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O que é Acessibilidade?
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Inicialmente é importante definirmos o que é a acessibilidade. Acessibilidade é a
promoção de melhoria na qualidade de vida das pessoas com deficiências, que ajude a
fornecer atendimento inclusivo, instituindo resultados sociais — algo fundamental para
pessoas que tenham algum tipo de deficiência. A acessibilidade é algo que deve ser
seguido em qualquer organização e as pessoas, principalmente no atendimento, precisam
estar preparadas para atender essa demanda. Além de facilitar a comunicação entre
empresa e cliente, é possível alcançar mais tipos de consumidores e atender a todas. E a
acessibilidade no atendimento (atendimento inclusivo), é o primeiro passo para entender o
objetivo de acessibilidade. Ao analisarmos o aspecto etimológico e semântico da
expressão, encontraremos no Dicionário Michaelis significados:
A acessibilidade para um atendimento inclusivo vai muito além do que apenas aproximar o
consumidor dos produtos e serviços, é oferecer uma experiência igualitária para quem
estiver dentro da jornada do cliente. Trata-se de aproximar os consumidores não apenas
dos produtos e dos serviços, mas também (e principalmente) da experiência.
Acessibilidade no atendimento
Mas, o que realmente significa isso? É simples! O termo acessibilidade se refere aquilo
que é acessível, ou seja, de fácil acesso e aquisição. E isso também se encaixa no contexto
do atendimento ao cliente. Dessa maneira, a acessibilidade no atendimento torna os
serviços de suporte muito mais inclusivos e diversos. Como consequência, isso aumenta as
chances de sua empresa conquistar um público maior e manter uma ótima reputação diante
do mercado.
Os consumidores estão cada vez mais exigentes e atentos ao posicionamento social das
marcas. E um atendimento mais acessível, com certeza, também acrescentará um valor
maior para qualquer empresa. A comunicação inclusiva é a base de um atendimento
inclusivo. Por isso, entender o conceito e colocá-la em prática diariamente é indispensável.
Seja no contato com o cliente externo ou com os próprios colaboradores dentro do
ambiente de trabalho.
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No Brasil, o nome goza de grande proteção jurídica. Ninguém pode valer-se do nome de
outra pessoa sem sua autorização. Sendo um direito da personalidade, o nome é
irrenunciável, intransferível, indisponível, imprescritível e despido de valor patrimonial.
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Em muitos casos, o nome que consta nos primeiros documentos das pessoas, como o
Registro de Identidade ou a certidão de nascimento, pode não ser o nome que a pessoa se
sinta representada ou se identifique. Sobrevém que muitas pessoas não gostam de seu
nome de registro ou, mais do que não gostar, não se identificam com o nome que lhes foi
dado. Isso acaba se tornando um grande problema na vida destes indivíduos já que, sendo
uma característica tão importante e reforçada no cotidiano, fica difícil ignorar o próprio
nome.
A pessoa pode simplesmente não gostar do nome por ter significado jocoso, por ser de
difícil pronúncia ou excessivamente criativo. Em outros casos, o nome em si pode trazer
algum constrangimento ou não guardar semelhança com os demais elementos da
personalidade daquela pessoa. Um exemplo é quando um nome usualmente utilizado para
homens tenha sido dado a uma mulher. Além dessas razões, temos também os casos dos
artistas, como por exemplo: Maria da Graça Xuxa Meneghel, a Xuxa, Larissa Macedo
Machado, a Anitta, entre muitos outros artistas que utilizam nomes que não são os seus
nomes de registro civil, e sim os nomes que ficaram famosos e como são reconhecidos.
A não identificação pessoal com o nome, seja por qualquer razão, gera prejuízo para
autoestima e para vida da pessoa em sociedade já que a legislação estabelece que, em
princípio, o nome é imutável (art. 58, Lei de Registros Públicos). Para resolver essa
situação, essas pessoas acabam adotando nomes sociais que nada mais são que nomes que
preferem ser chamadas no cotidiano. Pensando nestas pessoas é que surgiu o instituto do
nome social. Que corresponde ao nome pelo qual uma pessoa deseja ser chamada,
reconhecida e tratada.
