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VOLUNTARIA

DO

Clínica Quinta do Sol

Roteiros Para Seminários

Nelson K. Dines
Advogado

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Apresentação

Com nossas boas-vindas ao grupo de voluntários da Clínica Quinta do


Sol, estamos lhe oferecendo este manual onde você encontrara:

1. Temas para abordagem nos seminários.

2. Tópicos com desdobramento dos temas.

3. Sugestões para seu melhor desenvolvimento.

Junto a cada tema foi colocada uma folha em branco onde você
poderá fazer suas anotações pessoais e/ou ideias que possa ter,
visando a melhoria do trabalho no seminário.

Lembre-se sempre: as experiências vivenciadas por você podem


enriquecer o conteúdo do seminário. Não deixe de utilizá-las.

Bom Trabalho

Maio/2003 – revisado em Dez/2022

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Apresentação................................................................2
1- Internamento e Tratamento...................................4
2- VOLTA AO LAR.......................................................8
3- O VOLUNTARIADO...............................................12
4- VOLTA AO TRABALHO........................................17
5- LASER E DROGAS...............................................20
6- INVENTÁRIO APAGAMENTOS E SEQUELAS....23
7- TRATAMENTO E PÓS-TRATAMENTO................27
8- VELHOS E NOVOS HÁBITOS..............................31
9- ESPERANÇA.........................................................35
10- DROGAS E SOLIDÃO...........................................39
11- LEITURA E AÇÃO.................................................42
12- COMPROMISSO COM A VERDADE....................46
13- RESPONSABILIDADE E TERCEIRIZAÇÃO........49

E importante acrescentar sua experiencia pessoal


relacionado ao tema escolhido.

A Adicção, Vício ou dependência é um distúrbio


neurológico caracterizado por um desejo persistente
e intenso de usar droga, apesar de danos
substanciais e outras consequências negativas. O
uso repetitivo de drogas geralmente altera a função
cerebral de forma a perpetuar o desejo e
enfraquecer o autocontrole.

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1- Internamento e Tratamento

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INTERNAMENTO E TRATAMENTO

O objetivo deste seminá rio e transmitir, através da experiencia do voluntario, as


diferenças existentes entre INTERNAR-SE e TRATAR-SE. A ideia e que, utilizando o
modelo de tratamento oferecido pela Clínica, fale-se sabre os sentimentos e ideias
gerados em cada um, e como com o passar do tempo, o tratamento possa passar a
fazer sentido (o paciente conscientizar r. e do porquê está na Clínica e de sua
dependência), de outra forma, nã o havendo aceitaçã o, o. paciente acaba por nã o se
tratar, permanecendo apenas internado.

CHEGADA NA CLÍNICA:
- Porque e como veio.
- Problemas no trabalho.
- Transtornos pessoais.
- Decisã o pessoal ou familiar-pressã o no emprego.

CONSULT A DE AVALIACAO:
- Triagem.
- Sentimentos vivenciados neste momento:
- Medo, angú stia, raiva, vergonha e outros.

PERMANÊ NCIA NA U.D. (DESINTOXICAÇÃ O):


- Sentimento de medo, angú stia e vergonha.
- Negaçã o do uso das drogas, do álcool.
- Minimizaçã o dos problemas causados pelas drogas, e o á lcool.
- "Bater de frente" com coisas que nã 0 esperava ver e ouvir (delírio tremens, complicaçõ es
clínicas e psiquiá tricas etc.).
- Preconceitos (por que eu ?).
- Primeiro contato com a realidade da doença.
- Aceitaçã o ou nã o de ajuda.
- Apoio - primeiras noçõ es do tratamento.

