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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ

Publicado em Sessão
n° 52.661

RECURSO ELEITORAL N° 235-09.2016.6.16.0080.


Procedência : Ibiporã-PR (80a Zona Eleitoral - Ibiporã).
Recorrentes : Coligação União por Ibiporã (PP/PTB/PSUPPS/PSB/PRP/PSDB
/SD/PROS/PMDB), João Toledo Coloniezi. Marcelo Corsino
Felix e Igreja Batista Central de Ibiporã.
Advogados : Gustavo Veloso Costa e outros.
Recorrente : Alberto Baccarin.
Advogados : Thiago Moreira de Souza Sabião e outros.
Recorrente : Coligação Orgulho de Ser Ibiporense (PSD/PT/PSC/PHS/
PR/PV/DEM/PDT).
Advogado : Rômulo Augusto Fernandes Martins.
Recorridos : Os mesmos.
Relator : Des. Xisto Pereira.

EMENTA: ELEIÇÕES 2016. PROPAGANDA ELEITORAL EM


TEMPLO RELIGIOSO (BEM DE USO COMUM) E EM
FACEBOOK DE PESSOA JURÍDICA. REPRESENTAÇÃO
JULGADA PROCEDENTE. APLICAÇÃO DAS MULTAS
PREVISTAS NO § 1« DO ART. 37 E NO § 2° DO ART. 57-C,
AMBOS DA LEI N^ 9.504/1997. AUSÊNCIA, PORÉM, DE
PROVAS SUFICIENTES PARA CARACTERIZAÇÃO DA
IRREGULARIDADE. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO
DEFESA REJEITADA. RECURSO DA COLIGAÇÃO "UNI
POR IBIPORÃ" E DE JOÃO TOLEDO COLONIE
MARCELO CORSINO FELIX E IGREJA BATISTA CENTRA
DE IBIPORÃ PROVIDO. RECURSO DA COLIGAÇ
"ORGULHO DE SER IBIPORENSE" PREJUDICADO.
1. O rito para os processos em que se discut
veiculação de propaganda eleitoral irregular, previ
no art. 96 da Lei n^ 9.504/1997, chamado de ri
sumaríssimo, não prevê dilação probatória, devendo
petição inicial e a contestação indicarem, desde logo,
"provas, indícios e circunstâncias" para o deslinde do
feito
2. É ônus do autor da representação comprovar a
divulgação de propaganda eleitoral em bens de uso
comum e em site de pessoa jurídica, não se permitindo
a aplicação de multa por presunção.
3. Recurso da Coligação "União por Ibiporã" e de João
Toledo Coloniezi, Marcelo Corsino Felix e Igreja Batista
Central de Ibiporã provido. Recurso da Coligação
"Orgulho de Ser Ibiporense" prejudicado.

Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os


Juizes do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, por unanimidade de votos,
em dar provimento ao recurso ao recurso interposto pela Coligação "União
por Ibiporã", por João Toledo Coloniezi, Alberto Baccarin, Marcelo Corsino
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Felix e pela Igreja Batista Central de Ibiporã para, reformando-se a sentença,


ser julgada improcedente a representação, restando, por conseguinte,
prejudicado o recurso interposto pela Coligação "Orgulho de Ser Ibiporense".
Curitiba,

EREIRA-RELATOR
IMJfft

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Recurso Eleitoral n^ 235-09.2016.6.16.0080

I - RELATÓRIO

Trata-se, na origem, de representação ajuizada pela


Coligação "Orgulho de Ser Ibiporense" em face da Coligação "União por
Ibiporã" e de João Toledo Coloniezi, Alberto Baccarin, Marcelo Corsino Felix e

Igreja Batista Central de Ibiporã, em razão de suposta realização de

propaganda eleitoral em bem de uso comum, divulgada também no


facebookôa igreja representada (fls. 02/09).

O pedido liminar foi deferido, determinando-se aos

representados a retirada da postagem da rede social facebook e a

abstenção de realização de atos de propaganda em bens de uso comum,

"em especial em templos religiosos", sob pena de multa diária de R$

3.000,00 (três mil reais) (fls. 19/25).

