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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ

Pubücatlo em Sessão
Acórdão n° 52.658

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS AO V. ACÓRDÃO N° 52.148,


PROFERIDO NOS AUTOS DE RECURSO ELEITORAL N.° 123-87.2016.6.16.0129
(Em Apenso: Pedido de Registro de Candidatura n° 122-05.2016.6.16.0129)
Procedência Diamante D'Oeste/PR - 129a Zona Eleitoral - Santa
Helena
Embargante : Guilherme Pivatto Júnior
Embargante : Coligação Diamante No Rumo Certo (PP/PSC/PPL/PSD)
Advogada : Deisiane Cristina Vargas
Advogado : Gilmar Jeferson Paludo
Advogado : Orlando Moisés Fischer Pessuti
Advogado : Marcelo Buzato
Advogada : Evelyn Christine Grassi
Advogada : Vânia Cristina Ribas Feitosa
Advogado : Vítor Gonçalves de Lima
Advogada : Nayshi Martins
Advogado : Ogier Alberge Buchi
Embargada : Coligação Novo Diamante Segue Em Frente
(PMDB/PSDB/PDT/PT/PMB/PC DO B)
Advogado : Marcelo Wordell Gubert
Advogado : Fernando Gustavo Knoerr
Relator originário : Dr. Ivo Faccenda
Redator designado : Dr. Josafá Antônio Lemes

EMENTA - ELEIÇÕES 2016 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO -


RECURSO ELEITORAL - IMPUGNAÇÃO
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO - ART. 1*, INCISO II, ALÍNEA T C/C
INCISO IV, ALÍNEA 'A1, AMBOS DA LEI COMPLEMENTAR NQ
64/90 - CONTRATO ADMINISTRATIVO DECORRENTE DE
PREGÃO - CLÁUSULAS UNIFORMES - PRESUNÇÃO RELATIVA -
TERMO ADITIVO - DESCARACTERIZAÇÃO DAS CLÁUSULAS
UNIFORMES A EXIGIR A DESINCOMPATIBILIZAÇÃO NO PRAZO
DE 04 (QUATRO) MESES DO CANDIDATO AO CARGO ELETIVO
DE CHEFE DO EXECUTIVO - INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE
REGISTRO DE CANDIDATURA AO CARGO DE PREFEITO E, POR
CONSEQÜÊNCIA, INDEERIMENTO DA CHAPA MAJORITÁRIA.
RECURSO PROVIDO - AUSÊNCIA DE ERRO, OMISSÃO,
OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO - REDISCUSSÃO -
IMPOSSIBILIDADE - ELEMENTOS SUSCITADOS INCLUÍDOS
PARA PREQUESTIONAMENTO - INTELIGÊNCIA DO ART. 1025
DO CPC - ACLARATÓRIOS REJEITADOS.
1. Embargos de declaração que visam rediscutir a matéria
julgada e que não demonstra erro, obscuridade, omissão ou
contradição no acórdão hostilizado, impõe a sua rejeição.
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ
Recurso Eleitoral n. ° 123-87.2016.6.16.0129
(Em apenso - RE n.s 122-05.2016.6.16.0129)

2. A clara insatisfação quanto ao resultado do julgado da


matéria de mérito discutida - devidamente esclarecida e
fundamentada - por si só não acolhe os aclaratórios.
3. No caso de o Tribunal Superior entender presente no
acórdão erro, omissão, contradição ou obscuridade, os
elementos suscitados nos embargos de declaração serão
considerados incluídos no julgado para fins de
prequestionamento, por força do art. 1025 do novo Código
de Processo Civil, independente de serem ou não acolhidos.

4. Embargos conhecidos e rejeitados.

Vistos, relatados e discutidos os autos citados, ACORDAM os

Juizes do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, por unanimidade de votos,

em afastar a preliminar de intempestividade para, conhecer dos embargos

de declaração e, no mérito, rejeitá-los, nos termos do voto do Relator, que

integra esta decisão.

Curitiba, 39 de ndvembro de 2016.

JOSAFÁ ÁlWeifMKLEMES - RELATOR


TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ
Recurso Eleitoral n. o 123-87.2016.6.16.0129
(Em apenso - REn.° 122-05.2016.6.16.0129)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS AO V. ACÓRDÃO N« 52.148,


PROFERIDO NOS AUTOS DE RECURSO ELEITORAL N.» 123-87.2016.6.16.0129

I - RELATÓRIO

Trata-se de embargos de declaração opostos por Guilherme

Pivatto Júnior e Coligação "Diamante No Rumo Certo" contra o v. Acórdão n.fi


52.148, de fls. 301/326, que pretende ver conhecida e enfrentada a matéria
relativa ao indeferimento do Requerimento de Registro de Candidatura (RRC)

do primeiro embargante, candidato ao cargo de Prefeito de Diamante

D'Oeste- PR.

