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O SEXO FEMININO ®

SEMANÁRIO LITTERARIO, RECREATIVO E NOTICIOSO


A-G>§ IRTBRM8ES ©A MULHER
]ES'P3B€I«íivíLMIÍSHTiS ©EEJCÃtD-OKrancLcu SonUorl»l.u <1« Motta DI»I.
«odactora o proprlotarla-O.
FILHAS E D I V E K 8 AS 8 E N H 0 K A 8
COLLABORADOH/V8-8UAS
HedncçAo — »ua do Lnvradlo n. 1Q1
As«lg>>uturu paru a oòrto Anlgnalura para a» província»
E' pelo intermédio da mulher que n na- l^Jggg!
Por anno l?2,ÍÜ tureza escove no coraçio do homem. Poranno
Por semestre *»'JW
Por semestre '"nOZ Aimk' Martin. Por trimestre ••• w"»
Por trimestre •;>*»
Por mez '*,m
N. 1
Anno Ul Rio de Janeiro, 2 de Junho de 1839

tudada seriamente, merece ser considerada como de


OSEXO FEMININO grande eminência social.
Pois bem ! Eis nos chamando em nosso auxilio as
in-
Rio de Janeiro, 2 de Junho de 1880 senhoras para coadjuvarem nos com suas luzes
tellectuaes e corr suas assignaturas.
A racional emancipação da mulher Não conseguiremos os fins sem applicarmos os
meios.
O Sexo Feminino surgindo novamente na immen- transcendente
sidade do oceano das idéas apregoadas pela liber. Quando trata-se de uma questão
esta, devemos todos unirmo-nos e banir de
dade, não faz mais do que concorrrer com o seu como suf-
fazer vingar a nossas idéas todos os errôneos preconceitos que
pequeno, porém franco apoio, para focam e amortecem o passo que tentamos dar em
idéa que a maioria das nações civilisadas afagam,
favor do progresso da humanidade.
fazendo refugir a racional emancipação da mulher,
A racional emancipação é uma das verdades gran-
como a satisfação única do grande principio de igual
diosas que se apresentam ao nosso espirito.
dade pregado pelo Martyr do Golgotha.
Temos lutado por propagal-a, e sem fatigarmo-
Hoje todos os povos são livres, ou pugnam pelo
nos, lutaremos até attingir nosso desideratum.
direito de igualdade, os poucos que por excepção nova
na escravidão combatem em luta Diz Hime - « Sempre que uma verdade
ainda gemem
illuminar o mundo, seu propagador encontra o
incessante pela sua autonomia; todos os pensa- quer esse
Golgotha; nós, certamente,, encontraremos
mentos se manifestam francamente e esforçam-se
fazendo resaltar por toda a Golgotha!!...,
por obter sua liberdade, Paciência; com esta sublime virtude, a folha
da
o contraste que ha entre o presente e o pas-
parte amoreira se transformará em precioso setim.
sado 1 im-
Desde que subimos a tribuna universal da
Repitamos: todas as nações sacodem esses restos redigindo este pequeno periódico, elevamos
de grilhões que antes se oppunham ao seu aperfei- prensa, voz em prol de nossos direitos, até hoje
moral e intellectual, e erguendo-se ao seu nossa injustiça pôster-
çoamento prezados ou om revoltante
verdadeiro nivel, attingem de dia em dia seu fito pouco tomamos sobre nossos fracos hombros a
gados;
principal—A civilisaçâo da humanidade... luzes difficil tarefa de defendel-os em causa própria,
e em
Pois bem, se o século presente é o século das
e I...
que o sexo forte é juiz parte
e o da batatlha da civilisaçao-4 racional emanei O tempo é o Protheu que.incansavel, luta até
obter
não nem pôde deixar de
paçãoda mulher podia
a verdade e dobra-sc ante as exigências da
epocha.
entrar na arena do combate travado para a restau- As seiencias anatômicas mostram a igualdade da
ração dos direitos da mulher... Entre os milhares intelíigencia da mulher á do homem, no estudo das
de problemas que agitam hoje todos os espíritos, seienems. Algumas senhoras que as estudaram pro-