Pela sentença de fls. 61/69, confirmando-se a liminar antes

concedida, julgou-se procedente a representação, aplicando a cada um dos

representados a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Interpostos embargos de declaração (fls. 74/79), fora

acolhidos parcialmente para o fim de aplicar à representada Igreja Batista

Central de Ibiporã, com fulcro no § 2Q do art. 57-C da Lei nfl 9.504/1997,

multa no valor de R$ 5.000,00 por divulgação de propaganda eleitoral em

sítio de pessoa jurídica (fls. 102/105).

Nas razões recursais, arguem os recorrentes Coligação

"União por Ibiporã", João Toledo Coloniezi, Alberto Baccarin, Marcelo Corsino

Felix e Igreja Batista Central de Ibiporã, em sede de preliminar, cerceamento

de defesa por não terem sido ouvidas as testemunhas arroladas em defesa.

No mérito, alegam que: a) "o simples comparecimento de candidatos em


culto religioso não configura propaganda eleitoral" (fl. 94); b) não foi

realizado qualquer ato de campanha eleitoral no recinto da igreja, tendo os


candidatos representados comparecido apenas como convidados; c) "a

apresentação do número '15' com as mãos, embora se confunda com o


número '15' do candidato João Coloniezi, se refere à celebração aos 15
(quinze) anos da Igreja Representada" (fl. 96); d) esse mesmo gesto foi
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utilizado na celebração de catorze anos da igreja; e) o fato de os candidatos


representados terem recebido a benção do pastor também não caracteriza
propaganda eleitoral, mas tão somente um ato de fé; e f) a soma do valor da
multa aplicada a cada um dos representados resulta em R$ 10.000,00 o que
ultrapassa o limite legal, tornando-a abusiva. Requerem, preliminarmente, a
declaração de nulidade do processo em razão de cerceamento de defesa. No
mérito, postulam o provimento do recurso para, reformando-se a sentença,

ser julgada improcedente a representação. Sucessivamente, pugnam para

que condenação ao pagamento de multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil


reais) seja de forma solidária (fls. 92/99).

Após o julgamento dos embargos de declaração, os

recorrentes Coligação "União por Ibiporã", João Toledo Coloniezi, Alberto


Baccarin, Marcelo Corsino Felix e Igreja Batista Central de Ibiporã ratificam o
recurso interposto e complementam as razões recursais, sustentando a
inaplicabilidade da multa do art. 57-C, § 2<>, da Lei n*> 9.504/1997 a uma,
porque cumpriram de imediato a decisão liminar e a duas, porque a

divulgação, sem dolo, das fotos dos representados no perfil da igreja no


facebook, em meio a outras quinhentas, não teve o condão de realizai

propaganda eleitoral, razão pela qual não há que se falar em ofensa ao art) _
57-C da Lei das Eleições (fls. 114/124).

A recorrente Coligação "Orgulho de Ser Ibiporense", por sua

vez, alega que a sentença merece reforma parcial, a fim de ser majorada a
multa aplicada com base no art. 37 da Ler n* 9.504/1997, diante da

gravidade da situação, bem assim que a multa do art. 57-C, § 2°, do mesmo

diploma legal, deve também ser imposta aos demais representados (fls.

108/112).

Em contrarrazões postulam a Coligação "União por Ibiporã",

João Toledo Coloniezi, Alberto Baccarin, Marcelo Corsino Felix e Igreja Batista

Central de Ibiporã o desprovimento do recurso interposto pela Coligação

"Orgulho de Ser Ibiporense" (fls. 144/151).

Já a Coligação "Orgulho de Ser Ibiporense" deixou

transcorrer in albis o prazo para apresentar contrarrazões (certidão de fl.

152).
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O Ministério Público Eleitoral, em ambas as instâncias, opina


no sentido de serem desprovidos os recursos (fls. 153/156 e 162/163).

É o relatório.

