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M I N D B L O W I N G

E D U C A T I O N

Marketing
& Negócios

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D I G I T A L

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E M

E S T R A T É G I A

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F O R M A Ç Ã O

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M I N D B L O W I N G
E D U C A T I O N

Marketing
& Negócios
PARTE I:
MARKETING E NEGÓCIOS

Objetivo de Aprendizagem:
Analisar o modelo de negócio no qual está inserido, de modo
a entender como utilizar o marketing para trazer resultado.

0 0 2
M I N D B L O W I N G
E D U C A T I O N

004 Introdução

006 Teoria Aplicada


007 Natura: sustentabilidade
com foco no cliente

009 O que é marketing?


010 Definição de marketing
para a Cria

017 Gestão de negócio

ín
018 Marketing inserido
em modelos de negócios

026 Marketing voltado para resultado

033 Consumidor no

di
centro do negócio
034 Customer centricity

037 Como investir


nos consumidores certos

042 CRM

ce
045 Marketing nenhum
salva produto ruim
046 Como criar um negócio sustentável

048 Como estreitar o relacionamento


com o cliente

051 Design de produto

0 0 3
intro
M I N D B L O W I N G
E D U C A T I O N

du
ção
0 0 4
Introdução

Sobre o conteúdo
Em Marketing e Negócios: Parte I, você Neste módulo, você verá a relação do
verá o que é marketing e qual a sua relação marketing com o modelo de negócios,
com modelos de negócio sustentáveis. isto é, a forma como uma empresa ganha
dinheiro. Esse aprendizado é essencial
Saiba qual é a definição de marketing para a para que você se torne um profissional
Cria. mais completo, uma vez que é indispen-
sável ter sólido conhecimento sobre o ne-
Descubra como o marketing se insere em gócio do seu cliente.
modelos de negócios e se volta para resulta-
dos. Explore como o consumidor se encaixa Você também verá que diferentemen-
no centro de um negócio e por fim, apren- te do que se pensa, o cliente não está
da a identificar a viabilidade de um produ- sempre com a razão, e é preciso apren-
to antes de realizar esforços de marketing. der com o seu pior consumidor, evitando
assim desperdício de tempo e recursos,
investindo no cliente certo.

Importância do tema Finalmente, esclarecemos que no mar-


para a sua formação keting não basta simplesmente falar bem
de um produto ou serviço, é necessário
Além de criar, distribuir e analisar campa- contribuir para projetar uma experiência
nhas, queremos que você saiba que o mar- satisfatória do consumidor.
keting faz a diferença para todo tipo de ne-
gócio, afinal, ele é responsável por promover
tendências e influenciar o consumo. Isso está
atrelado desde a inovação de um produto até
um insight para venda.

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E D U C A T I O N

teo
ria APLICADA

Antes de nos aprofundarmos no conteúdo, vejamos uma aplicação no mundo real


dos conceitos que você aprenderá ao longo deste módulo.

Confira a seguir a teoria aplicada da semana.

0 0 6
Teoria Aplicada

Natura:
Sustentabilidade
com foco no cliente
Briefing e execução
A Natura é a maior empresa de cosméticos -primas sustentáveis da Amazônia para os
e higiene pessoal do Brasil. Com uma paixão seus produtos sem ferir o meio ambiente ou
por conectar consumidores através do poder as pessoas.
do bem-estar e da beleza, seus produtos e
consultores chegam a quase 60% dos lares Em termos locais, a Natura oferece mais de 2
brasileiros a cada ano. Seu lema é “Bem es- mil empregos para os habitantes da Amazô-
tar bem”. nia. A Natura busca ainda sempre inovar com

Em 2019, a Natura foi nomeada a 15ª empre-


sa mais sustentável do mundo por conta de
seus esforços contínuos em obter matérias-

0 0 7
Teoria Aplicada

processos de fabricação e embalagem que No caso da Natura, customer centricity se


ampliam a sua missão sustentável. relaciona muito com o meio ambiente.

Em 2019, a Natura ficou em 22º lugar na lis- A questão ambiental é importante e a marca
ta dos melhores lugares para se trabalhar no tem consciência de que as empresas de hoje
mundo, sendo que 98% de seus funcionários precisam ser sustentáveis, tanto para o bem-
afirmaram que se sentiam valorizados e in- -estar do planeta, quanto pelo olhar do consu-
cluídos em um ambiente de diversidade. midor sobre a organização.

Em relação ao consumidor, a Natura tam- Nesse sentido, os clientes querem fazer a sua
bém conta com uma estratégia digital líder do parte para a construção de um mundo melhor,
setor que conta fortemente com a mobilida- ajudando o meio ambiente e comprando pro-
de. A comunicação ágil ajuda funcionários e dutos feitos de formas sustentáveis. Assim,
clientes a obter as informações de que eles esses consumidores são mais propensos a
precisam, além de fazer pedidos online de apoiar empresas que são ecologicamente
qualquer lugar do mundo. Ao mesmo tempo, responsáveis, como a Natura.
a Natura consegue obter dados valiosos de
clientes que são usados para personalizar e Portanto, conscientizar-se sobre os desafios
melhorar a experiência em geral. de atuar de forma sustentável em nosso pla-
neta, é um modo da Natura focar em seus
clientes.
Interseções entre a
Os funcionários também são a base de uma
campanha e o módulo forte experiência do cliente, uma vez que uma
cultura empresarial forte e alinhada é crucial
Em Marketing e Negócios: Parte I, você
em negócios centrados no cliente.
verá que o conceito de customer centricity
tem como foco a excelência, a satisfação e a
retenção de clientes.

Resultados
● Valor de mercado estimado de US$ 11 bilhões (cerca de R$ 44,5 bilhões).

● A Natura é líder de mercado em seu segmento no Brasil com


11,9% das vendas do setor.

● Média de mais de 100 milhões de consumidores.

0 0 8
mar
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O QUE É

ket
ing?
Objetivo de Aprendizagem:
Definir o conceito de marketing na visão da Cria, relacionando-o
com o cenário atual com a finalidade de entregar valor para o cliente.

0 0 9
O que é Marketing?

Definição de
marketing para a Cria
Conceito Além disso, precisamos considerar que outros
fatores como: análise de mercado; pesquisa;
A Associação Americana de Marketing (AMA),
concorrência; público; produto; inovação, etc.
a partir de um painel com cinco pesquisado-
são extremamente opostos.
res ativos, modifica a definição de marketing
a cada três anos.
Por isso, o profissional de marketing precisa
ser versátil, entender de negócios e se adap-
A última, aprovada em 2017, diz o seguinte:
tar ao meio onde está inserido, seja ele uma
“Marketing é a atividade, o conjunto de ins-
empresa ou uma agência.
tituições e processos, para criar, comunicar,
entregar e trocar ofertas que têm valor para
clientes, parceiros e sociedade em geral.”
O que faz o marketing?
Você pode achar milhares de outras defi-
Muito além de criar, distribuir e analisar cam-
nições de marketing na internet, neste link
panhas, o marketing faz a diferença para todo
(conteúdo em inglês), você encontra mais de
tipo de negócio. Desde a inovação de um pro-
70 definições elaboradas por diversos pes-
duto, até um insight para venda, o marketing
quisadores.
é responsável por gerar tendências e influen-
Para nós da Cria, o marketing é muito mais do ciar o consumo das pessoas.
que isso. É saber a diferença de entreter e inter-
Hoje em dia, a prática de empurrar goela
romper, é ir além da comunicação, é entender
abaixo, um produto ou serviço para o cliente,
de negócios e saber que ele varia de empresa
não funciona. As empresas que se sustentam
para empresa.
dessa forma estão morrendo, dia após dia.
Por exemplo, o marketing da L’Oréal é dife-
O marketing está cada vez mais ligado às re-
rente do marketing da Domino’s. Isso se dá
lações e percepções humanas, uma vez que
porque os modelos de negócio são diferentes.
as vendas estão diretamente conectadas à
O setor de produtos da L’Oréal desenvolve
capacidade que uma empresa tem de gerar
ações e processos que não caberiam a Domi-
valor na vida de um consumidor, muitas ve-
no’s e vice-versa.
zes até antes dele se tornar um cliente.

0 1 0
O que é Marketing?

Talvez você já tenha lido em algum lugar sobre


essa tal história de gerar valor, mas já se pergun-
tou como isso é possível?

Vamos conferir!

Como criar valor


pelo marketing?
Coloque desde já em sua cabeça o quão frágil
pode ser o relacionamento entre a sua empresa
e o seu público-alvo.

O comportamento do consumidor mu-


dou ao longo do tempo e cada vez Marketing
mais, o preço deixa de ser um fator
não é sobre
decisivo na hora da compra.
encontrar maneiras
Você precisa atrair a atenção do seu de empurrar
possível cliente, garantindo que ele produtos para
compre o seu produto ou serviço e clientes. Marketing
sinta total satisfação ao fazer isso.
é a arte de criar
Fazê-lo tomar essa decisão está dire- valor genuíno aos
tamente atrelado ao valor gerado du- clientes.”
rante a jornada de compra.
— Philip Kotler,
Na maioria das vezes, o ato de criar valor o “pai do marketing”

é mais simples do que se imagina, mas


nem sempre é fácil de ser implementa-
do. Criar valor é um trabalho que requer muita
atenção e cuidado aos mínimos detalhes, tal
como Leonardo da Vinci teve ao pintar a Mona
Lisa.

Mas a pergunta que deve ser feita é: como você


vai criar valor para os seus clientes?

0 1 1
O que é Marketing?

Como criar valor para o cliente

VA L O R D A
IMAGEM
1 CUSTO PSÍQUICO

VA L O R D O
PESSOAL
2 CUSTO DE
ENERGIA FÍSICA

VA L O R D O S
SERVIÇOS
3 CUSTO
DE TEMPO

PRODUTO
4
VA L O R D O CUSTO
MONETÁRIO

VA L O R T O TA L C U S T O T O TA L
PA R A O C L I E N T E PA R A O C L I E N T E

VA L O R E N T R E G U E
PA R A O C L I E N T E

Adaptado de Kotler, 2000

Curva de Valor – Cirque du Soleil

Ringling Bros e Barnum & Bailey Circus Circus regionais menores Cirque du Soleil
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Exemplo da Curva de Valor do Cirque du Soleil em comparação com outros espetáculos. Fonte: Blog LUZ.

