Você está na página 1de 13

PRESCRIÇÃO MEDICAMENTOSA EM ODONTOLOGIA

ANESTÉSICOS

• SV – ação aproximada : 30’ (exceto MEPISV)

• Articaína : efeito mais rápido

• Pouco efeito anestésico : dor estresse efeitos CV

• Asmáticos : CITANEST

• Lidocaína : mais segura (inclusive gestantes)

• Felipressina: mais seguro para hipertensos

• MEPI : melhor ação em baixo pH tecidual


ANTIBIÓTICOS

1. As penicilinas:

são os antibióticos de escolha ( amoxi, clavulin, pen-ve)

2. As cefalosporinas:

não se indicam em pacientes alérgicos (tipo I) às penicilinas ( cefalexina, cefadroxil)

3. Os macrolídeos:

podem ser as alternativas nos casos de alergia. Não são efetivos em caso de
anaerobioses (eritromicina, azitromicina, claritromicina)
4. Das lincosaminas: só a clindamicina tem espectro de ação nas infecções odontogênicas

5. O metronidazol :é eficaz nas anaerobioses. Limitado em outras situações. Pode provocar


distúrbios GI, gosto metálico, dor encefálica. Cessa metabolismo do álcool.

6. Sulfas: bactrim, infectrim, dientrim (dificulta mecanismo da hemostasia, pois reduz a


adesividade das plaquetas)

7 . Fluoroquinonas : cipro, levoxin, floxacin

• Decisão de uso:

1. Grande perda de sangue;

2. Grande extensão de tecido necrosado;

3. Cirurgias prolongadas;

4. Ambiente cirúrgico inadequado;

5. Arsenal cirúrgico não-estéril;

6. Excessivo traumatismo cirúrgico;

7. Emprego de próteses internas.

• Cuidar:

1. Gestantes;

2. Nutrizes;

3. Crianças;

4. Idosos;

5. Insuficiência renal;
6. Distúrbios hepáticos.

Pré- operatório – quando usar:

- Processos infecciosos instalados

- Procedimentos extremamente agressivos

Quimioprofilaxia antimicrobiana – quando usar:

- Implantes

- Casos especiais

• Não existe um protocolo definido, sustentado cientificamente.


• O emprego errado dos antibióticos induz à resistência bacteriana.

• Relação ATB x contraceptivos orais.

MANEJO DA DOR
ANALGÉSICOS

1. Os analgésicos não opióides devem ser prescritos durante 48 - 72 horas

2. O paracetamol ainda é o analgésico de escolha.

3. Não se prescreve ácido acetilsalicílico pois pode provocar Síndrome de Reye

( lesão cerebral e hepática graves ) e hemorragia pós-operatória*

4. Dipirona pode induzir agranulocitose irreversível, principalmente em crianças.

5. Os analgésicos opióides tem uso limitado.

ANTINFLAMATÓRIOS

• Indicações: Processos em que sinais e sintomas (dor, hiperalgesia, trismo, eritema,


edema, hipertermia local) levam à disfunção e incapacitação das estruturas orais.
Quando há dor isolada ou preponderante sobre os outros sintomas, o uso de
analgésicos pode ser suficiente

• Uso: 48-72h – depende da história natural do processo a ser debelado, devendo ser
tão curto quanto possível (desde que não hajam efeitos adversos ).

• Todos com eficácia anti-inflamatória similar;


• Os de menor toxicidade relativa são preferíveis ( ibuprofeno, naproxeno, diclofenacos,
piroxicam);

• Os mais recentemente lançados devem ter indicação restrita a pacientes de risco


para complicações GI, portanto não devem ser prescritos como primeira escolha;

• X-ind para gestantes;

• Eficácia: redução dos sinais / sintomas + melhora na capacidade funcional.

AIE:

• São os mais eficazes (principalmente no bloqueio do edema) – supressão de


mediadores que influenciam vasodilatação e permeabilidade;
• São medicamentos sintomáticos, não alteram o curso da doença – usados quando não
respondem a AINE;

• Empregam- se as menores doses pelo menor tempo possível. Descontinuação do tto


lenta e gradual (reativação progressiva do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal – 30d
considerada imunossupressão);

• Em procedimentos cirúrgicos estão indicados, ficando a escolha (AIE/AINE) na


dependência da intensidade do processo e tolerabilidade do paciente.

HEMOSTÁTICOS

• Jamais usar em pacientes com histórico de trombose;

• Vit K – prevenção – facilita formação do coágulo. Sem sentido em pacientes sadios.

• Ipsilon / Transamin – quando há chance de destruição do coágulo (casos isolados).

ANSIOLÍTICOS

Ansiedade odontológica: intensidade varia de um paciente para outro ou até no mesmo em


função do tipo de procedimento.

(Corah et al, 1978)

Pacientes com ansiedade severa freqüentemente adiam ou evitam tratamento


odontológico.

Difícil administrar sentimento ---- dificuldade para o profissional.


(Boorin, 1995; Ferreira et al, 2004)

Pesquisas indicam que de 6 a 14% da população tem tanto medo do tratamento dentário
que evitam completamente as visitas odontológicas. Na realidade, para os pacientes que
procuram atendimento dentário, a ansiedade é considerada a maior razão de cancelamentos
e faltas em consultas .

(BAKER et al, 1984).