II -VOTO

Preliminar

Os recorrentes Coligação "União por Ibiporã", João Toledo


Coloniezi. Alberto Baccarin, Marcelo Corsino Felix e Igreja Batista Central de
tbiporã, postulam, preliminarmente, a declaração de nulidade do feito, em
razão de cerceamento de defesa por não terem sido ouvidas as testemunhas
arroladas em defesa.

Ocorre, porém, que o rito para os processos em que se

discute a veiculação de propaganda eleitoral irregular, previsto no art. 96 da


Lei n° 9.504/1997, chamado de rito sumaríssimo diante da celeridade que s
impõe, não prevê dilação probatória, devendo a petição inicial e
(0
contestação indicarem, desde logo, "provas, indícios e circunstâncias" para
o deslinde do feito (art. 96, § ls).

Os §§ 5Q e 7° do artigo acima mencionado trazem


procedimento a ser adotado da propositura do feito ao seu julgamento

verbis:

§ 5« - Recebida a reclamação ou representação, a Justiça Eleitoral


notificará imediatamente o reclamado ou representado para,
querendo, apresentar defesa em quarenta e oito horas.

§ 70 . Transcorrido o prazo previsto no § 5°, apresentada ou não a


defesa, o órgão competente da Justiça Eleitoral decidirá e fará
publicar a decisão em vinte e quatro horas.

Eventual necessidade de produção de prova oral trata-se de

situação excepcionalíssima que não restou caracterizada no caso em exame.

Sobre o tema citam-se os seguintes julgados desta Corte


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Eleitoral:

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA ^^


muita CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRb
responsabÍLiz^ção. comprovação de prévio conhecimento
DO BENEFICIÁRIO. AUSÊNCIA. .
1. Propaganda eleitoral realizada antes de 6 de julho do ano
eleitoral infringe o disposto no artigo 36, da Lei n» 9.504/97.
2 Não procede a arouição de cerceamento f* flefesa. pois a
representai;jio eleitoral nhedece o rito célere previsto no artigo 96.
h=> i oi no Q 5Q4/97. não comportado dilacão probatória.
3 A aplicação da multa ao beneficiário da propaganda exige a
comprovação de ter tido ele prévio conhecimento.

Í? Reuíiz MUNIR ABAGGE, Dj de 11/4/2008, destacou-


se).

RECURSO ELEITORAL. ELEIÇÕES 2014. REPRESENTAÇÃO. DIREITO


Bi RESPOSTA. ART. 58. DA LEI 9.504/97. PROPAGANDA ELEITORAL
HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO / PROGRAMA EM BLOCOi AUSÉNOA
DE DIVULGAÇÃO DE FATOS SABIDAMENTE INVERÍDICOS OU
OFENSIVOS -DIREITO DE RESPOSTA IMPROCEDENTE. RECURSO NAO
PROVIDO.

2") Nos termos do artigo 96, da lei 9.504/97, que dá amparo legala
esta ação, salvo disposições específicas em contrário, f*
reclamações ou representações relativas ao descumpnmen
d. ir amparadas em fato* m
indicando provas, indícios
----- r ^ - ■—

r.rr^nstanda.f, n^n
^ sendo p^
dilaçáo
ç
probatória, notadamente
quando se trata de pedido
dd de direito de resposta.
(RP nB 264120, Rei. Juiz LOURIVAL PEDRO CHEMIM, publicado
sessão de 09/09/2014, destacou-se).

Assim, uma vez que não restou caracterizado cerceamen

de defesa, rejeita-se a preliminar.