GRUPO DE APOIO:
- "Estão tentando me convencer de alguma coisa ! ".
- "Não sabia o que estava acontecendo, passou batido !".
- Gera fantasias.
- Identificaçã o com outras pessoas que também usam drogas e á lcool.
- Sentir-se aceito _

GRUPO OPERATIVO:
- "Vou para ver qual! e ? ".
- "Achava um saco ! ".
- "Eu quero o meu terapeuta ".
- Nã o dividir os sentimentos.
- Onipotência (ninguém tem nada com a minha vida).
- Defender-se (dificuldade para se examinar).
- Ouvir - falar.

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ATIVIDADES {TAREFAS, TRABALHOS MANUAIS, SEMINÁRIOS,
RECREAÇÃO:
- Orgulho (não vou pegar numa vassoura).
- Dar noções de realidade (em que mundo estava vivendo).
- Lidar com frustações (não sou capaz).
- Examinar o nível de exigência (regras-disciplina)
- Dificuldade de experimentar coisas novas (vou tentar).

ATENDIMENTO Familiar:
- ''Vai me desgastar ainda mais ! ".
- "Lavar a roupa suja" (ninguém tem que saber).
- Não aceitação (querem me condenar).
- Início do diálogo.
- A pessoa não está só no mundo.

ALCOOLICOS ANONIMOS:
- "E mais uma atividade ? ".
- "Conta pontos no tratamento ?".
- "Quem foi que contou minha história lá ? ".

AUTOBIOGRAFIA:
- Invasão (ninguém tem nada a ver da minha vida.)
- Manipular a história, só contar o que interessa.
- Poder se perceber.

GRUPO POR UM:


- Pesado - "queria matar meia dia ".
- Ouvir o grupo: refletir, perceber-se.
- Examinar as defesas que ainda agem negativamente, bloqueando as
mudanças necessárias.
- Procurar trabalhar os defeitos de caráter, para um crescimento.

ALTA CLÍNICA:
- Fantasias
- Medo
- Dificuldade de sair da Clínica. Transtorno - "retomar as coisas lá .fora''.
- Apagar tudo - "nada aconteceu··.
- Ser agradecido.
- Perceber os vínculos afetivos conquistados.
- Examinar a conveniência de prosseguir em tratamento ambulatorial.
- Procurar grupos de mútua ajuda.

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2- VOLTA AO LAR

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VOLTA AO LAR
CÔNJUGE
Neste seminário voluntário deverá dar enfoque às expectativas quando
volta.
Inicia se seminário falando sobre o passado, podendo falar das suas
próprias experiências em relação ao seu companheiro (a). Relembrar
brigas, possíveis agressões verbais / físicas dificuldades no âmbito
sexual, etc...Pode-se falar da espera inútil pelo alcoolista quando este, por
exemplo saía para comprar algo e voltava horas depois embriagado e o
que isso representava quanto ao desanimo e a tenção cada vez . Lembrar
das promessas em vão etc. Como poder lidar com tudo isso na volta para
casa? Não se pode apagar o registro dessas vivências que estão lá junto
ao do cônjuge. Provavelmente possam acontecer situações em que o
cônjuge vigie o paciente, não conseguirá ir a festas com medo de recaída,
não consiga ter relações sexuais ou acabe com toda a bebida dentro de
casa, às vezes pode nem perguntar ao alcoólatra algo sobre sua doença,
vontade de beber etc. por ter receio de “Cutucar o Dragão” e assim pode-
se criar um ambiente onde todos ficam com medo de todos.
O paciente nesses casos pode estar em melhores condições de lidar com
essas eventualidades, por ter passado por um tratamento intensivo, é
necessário ter muita calma e paciência para enfrentar situações adversas
e poder tentar compreender que o companheiro está também
experimentando situações absolutamente novas em sua vida. É como se
estivesse começando um namoro ficou companheiro e tudo o que é novo
assusta.
O voluntário então deve mostrar aos pacientes que este namoro pode ter
um significado muito bom também. Não se pode mostrar um quadro
trágico de volta ao lar, mas poderá passar lhes a ideia que, quando o
paciente retorna para casa, está num outro momento de sua vida estando
enamorado com a vida: está enamorado com a vida e isso é fundamental
para poder lidar com os encontros e possíveis desencontros de um casal.
Durante o seminário pode por exemplo, falar sobre uma briga de casal e a
fantasia que o paciente vá logo beber e que isso não é verdadeiro, ou
então que se for frustrado, isso também possa ocorrer o que o paciente
deve poder entender que essas fantasias são passageiras. Á medida que
o tempo passa e a sobriedade vai ganhando terreno, a confiança também
vem crescendo e amadurecendo. É importante uma conquista de cada
vez!