Alegam os embargantes que o v. Acórdão é omisso e

contraditóario nos seguintes termos: "(...) III. Da omissão Acerca da Aplicação


doArt. 65, inc. I, alínea "b", e § 1Q, da Lei n? 8.666/93 (Leide Licitações) (...);

IV. Da Omissão Acera da Finalidade do Termo Aditivo Firmado (...) e V. Da


Contradição Sobre A Alteração Substancial de Cláusula Uniforme" (fls.

332/345).

Às fls. 347/348 determinei a intimação da embargada para,


querendo, manifestar-se no prazo de 3 (três) dias, com base no §2° do art.
1023 do NCPC.

A manifestação foi apresentada às fls. 356/359, requerendo-

se, em síntese, "(...) o não conhecimento ou, no mérito, a rejeição dos

embargos opostos ao v. acórdão (...)".

A Procuradoria Regional Eleitoral, em seu parecer de fls.

361/362 opinou pelo conhecimento dos aclaratórios e, no mérito, pela sua

rejeição.

Em síntese é o relatório necessário.

II - VOTO

Preliminar

Ab initio. considerando que a embargada Coligação "Novo


Diamante Segue Em Frente" sustenta, preliminarmente, a intempestividade
dos presentes aclaratórios, destaco o tema.
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(Em apenso -REn.v 122-05.2016.6.16.0129)

Alega a embargante que: "(...) De pronto se vê a


intempestividade dos aclaratórios, pois o acórdão foi publicado na sessão de
19 de outubro do corrente, sendo protocolada a irresignação apenas em 15

de novembro, extrapolando em muito o trintídio legal. Os embargos de


declaração assim não merecem conhecimento, impondo-se a certificação do

trânsito em julgado (...)" <fl. 356).

Da análise dos autos, verifico que, muito embora o presente

recurso eleitoral tenha sido julgado em 19/10/2016, o Acórdão somente foi


publicado na sessão de julgamento de 29/10/2016 (certidão de fl. 328) e,
posteriormente republicado na sessão de 11/11/2016 (certidão de fl. 329).
Assim, tendo sido os embargos de declaração opostos em

14/11/2016 (protocolo n« 306.112/2016 - fl. 332), resta respeitado o tríduo


legal, motivo pelo qual o recurso é tempestivo e, estando preenchidos os

demais requisitos de admissibilidade, dele o conheço e, no mérito, passo à


sua análise.

Mérito

Entendo necessária a transcrição dos termos da matéria do


acórdão, consoante segue:

M(...) li-voto

Feito o devido exame, verifico que o recurso é tempestivo. No mais,


preenchidos os demais requisitos de admissibilidade, passo à
análise do mérito.

No mérito, data venia, divirjo do ilustre Relator, Dr. Ivo Faccenda.

Explico.

Dispõe a alínea "i", do inciso II, combinado com a alínea "a", do


inciso IV, ambos do artigo 1Q, da Lei Complementar nfi 64/90, in
verbis:

"Art. Ia São inelegíveis:

II - para Presidente e Vice-Presidente da República: (...)

í) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, hajam


exercido cargo ou função de direção, administração ou
representação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha
contrato de execução de obras, de prestação de serviços ou de
fornecimento de bens com órgão do Poder Público ou sob seu
controle, salvo no caso de contrato que obedeça a cláusulas
uniformes;
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IV - para Prefeito e Vice-Prefeito:

a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os


inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da
República, Governador e Vice-Govemador de Estado e do Distrito
Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a
desincompatibilização;"

Parte-se do pressuposto que dentro dos 4 (quatro) meses que


antecedem o pleito (Prefeito e Vice-Prefeito) é necessária a
desincompatibilização daqueles que mantém contratos de
execução de obras, prestação de serviços ou de fornecimento de
bens com o órgão de Poder Público ou sob seu controle.

Porém, há ressalva quanto àquele que mantém contrato que


obedeça "cláusulas uniformes".

Vejamos!

O conceito de contratos com cláusulas uniformes foi dado pelo


doutrinador José Afonso DA SILVA1, In verbis:

"Proíbe-se ao Vereador firmar ou manter contrato com o Município,


desde que este não tenha cláusulas uniformes. Qualquer contrato:
de trabalho, de realização de serviços ou de execução de obras, de
concessão de serviços públicos ou de uso de bens do domínio
municipal. A proibição não alcança os contratos de cláusulas
uniformes. A caracterização desse tipo de contrato é controvertida
na doutrina. Típicos contratos de cláusulas são os chamados
contratos de adesão, que são os de conteúdo predeterminado por
um dos contratantes. Suas cláusulas são sempre as mesmas,
quaisquer que sejam os demais contratantes. Trata-se de uma
repetição de contrato, variando apenas o nome de uma das partes.
Por isso mesmo, geralmente é impresso, deixando-se um claro onde
se inscreve o nome e qualificação do outro contratante. Não se pode
dar uma enumeração completa desses contratos, mas são de
cláusulas uniformes, em regra: o contrato de seguro, o de
transportes, o de fornecimento de luz. força, gás e água, o de
prestação de serviços de telefone e telégrafos, certos contratos
bancários, contratos de direito marítimo, de certo modo o contrato
de trabalho regido pela CL T."