Mérito

No mérito, trata-se de recursos eleitorais interpostos contra


sentença por meio da qual, reconhecendo-se a realização de propaganda
eleitoral dentro de templo religioso (bem de uso comum) e a divulgação
desse evento em perfil de facebookáe pessoa jurídica, foi aplicada (i) a cada
um dos recorrentes Coligação "União por Ibiporã", João Toledo Coloniezi,
Alberto Baccarin, Marcelo Corsino Felix e Igreja Batista Central de Ibiporã,
com fulcro no art. 37, § l9, da ei n° 9.504/1997, multa no valor de R$
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2.000,00 (dois mil reais); e (ii) à recorrente Igreja Batista Central de Ibiporã a
multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com fulcro no § 2* do art. 57-C da Lei
n° 9.504/1997.

a) Recurso da Coligação "União por Ibiporã" e de João


Toledo Coloniezi, Alberto Baccarin, Marcelo Corsino Felix e Igreja Batista
Central de Ibiporã

Aduzem tais recorrentes que os candidatos João Toledo


Coloniezi, Alberto Baccarin, Marcelo Corsino Felix não realizaram nenhum ato
de campanha eleitoral dentro da Igreja Batista Central de Ibiporã, tendo nela
comparecido apenas como convidados na festividade de comemoração de
15 anos e no exercício da liberdade de crença religiosa.

O recurso prospera.

Sobre a vedação de realização de propaganda eleitoral


bens de uso comum, assim dispõe o art. 37, caput e § 4°, da Lei n^
9.504/1997:

Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão


poder público, ou que a ele pertençam, e nos bens de uso comi
inclusive postes de iluminação pública, sinalização de tráfego,
viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros
equipamentos urbanos, é vedada a veiculacão de propaganda de
qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição
de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e
assemelhados. (Redação dada pela Lei nQ 13.165, de 2015)
(...)
§ 4Q . Bens de uso comum, para fins eleitorais, sao os assim
definidos pela Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código
Civil e também aoueles a oue a população em geral tem acesso,
tais como cinemas, clubes, loias. centros comerçia/l*- templos.
ginásios, estádios, ainda aue de propriedade privada. (Incluído pela
Lei nQ 12.034, de 2009)
(destacou-se).

No caso em exame, não restou suficientemente comprovada


pela Coligação "Orgulho de Ser Ibiporense" a realização de propaganda
eleitoral dentro da Igreja Batista Central de Ibiporã.
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As fotos colecionadas com a peça inicial (fls. 13/17) dão


conta tão somente da presença, no palco da aludida igreja, dos candidatos
recorrentes, não sendo possível delas se extrair qualquer ato de campanha
eleitoral, notadamente porque em nenhuma delas aparece qualquer um dos
candidatos fazendo uso do microfone ou distribuindo qualquer material de
propaganda. Veja-se que os candidatos sequer estão portando adesivos.

E das fotos de folhas 13 e 14 é possível constatar, diante do


comportamento os candidatos (de pé e com os olhos fechados), que apenas

estavam recebendo a benção dos pastores da igreja.

Especificamente com relação à foto de fl. 15, em que dois


dos candidatos recorrentes aparecem fazendo alusão ao número "15" com
as mãos, restou evidenciado nos autos tratar-se de praxe da igreja, nas
comemorações de seu aniversário, utilizar-se de tal gesto, consoante se vê
das fotos de fls. 97 e 97.

As fotografias de fls. 96 mostram, respectivamente, letreiro


com a informação de comemoração de "15 anos" da igreja e outras pessoas

fazendo o mesmo gesto em alusão aos número "15", em frente a tal ietreiro.;

Já a última foto de fl. 97 exibe a utilização do gesto com o

número "14", ao lado de um bolo com o mesmo numerai, em cia


referência à comemoração dos 14 anos da igreja.

Dessa forma, não se desincumbindo a Coligação "Orgulho d


ser Ibiporense" do ônus que lhe incumbia, não há como se presumir a
ocorrência de propaganda irregular com a responsabilização dos recorrentes
Coligação "União por Ibiporã", João Toledo Coloniezi, Alberto Baccarin,

Marcelo Corsino Felix e Igreja Batista Central de Ibiporã, pois "A condenação
por propaganda eleitoral irregular não pode ocorrer com base em mera

presunção, mesmo após o cancelamento da Súmula n* 17 deste Tribunal


Superior" (REspe n* 21436, Rei. Min. FERNANDO NEVES DA SILVA, DJ de

06/08/2004).

