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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

GRADUAÇÃO EM ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS


DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO
PROF.: RONALDO ALIPIO DA COSTA PILOTO

RENÊ FRANCISCO MARIA

TRABALHO DA DISCIPLINA (AVA1)


A Le Petit Doces é uma loja de doces finos que conta com sete funcionários,
sendo três confeiteiros, dois atendentes, uma gerente e um entregador. A parte
administrativa e financeira fica a meu cargo, Renê Francisco, proprietário da loja há
6 anos, com a ajuda de uma contabilidade externa. Localizada no movimentado e
residencial bairro das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, a loja física possui um balcão
de atendimento, quatro mesas externas, além de contar com uma cozinha equipada
com todos os utensílios necessários para a confecção dos produtos. A loja vinha
com um faturamento expressivo nestes anos, fazendo com que honrasse seus
compromissos financeiros e gerando lucro. Com a chegada da pandemia pelo novo
Coronavírus no início de 2020 e devido ao isolamento social que a doença acarretou
e ainda acarreta, a loja teve grande diminuição no movimento de clientes, o que
gerou uma queda brusca no seu faturamento. O intuito deste relatório é fazer uma
análise e planejamento de novas medidas a serem adotadas para que o
estabelecimento alavanque novamente suas vendas. O foco dos produtos vendidos
sempre foi doces finos, ainda fazendo entregas para festas e eventos mediante
encomendas. Água e cafés também são comercializados no estabelecimento. O
objetivo passa a ser a diversificação, oferecendo um leque de outros produtos
relacionados à confeitaria, dentre outros. A implantação de açaí, bombons, bolos
simples e mais baratos, salgados, sucos, além de uma linha de doces e bolos sem
lactose e sem glúten será o objetivo do planejamento. Modelos de kits para
presentes, com canecas, flores e cartões também serão oferecidos nas vendas. A
loja também será inserida nos aplicativos de entrega e vendas online, uma vez que
a ênfase era a venda na loja física. Com o isolamento no lar, as pessoas
procuraram mais o consumo de sobremesas, mesmo sem poderem sair de casa.
Dados mostram que a busca por guloseimas cresceu nos aplicativos delivery.
Números do iFood mostram que as compras de doces e bolos aumentaram 61%,
entre fevereiro e março de 2021. Outras guloseimas, como açaí, também tiveram
elevação de 60%. Comer tem sido uma terapia. O tempo livre, a ansiedade e o
maior tempo gasto em
família são alguns dos gatilhos que têm levado muita gente a comprar doces
prontos com maior frequência. De acordo com uma pesquisa realizada pela
Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), a venda de
bombons, por exemplo, cresceu 50% e as barras de chocolate, 40%, na
comparação com 2019. Itens para preparo de doces também venderam mais, como
ingredientes para bolo (50%) e leite condensado (26%). Apesar de a Páscoa ter
puxado essa alta, o aumento do consumo de doces continua. Para pegar carona
nesta alta do consumo de doces, é necessário se adaptar.

A linha sem lactose e sem glúten terá destaque nesta mudança. O consumo
de produtos sem glúten e sem lactose está em forte alta. O brasileiro está cada vez
mais interessado nestes produtos. O Brasil ocupa o 26° lugar no ranking mundial no
consumo desse tipo de produto. No país, 61% dos entrevistados disseram consumir
alimentos 0% lactose em busca de uma alimentação mais saudável. 37% dos
participantes afirmaram que estão dispostos a pagar mais por isso. O motivo é que,
hoje, esses alimentos e bebidas não são consumidos apenas por quem tem
intolerância, mas também por pessoas que procuram uma alimentação mais
saudável ou que estão em regime. Para que tais mudanças ocorram, serão
necessários investimentos principalmente na cozinha, que receberá um forno médio
comercial, além de um novo refrigerador e utensílios de cozinha. A preparação da
equipe também deverá ocorrer de forma gradual, com treinamentos e cursos de
especialização na área dos novos produtos comercializados. A captação de novos
fornecedores também será fundamental, afinal serão necessários novos insumos e
objetos a serem vendidos. Contudo, sabe-se que toda mudança gera riscos. Ao
falarmos na gestão de um negócio, um dos pontos mais importantes que deve ser
abordado é com relação aos riscos empresariais. A alteração do foco dos produtos
comercializados traz à tona uma série de riscos que devem ser mitigados. Quando
erros acontecem, a empresa perde em várias questões, como produtividade e
finanças. Entretanto, a maioria das falhas pode ser evitada por meio de
conhecimentos e planejamentos. Assim, medir, controlar e prever são importantes
passos para que os processos de trabalho sejam eficientes e a empresa consiga
manter seus sistemas otimizados e aumentar a probabilidade de eventos positivos.
Um dos objetivos da Gestão de Riscos é a redução da incerteza.