Do mesmo modo por Pinto FERREiRA3, pois: "Entre os contratos


típicos de cláusulas uniformes estão os chamados contratos de
adesão, cujo conteúdo é predeterminado por um dos contratantes
em cláusulas que são as mesmas para todos. Geralmente se deixa
um claro para se preencher o nome e a qualificação do outro
contratante. Entre os contratos de cláusulas uniformes podem ser
mencionados: os contratos de transportes, de seguros, de
fornecimento de luz, força, gás e água, de prestação dos serviços
de telefone e telégrafos, de direitos marítimos, certos contratos
bancários, compromissos de compra e venda de imóveis regidos
pela Lei n? 6.766, de 20.12.79, e de certa maneira o contrato de
trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)."

DA SILVA, José Afonso. Manual do Vereador. p. 54. Fonte:


http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/viewFite/45738/47290, acesso em
26/10/2016, às 19:25.
PINTO, Ferreira. As Eleições Municipais e o Município na Constituição de 1988, páginas 118 e
119. Fonte: http://bibliotecadigital.fgv.br/ois/index.php/rda/article/viewFile/45738/47290,
acesso em 26/10/2016, às 19:25.
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(Em apenso - RE n.° 122-05.2016.6.16.0129)

Percebe-se, portanto, que não há um rol taxativo de contratos que


podem se enquadrar no conceito de cláusulas uniformes, sendo o
contrato de adesão apenas uma de suas modalidades.

Desse modo, deve o caso concreto ser analisado de forma


pormenorizada a fim de se aferir se houve ou não margem de
negociação para a formação e manutenção do contrato celebrado
entre os pactuantes.

Isso porque o objetivo da legislação eleitoral é o de inibir que


contratos administrativos mantidos pelo particular com o Poder
Público possam servir de financiamento para campanhas eleitorais
em benefício de determinada parcela de candidatos em detrimento
dos demais concorrentes/candidatos - violando o princípio da
igualdade - em inegável prejuízo à democracia.

Nesta linha, os contratos administrativos mantidos com o Poder


Público em ano eleitoral devem ser observados com maior rigor,
em especial os contratos firmados no referido exercício e, frise-se,
que em seguida sofrem alterações na sua estrutura.

É exatamente o caso dos autos.


O contrato entre o particular Guilherme Pivatto Júnior com a
administração pública municipal de Diamante do O'este foi firmado
em 01/04/2016 (fls. 101/105). Em junho de 2016, ou seja, 02 (dois)
meses após a sua celebração foi apresentado um termo aditivo de
25% (vinte e cinco por cento) a mais para fornecimento dos
materiais elétricos previamente contratados.

Mais do que isso, o termo aditivo foi firmado no dia 08/06/2016 e já


emitidas as notas fiscais no dia 09/06/2016 (fls. 108 e 110) com os
respectivos pagamentos nos dias 15/06/2016 (fl. 109) e 16/06/2016
(fl. 111).

Ou seja, o contrato com a administração pública municipal sofreu


um aumento de 25% (vinte e cinco por cento), com isso,
autorizando benefício financeiro (faturamento e ganho real) à
empresa e seus sócios para - querendo - empregarem tais recursos
na campanha eleitoral almejada, diga-se, em favor de um dos
sócios da empresa, em violação à lei.

Em que pese empresa sustente que o termo aditivo tenha previsão


contratual para aumentar em 25% (vinte e cinco por cento) o valor
do contrato, frise-se, não é esse o tema em discussão (porque até
há previsão legal para aumentar o valor do contrato - § 1° do art.
65, da Lei nQ 8.666/933), pois aqui estamos tratando de
irregularidade eleitoral e não na área administrativa pública.

Veja-se, a alteração do valor do contrato ocorrida por meio do


termo aditivo pode ser lícita na esfera administrativa municipal,
porém, no âmbito eleitoral configura irregularidade pela ausência
de desincompatibilização do sócio dentro do prazo legal; caso
tivesse cumprido o prazo, não teria a irregularidade eleitoral.