Nome social
O nome social pode ser utilizado por qualquer pessoa que queira adequar o seu senso de
identidade com aquilo que essa pessoa representa socialmente. Muitas pessoas acreditam
que este instituto restringe-se à pessoas transgênero, mas não é bem assim. Ocorre que,
sim, pessoas transgênero são as principais afetadas quando se fala no direito de utilizar o
nome social, porém o nome social é um direito conquistado por todas as pessoas que lutam
pela troca do nome que não as representa e pelo qual elas não se identificam. O nome
Social é a forma pela qual uma pessoa se reconhece e quer ser reconhecida e, na prática,
não é exclusivo para pessoas transgênero, transexuais ou travestis, mas um direito de todas
as pessoas. 5
O nome social também é de interesse coletivo, porque identifica a pessoa pelo nome que
ela é conhecida perante a sociedade, tanto para o exercício de seus direitos como para o
cumprimento de suas obrigações. Mas, atenção: o nome social não deve ser confundido
com apelidos ou alcunhas (Zé Pequeno, Princesinha, Fumaça); nomes fantasia, nomes
comerciais, religiosos; titulações profissionais, acadêmicas etc.
Os principais objetivos para utilizar o Nome Social são: Evitar a exposição desnecessária
do indivíduo e evitar o constrangimento de ser tratado de uma forma que não condiz com
sua condição humana, psicológica, moral, intelectual e emocional. Portanto, o Nome
Social serve, principalmente, para evitar constrangimentos pelo uso do nome de registro
que não reflete a identidade de determinado indivíduo.
Muitas pessoas têm dúvidas e preconceitos acerca do que é uma pessoa transgênero. De
forma resumida, trata-se de uma condição em que a pessoa não se reconhece – na maioria
dos casos, desde a infância – no corpo que possui e no gênero para o qual foi resignado ao
nascer. Em resumo, trata-se de homens que nascem em corpos femininos e mulheres que
nascem em corpos masculinos. 6
Muitas pessoas confundem a questão transexual, transgênero e travesti. Ocorre que, diz-se
transexual, pessoas transgênero que fazem a cirurgia de resignação sexual, ou seja,
transformam seus corpos. Já uma pessoa travesti é aquela que apenas utiliza roupas e se
comporta de maneiras ditas do gênero oposto. Em ambos os casos, tratam-se de pessoas
transgênero.
A dificuldade de aceitação dos nomes sociais é um dos fatos que acaba obrigando pessoas
transgêneros a se submeter a um processo de retificação de nome de registro, e assim
alterar definitivamente seus nomes para serem respeitadas socialmente. Infelizmente, com
a relutância social para respeitar, somente a alteração em documentos não oficiais (quando
conseguem) não assegura o direito à dignidade humana que todas as pessoas merecem.
A primeira lei a defender este direito, ainda que indiretamente, é a Constituição Federal de
1988. Isso porque, essa legislação traz o conceito da dignidade do ser humano e o respeito
às diferenças.
De modo geral, a identidade de gênero, diz respeito ao modo como alguém se apresenta e
se identifica, não só em relação a si mesmo, mas também diante da sociedade. A pessoa
deve ser tratada de acordo com o gênero com o qual se identifica, não importa se ela
nasceu com o sexo masculino ou feminino.
Afinal, o que deve ser levado em consideração é o que ela deseja. Isso contribui também
para que o atendimento seja confortável e respeitoso. Por isso, é preciso ter cuidado ao
empregar os pronomes corretos no atendimento, o ideal é perguntar como o cliente
gostaria de ser chamado. Nesse sentido, o Nome Social é um dispositivo que auxilia a zelar
pelo gozo dos direitos humanos, evitando abusos por parte de terceiros. Quem define o
nome social é a própria pessoa.
Desse modo, mesmo que uma pessoa solicite utilizar um nome social entendido como
feminino, mas se apresenta com vestimentas ou atributos que são culturalmente
considerados masculinos ou vice-versa, o nome social que ela solicitar é assegurado por
lei, portanto, deve ser respeitado.
Isso significa que a empresa, nessa perspectiva, passa a enxergar seu cliente com
exclusividade e de considerável importância e não apenas como mais um número em sua
carteira. Em tempos de globalização, em que os processos de produção e consumo ocorrem
em massa, as pessoas sentem desejo de se diferenciar das demais. Isto é, de serem
enxergadase ter sua individualidade valorizada. 8
Por isso, embora o cenário das grandes metrópoles envolva rotinas aceleradas e cidadãos
em constante busca por velocidade e otimização; ainda persiste e predomina a necessidade
de uma abordagem mais humana por parte das empresas para conquistar e fidelizar esses
clientes. Afinal, quem não gosta de ser tratado com exclusividade, de ter seus problemas
ouvidos e compreendidos, não é verdade?
