAS FUNGOS CONTROLE RÍGIDO ILUMINAÇÃO


IONIZANTES DE PRODUTIVIDADE INADEQUADA

FRIO GASES PARASITAS IMPOSIÇÃO DE ELETRICIDADE


RITMOS EXCESSIVOS

CALOR VAPORES BACILOS TRABALHO EM PROBABILIDADE DE


TURNO E NOTURNO INCÊNDIO OU
EXPLOSÃO

PRESSÕES
ANORMAIS
SUBSTÂNCIAS,
COMPOSTOS OU
  JORNADAS DE
TRABALHO
ARMAZENAMENTO
INADEQUADO
PRODUTOS PROLONGADAS
QUÍMICOS EM GERAL

UMIDADE
    MONOTONIA E
REPETITIVIDADE
ANIMAIS
PEÇONHENTOS

      OUTRAS SITUAÇÕES
CAUSADORAS DE
OUTRAS SITUAÇÕES
DE RISCO QUE
STRESS FÍSICO E/OU PODERÃO
PSÍQUICO CONTRIBUIR PARA A
OCORRÊNCIA DE
ACIDENTES

Classificação dos Riscos Ambientais

Os agentes que causam riscos à saúde dos trabalhadores e que


costumam estar presente nos locais de trabalho são agrupados em cinco
grupos:
 Agentes físicos;
 Agentes químicos;
 Agentes biológicos;
 Agentes ergonômicos;
 Agentes de acidentes.
Cada um desses tipos de agentes é responsável por diferentes riscos
ambientais que podem provocar danos à saúde ocupacional dos servidores.

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Grupo I – Agentes Físicos

São considerados agentes físicos as diversas formas de energia a que


possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruídos, vibração, pressões
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não
ionizantes, bem como, o infrassom e o ultrassom.

Riscos à saúde:

Ruídos: provocam cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição


(surdez temporária, surdez definitiva e trauma acústico), aumento da pressão
arterial, problemas no aparelho digestivo, taquicardia, perigo de infarto;

Vibrações: cansaço, irritação, dores nos membros, dores na coluna, doença


do movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos
moles, lesões circulatórias;

Calor ou frio extremos: taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação,


fadiga térmica, prostração térmica, choque térmico, perturbação das funções
digestivas, hipertensão;

Radiações ionizantes: alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais,


acidentes do trabalho;

Radiações não ionizantes: queimaduras, lesões na pele, nos olhos e em


outros órgãos. É muito importante saber que a presença de produtos ou
agentes no local de trabalho como, por exemplo, radiações infravermelhas,
presentes em operações de fornos, de solda oxiacetilênica; ultravioleta,
produzida pela solda elétrica; de raios laser podem causar ou agravar
problemas visuais (ex. catarata, queimaduras, lesões na pele, etc.). Mas isto
não quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saúde, pois depende
da combinação de muitas condições como a natureza do produto, a sua
concentração, o tempo e a intensidade que a pessoa fica exposta a eles, por
exemplo;

Umidade: doenças do aparelho respiratório, da pele e circulatórias, e


traumatismos por quedas;

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Pressões anormais: embolia traumática pelo ar, embriaguez das


profundidades, intoxicação por oxigênio e gás carbônico, doença
descompressiva;

Grupo II – Agentes Químicos.

São considerados agentes químicos as substâncias, compostos ou


produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas
de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza
da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão.
Os principais tipos de agentes químicos que atuam sobre o organismo
humano, causando problemas de saúde, são: gases, vapores e névoas;
aerodispersóides (poeiras e fumos metálicos).

 Aerodispersóides: ficam em suspensão no ar em ambientes de


trabalho, podem ser poeiras minerais, vegetais, alcalinas, incômodas ou
fumos metálicos:
 Poeiras minerais: provêm de diversos minerais, como sílica, asbesto,
carvão mineral, e provocam silicose (quartzo), asbestose (asbesto),
pneumoconioses (ex.: carvão mineral, minerais em geral).
 Poeiras vegetais: são produzidas pelo tratamento industrial, por
exemplo, de bagaço de cana de açúcar e de algodão, que causam
bagaçose e bissinose, respectivamente.
 Poeiras alcalinas: provêm em especial do calcário, causando doenças
pulmonares obstrutivas crônicas, como enfisema pulmonar.
 Poeiras incômodas: podem interagir com outros agentes agressivos
presentes no
 ambiente de trabalho, tornando-os mais nocivos à saúde,
 Fumos metálicos: provenientes do uso industrial de metais, como
chumbo, manganês, ferro, etc., causando doença pulmonar obstrutiva
crônica, febre de fumos metálicos, intoxicações específicas, de acordo
com o metal.

