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CUIDADO EM SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA

Aula 2 - 09/03/2022
Mário Sérgio Souza da Costa

ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA DE SAÚDE


PÚBLICA NO BRASIL

A Atenção Primária à Saúde (APS) se constitui como um conjunto de práticas e


intervenções de saúde tanto na esfera individual, quanto na coletiva, visando a
promoção da saúde e a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças. Nesse
sentido, a APS é guiada pelos princípios da Universalidade (Universalização do acesso
à Saúde por todos os cidadãos de forma contínua), Equidade (Oferta de saúde para
todos, priorizando aqueles que mais necessitam do atendimento de acordo com a
gravidade de sua situação) e Integralidade (Oferta de saúde de modo completo, levando
em consideração todas necessidades dos usuários). Além desses princípios, algumas
diretrizes norteiam o exercício da APS, como regionalização, hierarquização,
territorialização, cuidado centrado na pessoa, centralização na família e participação da
Comunidade.

No Brasil a Atenção Primária a saúde foi implementada por meio da Estratégia


Saúde da Família (ESF) em 1994. A ESF foi concebida como uma reorientação do
modelo assistencial que seria executada por equipes multiprofissionais em unidades
básicas de saúde por todo Brasil. As Equipes seriam responsáveis pelo
desenvolvimento do cuidado naquele território delimitado a partir do acompanhamento
das famílias, atuando na promoção da saúde e prevenção, recuperação e reabilitação
de doenças na comunidade. Toda atuação da ESF é centralizada na família, assim é
utilizada uma abordagem familiar que leva em consideração as estruturas familiares do
território, sua dinâmica social, os processos saúde-doença da localidade, além de
buscar gerar um vinculo entre o usuário, a família e a Unidade de Saúde. Em suma,
toda ESF busca desenvolver práticas de saúde no seio familiar para atingir toda família.

Desde a década de 1990, o Sistema de atenção básica a saúde sofreu várias


alterações em seu percurso. Algumas alterações continuaram o desenvolvimento
positivo da Politica Nacional de Atenção Básica (PNAB), outras, entretanto,
descontinuaram ou até mesmo agrediram a Política. Algumas alterações se
sobressaíram, como flexibilização da modalidade de organização na ESF; mudanças na
composição das equipes de saúde, na quantidade de agentes comunitários de saúde e
nas suas atribuições; mudanças na gerência da Unidade Básica de Saúde (UBS). Na
parte financeira, pouca ampliação de investimento foi notada, algo que demonstra uma
descontinuidade da ampliação do desenvolvimento da saúde pública. Desse modo, fica
claro que a forma que a saúde é gerida no país acaba refém da agenda política e
econômica de interesse de grupos, que apesar dos avanços obtidos, muitas vezes
acabam trazendo graves retrocessos que aprofundam ainda mais o abismo social na
saúde brasileira.

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