Fatores geradores de estresse no atendimento odontológico :

• visão do operador todo paramentado (luvas, gorro, máscara..) sem que tenha havido
uma preparação prévia;

• visão do instrumental, especificamente a seringa carpule, agulha gengival, fórceps,


alavancas e as limas endodônticas;

• visão de sangue, que pode acarretar até mesmo a síncope vasovagal;

• as vibrações provocadas pelos motores de baixa e alta rotação;

• movimentos bruscos do profissional;

• sensação inesperada de dor (na opinião do autor é o fator mais importante).

Sinais e sintomas da ansiedade:

• Dilatação de pupilas;

• Palidez da pele;

• Transpiração excessiva;

• Sensação de formigamento/alfinetadas nas extremidades;

• Altas PA e FC;

• Precordialgia;

• Tremores nas mãos;

• “Frio na barriga”;

• Fraqueza;

• Tontura;

• Náuseas;

• Diarréia;

• Hiperventilação.
• A auto-sugestão ou mesmo a sugestão de terceiros pode aumentar de forma
significativa a reação à dor. Em outras palavras, a ansiedade, a apreensão, o medo do
desconhecido, a sobrecarga emocional provocados pela tensão, são fatores sempre
presentes no quadro psíquico do fenômeno doloroso. (ANDRADE, 2006).

• Existem pacientes que possuem dificuldades em expressar verbalmente sua ansiedade


ou seu medo frente ao tratamento dentário que será realizado. A atuação sobre a
ansiedade do paciente inicia-se pela postura do profissional diante do quadro de
ansiedade relacionada ao tratamento. Tal postura tem sido referida como
compreensão, empatia, relação afetiva e qualificação técnico-científica (CHAIA, 2001).

• Redução da ansiedade: boa relação profissional-paciente – técnicas de sedação são


adjuvantes (SONIS, 1986).

• Os benzodiazepínicos são os fármacos de primeira escolha. Porém, muitos cirurgiões-


dentistas ainda apresentam certa resistência e insegurança ao prescrevê-los,
provavelmente pela falta de conhecimento de alguns aspectos relacionados à
farmacocinética, farmacodinâmica e efeitos adversos dessas drogas.

Apesar de sua baixa toxicidade, os benzodiazepínicos podem apresentar reações


adversas:

• exantema cutâneo;

• náuseas ;

• cefaléia;

• potencializar o efeito do álcool etílico;

• promover o chamado efeito paradoxal (excitação ao invés da sedação esperada).

Além disso, a sedação com benzodiazepínicos exige que os pacientes odontológicos


venham acompanhados às consultas, com a recomendação adicional de não dirigirem
veículos ou operarem máquinas perigosas durante a vigência de seus efeitos
farmacológicos.

Dosagem/posologia: Não há protocolo definitivo – critérios a considerar:

• Idade do paciente;

• Tipo do benzodiazepínico;

• Interações.

Nos esquemas indicados em odontologia, dificilmente ocorre dependência.

Primeiramente introduzido em 1963, o diazepam oral permanece sendo o ansiolítico


mais largamente usado. Ele é rapidamente absorvido pelo trato gastrintestinal e, por
sua grande lipossolubilidade, cruza rapidamente a barreira hemato-encefálica,
resultando num rápido início de ação. Reações de anafilaxia são raras.

NOME INÍCIO MEIA-VIDA DURAÇÃO DE


GENÉRICO DE PLASMÁTICA AÇÃO
AÇÃO (h)
(min)
DIAZEPAM 45-60 20-50 Prolongada

LORAZEPAM 60-120 12-20 Intermediária

ALPRAZOLAM 60-90 12-15 Intermediária

MIDAZOLAM 30-60 1-3 Curta

TRIAZOLAM* 30-60 1,5-5 Curta


Única dose – no próprio consultório:

- Lorazepam – 2h antes

- Diazepam / Alprazolam – 1h antes

- Midazolam / Triazolam – 30/45 min antes

NOME DOSE - DOSE - DOSE –


GENÉRICO ADULTOS IDOSOS CRIANÇAS
DIAZEPAM 5-10 mg 5 mg 0,2 – 0,5
mg/kg
LORAZEPAM 1-2 mg 1 mg Não
recomendado
ALPRAZOLAM 0,25 – 0,75 0,25 mg Não
mg recomendado
MIDAZOLAM 7,5 – 15 mg 7,5 mg 0,3 – 0,5
mg/kg
TRIAZOLAM 0,125 – 0,06 – Não
0,25 mg 0,125 mg recomendado

EXTREMAMENTE ANSIOSOS – dose também na noite anterior.

FUMENTES INVETERADOS – maior dose.

Pré- medicação com fitoterápicos:

• Acredita-se que as virtudes medicinais da valeriana tenham sido comentadas pela


primeira vez por um médico egípcio do século IX – ano 1000: medicamento capaz de
curar nervosismo e epilepsia.

• Século XVI: uso no tratamento da insônia e condições nervosas.

• Valeriana: está incluída em quase todos os produtos herbáreos promovidos direta ou


indiretamente como tranqüilizantes e indutores do sono. Mais comumente o extrato
seco é usado.
• Mecanismos declarados responsáveis pelos efeitos sedativos-hipnóticos incluem a
interação com receptores GABA e efeitos depressores do SNC semelhantes aos
barbituratos.

• Vantagem potencial sobre os benzodiazepínicos: ausência de sonolência.

REFERÊNCIAS:

Você também pode gostar