O risco de mercado existe para qualquer negócio. Tanto grandes como pequenas e
médias empresas sofrem com os riscos de mercado. Organizações devem estar
cientes das mudanças no mercado e de como fatores externos, como as taxas de
câmbio, alterações em políticas internacionais, crise mundial, podem afetar seus
negócios. Muitos proprietários acham que os riscos de pequenos e médios negócios
não englobam o que acontece no outro lado do mundo, por exemplo. É possível
mitigar este risco monitorando as influências do mercado, identificando as ameaças
e criando um plano de como enfrentá-las no futuro. A COVID-19 alterou as relações
comerciais, caracterizando uma crise mundial. Um dos motivos para a diversificação
dos produtos vendidos foi para diminuir o risco de mercado. Problemas nas equipes,
falhas em processos, sistemas e máquinas podem afetar a loja. A identificação,
medição, monitoramento e gerenciamento do risco operacional é de extrema
importância. É primordial que a empresa estabeleça processos operacionais fortes e
eficientes. Isso inclui definição de funções e responsabilidades, adoção de controles
internos e mecanismos de revisão gerencial. Os maiores riscos de pequenos e
médios negócios são os riscos financeiros. Neste caso, foi investido meu próprio
dinheiro e feito empréstimo para abrir a loja. Por isso, a pressão para obter sucesso
é imensa. O fluxo de caixa é sempre uma das maiores preocupações, afinal, é
preciso constantemente monitorar se o dinheiro para manter as operações, pagar os
funcionários e realizar investimentos está realmente entrando. Um planejamento
financeiro cuidadoso pode ajudar a mitigar este risco. Riscos estratégicos são riscos
que afetam a estratégia de negócio ou os objetivos estratégicos da empresa. Esses
riscos podem ser incertezas ou oportunidades e normalmente são os principais
pontos de preocupação. Especialmente em pequenas empresas é comum vermos a
inexistência de processos formalizados de tomada de decisão. A tecnologia pode
mudar, apresentando uma nova oportunidade ou tornando um processo atual
obsoleto. Novos regulamentos podem forçar o negócio a mudar a maneira de
operar. O ambiente externo mutável é um dos riscos de pequenos e médios
negócios especialmente porque influencia na estratégia que a empresa deve tomar,
como por exemplo: estratégia de vendas, de marketing e de produção. Para lidar
com esse risco, deve-se monitorar constantemente o mercado, realizando
pesquisas com base nas tendências do setor e de seus concorrentes. O
conhecimento profundo da empresa, incluindo o mercado em que atua, ambiente
legal, social, político e cultural, além da compreensão dos objetivos estratégicos da
empresa são fundamentais para a redução deste risco. O risco competitivo é um
risco de qualquer negócio. A competitividade é alta em qualquer segmento de
mercado. Os concorrentes podem aparecer e começar a oferecer um produto
melhor ou mais em conta. Para a mitigação deste risco deve-se estudar
constantemente o mercado o qual se está inserido e fazer pesquisas para
acompanhar as mudanças. Ter conhecimento de quem são seus concorrentes e o
nível de qualidade e serviços que disponibilizam é fundamental. Quanto maior a
concorrência, maior o risco de perdas para o negócio. A adoção de medidas para
oferecer um produto diferenciado, como a linha sem lactose e sem glúten, é uma
opção para se destacar dos produtos oferecidos pelos concorrentes. A divulgação
dos novos produtos da loja através de redes sociais, site e panfletos fará com que a
loja tenha mais visibilidade.

