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07/09/2022

Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Bahia


Instituto de Ciências da Saúde Instituto de Ciências da Saúde
Departamento de Biorregulação Departamento de Biorregulação

Sumário da aula:
- Introdução:
▪ Conceitos básicos
▪ Interação fármaco receptor
▪ Determinantes moleculares e celulares da seletividade de fármacos
Receptores Farmacológicos - Receptores farmacológicos
1. Tipos de receptores farmacológicos
2. Canais iônicos controlados por ligantes (receptores ionotrópicos)
3. Receptores acoplados a proteína G
4. Receptores transmembrana com domínio citosólico enzimático
5. Receptores com tirosina-cinase
6. Receptores com tirosina-fosfatase
7. Receptores com serina/treonina-cinase
8. Receptores nucleares
1 9. Enzimas extracelulares 2

Universidade Federal da Bahia


Instituto de Ciências da Saúde Receptores Farmacológicos
Departamento de Biorregulação
➢ Conceitos básicos.

Sumário da aula:
- 10. Receptores de adesão da superfície celular

- Processamento de sinais decorrentes da interação fármaco-receptor


- Regulação celular das interações fármaco-receptor
- Resposta à farmacoterapia
- Polimorfismo de receptores
- Caso clínico
- Material de apoio
- Referências Bibliográficas

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Conceitos básicos. ➢ Conceitos básicos.

A farmacodinâmica estuda os mecanismos pelos quais um medicamento atua nas Erlich: "Corpore nom agunt nisi fixata"
funções bioquímicas ou fisiológicas de um organismo vivo.

Considerando o mecanismo de ação, os medicamentos podem ser divididos em


dois grandes grupos distintos: os estruturalmente inespecíficos e os
estruturalmente específicos.

Anestésicos gerais inalatórios Antihipertensivos, Não mediada por Mediada por


e os desinfetantes antidiabéticos etc receptores receptores
Ex.: Manitol e Antiácidos

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Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Conceitos básicos. ➢ Conceitos básicos.
A ocupação de um receptor por uma molécula de um fármaco pode ou
- Receptores determinam as relações quantitativas entre dose não resultar na ativação desse receptor, ou seja, promovendo uma
e concentração de fármacos e efeitos farmacológicos resposta tecidual.

- Os receptores são responsáveis pela seletividade da ação AFINIDADE EFICÁCIA


do fármaco

- Medeiam as ações de agonistas e antagonistas


Tendência do Tendência do
farmacológicos fármaco se ligar fármaco de,
ao receptor uma vez ligado,
ativar o receptor

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Conceitos básicos. ➢ Conceitos básicos.
Fármaco Fármaco
AGONISTA ANTAGONISTA

Ligante endógeno

Receptor

Receptores para
benzodiazepínicos,
Efeito Efeito Sem Efeito serotoninérgicos e
canabinoides

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Conceitos básicos. ➢ Conceitos básicos.

Alteração conformacional

AGONISTA ANTAGONISTA
estímulo

Alterações intracelulares
ALTA EFICÁCIA
EFICÁCIA ZERO

Efeito farmacológico

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Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢Interação fármaco-receptor ➢Interação fármaco-receptor

Tipos de ligações entre fármacos e receptores

SCARAMELLO, C.B.V. UFF. GOLAN et al, 2009.

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢Interação fármaco-receptor ➢Interação fármaco-receptor
A estrutura molecular de um fármaco determina as propriedades físicas e químicas que
contribuem para sua ligação específica ao receptor.
Os fatores importantes incluem:
1. Hidrofobicidade;
2. Estado de ionização (pKa);
3. Conformação;
4. Estereoquímica da molécula do fármaco.

Eles se combinam para estabelecer a complementaridade do fármaco com o sítio de


ligação. Os sítios de ligação dos receptores são altamente específicos, e pequenas
alterações no fármaco podem surtir acentuado efeito sobre a afinidade da interação
fármaco-receptor.
GOLAN et al, 2009.

ESPECIFICIDADE DA RESPOSTA CELULAR


Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos
➢Determinantes moleculares e celulares da seletividade dos fármacos ➢Determinantes moleculares e celulares da seletividade dos fármacos

- Distribuição dos receptores

- Diferentes alvos

• DNA

• Célula específica

• Canais de cálcio marcapasso/ células ventriculares

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Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢Determinantes moleculares e celulares da seletividade dos fármacos

UM FÁRMACO PODE SER MENOS POTENTE, PORÉM PODE


SER MAIS EFICAZ

O que é potência??

O que é eficácia??

CE50 / DE50

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos

Fármacos com Alta afinidade


alta potência pelos
receptores

Ocupam uma
Em baixas quantidade
Os agonistas parciais podem ser mais ou menos potentes concentrações significativa de
que os plenos. Qual o mais potente?
Curvas dose-resposta de agonistas plenos e parciais
receptores

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢Determinantes moleculares e celulares da seletividade dos fármacos ➢Qual o fármaco mais potente? Qual o mais eficaz?

A potência não está necessariamente relacionada com


nenhuma outra característica do medicamento,
portanto, é falsa a afirmação de que um medicamento mais
potente é clinicamente superior quando comparado
a outro menos potente

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Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos GOLAN et al, 2014.