Riscos à saúde:

Os gases, vapores e névoas podem provocar efeitos irritantes, asfixiantes ou


anestésicos:

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 Efeitos irritantes: são causados, por exemplo, por ácido clorídrico,


ácido sulfúrico, amônia, soda cáustica, cloro, que provocam irritação das
vias aéreas superiores.
 Efeitos asfixiantes: gases como hidrogênio, nitrogênio, hélio, metano,
acetileno, dióxido de carbono, monóxido de carbono e outros causam
dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma e até morte.
 Efeitos anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos assim como o
butano, propano, aldeídos, acetona, cloreto de carbono, benzeno, xileno,
álcoois, tolueno, tem ação depressiva sobre o sistema nervoso central,
provocando danos aos diversos órgãos. O benzeno especialmente é
responsável por danos ao sistema formador do sangue.

Grupo III – Agentes Biológicos.

São considerados agentes biológicos os bacilos, bactérias, fungos,


protozoários, parasitas, vírus, entre outros.
Os riscos biológicos surgem do contato de certos microrganismos e
animais peçonhentos com o homem em seu local de trabalho. Assim pode
haver exposição a animais peçonhentos como cobras e escorpiões, bem como
as aranhas, insetos e ofídios peçonhentos.

Riscos à saúde:

Podem causar as seguintes doenças: Tuberculose, intoxicação


alimentar, fungos (microrganismos causadores de infecções), brucelose,
malária, febre amarela.
As formas de prevenção para esses grupos de agentes biológicos são:
vacinação, esterilização, higiene pessoal, uso de EPI, ventilação, controle
médico e controle de pragas.

Grupo IV – Agentes Ergonômicos.

São os agentes caracterizados pela falta de adaptação das condições de


trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador.

Entre os agentes ergonômicos mais comuns estão:

 Trabalho físico pesado;


 Posturas incorretas;
 Posições incômodas;

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 Repetitividade;
 Monotonia;
 Ritmo excessivo;
 Trabalho em turnos e trabalho noturno;
 Jornada prolongada.

Riscos à saúde:

Trabalho físico pesado, posturas incorretas e posições incômodas:


provocam cansaço, dores musculares e fraqueza, além de doenças como
hipertensão arterial, diabetes, úlceras, moléstias nervosas, alterações no sono,
acidentes, problemas de coluna, etc.

Ritmo excessivo, monotonia, trabalho em turnos, jornada prolongada,


conflitos, excesso de responsabilidade: provocam desconforto, cansaço,
ansiedade, doenças no aparelho digestivo (gastrite, úlcera), dores musculares,
fraqueza, alterações no sono e na vida social (com reflexos na saúde e no
comportamento), hipertensão arterial, taquicardia, cardiopatias (angina, infarto),
tenossinovite, diabetes, asmas, doenças nervosas, tensão, medo, ansiedade.

Grupo V – Agentes de Acidentes (Mecânicos).

São arranjos físicos inadequados ou deficientes, máquinas e


equipamentos, ferramentas defeituosas, inadequadas ou inexistentes,
eletricidade, sinalização, perigo de incêndio ou explosão, transporte de
materiais, edificações, armazenamento inadequado, etc.
Essas deficiências podem abranger um ou mais dos seguintes aspectos:

 Arranjo físico;
 Edificações;
 Sinalizações;
 Instalações elétricas;
 Máquinas e equipamentos sem proteção;
 Equipamento de proteção contra incêndio;
 Ferramentas defeituosas ou inadequadas;
 Epi inadequado;
 Armazenamento e transporte de materiais;
 Iluminação deficiente.

Riscos à saúde:

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Arranjo físico: quando inadequado ou deficiente, pode causar acidentes e


desgaste físico excessivo nos servidores.

Máquinas sem proteção: podem provocar acidentes graves.

Instalações elétricas deficientes: trazem riscos de curto circuito, choque


elétrico, incêndio, queimaduras, acidentes fatais.

Matéria prima sem especificação e inadequada: acidentes, doenças


profissionais, queda da qualidade de produção.

Ferramentas defeituosas ou inadequadas: acidentes, com repercussão


principalmente nos membros superiores.