Os objetivos de uma pequena empresa são os mesmos dos de qualquer porte de


organização: maximizar as vendas, reduzir gastos, aumentar a participação no
mercado, ampliar lucros, satisfazer consumidores, etc. Os riscos que rondam
qualquer negócio, se não forem antecipados e tratados de forma eficaz, podem
resultar em um revés temporário ou até mesmo em um dano irreparável, impedindo
a empresa de atingir os objetivos citados. É neste processo que já tendo identificado
quais são os riscos e os avaliado qualitativamente, são analisados quais são os
mais prováveis e quais merecem mais atenção. Além da probabilidade, que é a
chance de ocorrência do risco, deve-se ter em mente o impacto que determinada
situação pode desencadear na empresa. Ou seja, saber o potencial de perda ou
ganho que o risco tem. Além de ficar atento à probabilidade e ao possível impacto
do risco, deve-se também avaliar sua urgência. Uma opção é utilizar a Matriz GUT.
Ela é uma ferramenta visual que determina os problemas de acordo com sua
Gravidade, Urgência e Tendência de forma simples e prática. Ela pode ser utilizada
em conjunto com outras ferramentas de qualidade. Na criação dos planos de ação
deve-se pensar realmente em como se aproveitar dos riscos positivos e como
solucionar os negativos de forma estratégica. Para isso, é necessário estar sempre
em sintonia e alinhado com a equipe. As tomadas de decisões administrativas
compreendem as etapas de: planejar, organizar, dirigir e controlar. Com o mercado
cada vez mais competitivo, com grande oferta de produtos e serviços, se fazem
necessárias estas funções do administrador, que buscará a otimização dos
processos de produção, visando os objetivos da empresa e principalmente, se
destacar da concorrência. O estudo do mercado em que a organização atua e a
adaptação de produtos e serviços aos seus consumidores são, nos dias atuais,
inevitáveis. Assim, consegue-se criar planos de ação focados na solução de
problemas, na expansão da empresa e em diversos outros pontos importantes que
perpassam os riscos. Não basta identificar os riscos, planejar respostas e as colocar
em prática sem monitorar seus resultados. Para controlar, principalmente, efeitos
negativos, a equipe deve permanecer atenta, monitorando os planos de ação
corretivos e analisando sua eficiência. Dessa forma, se alguma falha surgir pelo
caminho, haverá tempo para reverter a situação e colocar o plano de volta nos
trilhos antes que o problema traga consequências maiores.

Referências:

MALHEIROS, Rita de Cassia da Costa e outros - Viagem ao Mundo do


Empreendedorismo - Ed.Conage 2003

Portal, https://veja.abril.com.br/blog/radar/pesquisa-mostra-como-brasileiro-se-
entregou-aos-doces-na-pandemia. Publicado em 28/07/2020. Acessado em
25/11/2020.

Portal, https://dcomercio.com.br/categoria/negocios/fome-de-acucar-o-boom-
de-guloseimas-na-pandemia. Publicado em 31/08/2020. Acessado em
25/11/2020.

Portal, https://oglobo.globo.com/economia/apoieonegociolocal/aumento-na-
procura-por-doces-simples. Publicado em 28/05/2020. Acessado em
25/11/2020.

Portal, https://cienciadoleite.com.br/noticia/3434/produtos-sem-lactose-e-gluten-
ganham-espaco. Publicado em 06/11/2015. Acessado em 25/11/2020.

Portal, https://help.highbond.com/helpdocs/riskbond/pt-
br/Content/strategy/risk_identification/identifying_strategic_risk. Acessado em
25/11/2020.

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