Aqui, no caso em apreço, chama a atenção o contrato ter sido

1 Lei no 8.666/93:
Art. 65. (...)
§ 1Q O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou
supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de
equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
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(Em apenso - RE n.° 122-05.2016.6.16.0129)

firmado no ano eleitoral e em seguida ser majorado o seu valor em


25% (vinte e cinco por cento), já no período de pré-campanha
eleitoral.
Ressalto, a regra é pela desincompatibilização do candidato (sócio
de empresa) que mantém vínculo jurídico por meio de contrato com
o Poder Público. A única exceção é o contrato com cláusulas
uniformes.

Veja-se, o fato de candidato sócio de empresa que mantém


contrato com o Poder Público não fazer desincompatibilização,
frise-se é o risco assumido exclusivamente por ele.
O Tribunal Superior Eleitoral - TSE se debruçou sobre a matéria,
cuja ementa é a seguinte:

Inelegibilidade. Desincompatibilização. Contrato administrativo.


Pregão.

- O contrato firmado com o Poder Público decorrente de pregão


obedece, em geral, a cláusulas uniformes, motivo pelo qual se
aplica a ressalva da parte final do art. 1Q, II, i, da Lei Complementar
nQ 64/90, não havendo necessidade de desincompatibilização.

Recurso especial provido.


(Recurso Especial Eleitoral nQ 23763, Acórdão de 11/10/2012,
Relator(a) Min. ARNALDO VERSIANI LEITE SOARES, Publicação:
PSESS - Publicado em Sessão, Data 11/10/2012)
Veja-se que o julgado do Ministro Arnaldo Versiani diz "em geral",
deixando claro que não é absoluto e, havendo alteração no objeto
contratual de modo significativo, não se encaixa no referido julgado
o qual demonstra não ter sido analisadas suas cláusulas.
Nesse julgado restaram vencidos os Ministros Dias Toffoli, Laurita
Vaz e Cármen Lúcia.

Do voto da Ministra Laurita Vaz, extrai-se a seguinte conclusão:


"(...) cumpre ressaltar que a singela circunstância de a
contratação/licitação ter sido levada a efeito na modalidade pregão,
a toda evidência, não afasta a deletéria possibilidade do uso
indevido de verba pública para financiar* campanhas eleitorais,
sendo certo que positivar óbice a essa prática foi a vontade expressa
do legislador com a edição do multicitado preceito legal, de forma a
erigir anteparo à garantia do bem público e à lisura das eleições.
f...r(grifei)

A Ministra Carmén Lúcia assim proferiu seu voto: "(...) já votei em


outro caso no sentido exatamente de que, para mim, a despeito de
o pregão apresentar, em geral, cláusulas uniformes, pode haver
espaço para que haja alguma diferença, e neste caso não se fez a
referência, não se fez a análise para saber se havia cláusulas
uniformes ou não. Ao que parece, genericamente, pelo menos é o
que se tem, aplicou-se a inelegibilidade afirmando que haveria
cláusulas genéricas decorrentes do pregão. Ressalvo, portanto,
essa situação, neste caso eu nego provimento ao recurso, com a
devida vênia dos que pensam em contrário, (grifei)

Da leitura desse julgado mais recente do Colendo TSE (2012)


percebe-se que há a preocupação pela análise de cada caso em sua
singularidade, não sendo possível afirmar - de forma categórica -
que a modalidade de pregão, por si só, atrai a celebração do
contrato com cláusulas uniformes e afasta a necessidade de
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desincompatibilização daquele que pretende concorrer ao cargo


eletivo.

No caso deste recurso eleitoral, considerando que houve alteração


significativa no objeto do contrato que afasta a uniformidade das
cláusulas contratuais, não há como aplicar a ressalva prevista na
parte final da alínea "i" do inciso II, do art. 1» da Lei 64/90.

III - DISPOSITIVO

Forte nas razões apresentadas, com o devido respeito, divirjo do


voto apresentado pelo ilustre Relator Dr. Ivo Faccenda, para dar
provimento ao recurso eleitoral interposto pela Coligação "Novo
Diamante Segue Em Frente", julgar procedente a ação de
impugnação do registro de candidatura e indeferir o pedido de
registro de candidatura de Guilherme Pivatto Júnior, candidato ao
cargo de Prefeito de Diamante D'Oeste e, via de conseqüência, a
chapa majoritária da Coligação "Diamante no Rumo Certo".

É como voto.
Curitiba, 19 de outubro de 2016.

(a) JOSAFÁ ANTÔNIO LEMES - REDATOR DESIGNADO" (grifos no


original)

Pois bem.

José Jairo GOMES4 afirma que: "(.,.) previstos no art. 275 do


Código Eleitoral - com a redação dada pelo art. 1.067 do CPC de 2015 -, os

embargos de declaração são admissíveis nas mesmas hipóteses previstas no

Código de Processo Civil. Tais hipóteses encontram-se arroladas no art. 1.022

do novo CPC, que assim dispõe", senão vejamos:

Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial


para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de
casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência
aplicável ao caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1Q.