Trata-se, portanto, do olhar para a pessoa e não para a patologia. Sim, estamos falando
sobre empatia: colocar-se no lugar do outro para compreender seus sentimentos,
necessidades, desejos, ações e modo de olhar o mundo. No atendimento e suporte ao
cliente, a empatia é indispensável para que a interação seja humanizada e promova
benefícios importantes, como a fidelização e o aumento das negociações. A importância do
atendimento humanizado no suporte das empresas traduz-se na dificuldade de conquistar e
fidelizar clientes.
Embora muitas pessoas pensem que estar em uma fila prioritária, de atendimento
preferencial, é um privilégio só para passar na frente e ser atendida mais rápido, muitas
pessoas precisam desta prioridade, que por ser regulamentada por Lei, tornou-se um direito
conquistado por pessoas específicas, conforme descreve a Lei 10.048/2000. Mas afinal,
você sabe a diferença entre prioridade e preferência?
“Prioridade” é a condição que ocorre em primeiro lugar, ou seja, o primeiro em relação aos demais.
“Preferência” é o termo utilizado para descrever o ato de escolher ou preferir algo.
Portanto, prioridade indica que deve ser antes, e preferencial pode-se dizer que é uma
escolha. O atendimento Prioritário foi instituído através LEI No 10.048, DE 8 DE
NOVEMBRO DE 2000. Ela determina em seu Art. 1º a prioridade de atendimento às
pessoas que especifica e no Art. 2º estabelece em quais estabelecimentos esse atendimento
será prioritário.
Os grupos de pessoas que têm direito ao atendimento prioritário são: Pessoas com
deficiência; idosos com idade igual ou superior a 60 anos; gestantes; lactantes; pessoas
com crianças de colo, obesos e os acompanhantes ou atendentes pessoais, serão atendidos
junta e acessoriamente aos titulares da prioridade e se aplica às repartições públicas,
empresas concessionárias de serviços públicos e em todas as instituições financeiras.
É preciso esclarecer que o atendimento prioritário não se dá apenas durante a fila, mas em
todas as etapas dos serviços, como, por exemplo, entrega do lanche, na busca do carro, no
atendimento médico e na descida do toboágua, entre outros. Não adianta sair da fila e
continuar esperando, mesmo que seja sentado.
Sabemos que, infelizmente, algumas pessoas mentem para usar a fila de prioridade, mas
temos certeza que não é o caso da maioria, então os estabelecimentos devem olhar para a
fila de prioridade com carinho e humanização! A pessoa que está ali é porque tem uma
necessidade e precisa de um atendimento mais rápido.
Empatia é se colocar no lugar da outra pessoa. E precisamos ser mais empáticos. Quando
você estiver fazendo um atendimento prioritário, lembre-se que um dia você poderá
precisar desse atendimento, ou quando você ficar idoso, ou quando ficar grávida, ou se
adquirir uma deficiência, ou quando estiver com algum familiar que se encaixa em um
desses perfis.
Precisamos tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados. Se a fila de prioridade
estiver muito grande, o ideal é ir intercalando com a fila comum ou aumentar o número de
atendentes até a fila diminuir. Os estabelecimentos precisam criar processos e políticas
internas para atender bem essas demandas, pois deixar a fila de prioridade maior que a fila
comum não é atendimento digno e respeitoso.
Deficiências Invisíveis
Desde junho de 2017, em São Paulo, temos a Lei estadual 16.756/17 que obriga a todos os
estabelecimentos incluírem o símbolo do autismo nas placas de prioridade. Muitos estados,
como o RJ, MG, DF, AC, BA e RN, também aderiram a esta lei. O autismo não tem cara,
você não consegue identificar um autista pela sua aparência física e, por isso, muitas vezes
são vítimas de discriminação e preconceito.
Para um autista, é muito difícil ficar parado em uma fila por muito tempo. A ociosidade e a
falta de noção temporal podem gerar irritabilidade, estresse, crises, e as pessoas podem
achar que se trata de crianças rebeldes, mal-educadas, birrentas ou coisas do tipo. Para
muitos, aguardar em uma fila pode não ser problema, mas para tantos outros, realmente é
fato gerador de uma desestabilização e causador de muitos transtornos. Sendo assim,
mesmo com a lei vigente, e ainda não tendo a identificação em determinados locais,
precisamos ser sensíveis a esta necessidade!