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FILHOS

Iniciar o seminário imaginando uma casa em que o pai e ou a mãe bebam


e os filho tenha que viver com essa responsabilidade. Podem ser citados
exemplos pessoais sobre essa situação (ex.: como pode se desenvolver
uma relação PAI - FILHO quando o pai chega em casa embriagado e
então ameaça a criança ?).
Falar da questão da rotina do álcool, como exemplo, o pai chega em casa
normalmente as 20:00 horas (já alto) e se expõe para os vizinhos, não faz
refeições junto dos outros, esquece da higiene básica ou então se
mantem apático num canto, como uma pessoa absolutamente inútil
naquele momento etc. Os filhos, provavelmente perto do horário habitual
da sua chegada, já se organizam para não o encontrar, saindo de casa,
trancando-se no quarto etc. Podem não fazer a refeição, não dormirão
bem, enfim, terão suas funções prejudicadas. Cabe aí, falar de sua
experiência com os filhos. Pode-se também comentar sobre a parceria
que um dos filhos normalmente faz com a mãe ou o pai não alcoólico para
dar seguimento a rotina da casa. (Assume o lugar da mãe ou do pai
alcoólico e com isto amadurece muito rápido).
O alcoólatra, ao voltar para casa, irá encontrar filhos que não podem
apagar da memória, nenhuma destas cenas descritas acima, nem fazer o
tempo retroceder para voltar a ser mais criança. Como poder enfrentar o
(a) filho (a) que agora pode tentar disputar o lugar da chefia da casa? Não
se pode imaginar que a criança que vinha associando a figura materna /
paterna a uma imagem talvez ameaçadora, frustradora e impotente,
repentinamente possa, por exemplo, mostrar-lhe boletins da escola "numa
boa" ou então falar-lhe de experiencias amorosas etc. O alcóolatra deve
falar abertamente com seus filhos, que este reencontro não é fácil para
ele também e que provavelmente possa haver erros e acertos nesta
busca, mas que acima de tudo, há o desejo de poder a partir de agora
construir uma ligação mais saudável, com mais afeto. Será necessária
muita paciência nesta busca, pois as crianças ou adolescentes não
viveram ainda a relação que agora está sendo proposta.

Ter paciência e afeto não significa não ter limites para com os filhos,
dando lhes tudo o que querem etc., mas poder limitar os filhos, por sua
vez, não significa ser autoritário com eles.

E uma fase em que há uma redefinição de papeis dentro de casa, como


se fosse um ajuste de engrenagens.

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3- O VOLUNTARIADO

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O VOLUNTARIADO
Grupo de ex-pacientes que se propõem, voluntariamente a uma atividade regular
junto à Clínica em caráter de espontaneidade colaboração ao tratamento dos
internos