No processo civil, os embargos de declaração são espécie de

recurso que tem por finalidade o esclarecimento de decisão judicial, por meio

4 GOMES, José Jairo. Recursos Eleitorais. São Paulo: 2a edição. Atlas. 2015, 91.
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do saneamento de erros e vícios de obscuridade, contradição ou omissão

nela contidos.

Nos ensinamentos de Nelson NERY JÚNIOR e Rosa Maria de

Andrade NERY, tem-se que:

Os embargos de declaração têm finalidade de completar a decisão


omissa, ou ainda, de aclará-la, dissipando obscuridades ou
contradições. Não têm caráter substitutivo da decisão embargada,
mas sim integrativo ou aclaratório. Prestam-se também à correção
de erro material. Como regra, não têm caráter substitutivo,
modifícador ou infringente do julgamento (...).

(NERY JÚNIOR, Nelson e NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários


ao Código de Processo Civil. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2015, p. 2120)

Referida modalidade recursal não suspende os efeitos da

decisão hostilizada, tão somente interrompe o prazo para interposição dos

outros recursos, em regra (art. 1.026 do NCPC).

Feita a atenta leitura dos textos dos presentes embargos,

denota-se, sem qualquer dificuldade, de que a matéria trazida é de

rediscussão do julgado, restando claro não ser esta a via eleita.

Isso porque as matérias elencadas pelos embargantes foram

devidamente enfrentadas por esta Corte Eleitoral, inexistindo obscuridade,

contradição, omissão ou erro no v. Acórdão embargado.

a) Sobre a alegação "Omissão Acerca da Aplicação do Art. 65,

inc. I, alínea "b", e § 2*>, da Lei n° 8.666/93 (Lei de Licitações)" (fls. 336/338).
Em síntese, os embargantes sustentam que: "(...) Ao assim decidir, incorreu
em omissão, na medida em que deixou de manifestar-se expressamente
acerca da aplicação do retro mencionado artigo, e esclarecendo se o

contrato em questão poderia ser alterado, unilateralmente, pela

Administração; e se a empresa de propriedade do Embargante poderia se


abster de firma Termo Aditivo ou, em caso de negativa injustificada de sua
parte, lhe seriam aplicadas as sanções previstas no art. 65, § l9, da Lei
8.666/93 (...)" (fl. 336 - penúltimo parágrafo).
A matéria foi tratada por este Relator, senão vejamos:
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Recurso Eleitoral n.° 123-87.2016.6.16.0129
(Em apenso - RE n.° 122-05.2016.6.16.0129)

Em que pese empresa sustente que o termo aditivo tenha


previsão contratual para aumentar em 25% (vinte e cinco por
cento) o valor do contrato, frise-se, não é esse o tema em
discussão (porque até há previsão legal para aumentar o valor do
contrato - § 1Q do art. 65, da Lei n* 8.666/93), pois aqui estamos
tratando de irregularidade eleitoral e não na área administrativa
pública.
Veja-se, a alteração do valor do contrato ocorrida por meio do
termo aditivo pode ser lícita na esfera administrativa municipal,
porém, no âmbito eleitoral configura irregularidade pela ausência
de desincompatibilização do sócio dentro do prazo legal; caso
tivesse cumprido o prazo, não teria a irregularidade eleitoral.
Aqui, no caso em apreço, chama a atenção o contrato ter sido
firmado no ano eleitoral e em seguida ser majorado o seu valor em
25% (vinte e cinco por cento), já no período de pré-campanha
eleitoral. _
Ressalto, a regra é pela desincompatibilização do candidato
(sócio de empresa) que mantém vínculo jurídico por meio de
contrato com o Poder Público. A única exceção é o contrato com
cláusulas uniformes.
Veja-se, o fato de candidato sócio de empresa que mantém
contrato com o Poder Público não fazer desincompatibilização,
frise-se é o risco assumido exclusivamente por ele.

b) Sobre "Omissão Acerca da Finalidade do Termo Aditivo


Firmado." Neste tópico, os embargantes questionam: "(...) Na decisão ora
embargada, nenhuma menção é feita à finalidade do Termo Aditivo firmado
entre o Município de Diamente D'Oeste e a empresa GPJ COMÉRCIO DE
TINTAS E MATERIAIS PARA PINTURA -EIRELI - ME, essencial para que se
possa analisar a questão atinente à alteração de cláusulas uniformes do
contrato firmado (...)" (fl. 338 - penúltimo parágrafo). Ademais, sustenta
que: "(...) cabia ao embargado, durante a instrução probatória, demonstrar
que, no caso dos autos, não se tratava de contrato com cláusula uniforme, o
que não fez a contento (...)" (fl. 339 - segundo parágrafo).
Nesse aspecto, destaco o seguinte trecho do Acórdão nQ
52.148, senão vejamos:

