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Erro desculpável Menezes Cordeiro – é afloramento da boa-fé subjetiva ética: é

justificante quando a aparência justificante não seja imputável ao agente;


Erro desculpável Menezes Leitão - a “desculpabilidade” aferir-se-á por confronto com
o padrão de diligência que resulta do artigo 487.º, nº 2: o erro é desculpável (não é
censurável, não é exigível ao agente que tivesse agido de outra maneira) se o bom pai
de família, colocado na sua situação, tivesse sido levado a pensar o mesmo (também
tivesse sido levado a pensar estarem reunidos os requisitos para agir em autotutela)

Exclui ilicitude ou culpa: Menezes Cordeiro – agente pratica um ato lícito, porque
quem não cria uma aparência (credível) – neste caso, o agente - não deve suportar os
seus riscos;
Exclui a ilicitude ou a culpa: Menezes Leitão - é um problema de culpa (erro
desculpável ou não desculpável) e não de ilicitude. Ou seja, quem age em LD putativa
não age ao abrigo de uma causa de justificação, mas sim de uma causa de exclusão da
culpa- o erro desculpável - pelo que pratica um ato ilícito, mas não culposo.
Exclui a ilicitude ou culpa: Antunes Varela e Menezes Cordeiro - acionado o artigo
337.º, nº 2 e o “excesso justificante” aí previsto, excluir-se-ia a ilicitude – pratica um
ato lícito (na existência de “medo” ou “perturbação” é que se exige que não haja culpa
– a avaliar pela bitola do homem médio/ bom pai de família);
Exclui a ilicitude ou a culpa: Menezes Leitão: seria uma exclusão da culpa, sendo
necessário recorrer ao Direito Penal ao excesso asténico de LD. Daí considerarem que
a causa de justificação será verdadeiramente, não a LD, mas o medo invencível – pelo
que pratica um ato ilícito, mas não culposo.

A favor da aplicação analógica - Menezes Cordeiro (entre outros): por maioria de


razão face ao erro sobre os pressupostos da AD e da LD, será de aplicar o art. 338.º do
CC ao erro sobre os pressupostos do estado de necessidade, uma vez que através da
indemnização nos termos do art. 339.º, n.º 2, poderá haver lugar a uma redistribuição
equitativa dos danos, para que ninguém saia injustamente prejudicado, para além do
risco normal em que todos incorrem, o que não sucede no erro sobre os pressupostos
da LD ou da AD, em que não há lugar a indemnização. Faz-se apelo às razões
subjacentes à figura do erro sobre os pressupostos da LD e LD excessiva justificante,
que também valeriam para o estado de necessidade – com a vantagem de que admiti-
los como possibilidade de justificação não excluía automaticamente o dever de
indemnizar, podendo nessa sede fazer-se as ponderações adequadas.
Contra a aplicação analógica - Pires de Lima e Antunes Varela, que limitam a
aplicabilidade do preceito à ação direta e à LD, invocando a letra da lei.

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