Falta de EPI ou EPI inadequado ao risco: acidentes, doenças profissionais.


Transporte de materiais, peças, equipamentos sem as devidas
precauções: acidentes.

Edificações com defeitos de construção a exemplo de piso com


desníveis, escadas com ausência de saídas de emergência, mezaninos
sem proteção, passagens sem a altura necessária: quedas, acidentes.

Falta de sinalização das saídas de emergência, da localização de escadas


e rotas de fuga, alarmes, de incêndios: falha no atendimento as
emergências, acidentes.

Armazenamento e manipulação inadequados de inflamáveis e gases,


curto circuito, sobrecargas de redes elétricas: incêndios, explosões.

Armazenamento e transporte de materiais: a obstrução de áreas traz riscos


de acidentes, de quedas, de incêndio, de explosão etc.

Equipamento de proteção contra incêndios: quando deficiente ou


insuficiente, traz efetivos riscos de incêndios.

Sinalização deficiente: falta de uma política de prevenção de acidentes, não


identificação de equipamentos que oferecem risco, não delimitação de áreas,
informações de segurança insuficientes etc. comprometem a saúde
ocupacional dos servidores.

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Avaliação dos Riscos

Com as informações anotadas, a CIPA deve fazer uma reunião para


examinar cada risco identificado na visita ao órgão. Nesta fase, faz-se a
classificação dos perigos existentes conforme o tipo de agente, de acordo com
a Tabela de Riscos Ambientais. Também se determina o grau ("tamanho"):
pequeno, médio ou grande.
Depois disso é que se começa a colocar os círculos na planta ou croqui
para representar os riscos. Os riscos são caracterizados graficamente por
cores e círculos.
O tamanho do círculo representa o grau do risco. E a cor do círculo
representa o tipo de risco, conforme a Tabela mostrada.

Os círculos podem ser desenhados ou colados. 0 importante é que os


tamanhos e as cores correspondam aos graus e tipos. Cada círculo deve ser
colocado naquela parte do mapa que corresponde ao lugar onde existe o
problema.
Caso existam, num mesmo ponto de uma seção, diversos riscos de um
só tipo, por exemplo, riscos físicos: ruído, vibração e calor não é preciso
colocar um círculo para cada um desses agentes.
Basta um círculo apenas neste exemplo, com a cor verde, dos riscos
físicos, desde que os riscos tenham o mesmo grau de nocividade.
Quando um risco afeta a seção inteira exemplo: ruído, uma forma de
representar isso no aquele problema se espalha pela área toda. Veja como
fica:

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Resultados e Localização do Mapa de Riscos

Caso se constate a necessidade de orientações ou recomendações nos


locais de trabalho, as mesmas devem constar no Mapa de Riscos, através de
negociação com os membros da CIPA e do SESMT.
O Mapa de Riscos deve ficar em local visível para alertar as pessoas
que ali trabalham, sobre os riscos de acidentes em cada ponto marcado com
os círculos. O objetivo do mapa é conscientizar sobre os riscos e contribuir
para eliminá-los, reduzi-los ou controlá-los.
Graficamente, isso significa a eliminação ou diminuição do
tamanho/quantidade dos círculos. Também podem ser acrescentados novos
círculos, por exemplo, quando se começa um novo processo, se constrói uma
nova seção no Órgão ou Entidade ou se descobre perigos que não foram
encontrados quando se fez o primeiro mapa.
O mapa, portanto, é dinâmico. Os círculos mudam de tamanho,
desaparecem ou surgem. Ele deve ser revisado quando houver modificações
importantes que alterem a representação gráfica (círculos) ou no mínimo de
ano em ano, a cada nova gestão da CIPA.

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O agente mapeador

O agente mapeador é uma pessoa capacitada para elaborar o


Mapeamento dos Riscos Ambientais.

São características necessárias do mapeador:

 Observação;
 Percepção;
 Criatividade;
 Visão global;
 Objetividade, poder de síntese;
 Capacidade de comunicação;
 Educação / discrição;
 Bom senso;
 Capacidade de organização;
 Receptividade à segurança;
 Persistência / agente de mudança;
 Simpatia.

O Plano de Trabalho

O objetivo principal do plano de trabalho na CIPA é agir de forma


preventiva, antecipando os riscos com ações planejadas e organizadas,
implantando as medidas de correção, avaliando os resultados obtidos,
e discutindo-os nas reuniões da CIPA.