"(...) Parte-se do pressuposto que dentro dos 4 (quatro) meses que


antecedem o pleito (Prefeito e Vice-Prefeito) é necessária a
desincompatibilização daqueles que mantém contratos de execução
de obras, prestação de serviços ou de fornecimento de bens com o
órgão de Poder Público ou sob seu controle.
Porém, há ressalva quanto àquele que mantém contrato que
obedeça "cláusulas uniformes".
Vejamos!
0 conceito de contratos com cláusulas uniformes foi dado pelo
doutrinador José Afonso DA SILVA , in verbis:

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(Em apenso - RE n.° 122-05.2016.6.16.0129)

"Proíbe-se ao Vereador firmar ou manter contrato com o Município,


desde que este não tenha cláusulas uniformes. Qualquer contrato:
de trabalho, de realização de serviços ou de execução de obras, de
concessão de serviços públicos ou de uso de bens do domínio
municipal. A proibição não alcança os contratos de cláusulas
uniformes. A caracterização desse tipo de contrato é controvertida
na doutrina. Típicos contratos de cláusulas são os chamados
contratos de adesão, que são os de conteúdo predeterminado por
um dos contratantes. Suas cláusulas são sempre as mesmas,
quaisquer que sejam os demais contratantes. Trata-se de uma
repetição de contrato, variando apenas o nome de uma das partes.
Por isso mesmo, geralmente é impresso, deixando-se um claro
onde se inscreve o nome e qualificação do outro contratante. Não
se pode dar uma enumeração completa desses contratos, mas são
de cláusulas uniformes, em regra: o contrato de seguro, o de
transportes, o de fornecimento de luz. força, gás e água, o de
prestação de serviços de telefone e telégrafos, certos contratos
bancários, contratos de direito marítimo, de certo modo o contrato
de trabalho regido pela C.L.T."
Do mesmo modo por Pinto FERREiRA , pois: "Entre os contratos
típicos de cláusulas uniformes estão os chamados contratos de
adesão, cujo conteúdo é predeterminado por um dos contratantes
em cláusulas que são as mesmas para todos. Geralmente se deixa
um claro para se preencher o nome e a qualificação do outro
contratante. Entre os contratos de cláusulas uniformes podem ser
mencionados: os contratos de transportes, de seguros, de
fornecimento de luz, força, gás e água, de prestação dos serviços
de telefone e telégrafos, de direitos marítimos, certos contratos
bancários, compromissos de compra e venda de imóveis regidos
pela Lei n? 6.766, de 20.12.79, e de certa maneira o contrato de
trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)."
Percebe-se, portanto, que não há um rol taxativo de contratos que
podem se enquadrar no conceito de cláusulas uniformes, sendo o
contrato de adesão apenas uma de suas modalidades.
Desse modo, deve o caso concreto ser analisado de forma
pormenorizada a fim de se aferir se houve ou não margem de
negociação para a formação e manutenção do contrato celebrado
entre os pactuantes.
Isso porque o objetivo da legislação eleitoral é o de inibir que
contratos administrativos mantidos pelo particular com o Poder
Público possam servir de financiamento para campanhas eleitorais
em benefício de determinada parcela de candidatos em detrimento
dos demais concorrentes/candidatos - violando o princípio da
igualdade - em inegável prejuízo à democracia.
Nesta linha, os contratos administrativos mantidos com o Poder
Público em ano eleitoral devem ser observados com maior rigor, em
especial os contratos firmados no referido exercício e, frise-se, que
em seguida sofrem alterações na sua estrutura.
É exatamente o caso dos autos.
O contrato entre o particular Guilherme Pivatto Júnior com a
administração pública municipal de Diamante do O'este foi firmado
em 01/04/2016 (fls. 101/105). Em junho de 2016, ou seja, 02 (dois)
meses após a sua celebração foi apresentado um termo aditivo de
25% (vinte e cinco por cento) a mais para fornecimento dos
materiais elétricos previamente contratados.
Mais do que isso, o termo aditivo foi firmado no dia 08/06/2016
e já emitidas as notas fiscais no dia 09/06/2016 (fls. 108 e 110) com

li
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ
Recurso Eleitoral n.s 123-87.2016.6.16.0129
(Em apenso -REn.° 122-05.2016.6.16.0129)

os respectivos pagamentos nos dias 15/06/2016 (fl. 109) e


16/06/2016 (fl. 111).
Ou seja, o contrato com a administração pública municipal
sofreu um aumento de 25% (vinte e cinco por cento), com isso,
autorizando benefício financeiro (faturamento e ganho real) à
empresa e seus sócios para - querendo - empregarem tais recursos
na campanha eleitoral almejada, diga-se, em favor de um dos sócios
da empresa, em violação à lei (...)" (grifei)

Da declaração de voto convergente lavrada pelo Des.