0 1 2
O que é Marketing?

Primeiramente, é preciso entender quais são Custo psíquico


as necessidades do público para o qual você
deseja vender algo. A partir daí, mostre a ele Tomar uma decisão de compra exige um
como o seu produto ou serviço pode ajudá-lo custo mental, principalmente se você pensar
a resolver, da melhor maneira, a necessidade com a cabeça do cliente: determinado produ-
que ele tem. to ou serviço terão impacto negativo na vida
dele?
Esse será o norte da sua bússola daqui para
frente. Isso pode acontecer tanto na vida pessoal:
quando ele se frustra ao “gastar dinheiro à
Voltando a Philip Kotler, há uma equação ex- toa”, quanto na vida profissional: quando ele
plicada por ele de 8 elementos que somados pode ter o “respeito” abalado na empresa,
e subtraídos entre si fornecem o valor que o por ter feito uma escolha errada.
cliente utiliza para tomar a decisão de com-
prar ou não o seu produto ou serviço. Para que você consiga diminuir esse custo na
mente do cliente, é importante apresentar a
Certamente, na posição de consumidor, você ele cases de sucesso e dados concretos que
já olhou para um produto ou serviço e fez passem confiança sobre o que a sua empresa
uma espécie de “conta mental”, somando os está oferecendo.
valores oferecidos e subtraindo os custos re-
lacionados.
Custo de tempo
Isso é algo normal do ser humano. De forma
racional, avaliamos e decidimos se uma nova Esse custo é dividido em dois. O primeiro é
aquisição vale ou não a pena. o custo de tempo para tomar a decisão, e o
segundo é o custo do tempo até que o cliente
O resultado encontrado chama-se valor en- tenha solucionado seu problema.
tregue para o cliente.
Por isso, tente sempre diminuir ao máximo o
Mas, primeiramente, vamos falar sobre o cus- processo de compra, sem torná-lo complica-
to total para o cliente, composto pelos seguin- do e extenso.
tes elementos:
Você pode mostrar sua solução através de ví-
● Custo psíquico deos breves e textos de fácil leitura, com bullet
● Custo de tempo points e destaques em partes importantes.

● Custo monetário Em relação ao custo de tempo na implemen-


tação ou entrega da solução, você também
● Custo de energia física
precisa tornar o processo o mais célere pos-
Lembre-se: esse custo total não fica restrito sível.
a preços.

0 1 3
O que é Marketing?

Certo, o profissional de marketing ou vendas Entendido todos esses pontos, vamos agora
não tem tanto controle em relação a isso, mas para o valor total para o cliente, composto pe-
é preciso colher feedbacks para propor me- los seguintes elementos:
lhorias na eficiência e no tempo desse pro-
cesso. ● Valor da imagem

● Valor dos serviços


Pense também no pós-venda com a estrutu-
ração de uma boa área de sucesso do clien- ● Valor do produto
te. Dessa forma, você conseguirá fidelizar o
● Valor do pessoal
cliente e gerar recorrência nos seus produtos
ou serviços.
Valor da imagem

Custo monetário A marca e o prestígio que a imagem tem são


de fundamental importância na decisão de
Pensando em custo monetário, o preço do compra.
produto deve ser a última preocupação do
vendedor. Negociar preço sem contrapartida O raciocínio é bem simples. Qualquer toma-
serve apenas para depreciar o valor do pro- dor de decisão em uma grande empresa,
duto ou serviço. como um Diretor de Marketing, por exemplo,
vai pautar a escolha de uma companhia, se
É importante também garantir do cliente, caso precisar terceirizar algum tipo de serviço da
o vendedor se proponha a oferecer um preço sua área, baseado no quão positiva é a mar-
mais baixo, um aumento nas parcelas, bônus ca aos olhos do mercado.
ou negociação com o decréscimo da taxa de
juros do parcelamento.
Valor dos serviços

Custo de energia física O valor dos serviços vai além de entregar so-
mente o que o cliente precisa naquele mo-
O custo de energia física é observado pela mento. Imagine que você venda carros e
quantidade de esforço físico que o compra- tenha se dado ao trabalho de garantir que
dor precisa fazer para tomar a decisão de a sua empresa tenha as peças necessárias
compra. Pense se ele precisará se deslocar, para reposição em eventuais defeitos ou para
quantos arquivos precisará ler e se terá que efetuar trocas.
participar de reuniões.
Não basta oferecer um produto ou serviço,
Não invente muito. Trace o caminho mais cur- deve-se estar preparado para encarar adver-
to para que o prospect (potencial cliente quali- sidades.
ficado) consiga se decidir sobre a compra com
tranquilidade.

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O que é Marketing?

O trabalho do marketing é mostrar claramen- O que ele quer dizer com isso?
te ao cliente que a empresa consegue lidar
com isso. Esse tipo de atitude gera valor e O time precisa estar inteiramente a par sobre
faz bastante diferença no momento de fechar absolutamente tudo que faça referência aos
uma venda. produtos e serviços da empresa.

É necessário fazer com que o cliente confie


Valor do produto nas pessoas da empresa, como se fossem
amigos de infância, cujo objetivo principal
Isto precisa estar claro para você: valor é di- é ajudá-lo a encontrar uma melhor solução
ferente de preço! para o seu problema.

O valor de um produto diz respeito aos be- Coloque-se na posição do cliente, entenda
nefícios e percepções que ele traz para o sua dor a fundo e pense em qual seria a deci-
cliente. Valor também pode estar relacionado são que você tomaria no lugar dele.
a questões como durabilidade, desempenho,
design e confiabilidade. Marketing é muito mais do que vender, é tam-
bém um trabalho de empatia.

A soma dos valores totais menos os custos


Valor do pessoal
totais será igual ao valor entregue para o
No quesito valor do pessoal, Kotler se refere cliente:
à competência do time da empresa, forne-
cedora do produto ou serviço, em auxiliar o
cliente da maneira adequada.

Valores totais para o cliente


- Custos totais para o cliente

= Valor entregue para o cliente

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O que é Marketing?

Kotler fala também sobre 3 maneiras de gerar valor para o cliente dentro dessa equação.

Pensando na equação de Kotler, que você acabou de aprender, vamos usar um pouco de ra-
ciocínio lógico:

Se o objetivo é aumentar o valor entregue ao cliente, precisamos entender como a diferença


do valor total e o custo total poderão criar o maior valor possível.

Lembrando que:

Valor de imagem Custo psíquico

+ Valor dos serviços + Custo de tempo

+ Valor do produto + Custo monetário

+ Valor do pessoal + Custo de energia física

= Valor para o cliente = Custo total para o cliente

Vejamos, portanto, as três maneiras: Apesar da possibilidade de manipulação do


preço, o foco principal deve ser sempre o valor
da solução.
1. Diminuindo preço (maneira mais fácil e
menos indicada). Algumas empresas fazem isso com tremen-
da maestria. Veja os exemplos abaixo:
2. Diminuindo o custo psíquico, o custo de
tempo e o custo de energia física. 1. Polishop
a. Depoimento de consumidores sobre um
3. Aumentando o valor da imagem, o
produto.
valor dos serviços, o valor do produto
e o valor do pessoal (valor total para o b. Propaganda com benefícios de um produ-
cliente). to.
Ou seja, a partir de toda essa análise conse-
2. Fiat
guimos captar a mensagem que Kotler gosta-
a. Fiat ataca comerciais pomposos da Hyun-
ria de transmitir. Você arriscaria um chute?
dai-CAOA no Brasil.
A resposta é que o processo de criação de va-
3. Ford
lor para o cliente é um trabalho contínuo de
a. Comercial de teste da Ranger atravessan-
somar valor e diminuir custos.
do uma zona alagada.

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ne
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G E S TÃ O D E

góc
ios
Objetivo de Aprendizagem:
Esclarecer modelos de negócios e como
o marketing se encaixa como peça essencial.

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Gestão de Negócios

Marketing inserido
em modelos
de negócios
O que é um modelo de Em síntese, o modelo de negócios é a forma
negócios? como uma empresa ganha dinheiro, agre-
gando valor a um cliente dentro de um custo
Antes de falarmos do marketing propriamente apropriado.
dito, entender de modelos de negócios e prin-
cipalmente como cada um deles gera receita, É possível perceber os mais variados mode-
é o que separa quem ganha e quem perde no los de negócios a partir de uma classificação
mercado. muito simples:

Como você pode se comprometer a produzir ● Tudo que é necessário para criar
conteúdo, difundir a marca ou propor qualquer algo: mão de obra, design do produto,
ação de marketing para uma empresa, se você fabricação e matéria-prima.
não faz a mínima ideia de como funciona o mo- ● Tudo que é necessário para vender
delo de negócio? o que foi criado: processo de vendas,
marketing e distribuição.
Para quem ousar se aventurar, o recado
é simples: você será atropelado, seja pela ● A maneira como o cliente paga por
concorrência direta interna da empresa ou isso: métodos e prazos de pagamen-
por qualquer outra do mercado. tos.

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Gestão de Negócios

O papel do profissional Nas agências, o trabalho é bem parecido,


mas há certas ressalvas. O profissional de
de marketing e o novo
marketing não tem apenas uma marca, pro-
escopo da área duto ou público-alvo para produzir conteúdo
e difundir no mercado, e sim uma gama de
Comumente, podemos observar profissionais
clientes que desejam divulgar suas marcas
de marketing alocados em dois grandes tipos
com objetivos, públicos, canais digitais e tons
de ambientes: empresas dos mais diversos
de voz totalmente diferentes.
segmentos ou em agências. Os desafios
nesses dois locais são bem No marketing, precisamos
semelhantes. pensar no âmbito indivi-
Nós vemos dualizado de cada empre-
Basicamente, dentro de
os nossos clientes sa, sem jamais esquecer
uma empresa, o profissio-
da voz e dos atributos de
nal de marketing trabalha como convidados
cada marca.
em conjunto com um time para uma festa em
para criar ou ampliar o re- que nós somos os Além disso, em vez de
conhecimento da marca,
anfitriões. É nosso transmitir ao mundo sobre
utilizando-se dela para pen- seus produtos, é preciso
trabalho de todos
sar de que modo é possível abrir as portas para um
produzir conteúdos para o os dias fazer com
novo papel e escopo de
público-alvo. que cada aspecto marketing.
importante da
Além disso, ele busca en- Esse novo escopo de mar-
experiência do
tender a fundo o modelo keting está intimamente
de negócio no qual ele está
cliente seja um
ligado à experiência do
inserido, quem é o seu pú- pouco melhor.”
cliente.
blico-alvo, quais canais
— Jeff Bezos, CEO e fundador
utilizar para atingir a sua da Amazon.com A ideia de criar um produto
persona, que tipos de con- e tentar convencer o con-
teúdo serão veiculados e sumidor de que ele precisa
quais são as melhores prá- daquilo, morreu. É preciso muito mais que
ticas de análise e otimização que podem ser isso!
adotadas, incluindo as métricas empregadas
para análise. Antes de mais nada, comece compreenden-
do o que seus clientes realmente desejam e
Preocupa-se também com os formatos das use essa percepção para informar o que você
campanhas que serão veiculadas, visando está fazendo ou criando.
otimizar a comunicação e a produção de con-
teúdo.