Como preencher, passo a passo:

 Ação: É o campo onde você irá descrever a atividade desenvolvida,


pelo responsável do cumprimento das ações de prevenção e
antecipação que serão efetuadas a partir do documento.
 Objetivo: Campo para descrever o objetivo da ação. Qual resultado se
pretende alcançar através da ação proposta.
 Local: Onde será efetuado o trabalho. Pode ser, por exemplo, o lugar
onde está o item que necessita ser melhorado, ou corrigido, mudado,
etc.
 Estratégia de ação: Como pretende chegar ao resultado esperado.
Quais as etapas que deverão ser cumpridas para isso.
 Data início: A data no qual o trabalho irá começar.

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 Data término: Data no qual os trabalhos irão terminar, ser concluídos.


 Responsáveis (el): Responsável ou responsáveis pelo cumprimento da
determinada ação.

MODELO PLANO DE TRABALHO

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Inspeções de Segurança

As inspeções de segurança são muito utilizadas para detectar possíveis


não conformidades de segurança do trabalho nas áreas produtivas. Tem vários
tipos de inspeção que podem ser:

 Inspeção Geral: Realizada quando se quer ter uma visão panorâmica


de todos os setores da empresa.
 Inspeção Parcial: Realizada onde já se sabe da existência de
problemas, seja por queixas dos trabalhadores ou ocorrência de
doenças e acidentes. Deve ser uma inspeção mais detalhada e
criteriosa.
 Inspeção Específica: É uma inspeção em que se procura identificar
problemas ou riscos determinados. Como exemplo, podemos citar:
manuseio de produtos químicos, postura de trabalho, esforço físico, etc.

O que é preciso para se fazer uma boa Inspeção?

 É recomendável ter um impresso próprio para registrar as inspeções;


 É preciso ter olho crítico (enxergar o que os outros não vêm);
 É muito importante o diálogo com os colaboradores. Muitas vezes só se
descobre que algo está errado, ao conversar com um operador;
 Nem seria preciso citar, mas apenas para reforçar, é imprescindível que
o Técnico tenha bom relacionamento com todos os níveis hierárquicos
dentro da empresa;

36
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 Cuidado para não se tornar naquele cara chato. Assim você perderá
seus maiores informantes – os colaboradores;
 Nunca seja arrogante.

Os benefícios da Inspeção:

 Propicia um contato mais próximo com o trabalhador;


 Permite conhecer mais a fundo as questões de processo e entender os
riscos das atividades;
 Proporciona a melhoria contínua em Segurança do Trabalho;
 Faz com que você estabeleça uma relação de confiança com os
colaboradores;
 Deixa claro que você está tentando resolver os problemas e não os
criando;

Etapas da Inspeção.

1. Planejamento:
 Entendimento do objetivo do trabalho;
 Elaboração de formulário específico;
 Formação de equipes pelos membros da CIPA;
 Determinar locais;
 Agendar as visitas.

2. Observação:
 Situações de riscos existentes nas áreas observadas;
 Anotações dos riscos e locais encontrados.

3. Informação:
 Levantamento de dados, através de questionamentos dos lideres e
trabalhadores;
 Observar o processo de trabalho e possíveis melhorias.

4. Últimos Procedimentos:
 Encaminhe sugestões aos responsáveis;
 Acompanhe execução;
 Verifique eficácia e benefícios.

Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:

37
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 analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes


ocorridos na empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos
os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as
características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores
ambientais, as características do agente e as condições do(s)
indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s);

A investigação de acidente de trabalho deve acontecer seguindo no


mínimo os seguintes passos:

Descobrir o que aconteceu no momento do acidente:

 Descobrir o que saiu errado;


 Encontrar a causa do acidente;
 Determinar os riscos existentes;
 Evitar que aconteça novamente agindo preventivamente.

Primeiro passo

Conheça o processo normal de trabalho. Não tem como investigar se


não souber como é funcionamento de cada função envolvida. Saiba o que
fazem, quais movimentos são necessários, para onde tem que se locomover, e
tudo mais que seja pertinente ao local do acidente e as funções dos envolvidos.

Não trabalhe sozinho, envolva diretamente os chefes do setor e


funcionários da área. O Procedimento para investigação pode começar com um
simples levantamento dos seguintes dados:

O ambiente:

 Se esforce para ser a primeira pessoa a chegar à cena do acidente. Ser


o primeiro lhe garantirá uma ambiente livre de alterações e isso irá
contribuir para desvendar o que saiu errado e provocou o acidente.
Anote todos os detalhes que julgar ser importante.