nosso
consideramos o da racional emancipação do tanto quanto
é sem vam que as ficam sabendo perfeitamente
sexo o de maior importância; sabemos que as sabem elles.
duvida um problema immensamente difficil de ser A sociedade moderna nao educa a mulher exclu-
é
resolvido, ao menos de prompto !... Esta questão sivamente para gloria e ornamento dos
salões ,
de grande momento e de alcance sério para ambos
si c á humanidade.
a educa-a para ser útil a
os sexos; mas.uma vez resolvida, estará cumprida e a vida
de Flamarion : « A verdadeira liberdade con- Já se ensina á mulher a sciencia da vida,
phrase vida physica,
siste na soberania da intelíigencia. » náo é uma cousa simples ; ha na vida a
e intellectual, ou antes a vida da família, do
Todos os adoptam nossas idéas(esáo esses os moral
que
indivíduo e da sociedade. O aperfeiçoamento phv-
bons pensadores) concordarão que esta questáo,es-
ij5TOii»nr*flr>|ii«l*iJ4IW
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,: z..}m>*f.-m t
sico, moral c intellectual Ja mulher não c uma que apparccem orno qie adrede para triumphar
utopia: é idea realizada. dos obstáculos e diilicuidades. Diz-se neste caso .
Cada povo tem suas idéas dominantes e que as foi o dedo da 1'ruvidmtcia, e nós não o refu-
dissipam diante de uma nova idéa do seu século. tamos!...
Hoje, no século XIX, está mais que demonstrada Repitamos mas uma vez : Sem Coruelia o que
a maravilhosa importância que a mulher tem na re- fariam os Grachos 1
generação da humanidade ; E no lar da familia, que Quem libertaria do poder do feroz Holofernes o
é a sociedade em miniatura, é que pôde e deve ser seu povo opprimido, senão a mei^a Judith ?
aproveitada a luz divinal que a mulher recebeu dc Sem a lixecisa Priueeza Imperial l). Isabel, a
Deus, e nem é mais permittido negar-se a sua supe- lifdcini'luia, o que seriada mísera raça, que ha tanto
rioridade na educação e in.strucçã > Ja mocidade. tempo er 1 opprimiJa pela escravidão ?
Neste século a mulher acompanha passo a passo Si bem que todos os brazileiros se congregassem
o progresso intellectual do homem, tendo mesmo cm torno Ja santa i.léa da liberdade, não podemos
provado muitas vezes superioridade no mundo moral negar que o bom rc-.ult-.iJo alcançado sem abalo,
c sensível. Para provar o que ac ibamos de avançar nem sangue, para a nossa chara pátria, devemol-o á
temos innumeros lados tam o na historia antiga, virtuosa e enérgica Princeza D. Isabel I...
como na média c contemporânea. (J tempo, crysol cm quesc depuram todas as opi-
As áureas leis de 28 de Setembro dc 187 í, e a de niões mostrará a verdade desta proposição : Ce
i3 de Maio de 1888, são acontecimentos immorre- ijiie femine renl, Üieit lc vcul.
douros ! E que bem alto attot.mi a energia e capa- Veja nos, p >is. b ias mães, o terreno é nosso, não
cidade da ir.ulhcr. A heroina que apresent >u ao ii- o deixemos sem cultura, e nossa colheita será na
lustrado parlamento brazileiro a áurea lei n. 335 3 proporção do que semeianrns ; a principal idéa é
de i3 de Jlaio de 188S mo.strtcj que não somo?, a de abrir todas as carreins ao nosso deprimido
co.no dizem os pessimistas, entes fracos caos quaes sexo por meio da in:trucção ministrada pela mae
compete eterna tutela. Sabem todos que muitas de familia.
vezes, apresentando—e diilicuidades insuperáveis A marcha e o movimento do progresso de idéas
para os homens, são estas res ávidas por mulheres, novas é sempre lenta, porém não está longe o dia