0 1 9
Gestão de Negócios

Percentage of Marketing Leaders Who High Performers vs


Underperformers
Strongly Agree or Agree with the Following

2.4 X
Our business is aligning marketing
89%
roles to a customer journey strategy
vs. traditional roles (e.g. by marketing
62% more likely

channel/function)
37%

High performers Moderate performes Underperformes

Fonte: salesforce.com

A pesquisa State of Marketing revela que 89% As empresas e os profissionais que conse-
dos líderes de marketing de alto desempenho, guem entender essa ideia e mudar a forma de
acreditam que sua empresa está competindo fazer marketing, estão algumas boas casas
com base na experiência do cliente. à frente de qualquer tipo de concorrência.

Essas equipes têm 2,4 vezes mais chances


de sucesso do que as de baixo desempenho, Marketing B2B e B2C
que insistem em querer “empurrar” produtos
ou serviços sem entender o consumidor. Existem modelos de negócios que geram re-
ceita a partir de vendas de produtos ou ser-
No entanto, mudar o modelo de marketing da viços para pessoas jurídicas, pessoas físicas
sua empresa para se concentrar nas iniciati- ou para ambos.
vas de experiência do cliente por si só, não
basta. O problema se resolve com algo mais No modelo B2B (business to business), a
amplo que isso. ideia é propagar uma mensagem através do
marketing e fechar um negócio de empresa
A empresa deve seguir um modelo em que a para empresa, oferecendo um produto fí-
área de marketing não seja responsável ​​por sico, treinamento, software, consultoria ou
garantir uma experiência do cliente apenas qualquer outro tipo de oferta que possa ser
na jornada de compra, mas também de fa- comercializada e tenha funcionalidade para
zer com que os insights colhidos nessa fase uma organização.
orientem o que está sendo vendido e o que
está sendo entregue. Veja o exemplo da Lince Radioproteção, uma
empresa que oferece serviços de radiopro-
O produto final pode ser o mesmo, mas os teção para outras empresas do mercado
resultados são muito diferentes. offshore.

Nos dias de hoje, consumidores estão com- Já no modelo B2C (business to customer), o
prando experiências, o que significa que os objetivo é atingir o consumidor de forma mais
produtos são apenas uma pequena parte do direta, oferecendo alimentos, bebidas, bens
total. duráveis e diversos outros tipos de produtos

0 2 0
Gestão de Negócios

ou serviços dos quais um indivíduo possa Por exemplo, ao contratar uma empresa de
precisar. consultoria, é muito comum que os serviços
desempenhados pela empresa estejam lista-
Veja o caso da Ri Happy, uma loja de brinque- dos no contrato. É uma forma de alinhar com
dos que oferece seus produtos tanto em lojas o cliente o que exatamente será fornecido.
físicas quanto no seu próprio site.
Voltando para nossa realidade, é como se a
área de vendas da empresa contratasse a
Marketing x Vendas? área de marketing para entregar potenciais
consumidores qualificados.
Não é incomum observarmos atritos entre a
área de marketing e a área de vendas de uma Desse modo, o SLA será estabelecido entre
empresa. as duas partes com todos os quesitos defi-
nidos que traduzam o que seria esse tipo de
Se o objetivo delas não é alcançado, histori- consumidor, quais características ele precisa
camente, a área de marketing tende a culpar ter e quais informações dele precisam ser ob-
a área de vendas, por não efetuar o seu tra- tidas.
balho com eficiência. A área de vendas, por
sua vez, tende a apontar o dedo para a área Em resumo, as duas áreas estão sempre
de marketing, valendo-se do discurso de que perseguindo o mesmo objetivo: resulta-
o potencial consumidor não chegou com as do.
qualificações que deveria.
Apesar do objetivo macro ser o mesmo, exis-
Uma maneira para tentar diminuir esse tipo de tem certas peculiaridades que precisam ser
conflito, é estabelecer o SLA (Service Level apreciadas pelas duas áreas, de maneira que
Agreement), que nada mais é que um acordo não se tornem conflitantes e sim complemen-
em que as duas partes falam a mesma língua, tares, agindo de forma cooperativa.
ou seja, são definidas diversas cláusulas con-
tratuais referentes à entrega e às responsabili- Confira o que Diego Gomes, um dos fun-
dades entre o contratado e o contratante, sendo dadores da Rock Content, disse sobre
nesse caso específico, a área de marketing a esse assunto em uma entrevista no RD
contratada e a área de vendas a contratante. Summit.

É importante que você entenda que esse


tipo de acordo não é algo exclusivo das duas Divisões do marketing
áreas. Estamos exemplificando apenas esse em organizações
caso entre marketing e vendas, o SLA é um
acordo extremamente amplo, podendo ser Não existe empresa de sucesso que não te-
usado pelos mais variados tipos de negócios nha uma área de marketing estruturada, ou
que envolvam prestação de serviço. que pelo menos terceirize esse serviço para
uma agência.

0 2 1
Gestão de Negócios

Dentre suas diversas divisões típicas e fun- Relações públicas


ções a serem desempenhadas, veremos algu-
mas das principais que contemplam as fileiras Área que funciona para a construção de rela-
das organizações. cionamento entre a empresa e outras organi-
zações ou o mercado de uma forma geral.
Falando primeiramente das divisões mais
comuns, a London School of Economics traz
uma visão extremamente interessante que Pesquisa de mercado
elenca as seguintes:
Coleta e analisa o que o mercado está fazen-
● Mídia do, consolidando dados com o objetivo de en-
● Atendimento / Sucesso do cliente tender a reação do público acerca de um pro-
duto ou serviço.
● Relações públicas

● Pesquisa de mercado
Precificação
● Precificação
Identifica todos os fatores que influenciam na
● Planejamento
produção de um produto ou prestação de um
● Vendas serviço, bem como o seu valor atribuído no
mercado e a propensão relacionada ao preço
● Digital
que um consumidor estaria disposto a pagar
por ele.
Mídia

Responsável pela distribuição do conteúdo Planejamento


produzido e pelos anúncios dos produtos ou
serviços, sejam eles de forma paga ou orgâ- Está intimamente ligada à forma que a em-
nica. presa produzirá os seus conteúdos e o que
será transmitido a partir deles. Visa estruturar
uma forma estratégica e racional, mapeando
Atendimento / Sucesso do exatamente o que será executado.
cliente

Fornece assistência sobre produtos ou servi- Vendas


ços e é a principal ponte de contato entre a
Área de marketing responsável por apoiar a
empresa e o cliente.
área de vendas, entendendo as metas e tra-
çando formas de ajudar a empresa a chegar
em um resultado previamente estabelecido.

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Gestão de Negócios

Digital É importante lembrar que a área de marketing


de uma empresa não terá necessariamente a
Estrutura os conteúdos produzidos para se- mesma quantidade de cargos que há em uma
rem adaptados aos mais diversos canais digi- agência.
tais, entendendo em quais deles está de fato
o público-alvo da empresa e a forma como Muitas vezes, em uma delas, algumas fun-
ele consome conteúdo nesse meio. ções são acumuladas ou acabam sendo des-
cartadas pela companhia por não julgá-las
Entendido isso, veja agora algumas das fun- necessárias para desempenhar a sua estra-
ções mais comuns em uma agência: tégia.

● Diretor de conteúdo
Case: Apple
● Estrategista digital
Fundada em uma garagem na Califórnia, no
● Planner ano de 1976, a Apple Inc. se tornou uma em-
presa com mais de 100 mil funcionários espa-
● Analista de insights lhados pelo mundo. Em 2015, a Apple obteve
US$ 233 bilhões em receita.
● Redator
Se comparássemos a Apple com um país, ela
● Revisor
seria o 20º maior país do mundo em Produto
Interno Bruto (PIB).
● Designer

Além de desenvolver linhas de computado-


● Analista de marketing
res pessoais, a partir do ano de criação da
● Videomaker empresa, seu cofundador Steve Jobs, desen-
volveu vários produtos de tecnologias exclu-
● Motion graphics sivas e inovadoras, incluindo computadores
Mac, iPod, iPhone, iPad, Apple TV e o Apple
● Analista de mídia Watch.

● Social media E o que isso tem a ver com o marketing?

● Community manager Steve Wozniak, um dos fundadores da Apple,


disse uma vez que o marketing era a maior
● Customer success habilidade de Steve Jobs. A apresentação do
iPhone em 2007, no palco da Macworld, com

0 2 3
Gestão de Negócios

sua piada de marca registrada “One More A marca tinha a beleza e a simplicidade como
Thing…” ainda é considerada uma das me- seus principais valores, mas apesar de mui-
lhores performances de marketing feitas até tos produtos terem seu marketing bem tra-
hoje. balhado, Jobs reconheceu que só isso não
bastava. Para se tornar realmente bem-suce-
O anúncio do Super Bowl de 1984 feito pela dida, a Apple precisava melhorar a forma e a
Apple, para o lançamento do Macintosh, é re- funcionalidade dos produtos.
conhecido como o melhor comercial de todos
os tempos, já exibido no campeonato. Ao alcançar esse feito, Jobs conseguiu impul-
sionar a Apple como uma das marcas de con-
A decisão de prosseguir com o anúncio foi sumo mais reconhecidas do mundo.
muito discutida dentro da empresa. O conse-
lho de administração não era favorável, pois Mas repare em um ponto importante: a Apple
o considerava caro e bastante agressivo em não lançou nada extremamente inovador. Na
relação à concorrente IBM (International Bu- grande maioria das vezes, a empresa pegava
siness Machines Corporation). Mas Jobs ado- um produto existente e o transformava em
rou o anúncio e se ofereceu para pagá-lo. algo único. Somado a isso, a Apple construía
campanhas de marketing excelentes, com
Nos primeiros 100 dias do lançamento da produtos que eram sucesso de vendas.
campanha, a Apple registrou US$ 150 mi-
lhões em vendas do Macintosh. Veja o caso do iPhone, que ao ser lançado
destruiu concorrentes como Nokia e Blackber-
Jobs era apaixonado por criar produtos inova- ry em poucos anos.
dores e bem-elaborados para atender à gran-
de massa. Ele disse uma vez: “Adoro quan- O segredo gira em torno de basicamente
do você pode trazer um ótimo design e uma construir e manter uma marca. Você vai en-
capacidade simples para algo que não custa tender mais sobre isso ao longo do curso,
muito… Era a visão original da Apple. Foi o mas é importante saber que os clientes da
que tentamos fazer com o primeiro Mac. Foi o Apple são muito leais à marca, se tornando
que fizemos com o iPod.” fãs que adquirem todas as novas versões de
um produto.