O VOLUNTARIADO
É antes de tudo um dependente químico, que mantém clara a consistência de sua
dependência.
Um ex-paciente que, após completar o tratamento (alta clínica) se mantém em
contato com a Clínica, em caráter de espontânea colaboração ao tratamento dos
internos. Preenche o vazio pós-tratamento, do tempo em que gastava usando
drogas ou atividades ligadas às drogas, substituindo as.
Reforço segurança / insegurança.
Procura ajudar os pacientes :
- Apoiando em fases difíceis do tratamento;
- Confortando em crise e depressões;
- Escutando desabafos;
- Fazendo companhia;
- Reforça os próprios companheiros de voluntariado;
A CLÍNICA
Para a Clínica o voluntario é antes de tudo, um paciente que assimilou o tratamento
e manteve-se firme em seu propósito e continuar abstêmio.
- A Clínica oferece um supervisor, espaço físico para reuniões e material de apoio
(canetas, livros e cafezinho);
- Orientação diária na passagem de plantão;
- Reciclagem e contatos periódicos com a equipe técnica;
- Existem normas, mas não há vínculo de subordinação;
VOLUNTÁRIOS E PACIENTES
- É a imagem concreta da possibilidade de estabilização da doença (não há cura);
- O que você pode conseguir, depende exclusivamente de você;
- Empatia: sabe o que você sente, porque também é dependente químico. Sente o
que você está sentindo, porque também passou pelas fases de tratamento;
- Converse com ele sobre suas dúvidas. Questione-o quanto aos seus motivos para
parar de usar drogas (álcool, maconha, cocaína etc.);
- Descubra o que ele está fazendo para viver sem drogas
- Sigilo
VOLUNTÁRIO E O VOLUNTARIADO
- Procedimento de ingresso;
- Sistema reunião / plantão;
- Representantes de grupo;
CONCEITOS
- Drogas são substâncias químicas que quando ingeridas, injetadas ou inaladas
estabelecem uma dependência.
- Drogadição: uso contínuo ou eventual sobretudo com propósitos não medicinais.
- Dependência: uso habitual de drogas

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QUEM É O VOLUNTÁRIO

O voluntário é um ex-paciente da Clínica Quinta do Sol, que obteve alta clínica ou


alta combinada e tem a indicação / recomendação do seu terapeuta, após seu
tratamento e se pré-dispõe a exercer espontaneamente, a prática da mútua ajuda
junto aos pacientes em regime de tratamento, de acordo com as normas do Grupo
de Voluntariado e da Clínica Quinta do Sol.

É um dependente em recuperação que está dando certo.

QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DO VOLUNTÁRIO QUANTO À CLÍNICA,


PACIENTES E A SUA SOBRIEDADE

A função do voluntário em relação à Clínica é prestar apoio no atendimento,


assessoramento dos pacientes em sua fase de tratamento. ( Ex.: acompanhamento
em licenças, passeios, exames laboratoriais, Assessoramento em plantões de 12h
e 24h, triagens, vistoria etc.).
Em relação aos pacientes, está a tarefa mais importante do voluntário , que é trocar
ideias, apoiar, informar, esclarecer, incentivar, motivar, dividir e somar... Ser amigo.
A manutenção da sobriedade é o foco principal no tratamento da dependência. O
relacionamento voluntário – paciente, é o estimulante mais eficaz para fortalecer a
confiança, esperança e sucesso desse tratamento, proporcionando reciprocamente
o crescimento.

O QUE É O VOLUNTARIADO?

O voluntariado é um grupo formado por ex-pacientes da Clínica Quinta do Sol,


com o objetivo de prestar apoio aos pacientes em tratamento, desde a fase de
desintoxicação (UD), evolução do tratamento, crescimento e alta clínica.

QUAIS OS DEVERES, DIREITOS E OBRIGAÇÕES DO VOLUNTARIADO?

É dever do voluntário prestar toda e qualquer ajuda aos pacientes, como forma de
colaboração ao tratamento, espontaneamente, sem distinção. É facultado ao
voluntário, o direito de informação e esclarecimento sobre a evolução do
tratamento, comportamento, e procedimento dos pacientes, através do livro de
registros, para melhor orientação do trabalho dos voluntários e do quadro clínico.
São obrigações dos voluntários, o cumprimento dos plantões, conforme escala
programada em reunião da SGV, Respeitar as normas de funcionamento da
clínica, bem como a privacidade das instalações e manutenção de sigilo e
anonimato, em relação ao tratamento.

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POR QUE RECORRER AOS VOLUNÁRIOS ?