Adalberto Jorge Xisto Pereira, peço licença para citar o seguinte:

"(...) As cláusulas uniformes do contrato visam, portanto, impedir


que o licitante vencedor da licitação possa ser beneficiado adiante
com a alteração da relação negociai, o que não ocorreria, a critério
do contratante, se outro fosse o vitorioso.

É dizer, em síntese, que as cláusulas uniformes permitirão que se


trate igualitariamente todos os licitantes, independentemente de
quem seja o vencedor da licitação, durante a execução do contrato.
Isso não ocorre comcláusula aberta que permite o aditamento do
contratosem parâmetros igualitários, quando se abre a
discricionariedade de tratamento a depender do licitante vencedor.
Essa possibilidade de aditamento sem parâmetros igualitários está
prevista na cláusula 11a do contrato de fls. 101/105, com o
seguinte teor:

Será incorporada a este Contrato, mediante TERMOS ADITIVOS,


qualquer modificação que venha a ser necessária durante a sua
vigência, decorrente das obrigações assumidas pela CONTRATADA,
alteração nas especificações, quantitativas e qualitativas, ou prazos
dos produtos fornecidos ao CONTRATANTE.

Essa cláusula permitiu, em 8 de iunho de 2016. a celebração do


termo aditivo de fl. 27. no percentual de 25% (vinte e cinco por
cento) sobre o total do contrato.firmado em 1° de abril de 2016.
distribuído entre todos os itens contratados.

Essa cláusula, por evidente, não é uniforme porque o contrato


poderia ter sido aditado em percentual menor, por exemplo, caso
fosse outro o vencedor da licitação.sendo certo,interpretando-se
teleologicamente a norma legal antes transcrita, que "O oue a lei
busca I impedir àquele oue contrata com o Poder Público vir a ser
beneficiado por alterações contratuais aue façam verbas públicas
irrigarem a campanha dos candidatos"5 (destacou-se).

Com esses acréscimos, acompanhei a divergência para dar


provimento ao recurso.

TSE, AgR-REspe n° 356-42, Rei. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJEàe 24/08/2011.

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Recurso Eleitoraln.e 123-87.2016.6.16.0129
(Em apenso - RE n.° 122-05.2016.6.16.0129)

Foi como votei.

Curitiba, 19 de outubro de 2016.

(a) DES. XISTO PEREIRA (grifos no original)

Do teor dos votos supracitados, concluiu-se que: "(...) a regra

é pela desincompatibilização do candidato (sócio de empresa) que mantém


vínculo jurídico por meio de contrato com o Poder Público. A única exceção é
o contrato com cláusulas uniformes. Veja-se, o fato de candidato sócio de
empresa que mantém contrato com o Poder Público não fazer
desincompatibilização, frise-se é o risco assumido exclusivamente por ele.
(...)" (Acórdão n° 52.148 -fl. 307)

Desse modo, verifica-se que caberia aos embargantes (e não

aos embargados) comprovaram que se mantinham dentro da ressalva legal


de contratos com cláusulas uniformes com o Poder Público, uma vez que

contrataram em período vedado.

c) Sobre a "Contradição Sobre A Alteração Substancial de

Cláusula Uniforme". Os embargantes alegam que: "(...) Observando-se o

contrato juntado às fls. 101/105 TRE-PR, verifica-se que a Cláusula Primeira

define o objeto do contrato, qual seja, 'Aquisição de Materiais Elétricos em

Geral". O valor do referido contrato encontra-se fixado na Cláusula Terceira,

tendo sido essa cláusula alterada (...). Se houve alteração do valor (cláusula

terceira) do contrato firmado e não em seu objeto (cláusula primeira), e

tendo o Exmo. Redator Convocado feito constar de seu voto que 'havendo

alteração no objeto contratual de modo significativo' (fls. 307-TRE/PR),

observa-se nítida contradição, qual se espera ver sanada (...)" (fls. 340/341)

A matéria foi enfrentada no Acórdão embargado, in verbts.