0 2 4
Gestão de Negócios

Não é incomum ver consumidores esperarem


por horas ou dias em filas para adquirir no
lançamento, um novo iPhone ou outro produ-
to da Apple.

De acordo com um estudo de 2014 da Mor-


gan Stanley Research, o iPhone da Apple
tem uma taxa de retenção de marca de 90%
em relação à Samsung, LG, entre outras con-
correntes.

Vejamos agora alguns prêmios conquistados


pela Apple:

● “Get a Mac” foi eleita a campanha


de marketing mais bem-sucedida de
2007, no Effie Awards anual, gerando
um crescimento de 42% de participa-
ção no mercado só no primeiro ano. A
série retratou um jovem proprietário de
Mac em oposição a um proprietário de
PC decadente e aparentemente sem
graça. Em 2010, a Adweek declarou
“Get a Mac” como a melhor campanha
publicitária da década.

● Vencedora do CMO Survey Award por


Excelência em Marketing em 2012 e
2016.

● Vencedora do prêmio de “Marca do


ano” em 2013, nas categorias de smar-
tphones, tablets e computadores pela
empresa de pesquisa de marke-
ting Harris Interactive.

Percebeu que a constância dos re-


sultados positivos está intimamente
ligada com a evolução do crescimen-
to?

0 2 5
Gestão de Negócios

Marketing voltado
para resultado
Primeiros passos para Esse aumento se dará pela forma em que
gerar resultado pelo você deverá concentrar seus esforços de
marketing nas táticas mais otimizadas e que
marketing aproveitem ao máximo seu orçamento, refle-
tindo um retorno maior. E não para pela área
de marketing.
Publicidade
As táticas e os orçamentos da empresa como
é a arte a serviço do
um todo são modificados para permitir toda e
capitalismo.”
qualquer atividade que leve a um aumento ge-
ral da lucratividade.
— Rich Silverstein, cofunda-
dor da Goodby, Silverstein &
Partners Um exemplo prático é dentro de uma cam-
panha. É extremamente possível aumentar o
investimento e ter mais retorno, mesmo que o
Até aqui você certamente já entendeu que custo da conversão do cliente aumente tam-
todo negócio busca melhorar vendas e au- bém. Ou seja, você investe um pouco mais
mentar lucros, certo? para conseguir um cliente, mas acaba ga-
nhando na quantidade.
Ficar à frente da curva nunca foi tão essencial
para um profissional de marketing, se consi- Vejamos: uma campanha inicial com R$ 1 mil
derarmos que os negócios são apenas meios de investimento, com um custo de conversão
para atingir um fim: gerar lucro. de cliente na faixa de R$ 50,00. Temos en-
tão o total de 20 clientes. Mas, imagine que o
A ideia é bem simples. Você precisará usar os
custo para adquirir um cliente aumentou para
seus lucros totais como uma forma de medir
R$ 60,00 após ter sido decidido um aumento
o sucesso dos seus esforços de marketing.
de investimento para o valor de R$ 1,5 mil.
Com isso, o único modo de justificar qualquer
Nesse caso, podemos observar que o núme-
gasto a mais com marketing, é o foco no au-
ro de clientes adquiridos passará de 20 para
mento do faturamento.
25.

0 2 6
Gestão de Negócios

Canvas de marketing
Existem diversos modelos de Canvas, para diferentes finalidades. Mas se o assunto é marke-
ting, e mais precisamente resultado, é importante que o profissional da área conheça toda a
sua estrutura.

Marketing Strategy Canvas


PROJETADO PARA: PROJETADO POR: DATA

PRODUTO POSICIONAMENTO MENSAGEM COMUNICAÇÃO SEGMENTOS


Defina quais meios de comunicação
Defina o produto, suas principais Descreva como seu produto deverá Defina sua declaração de valor e Defina quais segmentos e perfis de
serão utilizados para atingir o
características. Inclua adaptações e ser percebido pelo mercado. qual o mote de suas campanhas de clientes que serão alvo das
segmento. Inclua canais de
melhorias a serem implementadas. comunicação. campanhas de comunicação.
relacionamento e formas de
Como somos ou queremos ser reconhecidos?
prospecção.
Qual produto está sendo analisado? Essa percepção nos torna únicos? Qual é o conceito central de nossa comunicação?
Quais atributos são importantes? Essa percepção agrega valor para o cliente? Qual é o slogan ou mote da campanha? Alguns critérios de segmentação
O que precisa ser modificado no produto, embalagem Qual benefício ou conceito deve ser reforçado? Geográficos (bairro, cidade, estado, país)
ou serviços agregados? Alguns exemplos Demográficos (idade, renda, religião, escolaridade)
Mídias sociais Psicográficos (personalidade, estilo de vida)
E-mail marketing Comportamental (hábitos, ocasião, preferências)
Televisão
Rádio
Revistas
Prospecção telefônica
Panfletos
Outdoors

PREÇO
Defina a estratégia de preços, políticas
de desconto e promoções. Se
necessário, inclua estratégias de
negociação e construção da
percepção de valor na venda.

DIFERENCIAIS CONCORRENTES MARCA Qual é a estratégia de precificação?


Qual o preço adequado para o segmento?
COMPORTAMENTO
Defina as características que
diferenciam seu produto dos demais.
Identifique os principais concorrentes
e seus pontos fortes. Considere
Defina as características e conceitos
que devem estar presentes na sua
Quando e como serão concedidos descontos?
Quais formas de pagamento são adequadas? DO CLIENTE
O que torna sua oferta única? também potenciais substitutos e marca. Inclua a tagline, cores, etc. Defina as principais características do
outras alternativas do cliente. comportamento do cliente, seus
problemas, dificuldades, anseios,
Quais atributos são exclusivos em nosso produto? Qual é o conceito central da marca?
Por que o cliente prefere comprar conosco? Qual é o posicionamento dos principais concorrentes? É necessário modificar algum atributo?
medos, gatilhos de compra,
Por qual benefício ou vantagem somos reconhecidos? Como os concorrentes estão competindo? A marca deve provocar quais percepções? motivações, etc.
Quais produtos substitutos podem afetar o negócio?

Quais anseios e receios o cliente carrega?

DISTRIBUIÇÃO Como o cliente busca uma solução?


O que pode despertar a necessidade do cliente?
Quais problemas o cliente deseja solucionar?
Defina os canais e as principais
estratégias de geração de valor
através da cadeia de distribuição.

Quais são os canais de distribuição?


Como aumentar a distribuição?
Como agregar valor através da cadeia?

OBJETIVOS DE MARKETING MÉTRICAS INVESTIMENTOS


Defina os objetivos do plano de marketing. Defina os indicadores a serem monitorados para acompanhar os Defina os recursos necessários para implementação do plano. Inclua
resultados da implementação. Inclua também as metas. pessoas, tempo, know-how, verbas e orçamentos.
O que pretende-se realizar com esse plano de marketing?
A qual período esse plano se refere? Como avaliaremos os resultados? Quanto tempo será necessário para implementar as ações?
De que maneira ele atende ao planejamento estratégico da empresa? Quais indicadores serão acompanhados? Quais pessoas e competências serão necessárias?
Quais metas deverão ser atingidas? Qual o investimento financeiro necessário para este plano?
De onde virão os recursos?

Marketing Strategy Canvas de Daniel Rodrigo Bastreghi está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em www.drbconsultoria.com. Setembro de 2014. DRB MARKETING

Se você nunca viu e nem ouviu falar disso, cer- zam post-its das mais variadas cores durante
tamente deve estar se perguntando o que é um o preenchimento de um Canvas.
Canvas.
Isso ajuda a clarear a visão e a fazer com
Um Canvas é uma ferramenta que ajuda no que os processos necessários tomem forma
gerenciamento estratégico da empresa, per- e avancem algumas casas.
mitindo a criação e o desenvolvimento de mo-
delos de negócios de maneira rápida e cola- As vantagens dessa ferramenta para alcan-
borativa. çar resultados são inúmeras. Vejamos a se-
guir algumas:
Para trazer mais eficácia e qualidade na hora
de gerenciar projetos, muitas pessoas utili-

0 2 7
Gestão de Negócios

● Auxilia a identificar o que importa para


o momento e eliminar o que não faz
Etapas do marketing de
sentido. resultado
● Possibilita realizar modificações a qual- Existem diversas variáveis e questionamen-
quer momento. tos a serem considerados quando falamos
de marketing de resultado. Esse conjunto,
● Extrai de maneira rápida a proposta
se bem estruturado, possibilitará a conquista
de valor que atenda e potencialize os
pela empresa do objetivo final.
principais objetivos.

● Incentiva a inovação através da discus- Mas antes de falarmos da venda propriamen-


são de opiniões e ajuda na formaliza- te dita, daremos alguns passos atrás para en-
ção de um entendimento comum entre tender de forma minuciosa o caminho a ser
todos que participam do projeto. trilhado.