Funcionários:

 Converse com as pessoas envolvidas no acidente, as que só viram e até


as que foram vítimas.

38
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 Essa conversa a princípio deve ser em particular.


 Se for entrevistar alguma mulher em particular então leve outro homem
junto de você para evitar falatórios posteriores.
 Deixe claro que o objetivo da conversa não é encontrar pessoas para
punir, e sim descobrir o que saiu errado para evitar que aconteçam
acidentes semelhantes.
 Durante a entrevista tente descobrir de fato o que ocorreu, seja
detalhista.
 Se necessário vá com a testemunha ao lugar do acidente, através de
descrições descubra a posição onde a testemunha estava, e também a
posição da vítima, os movimentos que deram origem ao acidente.
 Se o acidente envolver queda, descreva a altura da queda, se envolver
queda de matérias descreva a altura da queda e o peso do material, e
assim por diante, quanto mais detalhes melhor.
 Não imponha limites à conversa, deixe que ela seja a mais aberta
possível, se necessário estimule a pessoa criando um clima informal.
 Entreviste quantas pessoas julgar necessário, esse processo às vezes
demora dias…
 Escreva tudo o que julgar importante, assim garantirá não perder
detalhes que podem ser decisivos para elucidas às causas dos
acidentes.

Logo após colher os depoimentos dos evolvidos e analisar o local do


acidente, já deverá ser possível descobrir o que saiu errado.

Exames médicos: são importantes para determinar a gravidade da lesão


e também o agente causador.

Relatório final do acidente: o relatório do acidente deve ser pequeno com


texto de fácil compreensão e sem termos técnicos, não deve maior do que 2
folhas tamanho A4, deve descrever:

 o agente causador do acidente;


 quantidade de envolvidos;
 depoimento de testemunhas;
 detalhes importantes sobre o ambiente de trabalho;
 quantos dias de afastamento o funcionário terá que cumprir;
 quantas horas de jornada já tinham sido cumpridas no dia do acidente;
 se o acidentado é portador de alguma enfermidade e se toma algum tipo
de medicamento controlado;

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 outras situações dignas de atenção.

O objetivo da investigação de acidente de trabalho não é encontrar


culpados, e sim, evitar que ocorra novamente. Deve-se evitar apontar falhas
humanas na investigação. Termos como, o funcionário se acidentou por que
cometeu um “ato inseguro” não levam a nenhuma causa do acidente e não
devem ser utilizados.
Aponte soluções para eliminação dos riscos. Encontre o problema e
sugira soluções possíveis de serem cumpridas. Acompanhe o andamento das
correções de perto. Seja flexível e escute e avalie com calma as opiniões
contrárias a sua. Ninguém sabe tudo, às vezes um ponto de vista diferente do
seu pode mudar sua forma de enxergar o fato. Agindo assim a investigação
será um sucesso e cumprirá seu objetivo maior que é evitar que o acidente se
repita.

Outras causas de Acidentes do Trabalho

Quando o acidente acontece às perdas podem alcançar todas as esferas


da sociedade. Descobrir a causa é muito importante para focar no problema, e
assim, evitar que casos parecidos se repitam.
As causas de acidente de trabalho são variadas, e nessa postagem vamos
abordar as mais comuns.

Estresse mental

Vivemos em uma época em que produzir é muito importante. Tem


pessoas que perdem até a família por causa do trabalho. Outras vão parar no
hospício ou se suicidam. Seja qual for sua origem, o estresse afeta o
comportamento da pessoa no trabalho, transformando em uma ameaça a
segurança.

Negligência

Outra causa importante de acidente se chama negligência. Negligente é


a pessoa que não toma os cuidados normais necessários na execução de uma
determinada tarefa.
É importante estar consciente dos riscos ao executar uma tarefa.
Trabalhadores desatentos são um perigo para eles mesmos, para os outros e
para a propriedade. Suas atitudes podem comprometer a segurança até da
equipe inteira.

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Imprudência

É um comportamento de precipitação, de falta de cuidados. Consiste na


violação das regras de condutas ensinadas pela experiência. É o atuar sem
precaução, precipitado, imponderado. Há sempre um comportamento positivo.
Uma característica fundamental da imprudência é que nela a culpa se
desenvolve paralelamente à ação. Deste modo, enquanto o agente pratica a
conduta comissiva, vai ocorrendo simultaneamente a imprudência.