Folhetim Xo ui .monto em que travam ,s conheeiuieiito com ella a


meima cbuv.i vugineate para a poria do aposento, em-
qaanto seu pensamento litu.a um ponto muito alem tl'a-
ipielle albergue.
A jo.en ícomava emquanto a mãe
4 Ml 3S4B3&1A belli.s.
penteava.lhe os ca-

ROMANCE ORIGINAL Ouviram-se p.i-os precipitados no corredor e um homem


penetr u 110 aposento.
roa linha a b.oba .pnd lo Ia branca,
porém suas feições
D. Elisa Dini^ Machado Coelho eram j iveiio, e .1 1 mesmo ivpo de Li/.etta.
Deiva secai,;,- em una cadeira, apoi ndo afronte nas
I mãos tiemalas.
i.iüinTA Sua velhice era prematura, porque 11:0 chegara ainda aos
Caliia neve. I quaienta e iam: 1 ann >s ; todavia j ilg.il o-iuim sexagenário,
S. Petersboiugo esta,.'. ¦ ile ociosa e íris!'.-. |
— O.piehi. meu amig) ?... interrogou
a ui.ii ila moça.
No relógio na caihoiral acabava iio soar meio-dia. dei.vand ) c pente ido.
Eni uni quan > Imundo c esbaiucml i ilu humilde hospe- !
— Ma:"ia. n;-,. nnlea elle ergueu lo os
ollios para a
daria ila capilal ila ka-o.:, 11:11.1 :cc.;.i e. cnm o veme se pas- mulher: co c >:-..j ,-.. 0 nã . dev 1 m us illn-lir te I Corri toda
sava. j S. l'eterd).u-¦>. e nío achei que 11 me emprestasse ceitil !
Unia senhora ainda moç 1, ilj feições emmagrecidas e —¦ r.'so isso
que o acabiunha ?
triste, penteava a basta caneii euu, ile 11:11a joven ile dcíeseis IsaluÍ! 1. segredou o infeliz ao ouvido
de Martha,
annos. no-,sa la/.ctla vai morrei" defiuc defume!
Era esta de admirável belleza. Espcniiçi : 1 inioii ella no mesmo
tom; Deus que
Porte elegante e ma ge-toso, i: >li i de neve, e a mais linda nal a ile 1 Ia > Peila e lão b ia. nã ,
permittirã ,pic isso acon-
cabeça que se pôde iuiauinar. teça. Sim, Ângelo, m.ssi tillnnlia cmconlraiá
quem a
Dois olhos de uni negro inounparavel ornavam sua alva Ouem não se c num iveiá a supplica da terna Isabellaproteja.
!
e ampla fronte, .pie aeciis.ivu inielligemaa rara. Assim luil.iiidc a pobre mulher deixou rolar duas lagrimas
Mãos pequenas e de emocuo e-.cul aturai, completavam ardentes pelas faces.
a formosura ainda se;n desabrocii.ir, da mais encanta Iora. A moça interveio, e com empliase disse :
filha da poética Itália. .Meu
| ai, :iiin:ia mãi, e inu cculiaieinmie mais
Entretanto essa bella eiiança n.io tiniu con iciencia de tempo 1 1: .: a -;, aiçao ; com 'n ii tudo, nao por
',... morre-
sua belle/a. remos de uu -arai a minha v o '.¦¦ui aproveiial a I
I
Acostumada desde a mais tenra ínfima.i a sollrer os di-- I". ,MiO .1 HiL'1111 i.ilou em pranto.
sabores da pobic/a estrema, diremos meeno, miseiia, l.i- ¦' I1 "'ipa n ¦ ¦; o martyiio de ver o
y.etla, ape-ctr da sua pouca ri.ele. rmili.ua unicamente em piam Io -J àl u lha, e-lreilande a nos
dois poderes. da Alado:,a e do mim. biac )¦
(Ouro, elle não possuía, mis ie-.tav.ilhe a fervorosa lc l:l!,1"-'í1"1 ¦ucute. com i .pie
p u cucam.,,, :'n|uella tempes-
(jue de-iositavaii) na rainha celeste. u''e de cr;.o:alimas la-irnas, segaui-se a bonança.
:i

absoluto nem des-


a obra da do gênero humano regim :n da família náo deve ser
em que perfectibilidade racional, prudente e mode-
homem, dada potico ; mas illustrado,
será preenchida pela educação do
E' a cpocha da luz I... Foram se us rado.
pela mulher. Entre os Romanos a mulher era a pupila
do ma-
cm torno
trevas... Todos os povos se congregam
rido. .
da sacrosanta idéa da igualdade e da fraternidade. disposições do nosso código civil
Nas modernas
Avante, pois, amáveis conterrâneas I. .. imposi-
náo apparecem felizmente táo humilhantes
moral.
ções contra a sua dignidade
Entretanto.a mulher não pôde estar em juizo sem
O caaniiiento autorisaçáo do marido ; stndo escriptora,
não pôde
suas obras sem o consentimento do marido,
O casamento é uma união perfeita e completa, publicar onde deverá es-
etc.,etc.,etc!... Perguntamos*.—Até
uma sociedade que se propõe ao aperfeiçoamento ? Emfim,
tender o império da proeminencia marital
dos contrahentes. concedida pela lei ao
ao»
dois inu.-
indi- não obstante a superioridade ^
O casamento prende permanentemente ^CQ Q „ )SS0
Tiduos de diverso sexo com o fim de aperfeiçoarem | dcvcrc3 e obrii,aç5es perante os
c-i
^f^^ ^^
e constituírem família; se a umlo que entre elles vai <- igualdade cntr,
subsistir c tão intima e tao completa que um dos quaes
ambos os cônjuges.
cônjuges pôde dizer do outro com a Bíblia na mão: j
*lu és o osso dos meus ossos e u carne du minha carne Essas obrigações sao:
a guardar mutua-
não deve haver desigualdade de direitos. Na socie- l.°_os cônjuges sáo obrigados
dade da família como em todas as sociedades é intui- mente fidelidade conjugai ;
tiva a necessidade de uma força superior que imprima 2_o a viver conjuntos ;
distinetas c uniformidade ás *3.»„a soccorrci-se e ajudar-se mutuamente.
direccão ás actividades
vontades differentes; emfim, é indispensável um (Continua.)
superior que dc-
principio de autoridade, um poder
termine os movimentos diversos, a saber: a vida da
família de dois escolhos—a inacçao c a anarchia. ü