● Ajuda na identificação do modelo de


negócio.
1. Atração
● Faz com que todos os participantes
conheçam melhor a empresa e seus
projetos, aproximando-os cada vez
mais das metas e processos. Há 10 anos,
a efetividade do
Objetivos específicos marketing era
dependente do
Como você pôde observar na imagem ante-
peso da sua carteira.
rior, o Canvas de marketing possui 14 espa-
ços específicos a serem preenchidos. Hoje, a efetividade
do marketing é
De forma bem direta, a ideia é que sejam de- dependente do
senvolvidas respostas que direcionem o mar-
tamanho do seu
keting a trazer resultados satisfatórios para a
cérebro.”
empresa.
— Brian Halligan, cofundador
Você pode conferir um vídeo com o passo a e CEO da Hubspot
passo do preenchimento do Canvas de Mar-
keting, clicando aqui.

Em um mundo digital, atrair precisa ser muito


mais do que simplesmente aparecer para o
público. É preciso gerar interesse para captu-
rar a atenção.

0 2 8
Gestão de Negócios

Um bom exemplo para que você entenda o contrapartida, ele deverá fornecer mais infor-
nível de complexidade em gerar interesse é mações sobre seus hábitos, gostos e outras
o seguinte: imagine que você está na sala da características que possam ajudar o time de
sua casa com mais três familiares. Só nesse marketing a entender mais sobre esse poten-
ambiente, uma empresa que deseja atrair a cial consumidor.
sua atenção estará brigando com a televisão,
com os seus familiares, com o contexto geral
do ambiente e com o mundo de informação 3. Nutrição
adicional que um celular ou computador po-
dem te proporcionar.

Percebeu a dificuldade? Conteúdo


constrói
Por isso, qualquer mensagem que tenha o
relacionamentos.
objetivo de fazer uma pessoa parar absolu-
tamente tudo que está fazendo, para prestar Relacionamentos
atenção nela, precisa ter muito valor na per- são baseados
cepção desse receptor. em confiança.
Confiança gera
receita”
2. Conversão
— Andrew Davis, fun-
dador do Monumental
Shift

Se o
conteúdo é rei, O processo de nutrição consiste em entregar
a conversão é a conteúdos de valor, com o objetivo de provar
rainha.” para o consumidor em potencial que a em-
presa pode sim resolver o seu problema.
— John Munsell, escritor
Quanto mais informações se tem sobre deter-
minada pessoa ou nicho de pessoas da base
Depois de capturada a atenção, o próximo de cadastros, mais assertivo fica o processo
passo é conseguir informações. Em um pri- de entrega dos materiais que ajudarão no
meiro momento, nome, e-mail e o telefone processo de convencimento.
podem ser suficientes.
Aqui, quanto mais informações sobre a em-
Posteriormente, outras informações podem presa, produto, serviço, soluções propostas,
ser colhidas à medida que conteúdos valio- entre outras, o consumidor em potencial tiver,
sos sejam entregues para esse usuário. Em mais fácil será para ele tomar uma decisão.

0 2 9
Gestão de Negócios

4. Venda 5. Análise

Analisar
A melhor
seus dados de web
maneira de
analytics é como ir
persuadir as pessoas
à academia: a não
é com os ouvidos —
ser que você faça
ouvindo a elas.”
regularmente, nem
— Dean Rusk, ex-Secre-
tário de Estado dos EUA vale a pena fazer.
Você só vai ficar
frustrado em como
Se o potencial consumidor passou por todas a última sessão teve
as etapas anteriores, o time de vendas não pouco impacto.”
terá muitas dificuldades em convertê-lo em
cliente. — Brian Clifton, estrate-
gista de resultados
A etapa de venda pode ser feita de diversas
formas, sendo uma delas de forma consulti-
va, entendendo se a necessidade do cliente Você deve estar se perguntando: se o objeti-
pode realmente ser sanada pela empresa, ou vo final é vender, por qual motivo ele não se
de forma mais agressiva, ignorando a quali- encontra na última etapa?
ficação do mesmo e preocupando-se tão so-
mente com a conversão em cliente ao final do Bem, a resposta para essa pergunta é mais
processo. simples do que parece.

A análise do processo como um todo, é a


etapa mais abrangente do marketing de re-
sultado, já que ela passa por todas as quatro
etapas anteriores.

Com a análise será possível identificar possí-


veis problemas e pontos de melhoria, a fim de
trazer ainda mais resultado.

0 3 0
Gestão de Negócios

A análise sempre será pautada pela men- ● Assinatura de newsletter.


suração de dados fornecidos por métricas e
● Cadastros feitos em lojas físicas.
KPIs (Key Performance Indicator) previamen-
te estabelecidos, que ajudarão a visualizar se ● Cadastros feitos por telefone.
as metas estão sendo atingidas.

Vejamos alguns exemplos: Análise na fase de nutrição

● Taxa de abertura de e-mails.


Análise na fase de atração ● Taxa de clique em links dos e-mails.

● Comentários do público e interações ● Taxa de conversão em material rico.


diversas com a marca. ● Tempo de leitura de conteúdo do
● Quantidade de visitantes no site e blog blog.
da empresa, se houver. ● Comentários do público e interações
● Ranqueamento no Google por palavra- diversas com a marca.
-chave. ● Número de contatos para visitar ou
● Quantidade de cliques e quantidade de saber mais informações sobre produto
links de redirecionamento para determi- ou serviço.
nadas páginas. ● Número de visualizações de vídeos
● Média de visualização de banners e por canais on e offline (ex: YouTube e
cartazes. televisão).

● Percentual de visualização de vídeos


Análise na fase de conversão por canais on e offline.

em geração de cadastro
Análise na fase de venda
● Número de acessos em landing page
específica. ● Taxa de conversão em vendas.

● Quantidade de cadastros gerados. ● Custo de aquisição de cliente.

● Taxa de conversão em acesso de lan- ● Cadastros qualificados entregues pelo


ding page e conversão para a base de marketing.
cadastros.
● ROI.
● Custo por usuário cadastrado na
● Ticket médio.
base.

0 3 1
Gestão de Negócios

1. Mapear resultados
Implementando o mar-
keting de resultado
2. Metrificar os resultados mapeados
O marketing orientado para resultado pode
ser implementado por qualquer empresa, in- 3. Capturar e reter a demanda
dependentemente do modelo de negócio em
Mapear resultados nada mais é do que en-
que ela atue.
tender, primeiramente de forma macro, qual
Mas algo precisa ficar muito claro: não é por- foi o retorno total de lucro baseado em todo o
que a equipe opera focada em vendas que investimento feito.
outras formas de se fazer marketing devem
No segundo ponto, descendo um pouco mais
ser abandonadas.
para o micro, é preciso traçar metas e definir
Ou seja, não é porque sua empresa está fo- quais KPIs e métricas serão usados para me-
cada em aumentar o faturamento, que você dir o que já existe de dados e o que virá pela
deve focar somente em aumentar o número frente.
de clientes e esquecer das campanhas que
Por fim, é hora de executar. O marketing será
posicionam a marca no mercado.
usado para atrair um visitante, convertê-lo em
De todo modo, para implementar o marketing um novo cadastro na base e transformá-lo em
de resultado, é preciso enfatizar três ações cliente. E é justamente sobre o cliente que fa-
iniciais principais: laremos a partir de agora.

0 3 2
con
M I N D B L O W I N G
E D U C A T I O N

sum
idor
Objetivo de Aprendizagem:
NO CENTRO DO NEGÓCIO

Enunciar os principais conceitos sobre customer centricity e sua


aplicabilidade para o marketing.

0 3 3
Consumidor no Centro do Negócio

Customer
centricity
Conceito
Você já parou para pensar que nem sempre o
cliente tem razão?

Ao contrário do que muitos pensam ao ler


esse termo, customer centricity não está re-
lacionado com o bordão que estamos acostu-
mados a ouvir: “o cliente tem sempre razão”,
mas sim em entender de fato em quais con-
sumidores vale a pena focar.

Antes que você possa entender mal, não es-


tamos aqui dizendo para você ignorar as ne-
cessidades dos clientes, mas sim que saiba
selecionar muito bem as pessoas nas quais
você vai oferecer um produto ou serviço.

A verdade é uma só: o consumidor continua


ditando as regras do jogo. Em primeiro lugar
é o cliente, em segundo o produto.

E é justamente por isso que você, profissional


de marketing, não pode se dar ao luxo de per-
der tempo e dinheiro para tentar desenvolver
relacionamentos com consumidores que não
fazem sentido para o seu negócio.

No fim das contas, é preciso se manter dis-


tante do tipo de cliente que você não quer.

0 3 4
Consumidor no Centro do Negócio

Diante disso, podemos extrair:

● O consumidor não
está sempre certo.

● O foco deve ser no Uma


valor da vida útil do estratégia efetiva
cliente e não em de customer
histórico de lucros centricity passa
passados.
por estabelecer um
● É preciso aprender programa de ações
com o seu pior con-
voltado a conhecer
sumidor.
melhor o cliente,
Além desses pontos, tam- suas expectativas
bém é importante entender
e necessidades
que as marcas precisam
a cada momento
parar de se comunicar com
as massas e passar a se ou interação com
comunicar com pessoas a empresa, seus
de forma individualizada. produtos e serviços.”

Ou seja, é preciso atender — Frank Meylan, só-


uma necessidade do clien- cio-líder da prática de
digital da KPMG
te, que podemos relacionar
com o conceito de Product
Market Fit, que vincula a
ideia de definir o seu produto baseado em uma combinação ideal
de “o quê + para quem” será vendido.

E isso responde à pergunta do porquê de se usar customer cen-


tricity nos negócios, o que deve ser amplamente explanado para
todos os stakeholders (partes interessadas) do projeto de desen-
volvimento do produto, sejam eles internos ou externos.

Grosseiramente falando, se você busca desenvolver um produto


que atenda às suas necessidades próprias, não conte com isso.
Mas se quer de fato ganhar dinheiro e espaço no mercado, faça
algo que atenda às necessidades do cliente.

0 3 5
Consumidor no Centro do Negócio

Peter Fader, professor de marketing da Whar- Aliados a esses princípios, uma relação de
ton School, e Sarah Toms, diretora executi- excelência com os consumidores possui uma
va da Wharton Interactive, responsáveis pelo rota clara a ser seguida, definida de acordo
Customer Centricity Manifesto, apontam qua- com os seguintes passos:
tro princípios que traduzem um pouco de todo
o racional desenvolvido. Vejamos: ● Personalização

● Expectativas
1. Heterogeneidade do cliente sobre as
médias. ● Tempo e esforço

2. Usos multifuncionais do Customer ● Integridade


Lifetime Value sobre aplicações isola-
● Resolução
das.
● Empatia
3. Métricas que refletem a equidade do
cliente em relação à obsessão por volu-
me e custo.