Por isso, devemos entender que direito não é privilégio. Uma pessoa não escolhe ter
deficiência. Portanto, não julgue, acolha, coloque-se à disposição para ajudar. Sanções e
multas não são motivos principais para oferecer atendimento prioritário. Existem outras
ótimas razões, e a principal delas é promover o conforto, a satisfação e a inclusão de todos
os clientes. Incluir é amar.
Conclusão
Quando houver fila única em estabelecimentos abertos ao público, elas poderão: (a) passar
à frente das demais pessoas, devido a terem o direito à preferência de atendimento ou; (b)
usar o direito de reivindicar atendimento imediato conforme disposto na Lei 10.048/00.
As pessoas querem, neste caso, prioridade, e não exclusividade. Tendo as regras claras, e o
cumprimento delas adequadamente, as confusões são eliminadas.
Pessoas com mais de 80 anos terão preferência no atendimento em relação aos demais
idosos. A mudança no Estatuto do Idoso que estabelece essa prioridade especial foi
sancionada através da Lei 13.466/2017 . Uma das mudanças envolve diretamente a
Justiça. O parágrafo 5º do artigo 71 define que, "dentre os processos de idosos, dar-se-á
prioridade especial aos maiores de oitenta anos".
Além disso, houve a inserção do parágrafo 2º no artigo 3º: "Dentre os idosos, é assegurada
prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre
preferencialmente em relação aos demais idosos".
Outra alteração, exclusiva para a saúde, foi feita no artigo 15, que passa a ter o parágrafo
7º: “Em todos os atendimentos de saúde, os maiores de 80 anos terão preferência especial
sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência”.
Após muitos debates, a lei que teve a sua primeira versão sancionada através do Decreto
6.523 em 31 de Julho de 2008, foi modernizada, considerando esse novo perfil de consumo
e de consumidor. A Nova Lei do SAC, Decreto 11.034/2022, estabelece novas diretrizes
para os direitos do consumidor no Serviço de Atendimento ao Consumidor – o SAC. Com
o novo decreto, o SAC passa a ser compreendido como o atendimento realizado por
diversos canais integrados das empresas com a finalidade de dar tratamento às demandas
dos consumidores. A nova lei do SAC foi decretada em 5 de abril de 2022, mas passa valer
180 dias após sua sanção (ou seja, a partir de outubro 2022).
Essa mudança fica clara na redação do Art. 2º da nova lei do SAC, que considera o
“Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC o serviço de atendimento realizado por
diversos canais integrados dos fornecedores de serviços regulados […].” Vale salientar que
o atendimento telefônico segue como obrigatório e gratuito.
A seguir, algumas mudanças pontuais e refinamentos que aconteceram no decreto.
O SAC deve estar disponível 24 horas, nos sete dias da semana. Desse total, ao menos oito
horas diárias devem contar com o atendimento humano. Nos demais horários, o uso da
multicanalidade pode se fazer presente, e o atendimento pode ser oferecido por e-mail
e chatbot (esses devem estar disponíveis durante todo o tempo).
Atendimento multicanal
Com a evolução das tecnologias, a nova lei do SAC prevê que o consumidor tenha à
disposição diferentes canais de comunicação, para registrar e acompanhar as suas
solicitações. O Art. 4º § 1º afirma que “será garantido por meio de, no mínimo, um dos
canais de atendimento integrados, cujo funcionamento será amplamente divulgado”. No
decreto anterior, o canal oficial de contato era somente o telefone.
Resoluções efetivas
A nova lei do SAC aborda um dos pontos mais relevantes para o consumidor: a
resolutividade das demandas recebidas. A Senacon será o órgão responsável por monitorar
este índice, a partir do mapeamento do número de reclamações versus resoluções.
Acessibilidade
Menus obrigatórios
A nova lei do SAC incluiu duas novas opções obrigatórias no menu inicial dos canais de
atendimento: reclamação e cancelamento de contratos e serviços. Ou seja, não importa o
canal escolhido pela sua empresa (telefone, e-mail, chat, etc.), essas opções devem constar
preliminarmente. Haverá também um tempo máximo de espera, nos casos de contato
direto com o atendente ou transferência ao setor responsável pela resolução da demanda.