Recorrer a um voluntario, é uma atitude salutar e inteligente do paciente, visto que


o voluntário tem as mesmas características do paciente internado, tendo passado
pelos mesmos caminhos, frequentando os mesmos balcões, experimentando as
mesmas situações e estar vivenciando o processo de sobriedade com sucesso.

O QUE É NECESSARIO PARA SER VOLUNTARIO - CONCEITOS

Para ser voluntario, e necessário ter pré-disposição para dedicar um pouco do seu
tempo, em prol dos pacientes em regime de tratamento, dedicação e boa vontade
para ajudar.

QUAL O GANHO DE UM VOLUNTARIO ?

Ao contrário do que se possa imaginar, um voluntario ganha muito:


- Constrói e fortalece um círculo de amizades invejável.
- Pratica o exercício da sobriedade com intensidade.
- Adquire otimismo exemplar, devido a abstinência e os efeitos positivos por ela
proporcionados.
- Conquista um espaço de respeito e credibilidade nos ambientes em que convive.
- Se autodisciplina para a evolução do seu crescimento.
- E sempre lembrado socialmente, como pessoa importante nas reuniões. Executa
com entusiasmo e prazer o exercício de estender a mão.

PALAVRA DE ORDEM: "MÚTUA AJUDA"

Com essa palavra de ordem, o voluntario abre espaços infinitos, se espelhando


naqueles que procura ajudar, alimentando e sendo alimentado indistintamente,
procurando zelar e preservar a saúde dos que precisam, dividindo experiencias,
visando um crescimento mútuo.

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4- VOLTA AO TRABALHO

VOLTA AO TRABALHO

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Como devemos encarar a volta ao trabalho ?  
Não alimentaremos expectativas. Isso gera ansiedade, tensão, insegurança ou
 

até pânico. Não esquecer que o trabalho faz parte de nossa vida. 


 

Como vou ser recebido ? Como vão me olhar ? 


Não podemos fugir desses questionamentos. E uma situação que a princípio,
estaria definindo nosso relacionamento no trabalho para toda a vida. Porém,
devemos estar preparados para uma situação de debutante( Será que vão me
notar? Serei elogiado ou criticado ? E se nada disso acontecer, se eu
estiver mais para o mundo ao meu redor ao invés de todos estarem voltados
para mim ? !...) O mais importante é estar bem consigo mesmo, o que refletira
positivamente no relacionamento com os outros. 
 

Como eu vou estar para o trabalho ? 


Na readaptação, a tendencia as vezes é de apatia, rotina e desmotivação, ou
 

até preguiça. Isto se dá provavelmente, devido a concentração de energia que


readquirimos durante o tratamento, ou seja: o hábito de sermos mais
atenciosos com as coisas que nos rodeiam, detalhistas e nos condicionarmos
às disciplinas, o que antes não acontecia. O ideal é aceitarmos a situação
aparente e nos adequarmos lentamente. 
 

Com os Colegas de trabalho ?


É normal que nos recebam com reservas. Reflexo natural da manifestação de
respeito e de dúvida sobre nossas relações, (não esqueçam que estamos
numa situação de debutantes !), afinal passamos por um processo de mudança
de vida, hábitos e costumes, porém, nossa personalidade se encarregara de
manter nossa identificação com os colegas. 
 

Como serão minhas reações diante lesses quadros?


Normalmente nos surpreendemos com nós mesmos, com nossa tolerância,
nossa maturidade e discernimento a cada situação que enfrentamos. Nos
surpreendemos em ver as coisas fluírem com simplicidade, e a facilidade com
que sintonizamos as soluções com os problemas. Observamos que a cada dia
somos surpreendidos com nós mesmos, com nossas atitudes e com a
aplicação que dedicamos ao trabalho. 
 