4. Comunicação clara com as partes ex-


ternas interessadas evitando desalinha-
mentos e desentendimentos.

Por fim, recomendamos fortemente


que você assista à palestra de Peter
Fader e Sarah Toms no palco do Talks
at Google. Se puder, faça também a
leitura do livro deles, The Customer
Centricity Playbook:

0 3 6
Consumidor no Centro do Negócio

Como investir
nos consumidores
certos
Customer Lifetime De maneira resumida, o ticket médio corres-
ponde ao valor médio da venda de um de-
Value
terminado produto ou serviço por cliente. Já
o tempo de permanência, diz respeito ao pe-
Como já mencionamos, nem todo cliente é ríodo em dias, meses ou anos que o cliente
merecedor da atenção da sua empresa. Mas usará e pagará pelo produto ou serviço.
a pergunta que fica é: como identificá-los e
Dessa forma:
diferenciá-los?
LTV = Ticket médio x Tempo de permanên-
Falamos muito sobre o uso do Customer Li-
cia
fetime Value, mas agora chegou o momento
de entender como isso realmente funciona.
Não se esqueça de considerar se a receita é
recorrente ou não.
Os lucros gerados na fase de retenção do
cliente são chamados de LTV (Lifetime Value),
Se a receita não for recorrente, o cálculo de-
que nada mais é do que o valor da vida do
verá ser feito com base na quantidade de
cliente. O CLV (Customer Lifetime Value),
compras que um cliente fez no tempo de rela-
portanto, será responsável por medir o lucro
cionamento com a empresa.
que a empresa terá a partir de um cliente es-
pecífico. LTV = Ticket médio x Frequência x Tempo
de permanência
Resumindo, o cálculo do LTV serve para mos-
trar quanto um cliente dará de receita para a Vejamos o exemplo com uma receita recor-
empresa, no período em que se manter ativo rente:
nas compras.
Você é head de marketing de um serviço de
Para isso, é necessário saber o ticket médio streaming. O ticket médio da assinatura é de
e o tempo de permanência, mas sem ignorar R$ 20,00.
o possível abandono.

0 3 7
Consumidor no Centro do Negócio

Considerando que um assinante permaneça


usando os serviços por um período de 12 me-
Práticas comuns
ses, o LTV será: R$ 20,00 (ticket médio) x Entre as práticas mais comuns usadas para
12 (tempo de permanência) = R$ 240,00. aumentar o faturamento das empresas, há
três principais que, se bem feitas, funcionam
Ou seja, um cliente trará de receita o valor de
muito bem dentro de uma estratégia de cus-
R$ 240,00 ao ano.
tomer centricity.
Agora vejamos o exemplo com uma receita
São elas: upsell, downsell e cross-sell.
não recorrente:
Falando primeiramente de upsell, trata-se de
Você trabalha em uma empresa que vende tin-
uma técnica na qual o vendedor oferece um
ta para cabelo. O ticket médio do produto é R$
produto em uma versão superior ao que o po-
40,00 e uma mulher costuma comprar cinco
tencial consumidor buscou adquirir.
vezes por ano.
Exemplo: um cliente vai a uma loja da Apple
Com isso, teremos o LTV: R$ 40,00 (ticket
para comprar um iPhone 11 Pro, e o vende-
médio) x 5 (frequência) x 1 (tempo de per-
dor oferece o iPhone 11 Pro Max.
manência) = R$ 200,00.
Lembre-se: esse ato precisa ocorrer no mo-
Lembrando que o CAC (custo de aquisi-
mento da compra. Essa é uma excelente ma-
ção de cliente), se relaciona com o LTV,
neira de aumentar o faturamento de uma ven-
sendo que o LTV precisa ser três ve-
da que já seria realizada.
zes maior que o CAC. Ou seja, o LTV to-
tal do cliente tem que ser três vezes maior Já downsell consiste em fazer uma nova ofer-
se o objetivo posterior for ganhar escala ta para um cliente que se interessa por de-
(LTV/CAC ≥ 3x). terminado produto, mas não tem condições
financeiras de comprá-lo.
Se você ficou um pouco perdido no conceito
de CAC, saiba de antemão que ele traduz o Exemplo: um cliente vai a uma loja da Fiat
custo de aquisição de cliente. para comprar um Fiat Argo, porém entende
que esse modelo de carro está fora de suas
De todo modo, não se preocupe, falaremos
possibilidades no momento. Para não perder
mais a fundo sobre métricas ao longo do nos-
a oportunidade de efetuar uma venda, o ven-
so curso.
dedor oferece o Fiat Mobi ao cliente.

0 3 8
Consumidor no Centro do Negócio

Dessa forma, a empresa consegue transformar em venda, um negócio que em tese estaria
perdido.

Por fim, há o cross-sell, que ocorre quando um possível consumidor decide comprar um pro-
duto e o vendedor oferece outro relacionado à escolha inicial.

Exemplo: um cliente compra um computador, e o vendedor lhe oferece outros produtos relacio-
nados ao equipamento, como mouse, teclado e fones de ouvido.

Ou seja, essa técnica baseia-se em um cruzamento de necessidades e informações de um


único consumidor, para aumentar o ticket da venda.

Retenção e desenvolvimento
Com tudo que vimos até aqui, que tipo de clientes você escolheria para investir em um relacio-
namento maior e mais valioso?

Customer centricity trata muito sobre escolher bem os clientes e focar os esforços neles. Além
disso, o trabalho precisa ser feito visando a retenção e o desenvolvimento desse cliente esco-
lhido, sem esquecer da individualidade da pessoa com quem desejamos falar.

Esse tipo de técnica ajuda principalmente no sucesso das práticas que você aprendeu re-
centemente.

Pensando nisso, a famosa Matriz Dois por Dois se faz muito útil. Ela cruza as possibilidades
entre o discurso técnico do vendedor, ou das campanhas de marketing com a visão de valor do
consumidor-alvo gerando algumas possibilidades. Vejamos um exemplo:

Consumidor-alvo

Discurso Técnico Valor Alto Valor Baixo

Programas
Ofensivo Ofertas Premium
de Fidelidade

Gerenciamento
Defensivo Atendimento ao Cliente
Estratégico de Conta

0 3 9
Consumidor no Centro do Negócio

Dessa forma, torna-se possível definir exatamente o tipo de tática que será empregada a
depender do momento.

Outro ponto extremamente importante, que você precisa levar para a sua vida como pro-
fissional, está resumido nesta equação:

Customer equity > Brand equity

Pode parecer um pouco complexo, mas


afirmamos ser algo bem lógico. A percep-
ção de valor da marca no mercado é im-
portante? Com certeza. No ranking das
melhores marcas globais de 2018 feito pela
Interbrand, a Amazon teve um aumento de
56%, o Google de 10% e a Apple de 10%.

Mas o ponto é que só o trabalho de marca


precisa ser desenvolvido. O valor do cliente
necessita ser prioridade. Percebe agora a lógica da equação? O valor
do cliente será associado à marca.
Antigamente, o mundo do marketing entendia
brand equity e customer equity como dois con- Existem algumas formas de mensurar o grau
juntos diferentes que se encontravam em uma de lealdade dos clientes a uma empresa.
intersecção. Uma das principais utilizadas pelo mercado
chama-se Net Promoter Score (NPS).
Nos dias de hoje, entende-se algo bem dife-
rente, como se o conjunto de customer equity É uma metodologia que foi desenvolvida por
fosse muito maior e dentro dele estivesse Fred Reichheld nos EUA, e foi apresentada
contido mais que 80% do conjunto de brand em um artigo da Harvard Business Review
equity. em 2003.

0 4 0
Consumidor no Centro do Negócio

O objetivo aqui não é entrar em muitos de- clientes que indicam que ficaram insatisfeitos
talhes técnicos, mas para que você entenda, com o produto ou serviço adquirido. Não cos-
uma das formas de fazê-lo é fazendo ao clien- tumam voltar a negociar com a empresa.
te a seguinte pergunta: “Em uma escala de 0
a 10, o quanto você recomendaria a Empresa As notas 7 e 8 são atribuídas por clientes
X para um amigo ou colega? neutros. Esses são os clientes que apenas
compram o necessário e não são pessoas
As respostas são a base para formar o NPS leais à marca.
da empresa.
Por último, temos as notas 9 e 10. Esses são
Veja como é feito o cálculo: os clientes promotores.

Net Promoter Score = % Clientes promoto- Consumidores que atribuem essa nota fica-
res - % Clientes detratores = % NPS ram satisfeitos com a compra do produto ou
serviço e mantêm um relacionamento com a
E quem são esses clientes? marca. Geralmente são leais, dispostos a dar
feedbacks e promovem a marca tanto física
Os clientes que atribuem notas de 0 a 6 são quanto virtualmente.
considerados detratores. É o caso daqueles

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

D E T R AT O R NEUTRO PROMOTOR

% - %

0 4 1
Consumidor no Centro do Negócio

CRM
Conceito
Já ouviu falar nesta sigla? Segundo informações extraídas da última
mencionada, uma plataforma de CRM possi-
CRM é a sigla de Customer Relationship Ma- bilita:
nagement, que em português significa “Ges-
tão de Relacionamento com o Cliente”. ● Rastrear ativamente e gerenciar as
informações do cliente.
Basicamente, o CRM é uma ferramenta que
oferece uma forma de gestão extremamente ● Fornecer recomendações e insights
robusta nas áreas de marketing, vendas e instantâneos.
atendimento, entregando meios nos quais a ● Capturar de forma inteligente os
empresa possa estar presente nos mais di- e-mails dos clientes.
versos pontos de contato com o cliente.
● Conectar toda a equipe em qualquer
Além de armazenar as principais informações dispositivo.
do cliente, como nome, e-mail, telefone, pro-
● Simplificar tarefas repetitivas para que
fissão, entre outras, o CRM ajuda a identificar
você possa fazer um acompanhamento
em que fase se encontra determinado poten-
de leads mais efetivo.
cial consumidor, ajudando a equipe a torná-lo
cliente. ● Expandir e personalizar conforme o
crescimento da sua empresa.
Existem diversas empresas que oferecem o
software de CRM, como a Resultados Digi-
tais, a Pipedrive e a Salesforce.

