Você está na página 1de 2

IMUNOLOGIA

Produção de Citocinas

Células T CD8 + produzem IFN-γ, uma citocina ativadora de macrófagos. De fato, a


secreção de IFN-γ em resposta a peptídeos específicos é um ensaio sensível para a
avaliação da frequência de células T CD8 + antígeno-específicas em uma população
de linfócitos. É provável que tanto células Th1 CD4 + quanto T CD8 + contribuam para
a depuração fagocítica de microrganismos ingeridos induzida por IFN-γ. As células
CD8 + podem também desempenhar um papel em algumas reações inflamatórias
induzidas por citocinas, tais como reações cutâneas de sensibilidade de contato
induzida por substâncias químicas ambientais, em que as células T CD8 + produtoras
de IFN-γ frequentemente chegam mais cedo e em maior número do que as células T
CD4 + . As células T CD8 + produtoras de IL-17 são abundantes em algumas doenças
inflamatórias cutâneas, como a psoríase.

Funções dos CTLs

Em infecções causadas por microrganismos intracelulares, a atividade de killing dos


CTLs é importante para a erradicação do reservatório de infecção.

Papel das células T em erradicar as infecções. A, as células T CD4+ reconhecem os antígenos de


microrganismos fagocitados e extracelulares e produzem citocinas que ativam os fagócitos para matar os
microrganismos e estimulam a inflamação. As células T CD8 + também podem secretar citocinas e
participar de reações semelhantes. B, linfócitos T citotóxicos CD8+ (CTL) reconhecem antígenos de
microrganismos que residem no citosol das células infectadas e as destroem.

Isso é particularmente importante em dois tipos de situações nas quais as células não
podem destruir os microrganismos que as infectam. Primeiro, a maioria dos vírus vive e
se replica em células que não têm a maquinaria fagossomo/lisossomo para destruição
de microrganismos (tais como os vírus da hepatite em hepatócitos). Segundo, mesmo
nos fagócitos, alguns microrganismos escapam das vesículas e vivem no citosol, onde
os mecanismos microbicidas são ineficazes, uma vez que são em grande parte
restritos a vesículas (para proteger as células do hospedeiro contra danos). Essas
infecções podem ser eliminadas apenas pela destruição das células infectadas, e em
respostas imunes adaptativas, os CTLs CD8 + constituem o principal mecanismo para
o killing de células infectadas. Bactérias como Mycobacterium tuberculosis e Listeria
monocytogenes são exemplos de microrganismos que escapam das vesículas e
entram no citosol de células infectadas. Além disso, as caspases ativadas nas células-
alvo por granzimas e FasL clivam vários substratos e ativam enzimas que degradam o
DNA, mas não distinguem entre as moléculas do hospedeiro e as microbianas.
Portanto, por meio da ativação de nucleases nas células-alvo, os CTLs podem iniciar a
destruição do DNA microbiano, bem como do genoma da célula-alvo, eliminando,
desse modo, o DNA potencialmente infeccioso. A enorme expansão de células T CD8 +
que ocorre durante as infecções fornece um grande pool de CTLs para combatê-las.
Defeitos no desenvolvimento e na atividade dos CTLs resultam em aumento da
suscetibilidade a infecções virais e algumas infecções bacterianas, e reativação de
infecções virais latentes (como a infecção pelo vírus EpsteinBarr), que normalmente
são mantidas sob controle pelos CTLs vírusespecíficos. A destruição de células
infectadas por CTLs é uma causa de lesão tecidual em algumas doenças infecciosas.
Por exemplo, nos casos de infecção pelos vírus da hepatite B e C, os hepatócitos
infectados são destruídos pela resposta mediada por CTLs (e células NK) do
hospedeiro e não pelos vírus. Esses vírus não são altamente citopáticos, mas o
hospedeiro “percebe” e reage contra o microrganismo infeccioso e não é capaz de
distinguir os microrganismos que são intrinsecamente nocivos ou relativamente
inofensivos. Os CTLs podem contribuir para a imunopatologia associada a muitas
outras infecções virais comuns, como a gripe. Os CTLs são importantes mediadores da
imunidade contra tumores, . Além das funções protetoras, os CTLs CD8 + contribuem
para a destruição tecidual em algumas doenças autoimunes para a rejeição de
enxertos teciduais . As mutações hereditárias que interferem com a função de CTL,
como mutações na perforina, estão associadas à forma familiar de uma doença rara
chamada linfo-histiocitose hemofagocítica. Nessa doença, os CTL ativados pelo
antígeno viral secretam IFN-γ, mas não matam as células infectadas pelo vírus porque
não conseguem executar o “golpe letal”.Assim, há persistência do antígeno viral,
produção crônica de IFN-γ pelas células T CD8 + e ativação excessiva dos macrófagos
pelo IFN-γ. A ativação severa e prolongada dos macrófagos está por trás das
manifestações da doença, incluindo o aumento do baço causado pelo aumento do
número de macrófagos ativados (“linfo-histiocitose”) que fagocitam e destroem as
hemácias normais (“hemofagocitose”).

Você também pode gostar