(...) O contrato entre o particular Guilherme Pivatto Júnior com a


administração pública municipal de Diamante do O'este foi firmado
em 01/04/2016 (fls. 101/105). Em junho de 2016, ou seja, 02 (dois)
meses após a sua celebração foi apresentado um termo aditivo de
25% (vinte e cinco por cento) a mais para fornecimento dos
materiais elétricos previamente contratados.
Mais do que isso, o termo aditivo foi firmado no dia 08/06/2016
e já emitidas as notas fiscais no dia 09/06/2016 (fls. 108 e 110) com

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Recurso Eleitoral n. o 123-87.2016.6.16.0129


(Em apenso - REn.° 122-05.2016.6.16.0129)

os respectivos pagamentos nos dias 15/06/2016 (fl. 109) e


16/06/2016 (fl. 111).
Ou seja, o contrato com a administração pública municipal
sofreu um aumento de 25% (vinte e cinco por cento), com isso.
autorizando benefício financeiro (faturamento e ganho real) à
empresa e seus sócios para - querendo - empregarem tais recursos
na campanha eleitoral almejada, diga-se, em favor de um dos
sócios da empresa, em violação à lei (...).
No caso deste recurso eleitoral, considerando que houve
alteração significativa no objeto do contrato que afasta a
uniformidade das cláusulas contratuais, não há como aplicar a
ressalva prevista na parte final da alínea V do inciso II, do art. 1Q
da Lei 64/90. (...)" (grifos no original)

No mesmo sentido foi o voto convergente do Des. Adalberto


Jorge Xisto Pereira, pois: "(...)Essa cláusula permitiu, em 8 de iunho de 2016.

a celebração do termo aditivo de fl. 27. no percentual de 25% (vinte e cinco

por cento) sobre o total do contrato, firmado em 1Q de abril de 2016,

distribuído entre todos os itens contratados. (...)"

Assim, resta evidente que a alteração do contrato celebrado

com o Poder Público pela aditivação de 25% (vinte e cinco por cento)

modificou não somente o valor original, mas também a quantidade dos itens
previamente licitados (objeto do contrato).

Dessa forma, toda a matéria ficou devidamente esclarecida


no Acórdão, não restando o erro, a omissão, a obscuridade ou a contradição
quanto a matéria ora questionada, nem viola o § 1», do artigo 489 do CPC.

Neste sentido foi o parecer do ilustre Procurador Regional

Eleitoral, Dr. Alessandro José Fernandes de Oliveira, pois: "(•■■) As matérias


elencadas pelo Embargante foram suficientemente enfrentadas pela eg.
Corte, não havendo que se falar em omissão, contradição ou obscuridade a
serem corrigidas pelos embargos. E mais: eventual irresignação contra o v.
Acórdão deve ser discutida pelos mecanismos recursais próprios, haja vista
que os embargos não se prestam a rediscutir o mérito da decisão (...)." (fl.
362).

De qualquer modo, face ao disposto no artigo 1.025 do


NCPC, ficam incluídos no Acórdão os elementos suscitados pelos
embargantes, para fins de prequestionamento.

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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ

Recurso Eleitoraln.e 123-87.2016.6.16.0129


(Em apenso - RE n.° 122-05.2016.6.16.0129)

III - DISPOSITIVO

Assim, não se vislumbrando o erro, a obscuridade, a omissão

ou a contradição no v. acórdão embargado, afasto a preliminar de

intempestividade, conheço do recurso e, no mérito, voto por rejeitar os


presentes embargos de declaração porque ausentes os elementos

indispensáveis para o seu acolhimento.

Curitiba, 29fce mbVembfo de 2016.

JOSAFÁAi ES - RELATOR

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Tribunal Regional Eleitoral do Paraná

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

Embargos de Declaração no Recurso Eleitoral N° 123- Prot 306.112/2016


87.2016.6.16.0129

ORIGEM: DIAMANTE DOESTE - PR

PAUTA: 115/2016 JULGADO EM: 29/11/2016 (SESSÃO N° 115/2016)

RELATOR: DR. JOSAFÁ ANTÔNIO LEMES

PRESIDENTE DA SESSÃO: DES- LUIZ FERNANDO TOMASI KEPPEN

PROCURADOR-GERAL ELEITORAL: DR. ALESSANDRO JOSÉ FERNANDES DE


OLIVEIRA

SECRETÁRIA: DRA. DANIELLE CIDADE MORGADO MAEMURA


DECISÃO

À unanimidade de votos, a Corte conheceu dos Embargos e, no mérito, rejeitou-os, nos


termos do voto do Relator.

Presidência do Excelentíssimo Senhor Desembargador Luiz Fernando Tomasi Kepper,


Partciparam do julgamento os Eminentes Julgadores: Desemtorgador Adalberto Jorge
X?s?o Peíeira e os Juizes Pauio Afonso da Motta Ribeiro, Ivo Faccenda, Louvai Pedro
Chemi"í, Josafá Antônio Lemes e Nivaldo Brunoni- substituto em exeraao. Presente o
Procurador Regional Eleitoral. Doutor Alessandro José Fernandes de Oliveira.

Por ser verdade, firmo a presente.


Curitiba, 29 de novembro de 2016.

^ -

IEDA HELENA DAL-PRÁ


CHEFE DA SEÇÃO DE ATAS

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