0 4 2
Consumidor no Centro do Negócio

Aplicabilidade para o Case: Vendas de álbuns


customer centricity de 2Pac
Baseado em tudo que vimos até aqui, sobre Se você é fã de rap certamente ficou sabendo
a importância do consumidor no centro e a do holograma, que deu “vida” novamente, ao
plataforma de CRM, você consegue imaginar rapper Tupac Amaru Shakur, o 2Pac.
uma aplicabilidade?
Caso não tenha visto ainda, assista ao ví-
Pois bem, com a solução do CRM a empresa deo agora!
consegue trabalhar a customização do que
oferece, podendo inclusive antecipar as de- A produção ficou tão perfeita que realmente
mandas dos clientes com base na inteligência parecia um retorno do artista, assassinado
gerada pelos dados obtidos. em 1996, em uma apresentação ao vivo.

E não para por aí. Todas as interações com Vamos entender como isso foi feito:
a empresa podem ser analisadas. Também é
possível monitorar a saúde do relacionamento Dr. Dre, um rapper americano, concebeu a
com cada cliente de forma individualizada. ideia de ter uma versão virtual do falecido
2Pac, como parte da composição do time de
Dessa forma, o cliente fica mantido no centro estrelas do rap no Coachella Valley Music
da estratégia, próximo da marca e cada vez Festival, realizado na Califórnia, em abril de
mais nutrido com as soluções pagas ou gra- 2012.
tuitas fornecidas pela empresa, sejam elas
em forma de produtos ou serviços. A partir de um trabalho em conjunto com a
Geronimo Productions, The Yard Entertain-
Lembrando que esses produtos e serviços ment e Digital Domain, Dre criou uma per-
devem ser desenvolvidos exclusivamente formance ao vivo de cinco minutos de 2Pac.
pensando em atender às necessidades do Essa apresentação consistiu em uma imagem
cliente. Qualquer oferta diferente disso torna- holográfica perfeita de Tupac Shakur gerada
-se um estímulo para que a relação de negó- por computador.
cios fracasse.
O “Virtual 2Pac”, ilusão criada para apresen-
A Salesforce divulgou uma pesquisa que tações exclusivas com dois rappers famosos,
identificou melhorias médias relatadas por fez duas aparições exclusivas no Coachella
clientes com base nas respostas de 5,2 mil Valley Music Festival, ao ar livre, nos dias 15
usuários da sua plataforma. O resultado é e 22 de abril de 2012.
que houve um aumento de 37% nas receitas
de vendas, 45% na satisfação do cliente e Com parte dos ingressos esgotados para as-
43% de ROI médio em marketing. sistir Dr. Dre e Snoop Dogg, cada um dos sho-
ws bateu a marca de 90 mil fãs presentes.

0 4 3
Consumidor no Centro do Negócio

O objetivo do holograma era criar uma expe- Além disso, no período entre as datas das
riência marcante para o público. Pode ter cer- apresentações, houve um aumento de 500%
teza que isso deu muito certo. em visitas ao site 2Pac e a aquisição de fãs
aumentou 78%.
Em 48 horas após o primeiro show, os ví-
deos da apresentação ao vivo no YouTube, Por fim, dias após ter lançado um vídeo da
acumularam mais de 10 milhões de visuali- apresentação em seu canal no
zações. YouTube, Snoop Dogg saltou
quase 10 posições, alcançan-
Na semana seguinte à segunda apresenta- do a 20ª posição no Social 50,
ção, foi relatado que as vendas de álbuns do um ranking dos artistas mais
2Pac aumentaram 500%, que 4 mil cópias de populares no YouTube, Vevo,
seu álbum “Greatest Hits” foram vendidas e entre outras redes.
que foram realizados 13 mil downloads
pagos da sua música “Hail Mary”: Muito legal, não é mesmo? Já
houve um ganho de 1.500% em deu para perceber que ações
apenas uma semana. que buscam colocar o consumi-
dor como a parte mais importan-
Passados alguns dias, o pre- te de tudo, costumam performar
ço das ações da Digital muito melhor. Mas não se enga-
Domain subiu 50% e o ne. Não adianta entender de mar-
seu volume aumentou keting, negócios e sobre como co-
em 2.700%. locar o seu consumidor no centro,
se o seu produto não for bom.

0 4 4
mar
M I N D B L O W I N G
E D U C A T I O N

ket
ing N E N H U M S A LVA P R O D U T O R U I M

Objetivo de Aprendizagem:
Identificar a viabilidade no mercado de um produto como um todo,
antes de gastar esforços com ações de marketing.

0 4 5
Marketing nenhum salva produto ruim

Como criar um
negócio sustentável
Racional para o sucesso Sabemos que criar um produto ou serviço, que
de fato entregue valor para o consumidor, é
Consumidores são leais? Digamos que sim, uma tarefa extremamente difícil. Mas o ponto
mas até certo ponto. é que o design cuidadoso de um produto, é o
fundamento para qualquer empresa que deseja
Reciprocidade é a chave. A melhor respos- ter solidez no mercado.
ta para esse questionamento é que eles são
leais a marcas que sejam igualmente leais a Antes de criar, é importante ouvir do público-
eles. -alvo o que de fato atenderá suas necessi-
dades. Ou seja, o primeiro passo é resolver
Muitas empresas criam produtos que mais um problema e agregar valor por meio desta
parecem fazer sentido na cabeça do CEO, do resolução.
que em propriamente resolver um problema
das pessoas que os usam. O segundo passo gira em torno da confiança.
É papel da empresa fazer com que os usuários
O problema não para por aí. Podemos usar em geral confiem nela. Analisando friamente,
esse racional para falar de serviços também. qualquer relação duradoura precisa ser cons-
Existem diversos restaurantes, oficinas e até truída com base na confiança. Uma vez que
mesmo aplicativos com uma apresentação temos a confiança de alguém, torna-se muito
formidável, mas que deixam muito a desejar mais fácil conquistar sua lealdade.
quando se trata do serviço.
Isso também vale para a relação do cliente
A raiz desse problema é muito clara: diversas com a empresa. Se determinado usuário não
organizações acabam se preocupando mais tiver motivo suficiente para crer que o produto
em falar bem daquilo que oferecem, do que ou serviço não vale a pena, certamente ele
em trabalhar para que a experiência do con- procurará outras opções.
sumidor seja realmente excelente.

0 4 6
Marketing nenhum salva produto ruim

Criação de
valor ao cliente

Lucros para a Satisfação


Funcionários
empresa do cliente

Fidelização
do cliente

Ciclo virtuoso da excelência em serviços | Fonte: Elaborado pelos autores, com base nas premissas apresentadas por Reichheld (1996),
Heskett, Sasser Jr. e Schlesinger (2002) e Zaithaml e Bitner (2003)

Por último, é fundamental lembrar que os Os cenários internos e externos são favorá-
aplausos vêm e vão, mas o valor entregue veis. Agora, indo um pouco além: você já pa-
ficará marcado para sempre. Esse conceito rou para pensar como se comportaria o mo-
está dentro do terceiro passo. delo de negócio que está inserido no caso de
uma pandemia, por exemplo?
Não é incomum que a área de marketing res-
ponsável pelo desenho do produto, não este- A criação do produto ou desenvolvimento do
ja alinhada com o marketing responsável pela serviço devem considerar os mais diversos
divulgação do produto. problemas possíveis.

Com essa falta de comunicação, quem sofre Diante disso, ao desenvolver qualquer pro-
é a própria marca, uma vez que a área res- duto, tenha antes muito bem mapeado todos
ponsável por veicular informações sobre o pro- os prós e os contras. Por fim, lembre-se: a
duto, terá a impossível missão de salvar algo opinião do consumidor sobre a utilidade de
fadado ao fracasso. qualquer oferta, vale muito mais do que a
sua. Pesquise!
Vamos supor que o produto seja bom e a co-
municação sobre ele também.

0 4 7
Marketing nenhum salva produto ruim

Como estreitar
o relacionamento
com o cliente
A pesquisa feita nos EUA, identificou em mais
Alinhamento de 200 marcas, dentro de 11 setores diferen-
Se fazer presente na vida de um cliente faz tes, aproximadamente 29 tipos de relaciona-
muita diferença, mas você vai entender agora mentos distintos.
que não é só isso que ganha o jogo.
Por isso, compreender o verdadeiro nível ou
O trecho de um artigo publicado no site da status em que se encontra o relacionamento
Theorem, empresa que propõe soluções au- da empresa com determinado cliente, tem um
tomatizadas para o marketing, diz o seguinte: fator predominante no sucesso ou fracasso
“pesquisadores que estudam consumidores da relação, seja por determinada venda pri-
dizem que muitas empresas não entendem o mária ou fidelização de uma pessoa que já
relacionamento com os clientes e os geren- consumiu, a fim de garantir recorrência.
ciam de maneira desigual, o que leva a pro-
Os relacionamentos podem ser os mais varia-
blemas que prejudicam o relacionamento de
dos possíveis, como positivos ou negativos,
longo prazo”.
distantes ou íntimos, intensos ou fracos, comu-
Bem, se pararmos para analisar, esse trecho nicativos ou não comunicativos, entre outros.
traduz muito do que é estudado pela inteli-
O que importa é saber identificar as mais va-
gência relacional.
riadas necessidades dos clientes e ter a ciên-
Um relatório de pesquisa publicado pela Har- cia de que elas podem variar dia após dia.
vard Business Review, batizado pelo nome
Existem 3 principais fatores que ajudam a
“Unlock The Mysteries of Your Customer
preencher certas lacunas de relacionamento.
Relationships”, afirma que boa parte dos
funcionários de uma empresa não possui A primeira se refere ao cliente, a segunda ao
inteligência relacional, ou seja, não entende uso do produto e a terceira é um pouco mais
profundamente o cliente, apenas se adaptan- específica, tratando o relacionamento do pro-
do aos mais diversos relacionamentos que os fissional de atendimento (customer success)
consumidores podem ter com a empresa. com o cliente.

0 4 8
Marketing nenhum salva produto ruim

Vamos às perguntas que devem ser damental em casos onde o produto é “único”.
respondidas de acordo com esses fato- Se o cliente não estiver satisfeito, certamente
res apresentados, respectivamente: mudará de fornecedor assim que surgir algum
outro oferecendo algo melhor no mercado.