➢ Tipos de Receptores Farmacológicos ➢ Tipos de Receptores Farmacológicos

1. Canais iônicos (receptores ionotrópicos)

RANG et al, 2007

RANG et al, 2011.

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Tipos de Receptores Farmacológicos ➢ Tipos de Receptores Farmacológicos
2. Receptores acoplados à proteína G (receptores metabotrópicos)
1. Canais iônicos (receptores ionotrópicos)
GOLAN et al, 2014.
SCARAMELLO, C.B.V. UFF.

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Tipos de Receptores Farmacológicos ➢ Tipos de Receptores Farmacológicos
2. Receptores acoplados à proteína G (receptores metabotrópicos) 2. Receptores acoplados à proteína G (receptores metabotrópicos)

• Ativa os canais para Ca2+ e adenilil ciclase


Gs
• Ativa canais para K+
Gi Ativação de
segundos
• Inibe os canais para Ca2+
mensageiros
G0
• Ativa a fosfolipase C
GOLAN et al, 2009

Gq
• Diversas interações com transportadores de
íons
G12/13

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Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Tipos de Receptores Farmacológicos ➢ Tipos de Receptores Farmacológicos
3. Receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos. 3. Receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos.
GOLAN et al, 2014.
SCARAMELLO, C.B.V. UFF.

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Tipos de Receptores Farmacológicos ➢ Tipos de Receptores Farmacológicos
3. Receptores com tirosina-quinases. 3. Receptores com tirosinas fosfatases
GOLAN et al, 2014.

RANG et al, 2011.

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Tipos de Receptores Farmacológicos ➢ Tipos de Receptores Farmacológicos
3. Receptores associados a tirosinas quinases 3. Receptores com serina/treonina quinases
GOLAN et al, 2014.

Semelhantes em estrutura
aos receptores tirosina
quinase

Fosforilam resíduos de
serina/treonina em vez da tirosina

A porção enzimática é a guanilil


ciclase e exercem seus efeitos
estimulando a formação de GMPc

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Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Tipos de Receptores Farmacológicos ➢ Tipos de Receptores Farmacológicos
3. Receptores com guanililciclases 4. Receptores nucleares
Os farmacos que agem nesses receptores
são ALTAMENTE lipofílicos!!

GOLAN et al, 2009


Não estão inseridos em membranas, mas sim presentes na fase solúvel das células.

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


➢ Tipos de Receptores Farmacológicos Processamento de sinais decorrentes de interações fármaco-receptor
4. Receptores nucleares

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


Regulação celular das interações fármaco-receptor Regulação celular das interações fármaco-receptor

Mecanismos envolvidos
Taquifilaxia: •Alterações nos receptores
Diminuição do efeito de um fármaco Efeito •Perda de receptores: exposição prolongada reduz o número de
que ocorre rapidamente em dose receptores expressos na superfície celular.
Administrações
única ou em poucas administrações! •Aumento do metabolismo da substância. Substâncias como etanol
e barbitúricos quando administradas repetidamente, aparecem em
concentrações plasmáticas reduzidas.
Tempo
Tolerância (gradual)

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Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


Regulação celular das interações fármaco-receptor Regulação celular das interações fármaco-receptor

•Exaustão de mediadores: a dessensibilização está associada


à depleção de uma substância intermediária essencial. •Adaptação fisiológica: Pode ocorrer uma diminuição do
efeito de um fármaco, devido à sua anulação por uma
Ex: Anfetaminas atuam através da liberação de aminas resposta homeostátia.
nas terminações nervosas, portanto apresentam elevada
taquifilaxia devido à depleção das reservas de aminas. Ex: Redução de efeitos colaterais como náuseas e
sonolência de alguns fármacos quando se dá a
administração contínua.

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


Tipos de antagonismos Tipos de antagonismos

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


Tipos de antagonismos Tipos de antagonismos

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Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos


Tipos de antagonismos Tipos de antagonismos
Efeitos dos antagonistas sobre a relação dose-resposta do
agonista.

Os antagonistas competitivos e os não competitivos têm


diferentes efeitos sobre a potência (a concentração do
agonista que produz metade da resposta máxima) e a
eficácia (a resposta máxima a um agonista).
A. O antagonista competitivo diminui a potência do agonista Inativam o agonista antes de ele ter a oportunidade de atuar (p. ex., mediante
sem afetar a eficácia deste. neutralização química)
B. O antagonista não competitivo reduz a eficácia do
agonista. Conforme a ilustração, a maioria dos antagonistas
não competitivos alostéricos não afeta a potência do
agonista.

Receptores Farmacológicos Receptores Farmacológicos

Receptores Farmacológicos
Considerações finais
Qualquer um pode zangar-se. É fácil! Porém zangar-se com a pessoa certa, na hora certa,
pelo motivo certo, na medida certa, da maneira certa, não é fácil.
(Aristóteles em Ética à Nicômaco)

Qualquer um pode MEDICAR OU MEDICAR-SE, é fácil! Porém medicar ou medicar-se com


o medicamento certo, na hora certa, pelo motivo certo, na medida certa, da maneira
certa, NÃO É FÁCIL.
(Conselho Federal de Medicina)

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