É importante salientar que, estudos realizados pela Organização Mundial de


Saúde e Organização Internacional do Trabalho mostram que, os alcoólatras
em recuperação, são significativamente mais e:ficazes e produtivos no trabalho
que as pessoas não alcoólatras. 
OBS. E necessário um espaço de tempo relativo para que possamos realmente
entrar na rotação certa. E perigoso querermos apressar as coisas e cairmos
nas armadilhas da exigência e perfeccionismo. E salutar explorarmos ao
máximo a humildade, com os outros e consigo mesmo. 

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5- LASER E DROGAS

LAZER E DROGAS
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Para avaliarmos estes dois temas, e necessário uma análise pratica e realista do que
é lazer e o que são drogas, nos seus aspectos mais detalhados e profundos,
estimando seus valores e o que nos proporcionam.

O lazer faz parte de nossas vidas desde que nascemos, é uma necessidade que
temos de renovação, entretenimento, descontração e estreitamento social etc.

O álcool ou a droga passa a fazer parte de nossas vidas por razoes alheias a nossa
imaginação, ou impulsionados por deficiências de personalidade ou de caráter que
não sabemos conduzir, por nos sentirmos fracos ou isolados, ou por qualquer razão
que quase sempre não conseguimos identificar.

Partindo muitas vezes da empolgação e do entusiasmo, resolvemos então unir


álcool ou a droga com o lazer, imaginando um lazer mais completo. Finalmente
conseguimos formar o círculo vicioso, fazendo da droga um lazer e do lazer uma
droga.

Até que o lazer vai deixando de existir, sendo substituído por uma sensação de
prazer isolado, ou seja, só satisfaz a nós mesmos e por períodos de curta duração, o
que nos leva a dependência pelas drogas e por consequência a escravidão.
A partir dessa associação, não encontramos mais prazer e alegria na prática do lazer.

Perdemos a motivação pelo entretenimento, a descontração, o espírito de renovação e


participação social, na atividade sexual etc. Perdemos fundamentalmente uma parte
importante em nossas vidas: o lazer que nos renova o viver.

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6- INVENTÁRIO APAGAMENTOS E SEQUELAS

INVENTÁRIO, APAGAMENTOS E SEQUELAS

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INVENTÁ RIO

O INVENTÁ RIO MORAL e o processo natural do autoconhecimento e crescimento.


Insistimos em esquecer nosso passado de derrotas, deslizes, injustiças,
Frustraçõ es e decepçõ es, procurando tirar proveito.
Exclusivamente das gló rias e triunfos. O inventario e o caminho tortuoso natural
que nos ensina a viver, crescer e resistir à s turbulências do dia a dia.

Quem é coma eu era antes de usar?


Como era minha vida familiar e minha formaçã o ?
Quem eram meus amigos e como era o meu relacionamento com eles ?
Como foi minha vida escolar ? ...E o meu trabalho ?
E minha vida espiritual ? Meus propó sitos, sonhos e esperanças...
Como era o meu comportamento ? Disciplina, dedicaçã o, tolerâ ncia, objetivos, planos,
entusiasmo e frustraçõ es...
Como era o meu humor ? Alegre, expansivo, descontraído
receptivo, participativo...
Como era o meu emocional ? Equilibrado, sereno, sensível...
Como era a minha saú de ? Incansá vel, disposto, atlético, sem queixas, atuante
sexualmente...
Como eu me cuidava? Banho, higiene pessoal, roupas, perfume, cabelo, vocabulá rio...

APAGAMENTOS

Devido ao uso continuado, o cérebro vai sendo bombardeado em seus neurô nios
(sinapse neuronal, principalmente na á rea da memó ria, o que leva o indivíduo a nã o
registrar determinadas passagens situaçõ es em espaços variados de tempo.

Exemplos:
Nã o lembrar o que aconteceu ontem na festa.
Confundir as informaçõ es dadas na aula anterior.
Esquecer compromissos marcados previamente. Atrapalhar-se com datas, horas,
nomes, ambientes etc.
Invariavelmente perder a noçã o do tempo (dia, tarde, noite).
Perda de interesse por atividades favoritas coma: esportes, hobbies, lazer.
Esquecer seu passado, sua histó ria, Sua identidade. 