Falta de atenção

Às vezes a falta de atenção faz parte da personalidade da pessoa, e


como tal é uma atitude difícil de controlar. Em outros casos, a falta de atenção
é motivada pela cobrança excessiva no trabalho ou mesmo em casa.
Pessoas desatentas raramente se dão conta das consequências que
seu comportamento pode gerar. Elas não se dão ao trabalho de analisar e
seguir os procedimentos de segurança da empresa. E se tornam um alvo fácil
para os acidentes.

Fadiga, esforço físico excessivo

 O machão: ele não aceita a ajuda de ninguém. Ele pensa que ser


homem é ser de totalmente independe de ajuda. Pensa que se pedir
ajuda as pessoas o julgarão como menos forte ou menos macho.
 O fortão: ele orgulha-se de seu vigor físico. Normalmente é aquele que
quer impressionar alguém através de sua força física. Esse tipo de
trabalhador se expõe a riscos desnecessários. Eles não se dão conta
que seu corpo será o único afetado por sua atitude inconsequente no
trabalho.
 O sonolento: o mundo hoje está muito competitivo. Consequência disso
é que muitas pessoas estão tentando ganhar tempo, executando várias
atividades ao longo do mesmo dia. Quando a atividade diária excede o
limite normal, a pessoa tente a ficar sempre com sono daí começam os
problemas.

Ato Inseguro

É todo ato capaz de provocar algum dano ao trabalhador, a terceiros ou


ás máquinas e utensílios. Segundo as estatísticas correntes, cerca de 80% do

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total dos acidentes são oriundos do próprio trabalhador, portanto os atos abaixo
do padrão no trabalho provocam a grande maioria dos acidentes, podendo
também ser classificado como as falhas humanas, atribuídas aos
trabalhadores. Exemplos:

 Ficar junto ou abaixo de cargas suspensas;


 Usar máquinas sem habilitação ou permissão;
 Lubrificar, ajustar e limpar maquina em movimento;
 Inutilizar dispositivos de segurança;
 Uso de roupa inadequada;
 Transportar ou empilhar inseguramente;
 Tentar ganhar tempo;
 Expor partes do corpo, a partes móveis de maquinas ou equipamentos.
 Imprimir excesso de velocidade;
 Improvisar ou fazer uso de ferramenta inadequada à tarefa exigida;
 Não utilizar EPI.

Condições Inseguras

São fontes de perigo ou risco no ambiente de trabalho que não


dependem da vontade do funcionário para acontecer. São condições que estão
fora dos padrões de segurança. Exemplos:

 Máquinas sem proteção;


 Ferramentas defeituosas;
 Ventilação inadequada;
 Piso escorregadio;
 Piso danificado.

As condições inseguras são, via de regra, criadas pelo homem, por


ação, omissão, crescimento não planejado da empresa, e muitos outros
motivos possíveis.

Fator pessoal de insegurança

São as características relacionadas ao comportamento humano que


levam a prática de atos que podem causar acidentes. Exemplos:

 Inadaptação entre funcionário, maquinário ou função: Essa


inadaptação pode acontecer por uma série de fatores, sexo, idade,

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coordenação motora, deficiência de grau de atenção, problemas


neurológicos;
 Fatores circunstânciais: Problemas familiares, abalos emocionais,
alcoolismo, vícios, problemas conjugais, problemas financeiros;
 Desconhecimento dos riscos e da forma de evitá-los: Isso pode
acontecer por causa de uma seleção ineficaz, falha no treinamento, falta
de treinamento;
 Problemas na empresa: Grandes atrasos no pagamento, problemas
com a direção da empresa, clima de insegurança, insatisfação no
emprego, políticas salariais e de carreira impróprias;
 Erros de personalidade:  O desatento, o brincalhão, o exibicionista.

CAPÍTULO 5 – Noções sobre DST e AIDS

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são doenças causadas


por vírus, bactérias ou outros micróbios que se transmitem, principalmente,
através das relações sexuais sem o uso de preservativo com uma pessoa que
esteja infectada, e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos,
bolhas ou verrugas.
Algumas DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto
na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o
serviço de saúde para consultas com um profissional de saúde periodicamente.
Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir
para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.

Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é


o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em
especial do vírus da AIDS, o HIV. O tratamento das DST melhora a qualidade
de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças.