II
muito
Li/.etta tirou de seu avental dc velludo negro, já NO INVERNO
KOLXINOI.
usado, o lenço, e limpando o rosto:
Que falta de coragem ! Avante, Isabella . prosegum, 1-ra a hora tio crepúsculo.
a cumprir o teu completamente geladas.
animando se a si mesma; segue apressada As .nar-n-ns .Io Neva estavam anno. ....
O invenio fora rigoroso naquelle
dever! alias estavam
_ Oh! tu me magoas; teu dever! por acaso tens mais Nin.mèm se via por aquellas paragens, que
algum a cumprir ? disse o velho. h"0 aquém os logares habita-
_ Meu pai, tornou Isabella, enxugando com seu lenço Cvfe" -"curso- deisava
vou uma cousa : mas primeiro e.nbrenhava-se por entre
os olhos de Ângelo ; pedir-te 1 ,,e serpenteando graciosamente,
misturaram, e ambas toiauí de tolhas, intlo mais além mostrar seus
vê como as nossas lagrimas sc í ,'rvo «despi-las
mim. natiuaes pelos arretlo.es de Sophia, alargando-se
enxutas por encàiuòs
— Sim, filha, e d'ahi ? '"'Nosarrabahles de S. Petersbourg era,,, mais putoreseas
_ O-a não compreliendes o que isso quer duer . prose-
oceul-
euiu a moça, rindo inelancoliranieiUc ;
significa que nau ,.l„s ahi divis.tvaui-se choçts de pescadores,
chores
devo ver correr as luas lagrimas, «lei-cand.. que
appareceu um homem trajando á
quando tenho uni
meio de enxugai as. A; o a de nm tlelles
Tinha á «beca um gale;ro tle pelles com
_ Qual, filhinha . ¦ modadè operário. te banda.
_ Nâo ponhas duvida, aconipanlia-i.ie ao conservatório. , .,,i,. l,,,, li rahida
il
Mas lillia, não tens roupa decente para la ir. enorme cachimbo e depois de olhar
Fmna a iram ií.o seu
o cajado e dispunha-se a sahir.
Itei com esta mesmo. in.fec s en,der redor toniou de botas, »,„«&«/#-
Não, é impossível! o frio regelar-tc-lua . Un n lob.is.a moça, calçada
de -le carneiro, «envolvida em um
Embora. .. Vamos, meu pai. vestimenta feita pelle
no hoinbro.
non.u.o.
.Ihipvü-í). pondo iioudo lhe
lhe a niao
mão
A moça correu a buscar uma velha pellissa, e envolvendo- chalé liale deteve-o, disse ella.
,1o velho **i.e esl.iva irresoluto. _Vspera tpie te vá buscar o capote,
se nella, tomou o braço Davina, respondeu o operário salundo.
comsigo _ [iri deixa-me,
_ AÔ conservatório, paisinho, senão za.igo-n.e anula de/, passos, e estacou.
Nao tinha «lado
di:.,e ella alegremente.. ,de
. Con. a l,rcCil: paiece-nie
ouvir uma melodia ...
-Vai' Anseio! grilou Manha .p.e ate alli esmera
lem o dever de ir, o leu e ao,,,- K ouvidos
parte. Si Li/.elta acha que canta, mas justo e
C^n.; cnui.no. c altíiicm que Uma com
panhal-a. "ailem excellenle w.z, porque grande
,.,,2, ,,„e mm. mesmo,
O velho não protestou. a do ino que regela os alnos, a
Ambos saliirnm tia hospedaria. ' ,r,.|,) e nasci acampado em neve.
e seis lábios desco ,!,^;;i i-i- ,,, ,i,,
Viçando só, Maria cahiu tle joelhos, iíl-nc.nia.e^indopiirumaveretla de
ratlos murmuraram baixinho: v,u que a vo, p-"t'ã
minha dilecla íl foi Mia su,p,e/;t quan-lo tl.stan.e delle.
_ Oh! Laís! ia/ei que acolha.» e dous metros
pruleja.n Jabai-taquinlui, a
l.i/etta. O curioso na. pode conle.-se. Continua)
Seria ouvitla aquella singela prece ,:
Talvc/..
-^MrtwmmiwwimmiM&mmmnm
:5o.o',.;,::»»3>., • ,-» •" •*" " ""
*.,.:, v- -i--f i^maáiàüÈÊtàti
- %p. «r -f-^-rT.» -n •
jg,,