1. O que eles pensam sobre o pro- Por último, há o relacionamento do atendi-


duto? mento com o cliente, sucesso do cliente, time
de pós-venda ou qualquer outro sinônimo
2. Eles estão usando o produto ou para essa importante área que você queira
serviço? Quanto? dar.

Aqueles profissionais que estiverem alinha-


3. Como está o relacionamento do
dos com os clientes serão capazes de fazer
profissional de atendimento com
perguntas mais diretas, uma vez que conse-
o cliente?
guirão criar certo relacionamento e gerar con-
Na primeira, apesar de parecer muito fiança.
óbvio, a resposta pode ser adquirida
perguntando diretamente ao cliente o Um fator que pode ajudar a medir o nível des-
que ele acha do produto ou do servi- se contato, é a quantidade de vezes que o
ço. cliente teve um problema comparado ao nú-
mero de vezes que o mesmo cliente procurou
Outra forma é perguntando como o determinado profissional de atendimento.
cliente acredita que se sentiria mais sa-
tisfeito durante a experiência dele com Lembre-se que esse tipo de relacionamento
a empresa. Aspectos de melhora do pode ser extremamente benéfico para a com-
produto ou serviço também devem ser preensão de necessidades do seu cliente.
mencionados na pesquisa. Mas caso o serviço não seja considerado tão
forte quanto o esperado, as consequências
Já na segunda pergunta, é preciso mo- pode ser desastrosas.
nitorar o uso do produto pelo cliente.
Isso é uma forma que ajuda a avaliar o Steve Sollner, vice-presidente de sucesso do
envolvimento, a aderência e o valor que cliente da Yesware disse a seguinte frase:
aquele produto tem para o consumidor. “Ganhe, construa e mantenha a confiança.
Supondo que o produto da empresa Como em qualquer relacionamento, a con-
seja utilizado por meio de um login em fiança é a número 1.”
uma plataforma, por exemplo, metrifi-
car a quantidade de acessos feitos é
uma maneira de obter uma resposta.

Mas lembre-se que não é só isso, en-


tender o valor agregado também é fun-

0 4 9
Marketing nenhum salva produto ruim

O livro The Trusted Advisor traz uma equa-


ção extremamente interessante que ajuda Fora da
na construção e fortalecimento do relacio- diligência e entusiasmo
namento com os clientes. Vejamos:
universalmente exigidos
Confiança = (credibilidade + confiabili- pelo que você está
dade + intimidade) / Auto-orientação fazendo, você precisa ter
o coração de um servo.
● A credibilidade se resume na capa-
A base do trabalho é
cidade de agregar valor a partir das
recomendações, suporte e liderança ajudar os outros a serem
de pensamento. bem-sucedidos, e isso
deve ser algo que te
● A confiabilidade diz respeito ao fato
de ser responsável e realmente exe- motiva e energiza. Você
cutar o que se propôs a fazer. também deve estar
● A intimidade está ligada ao interes-
interessado nos negócios
se no cliente, seja como pessoa ou que atende e na maneira
profissional, além de ser extrema- como sua tecnologia
mente verdadeiro com ele. pode ajudá-los. Conectar
● A auto-orientação, é fazer certos os pontos entre o que o
sacrifícios em prol de manter o cliente cliente pretende alcançar
com a empresa no longo prazo, mes- e como sua solução
mo que isso afete tempo, resultados e pode ajudá-lo a atingir
demande um certo esforço.
esses objetivos é, em
sua essência, o que é o
sucesso do cliente.”
— Steve Sollner

0 5 0
Marketing nenhum salva produto ruim

Design
de produto
“Design de produto é a interseção das vá-
Conceito e rias disciplinas de design de UX que entram
aplicabilidade na criação de produtos digitais modernos.
Isso geralmente inclui design de interface do
usuário, design de interação, pesquisa de
Design de produto é definido como a abran-
usuários, arquitetura de informações, defini-
gência de forma integral da construção de um
ção de problemas e pensamento de design,
novo produto. Ou seja, são etapas de início,
prototipagem, design visual, design de movi-
meio e fim, desde a pesquisa de mercado até
mento e gerenciamento de sistemas de de-
identificação de problemas, desenvolvimen-
sign. Embora a tendência nos últimos anos
to do produto, elaboração de soluções, entre
tenha sido de que os designers de produtos
outras.
sejam generalistas e proficientes em todas
essas disciplinas, também se tornou ampla-
Não é incomum que mais de um designer de
mente reconhecido que designers individuais
produto esteja envolvido no processo de cria-
geralmente têm maior especialidade em um
ção, uma vez que o design de produto requer
subconjunto de habilidades e que o design
diversas especialidades que tangibiliza tanto
de produto bem-sucedido é melhor alcan-
a invenção, quanto a implementação de so-
çado como um esforço da equipe de projeto
luções.
que aproveite as áreas de especialização das
Elona Jaquez é uma designer de produto mó- pessoas.”
vel sediada em Boston, Massachusetts. Hoje
E complementa:
em dia, trabalha como gerente sênior de de-
sign na Care.com, sendo responsável pelo
“Na minha prática diária de design, tenho a
design de aplicativos e pelo design visual de
sorte de ser uma designer de Produto líder na
todas as plataformas.
Care.com, uma plataforma que conecta famí-
lias a cuidadores, o que me permite realizar um
Vejamos o que ela tem a dizer sobre design
trabalho significativo com o qual me preocupo
de produto:

0 5 1
Marketing nenhum salva produto ruim

profundamente. Minha principal área de foco é Ao obter essas respostas, o trabalho de en-
o design de experiência móvel para aplicativos tender a experiência do usuário de uma for-
nativos, design visual e criação de marca. Um ma geral fica um pouco mais fácil.
dia de trabalho “típico” para mim pode consistir
em colaborar com outros designers e geren- O segundo momento inclui cinco fases: em-
tes de produto, fazer pesquisas competitivas patia, definição, idealização, prototipagem e
de aplicativos e recursos, ideias com colegas teste.
multifuncionais, esboços, wireframing ou pro-
totipagem (conforme necessário), trabalhando A empatia é a fase em que se aprende sobre
em composições perfeitas de pixels em Faça as pessoas que usarão o produto que está
um esboço, projetando iconografia no Illus- sendo criado.
trator, animando no Principal e teste leve do
Na definição, um ponto de vista baseado nas
usuário. Como líder, também trabalho para
necessidades e insights do usuário é elabo-
manter a equipe funcionando sem problemas,
rado.
enquanto trabalhamos juntos para criar exce-
lentes experiências para nossos clientes. Não Partindo para a idealização, um brainstorm é
há dois dias em design de produto iguais, e feito e várias soluções são propostas. Já na
isso é uma grande parte do motivo pelo qual prototipagem, como o próprio nome diz, um
eu adoro!” ou mais protótipos são criados com o objetivo
de validar a hipótese.
Não entraremos em muitos detalhes, mas se
sua empresa te designar para a área de pro- Por fim, o teste é feito esperando um fee-
duto, você precisa ter em mente os objetivos dback dos usuários.
do negócio e responder às seguintes pergun-
tas:

1. Que problema será resolvido?

2. Quem tem esse problema?

3. Qual é o objetivo?

0 5 2
Marketing nenhum salva produto ruim

Os 10 princípios
do Bom Design
de Dieter Rams

Pense sempre “fora da caixa”.


1 Bom design é inovador É possível reinventar a roda e fazer algo totalmente dife-
rente.

Bom design faz De nada adianta fazer algo muito elaborado


2 o produto ser útil se não for útil.

Bom design Além de funcional, cabe ao bom design ser esteticamente


3 é estético agradável, ou em outras palavras, bonito.

O bom design é aquele que dispensa explicações, além


Bom design ajuda
4 a entender o produto
de ser autoexplicativo, ele explica o funcionamento do
produto.

Bom design O bom design é neutro e contido. Embora seja estetica-


5 é discreto mente agradável, não deve ser uma obra de arte.

Bom design Não faça seu produto parecer que faz algo que não faz.
6 é honesto Nunca engane o usuário.

O “ecodesign” não é uma criação da atualidade.


Bom design se preocupa
7 com os mínimos detalhes
Desde muito tempo atrás já se sabia
que o bom design é amigo da natureza.

Bom design O bom design é aquele que perdura ao longo


8 é durável dos anos, não se prendendo a modismos.

Bom design “Weniger, aber besser”,


9 é menos design menos, porém melhor.

O “ecodesign” não é uma criação da atualidade.


Bom design se preocupa
10 com o meio ambiente
Desde muito tempo atrás já se sabia
que o bom design é amigo da natureza.

0 5 3
Marketing nenhum salva produto ruim

marketing e desenvolvimento de produtos do


Case: Google X Google, durante a produção e distribuição do
Em 2014, o Google X lançou o Google Glass, Google Glass.
uma novidade tecnológica em formato de
Os pontos cegos na experiência do usuário
óculos, inventada por uma equipe de profis-
acabaram entrando na estratégia geral da
sionais do Google.
campanha, sendo o prometido pelo produto,
Antes mesmo de serem lançados, os inova- bem diferente do que o cliente experimenta-
dores “óculos do futuro” tornaram-se um dos va.
assuntos mais comentados nas redes sociais,
Qual o aprendizado dessa história? Um pro-
recebendo inclusive comentários de celebri-
duto ruim não pode ser ressuscitado ou salvo,
dades e da marca Vogue.
independentemente da qualidade da campa-
Tudo corria extremamente bem, até que os nha de marketing elaborada para ele.
óculos finalmente puderam ser usados. Os
Assista ao vídeo do Canaltech e entenda
usuários detestaram e ele foi considerado um
um pouco mais sobre o porquê de o Google
dos piores produtos de todos os tempos.
Glass ter dado errado clicando aqui.
O motivo disso? Um deles certamente foi a
falta de alinhamento entre as equipes de

0 5 4
M I N D B L O W I N G
E D U C A T I O N

WRAP UP
Neste módulo, você viu:

O que é marketing?

Gestão de negócios

Consumidor no centro do negócio

Marketing nenhum salva produto ruim

Agora, você está preparado(a) para dissecar


qualquer empresa, antes de pensar em fazer
propaganda, para entender de verdade como
o modelo de negócio funciona, como criar va-
lor e impulsionar oportunidades, focando em
resultado através das pessoas corretas.

Por fim, também será capaz de identificar o


contexto do marketing no meio em que o tra-
balho é desenvolvido, bem como estruturar
um Canvas de marketing e calcular o LTV.

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