A AIDS

A AIDS vem da expressão em inglês Acquired Imunedeficiency


Syndrome, traduzida para o português como Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida, e tem sua origem no HIV (Human Imunodeficiency Virus ou vírus da
imunodeficiência humana), descoberto em 1983.

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Por ser um conjunto de doenças e vários tipos de mal-estar que


aparecem juntos, a AIDS é chamada de síndrome. Entre seus sintomas mais
comuns estão: a diarreia, vômito, gânglios inchados, “sapinhos”, perda de peso
acentuada, ou doenças como sarcoma de Kaposi (um tipo de câncer visível em
manchas na pele), tuberculose, toxoplasmose, herpes, etc.
Essa falha nas defesas do organismo se chama imunodeficiência, isto é,
aquilo que em estado saudável seria simples e relativamente inofensivo, torna-
se, no caso da AIDS, muito mais complexo.
Assim, a AIDS é uma doença do sistema imunológico o qual é descrito
pelos cientistas como um conjunto de células organizadas para proteger o
corpo das infecções. Com o sistema imunológico em falha, as infecções podem
se tornar muito mais graves do que normalmente são.
As infecções que se aproveitam das falhas do sistema imunológico são
chamadas de infecções oportunistas.

Formas de transmissão do HIV:

 Durante relação sexual com parceiro infectado, sem o uso do


preservativo. A penetração (na vagina ou no ânus) sem camisinha
é considerada uma prática de risco; o mesmo acontece com o
sexo oral, sem proteção.
 Por meio de sangue contaminado (via transfusões ou derivados
de sangue ou mesmo por agulhas infectadas).
 Na gestação, parto ou amamentação, quando a mãe é
soropositiva.

Como se prevenir

As relações sexuais devem ser prazerosas e isso é fundamental para a


vida e para a saúde de qualquer pessoa. Ninguém nunca parou de transar,
mesmo sabendo que isso poderia transmitir doenças (sífilis, gonorreia,
condiloma, herpes, etc.) e provocar uma gravidez indesejada.
Agora, com o crescimento do número de casos de AIDS é o momento de
resgatar uma técnica antiga, usada para evitar as consequências não
desejadas de uma relação amorosa: o preservativo masculino, também
conhecido como camisa de Vênus, Condom ou camisinha masculina.
Além disso, temos a camisinha feminina, que, como a masculina,
oferece proteção contra as DST/HIV/AIDS e é um método de prevenção sob
controle da mulher.

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Outras Doenças Sexualmente Transmitidas

Úlceras venéreas:

Úlcera dolorosa nos genitais pode ser confundida com sífilis ou herpes, é
curável com antibióticos.

Clamídia:

É o mais comum de todas as doenças sexualmente transmissíveis, é


causada por bactérias. Não causa sintomas em 80% das mulheres e 50% dos
homens. Quando os sintomas estão presentes, geralmente existem secreções
da vagina ou pênis e ardor ou dor durante a micção. É transmitida através do
contato sexual vaginal, oral ou anal. A gravidez ectópica e a infertilidade para
mulheres são possíveis complicações graves. É curável com antibióticos

Gonorreia:

Mais de 50% das mulheres infectadas não tem sintomas, mas ainda são
capazes de transmitir a doença para outras pessoas, entre os sintomas estão:

 Secreções da vagina ou pênis;


 Dor ao urinar;
 A gravidez ectópica, doença inflamatória pélvica (DIP),
infertilidade feminina, a síndrome de Fitzhugh-Curtis
(perihepatitis) e a morte são possíveis complicações graves.

É tratável com antibióticos, mas muitas doenças estão tornando-se


resistente à maioria dos medicamentos.

Granuloma inguinal (donovanose):

Os sintomas são úlceras genitais não dolorosas na região da virilha. É


tratável com antibióticos, geralmente por três ou mais semanas.

Linfogranuloma venéreo:

Os sintomas são abscessos na virilha, recto ou outras áreas; podem


ocorrer fístulas que drenam o pus e são tratáveis com antibióticos.

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Sífilis:

Os sintomas são leves e muitas vezes passam despercebidos no início.


O primeiro sinal é uma úlcera genital indolor que desaparece sozinha. Os
sintomas incluem coceira, febre, dor de cabeça e dores nas articulações. É
curável com antibióticos. As complicações mais graves são associadas com as
fases sucessivas da doença se não tratadas.

