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Projeto de Vida e Geografia

Boaz de Freitas Gomes


Eduarda Damascena Mendes
Gabriel Jhonatan Rocha de Almeida
Laís Almeida da Conceição
Letícia Lopes de Almeida
Ludmila Pereira Alves
Maria Eduarda Pereira Gervasio
Pedro Victor Monteiro Correia

A partir da seção da 02 faça uma análise das características demográficas e


socioeconômicas da população e como isso pode influenciar nos projetos de vida
dos jovens? Justifique.

Em relação às características demográficas da população, a partir da seção


02 do Anuário do IBGE, é perceptível que há pouca diferença entre a quantidade
de pessoas do sexo masculino e feminino. Além disso, observa-se, quando
comparado com os anos 1991 e 2010, uma diminuição da base da pirâmide
etária, isto é, houve diminuição no número de indivíduos de 0 a 14 anos, isso se
deve a características urbanas que influenciaram a população e ocasionou essa
redução no número de filhos e, consequentemente, a queda da taxa de
fecundidade (número de filhos por mulher), como por exemplo: a maior inserção
da mulher no mercado de trabalho e maior difusão de informação e acesso a
métodos contraceptivos. Ademais, pode-se perceber, através do gráfico, que
houve grande aumento da população com 60 a 80 anos ou mais, logo, há um
crescimento da população idosa, e isso se deve a ascensão da expectativa de
vida no Brasil que, por sua vez, decorre da relativa melhora da qualidade de
vida em relação às décadas passadas, pela urbanização e pelo maior acesso da
população à medicina curativa e preventiva, o que acaba por aumentar a
longevidade.
Nesse contexto, a questão demográfica impacta no projeto de vida dos
jovens, uma vez que, a sociedade já concebe de maneira diferente a questão de
ter um filho, e esse pensamento é repassado aos novos indivíduos, ou seja, a
tendência é a diminuição do número de filhos por mulher ao longo dos anos.
Logo, pode-se prever que as jovens de hoje terão em média, segundo dados já
expostos, entre 1 e nenhum filho, (em média, as mulheres têm, em números exatos,
1,75 filho). Isso impacta diretamente no sistema previdenciário (INSS), visto que,
serão menos pessoas trabalhando (PEA – População Economicamente Ativa) e
mais pessoas recebendo previdência, de forma que a conta não bate. Com isso, foi
necessário a realização de uma Reforma na Previdência, que aumentou a idade
para aposentadoria, entre outros.

Além disso, com o aumento da expectativa de vida, os jovens podem agora


ter um horizonte mais amplo de seus objetivos e metas, de forma que, é possível
viver mais e, consequentemente, há mais tempo para planejamento e realização
de uma vida.

Outro fator que fornece base para uma análise socioeconômica é o Trabalho
e Rendimento, que dá uma visão geral sobre o mercado de trabalho e a
distribuição dos rendimentos. Através do gráfico (Página 110 do Anuário do IBGE
2021), pode-se observar que, dentro de ramo que contém a agropecuária, pesca e
aquicultura como atividade principal, as maiores porcentagens, no caso 45,6 % e
38,9%, correspondem a “trabalhador por conta própria” e “empregado”,
respectivamente. Isso revela que há mais pessoas trabalhando nessa área por
conta própria, sem nenhum ou pouco auxílio por parte de uma empresa
pública ou privada, ou do próprio Estado. Além disso, nas demais atividades,
predomina-se a condição de “empregado”, com 69,7%, seguido de “trabalhador por
conta própria”, com 24,8%. Com relação a carteira de trabalho, tem-se na área de
agricultura, pecuária, pesca e aquicultura mais da metade das pessoas sem
carteira assinada. Em suma, tem-se 55,6% de indivíduos na irregularidade
laboral: são pessoas que podem não ter seus direitos trabalhistas
assegurados, como férias remuneradas, jornadas de 8h e descanso semanal.
Isso impacta diretamente nos direitos sociais das pessoas que, sem carteira de
trabalho, podem estar sob algum regime de trabalho análogo à escravidão, ou em
situações insalubres e degradantes.
A partir da análise da seção 06, faça uma análise sobre como a distribuição
salarial pode impactar nos projetos de vida e oportunidades. Justifique.