Ainda sobre o tema:

EMENTA. RECURSO ELEITORAL REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA


ELEITORAL IRREGULAR. NÃO CARACTERIZAÇÃO. DISTRIBUIÇÃO DE
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Recurso Eleitora! ne 235-09.2016.6.16.0080

MATERIAL IMPRESSO EM BEM DE USO COMUM. INSUFICIÊNCIA DE


PROVAS. ÔNUS DO REPRESENTANTE. RECURSO DESPROVIDO.
(TRE/PR, RE n« 5809, Rei. juiz MUNIR ABAGGE, publicado em sessão
de 12/9/2008, destacou-se).

EMENTA: ELEIÇÕES 2016. PROPAGANDA ELEITORAL. INTERNET.


AUSÊNCIA DE PROVAS DA AUTORIA DA POSTAGEM IMPUGNADA.
REPRESENTAÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. RECURSO NÃO
PROVIDO.
1. É ônus do autor da representação comprovar, de forma
categórica, a responsabilidade e a autoria da propaganda tida por
irregular.
2. Não havendo nos autos provas suficientes a identificar os
responsáveis pela postagem impugnada, impossibilitada fica a
imposição da multa prevista no § 1° do art. 57-D da Lei ni>
9.504/1997, que não pode ser aplicada por presunção.
3. Recurso não provido.
(TRE/PR, RE n« 45-06, Redator designado Des. Xisto Pereira, j. em
11/11/2016).

Representação. Fato Constitutivo do Direito. Ônus. O autor da


Representação tem o ônus de provar o fato constitutivo do seu
direito: à mingua disso, e contestada a veiculação da propaganda
eleitoral impugnada no horário indicado na inicial, julga-se
improcedente a Representação.
(TSE, RP n« 1095, Rei. Min. ARI PARGENDLER, publicado em sess
de 12/09/2006, destacou-se).

Impõe-se, portanto, a reforma da sentença, para ser julga

improcedente a representação.

a) Recurso da Coligação "Orgulho de Ser Ibiporense"

A recorrente Coligação "Orgulho de Ser Ibiporense" requer

em suas razões recursais a majoração da multa de R$ 2.000,00 (dois mil

reais) imposta em razão de realização de propaganda eleitoral em bem de

suo comum, bem assim a aplicação da multa de R$ 5.000,00 (cinco mil

reais) por divulgação de propaganda eleitoral no facebook de pessoa jurídica

a todos os representados.

Ocorre, porém, que, com a improcedência da representação,

tal pedido restou prejudicado.


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Recurso Eleitoral n^ 235-09.2016.6.16.0080

III-DISPOSITIVO

Nessas condições, dá-se provimento ao recurso interposto

pela Coligação "União por Ibiporã", por João Toledo Coloniezi, Alberto
Baccarin, Marcelo Corsino Felix e pela Igreja Batista Central de Ibiporã para,
reformando-se a sentença, ser julgada improcedente a representação.

Em conseqüência, julga-se prejudicado o recurso interposto

pela Coligação "Orgulho de Ser Ibiporense".

É como voto.

Curitiba, 29 de novembro de 2016.

PEREIRA - RELATOR
Tribunal Regional Eleitoral do Paraná

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

Recurso Eleitoral N» 235-09.2016.6.16.0080 ■**■ 198.278/2016

ORIGEM: IBIPORÃ - PR
PAUTA: 115/2016 JULGADO EM: 29/11/2016 (SESSÃO N° 115/2016)

RELATOR: DES. ADALBERTO JORGE XISTO PEREIRA

PRESIDENTE DA SESSÃO: DES. LUIZ FERNANDO TOMASI KEPPEN


PROCURADOR-GERAL ELE.TORAL: DR. ALESSANDRO JOSÉ FERNANDES DE
OLIVEIRA

SECRETARIA: DRA. DANIELLE CIDADE MORGADO MAEMURA


DECISÃO

Por ser verdade, firmo a presente.


Curitiba, 29 de novembro de 2016.

IEDA HELENA DAL-PRÁ


CHEFE DA SEÇÃO DE ATAS

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