Am mulhere» Julgaria* pelo* grande* <:iiurnriuH


•ut>lo*
O (pie faz a lema mãe,
.2
Só Eva é de uma essência divina. Ao filhiuh-i que acalenta ?
Fernandes Meia, auior hespanliol do século XVII, «li/ O <pie é mais aprimorado,
No (pie a natureza ostenta ?
que só a mulher foi creada cie uma essência divina, e dn-
tada de um poder mágico; que seu primeiro olhar geiuu o Apoquenta a engommadeira
•sol e as estreitas, e que tendo depois abaixado os olhos,
' ella avistou o homem aeabrunhado Da que ri a costureira
pelo peso dc profunda Amolina a humanidade.
tristeza.Fraca e compassiva, ella teve d'clle piedade.e levan- De uni modo ás vezes horrível ;
tando os olhos segunda vez, le/. desapparecer o sol e o sul» Se nào deleita, causa horror
Stituiu pela lua, cuja luz duvidosa permittiu-lhe dar a.) homem De seu alto e-.ie Senhor.
consolações, sem que seu pudor solfresse com isso. Kis |>or-
que, diz ingenuamente Fernandez, a lua lem sido sempre^
desde esse tempo a protectora dos amores sinceros.
Adivinhações
Qual é a mulher pie, com um prelado, é uma ave ?
Abnegação d» primeira mulher Que semelhança ou analogia te.n um recemnasctdo
com uma montanha .
Só a mulher, segundo John Schulze, foi creada no paraizo - Qual é a cidade da Kuropa que se representa na missa?
!' terrestre, e devia n'elle vi ver, cila e toda a sua descendência
feminina, iVuina felicidade perleita, no meio das fl<>res, e dos
tantos dos pássaros. O homem só devia penetnr para a Amor
obrada geração. Porém a mulher, naturalmente boa ecom-
passiva, qui/. partilhar dos trabalhos d'aquelle que Deus só O amor é o mais doce presente da divindade.
tinha creado para ser seu servo. Ella deixou, pois, aquelle
logar de delicias para votar-se á felicidade do seu compa- O amor, como a morte, nivela as condições.
nheiro e ser sua serva. Tanta abnegação co.nmoveu o Om-
nipotente, <pie deu-lhe, para recompensa, a arte de governar Km amor, a bondade cria ingratos: a doçura faz tyrannos;
seu novo senhor, sem que este pudesse d'isto aperceber-se. a confiança gera pérfidos.
Tudo estava creado, mas tudo estava nas trevas ; a mais
sombria noite envolvia o universo. Deus abriu as palpebras O constrangimento imposto ao amor só serve para au-
da mulher e apparcceu a luz. (John Schulze.) gmental-o.

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Ama-me! ao doce contacto COLLEGIO BRANDÃO
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Eu sou capaz do impossível, Internato e extemato.
Do heroísmo, do crime !
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Btija-me! a luz amanhece Rua de S. Chilstovão 73.-Internato e extemato
Dentro em minh'alma sem véu !
Beija-me! o meu ser palpita COLLEGIO
Exalta-se sobe ao céu I
Rua Malvino Reis n. 53—Direetor, Dr. Augusto Ferreira Reis,

As violetas são os serenos pensamentos que o mysterio e


Expediente
Por motivos justificáveis tivemos de interromper por algum
, a solidão despertam na alma verdejante da esplendida pri- tempo a publicação de nossn folha, mas agora continuamos
línavera. ani-
mosas no bom acolhimento que ella terá, d'este povo fluminense,
sempre enthusiastico pelas ídèaa de progresso. A redactora tudo
espera dns Senhoras, não ró da curte, como das províncias, para
a coadjuvação o sustentação da folha o da idáa, offerecéndo
Esperança é o symbolo do futuro, o caminho inces- desde jà suas piglnas a todas uquellas que as honrarem com
sante para o saber, para a riqueza e para o céu. seus bem elaborados escrlptos, nos prectnetes do programma.

Typ. e lith. de Machado & C, r. de Gonçalves Dias 28

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