A seção 06 discorre acerca de Preços, Custos e Salários e, a partir da tabela


6.2.1.2 (página 385 do anuário do IBGE 2021), tem-se informações dos salários
mínimos nominal e real que compreendem o período de 2013 a 2021. Segue análise
dos anos em destaque:

→ No ano inicial, 2013, o salário mínimo começa o ano em R$ 1.144,80 e


termina em R$ 1.094, com uma variação que apenas decresce.
→ Em 2014, inicia-se com R$ 1.161,39 e se encerra com R$ 1.100,18. Havendo
variação que apenas decresce.
→ Em 2015, inicia-se em R$ 1.179,00 e se encerra com R$ 1.076,09. Havendo
variação de quase 100 reais, que apenas decresce.
→ Em 2016, inicia-se com R$ 1.183,85 e se encerra com R$ 1.127,57. Havendo
variação que apenas decresce.
→ Em 2017, inicia-se em R$ 1.195,55 e se encerra com R$ 1,176,26. Uma das
melhores finalizações de ano. Havendo pouca variação, conseguindo se
manter acima de 1.150,00 o ano inteiro.
→ Em 2018, inicia-se com R$ 1.194,85 e se encerra com R$ 1.157,84. Havendo
grande variação que apenas decresce.
→ Em 2019, tem-se o maior valor para o mês de janeiro, com R$ 1.206 e se
encerra com alta queda de 1,159,29. Tendo alta variação que apenas
decresce ao longo dos meses.
→ Em 2020, inicia-se em 1.204,62, tendo pico no mês de junho com R$
1.213,17, logo depois a queda e se encerra com R$ 1.151,71. Havendo
variação que apenas decresce.
→ Em 2021, finalmente, inicia-se o ano com R$ 1.208,50, sendo este mês de
janeiro o único no ano de 2021 que ultrapassou os R$ 1.200,00. Após isso,
há um cenário de queda, que encerra o ano com R$ 1.100,00.
A partir dessa análise, pode-se perceber que o salário mínimo, por raras
vezes, ultrapassou os R$ 1.200,00. Isso implica diretamente nos projetos de vida e
oportunidades dos indivíduos, já que, dependendo da composição da família,
representa dinheiro insuficiente para levar uma vida minimamente confortável. Pois,
de tal valor subtrai-se ainda despesas fixas: como água, energia, gás, alimentação e
transporte. As grandes altas devem-se ao gás de cozinha, ao preço da gasolina e
ao preço dos alimentos.

Portanto, indivíduos que sobrevivem com esse valor ou menos, terão menos
acesso ao lazer, cultura e educação e habitação de qualidade. Diminuindo assim, as
oportunidades de se qualificar, trabalhar em local minimamente digno e conseguir
sustento. O que, por sua vez, implica no futuro dessas pessoas, que viverão, por
vezes, nas periferias, consumindo apenas o básico ou nem isso. Talvez tenham
acesso a uma educação de baixa qualidade, sem conseguir acesso a um curso
superior ou técnico. Todas essas situações corroboram para que alguns brasileiros
estejam na informalidade, visto que não é um profissional qualificado, o que ratifica
os índices vistos em “Trabalho e Rendimento”, que expôs a quantidade de pessoas
“trabalhando por conta própria” e “sem carteira assinada”.

Ademais, tal situação, de ausência de itens básicos, acaba por diminuir, por
vezes, o horizonte de objetivos e metas dos indivíduos, uma vez que, o objetivo
imediato e mais importante é apenas um: sobreviver. Logo, há impacto direto sobre
o projeto de vida das pessoas e como elas veem o futuro, a médio e longo prazo.

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