Herpes genital:

Existem formações recorrentes de bolhas semelhantes a feridas nos


genitais. Pode ser transmitido de uma mãe para o bebê durante o parto. O
tratamento pode reduzir a frequência e a gravidade dos sintomas de verrugas,
mas não elimina completamente a infecção. Pode ser transmitido de um
parceiro que tem herpes, mesmo se não houver nenhuma bolha.

Verrugas genitais:

Causada pelo papilomavírus humano (HPV). São pequenos inchaços


indolores nas zonas genitais ou anais (às vezes de grandes massas que se
assemelham a uma couve-flor). Existem vários tratamentos, por exemplo:
congelamento ou os traços sobre a verruga com um medicamento. As vacinas
estão disponíveis contra os tipos mais comuns de HPV.

Hepatite:

A hepatite B e D são frequentemente associadas com contato sexual,


hepatite A, C, E são transmitidas menos frequentemente com contato sexual.
Ambos podem ser transmitidos através do contato com sangue; para a hepatite
B a transmissão sexual se acredita de ser responsável por 30% dos casos em
todo o mundo. O vírus da hepatite B pode causar uma inflamação aguda do
fígado e uma forma crônica.
Apenas 50% das infecções agudas com o vírus da hepatite B pode
produzir sintomas. A fase inicial da infecção dura duas semanas e na maioria
das pessoas (90-95%) a infecção se resolve completamente.
A infecção aguda pode causar um colorido amarelado na pele e olhos,
febre, dor e fadiga (sintomas de gripe). As complicações sérias em algumas
pessoas, incluindo cirrose e câncer de fígado. Os tratamentos estão
disponíveis e a remissão é possível com certos medicamentos. As vacinas
estão disponíveis para prevenir a hepatite b.

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Diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis

Algumas doenças sexualmente transmissíveis podem ser diagnosticadas


sem algum exame, por exemplo, piolhos pubianos. Outras doenças
sexualmente transmissíveis precisam de um exame de sangue ou de uma
amostra de qualquer fluido incomum, tais como corrimento da vagina ou pênis
para gonorreia ou clamídia.
A análise da amostra deve ser analisada em um laboratório para o
diagnóstico. Alguns exames são rápidos e a pessoa pode esperar o resultado
no hospital, enquanto outros exames exigem ao menos dois dias antes que
uma pessoa receba o resultado, por exemplo, sífilis.

Tratamento para doenças sexualmente transmissíveis

O tratamento da doença venérea varia dependendo do tipo. Algumas


DSTs são tratadas com um medicamento antibiótico por via oral ou com uma
injeção; outras doenças tratadas com cremes ou soluções especiais na pele.
Muitas vezes, uma avaliação por um médico é necessária após o tratamento
para confirmar que a doença desapareceu completamente.
Algumas doenças, como herpes genital e AIDS, não podem ser curadas,
mas apenas controladas com medicamentos.
A maioria das DSTs podem ser curadas com medicamentos ou cremes.
Geralmente, o tempo de cura é de 1-2 semanas, mas muitas doenças podem
voltar nos meses seguintes.
Além do desconforto da infecção, algumas DSTs podem causar outros
problemas a longo prazo, incluindo infertilidade e podem causar desconforto
para os bebês infectados por suas mães durante a gravidez, como cegueira,
deformidades ósseas, retardo mental e até mesmo a morte. HIV só pode ser
retardado, não eliminado e pode levar à morte.

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Referências Bibliográficas

ANUÁRIO BRASILEIRO DA REVISTA PROTEÇÃO, Porto Alegre: Revista


Proteção, 2002.

BRASIL. Decreto Lei n° 5.452 de 1º de Maio de 1943. Consolidação das Leis


do Trabalho. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso
em:12/08/2016.
______. Lei 8.213/91 – Regulamento de Benefícios da Previdência Social.
Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm>.
Acesso em: 12/08/2016.
______. Ministério do Trabalho. Normas Regulamentadoras – Portaria 3.214/78
e suas alterações/inclusões.

ABNT. NBR – 14.280 – Cadastro de Acidentes do Trabalho – Procedimento e


Classificação.

SLACK, Nigel. et al. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997.

ZOCCHIO, Álvaro. Prática da Prevenção de Acidentes – ABC da Segurança do


Trabalho. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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ANEXO

Como usar os Quadros I, II e III anexos da NR 5:

 Identificar no Quadro III o grupo de acordo com o CNAE – Código


Nacional de Atividade Econômica da Empresa.

QUADRO III

 Identificamos no Quadro I a quantidade de funcionários e o grupo


correspondente e teremos dimensionada a CIPA

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