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Filosofia – UFFS

Prof.ª Luciana Gobi


Bernardo Padilha
Seminário de Ética II

RESUMO EXPANDIDO:

Ética do Discurso em Habermas

“A Ética do Discurso surge como uma reformulação do Imperativo categórico de


Kant. Tal como para Kant, também para Habermas as normas morais devem ser
passíveis de universalização. No entanto, essa universalização não é mais
resultado da reflexão monológica do sujeito, mas resultado do Discurso. As
normas morais só terão validez na medida em que houver assentimento dos
participantes do discurso prático.”

Ética do discurso: um diálogo de Habermas com a ética Kantiana.

Bem como em Kant, Habermas da ênfase na universalização sobre as normas


morais, apresentando um novo método que supre alguns pontos em que Kant deixou
a desejar. Como citado anteriormente, em Kant, a universalização deve ser resultado
de uma reflexão monológica de um sujeito, o que acaba por ser, de certo modo, uma
ética subjetivista demais. Habermas corrigirá esta brecha com a introdução da ética
do discurso, onde não mais será resultado de um monólogo a universalização, mas
de um discurso que determinará a validez das normas morais a medida que os
integrantes de tal discurso concordem.
Habermas se insere em um paradigma da intersubjetividade linguística, onde
nesta construção os interesses particulares não necessariamente precisam ser
excluídos, mas mediados de modo que se chegue um acordo de modo discursivo
entre eles.
Com um discurso sem deformações ou coerções, é possibilitada a autonomia,
que posteriormente será formada pelo confronto intersubjetivo de interesses.
Aqui muito se fala sobre questões subjetivas e intersubjetivas de modo que
estas abram caminho para uma discussão mais precisa e cuidadosa da ética
discursiva, porém lembremos que a universalidade ainda é um dos objetivos da ética
habermasiana. A grande novidade é a questão de fato supracitada, da passagem do
subjetivo para o intersubjetivo, do monológico para o dialógico.
Habermas elabora dois princípios que trazem a intersubjetividade para o
interior do campo ético, os quais veremos posteriormente.
A ética discursiva, mais precisamente aplicada precisa necessariamente da
aceitação de todos os integrantes, de modo que seus interesses subjetivos sejam
“confrontados”, e posteriormente a ideia em questão possa ser (ou não)
universalizada.

Tratando dos Princípios Ético Discursivos

“Apenas são válidas as normas que encontrarem o assentimento de todos os


concernidos enquanto participantes de um discurso prático.”
Esse princípio tende a expor os interesses particulares à uma problematização
discursiva. Nesse sentido, o “monologismo” kantiano está fora de questão.
Eis alguns princípios: “U” (Principio de universalidade), geralmente expressa
a necessidade de universalização das normas, de modo que já vimos anteriormente.
Já “D” (Principio do discurso) nos mostra como faremos isso, o método (discursivo).
Ao invés de apresentar aos outros como válida uma máxima que eu desejo
que seja universal, devo apresentar a minha máxima para os demais, com a
finalidade de que seja posta a um exame discursivo com a pretensão de
universalidade. Pondo nos princípios, a minha máxima deve se encaixar no princípio
“U”, e o posterior discurso acerca dela no princípio “D”. Nesse caso, ocorre o
deslocamento do “indivíduo” para o “todo”, onde aquilo que o indivíduo possa
querer como algo universal passa a ser aquilo que todos querem para comum. Aqui
cito como exemplo Platão, que guia sua pólis ao progresso tendo como norte o bem
comum, que certamente deveria ser concluído por métodos discursivos, dialéticos.
Certo que são coisas bem distintas, mas de uma maneira leiga e esdrúxula, serve o
exemplo.
No discurso, Habermas quer mostrar que a filosofia ética do discurso se
mostra livre de qualquer instituição de poder, além de que a mesma deve nos
conduzir à emancipação e a uma vida racional ética.
Como finalidade, Habermas propõe no discurso uma possibilidade para que o
ser seja liberto, emancipado, de modo a identificar as forças opressoras que
impedem o progresso racional, principalmente por meio do diálogo e da
comunicação, além de quebrar paradigmas antes propostos por Kant no âmbito da
ética monológica.
REFERÊNCIAS

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/jurgen-habermas.htm
LOGEION: Filosofia da informação, Rio de Janeiro, v. 5, 2018, Edição Especial,
p.67-83
http://esmat.tjto.jus.br/publicacoes/index.php/revista_esmat/article/view/
90#:~:text=A%20%C3%89tica%20do%20Discurso%20surge,sujeito%2C%20mas
%20resultado%20do%20Discurso

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