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25/10/2022

Introdução
• O Concílio de Trento se desenvolveu em três
períodos: 1545-1549 (até 1547 em Trento e de
1547 a 1549 em Bolonha, Itália); 1551-1552;
Teologia Fundamental 1562-1563.
• Esse Concílio tinha como objetivo responder aos
desafios lançados pela reforma protestante. Por
Revelação no Concílio de Trento isso, formula a doutrina católica em oposição e
resposta aos ensinamentos protestantes.
• O método consiste em escolher termos
conhecidos pelos protestantes, mas cujo sentido
exato seja dado pelo Concílio em oposição à
hermenêutica protestante.

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• Os protestantes viam a capacidade humana de conhecer


enfraquecida por causa do pecado. A razão humana foi tão
• À primeira vista parece que o protestantismo
gravemente ferida pelo pecado de Adão que o exalta a transcendência da revelação, pois
conhecimento natural de Deus se torna inútil para nós. suprime qualquer intermediário entre a palavra de
Com isso também ameaçava-se a própria sobrenaturalidade Deus e a alma que a recebe, mas de fato a
da revelação.
• Acentuavam o momento individual da fé, a acolhida da
compromete, pois ao mesmo tempo que
justificação atribuída ao pecador por Deus. estabelece como princípio de autoridade a
• Além disso, afirmavam o princípio de autoridade Escritura, ergue-se contra a autoridade da Igreja,
soberana da Escritura e o livre exame da Escritura: a seja na tradição, seja no Magistério, arriscando-
regra de fé é somente a Escritura, com a assistência
individual do Espírito, que permite captar o que é revelado se numa inspiração incontrolável:
e o que, portanto, se deve crer. Só o Espírito ilumina a individualismo ou racionalismo.
palavra. Esses princípios são conhecidos como sola fide,
sola gratia, sola Scriptura, com menor atenção ao aspecto
objetivo.

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Análise
• 1) Não aparece o termo revelação. O Concílio usa o
termo Evangelho como sinônimo. É mais concreto
e mais próximo ao uso neotestamentário.
• 2) Esse Evangelho foi dado progressivamente:
Texto conciliar (DH 1501-1502) prometido primeiramente pelos profetas nas Santas
Escrituras; promulgado por Cristo pela sua própria
boca; pregado pelos Apóstolos a toda criatura por
ordem de Cristo. Esse Evangelho é fonte de toda
verdade salutar e de toda ordem moral.
• 3) Objeto/objetivo da Revelação: A revelação
aparece, portanto, como “fonte de toda verdade
salutar e de toda ordem moral”

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• 4) Fontes da Revelação: Essa verdade salutar e


ordem moral, cuja fonte única é o Evangelho, Silêncios de Trento
estão contidas em livros escritos e tradições não
escritas. • 1) Revelação na pessoa, ações e gestos de Jesus
• 5) O Concílio recebe e venera a Escritura e as (ressalta-se as verdades orais transmitidas por
tradições “concernentes tanto à fé como aos Cristo)
costumes; como provenientes da boca de Cristo
ou ditadas pelo Espírito Santo e conservadas • 2) Revelação como comunicação de Deus
na Igreja católica por sucessão contínua”. interpessoal com o fiel;
Modelo verbalista da Revelação: é vista como • 3) Revelação fora do cristianismo;
uma série de ensinamentos, doutrinas
pronunciadas pela boca de Cristo ou ditadas pelo
Espírito Santo.

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Outros lugares em que aparece o


Referências bibliográficas
tema da Revelação
• 1) No proêmio (DH 1520) do decreto sobre a • DICIONÁRIO DE TEOLOGIA FUNDAMEN-TAL.
justificação aparece que o objeto da fé é a doutrina que Verbete “Revelação: VI) Declarações do Magistério:
Cristo Jesus ensinou e que os Apóstolos transmitiram e 1) O Concílio de Trento e o protestantismo”. p. 830-
a Igreja católica, sob inspiração do Espírito Santo sempre 831.
conservou. Mais uma vez se ressalta algo ensinado por
Cristo, destacando verdades orais e não uma revelação na • LATOURELLE, Rene. Teologia da Revelação. São
pessoa e gestos de Jesus. Paulo: Paulinas, 1985. p.289-295.
• 2) Nos capítulos 5 e 6 do Decreto sobre a justificação o • RUIZ AREÑAS, Octávio. Jesus, epifania do amor
Concílio trata da fé, estimulada e ajudada pela graça do Pai. São Paulo: Loyola, 2001. p.78-80.
como resposta à pregação do Evangelho. Essa fé é
assentimento às verdades e promessas enunciadas, mas não
• SESBOÜÉ, B. – THEOBALD, C. (Orgs.). A palavra
termina no simples ato, senão se dirige ao próprio Deus da salvação. História dos dogmas 4. são Paulo:
dessas verdades e promessas (cf. DH 1526). Loyola, 2006. p.118-130.

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