SEQUELAS
Tomar-se lento no raciocínio e aprendizado.
Dificuldade para gravar nomes e fisionomias.
Esquecer atividades de lazer mental e emocional. 
Dificuldades para cálculos e avaliações (custo / benefício).
Sentir-se incapaz de cumprir responsabilidades. 
Desinteresse por hábitos de higiene e aparência pessoal.
Aumento da fadiga e irritabilidade. 
Insônia, sono excessivo ou sono interrompido.
Falta de expressão no rosto; tom de voz alterado.
Crises depressivas, pânico e menção frequente de suicídio.

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PERDAS GANHOS
FAMÍLIA INIMIGOS
AMIGOS DESCONFIANÇA
EMPREGO INSEGURANÇA
SAÚDE IRRITABILIDADE
CREDIBILIDADE DESCRÉDITO
CONFIANÇA AGRESSIVIDADE
MORAL TRISTEZA
CARÁTER ANGÚSTIA
DIGNIDADE MADO
BENS MATERIAIS ABANDONO
FÉ E ESPERANÇA DESESTÍMULO
AUTOESTIMA AUTOFLAGELO
AUTOCRÍTICA AUTO PIEDADE
VIDA MORTE

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7- TRATAMENTO E PÓS-TRATAMENTO

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TRATAMENTO E PÓS-TRATAMENTO

APÓS A ALTA CLÍNICA ESTAREI CURADO?

Não a doença de dependência é incurável, progressiva e fatal. O tratamento clínico


prepara o dependente para uma nova vida, distante de bebidas e de droga,
praticando exercícios que o levam à sobriedade.

COMO VOU ENFRENTAR A VIDA LÁ FORA ?

Bem, agora você vai enfrentar a vida, porque antes você empurrava com a barriga
e fugia dos enfrentamentos. No início é difícil encarar essa realidade, mas com o
passar do tempo vemos o quanto é gratificante

O QUE VAI MELHORAR ?

Tudo vai mudar o sabor. Você vai se sentir útil, fortalecido, produtivo e vai
readquirir a credibilidade

O QUE VAI PIORAR ?

Você deverá ser mais cobrado, mais fiscalizado e mais testado (provocado) a
recair. Você vai enxergar coisas que antes não via, estará, por algum tempo, sendo
testado.

O QUE DEVO FAZER QUANDO TIVER COMPULSÃO OU FISSURA ?

Pare! ... Não se entregue aos impulsos. Lembre-se que você conquistou durante o
tratamento.
Que você tem uma casa (a Clínica) que pode lhe servir de refúgio. Compulsão e
fissura passam.
Procure um amigo. Use o telefone. Coma alguma coisa, não se isole.

E OS IMPREVISTOS? ACIDENTES, PREJUÍZOS. DERROTAS, FRUSTRAÇÕES ?

Fortaleça suas resistências. Lembre-se que estando sóbrio será menos doloroso
superar estas fases. Nunca em tempo algum, um problema serviu de solução para
outro problema. Aproveite para enriquecer o seu crescimento. Peça ajuda.

COMO COMBATER A SOLIDÃO E A INSEGURANÇA ?

O pós-tratamento sugeriu um convívio mais intenso com as pessoas, e uma rotina


mais ativa no trabalho, do crescimento e por consequência, nos fortalecemos no
aspecto de segurança.

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POR QUE OS GRUPOS DE MÚTUA AJUDA? AA, NA, FAVOLUNTARIADO, e t c . . . .
Nos grupos de mútua ajuda, praticamente a troca de benefícios,
experiencias e estamos continuamente nos estimulando e nos
fortalecendo para a sobriedade. Podemos chamar de .terapia de
manutenção.
POR QUE FAZER TERAPIA ? (Individual ou de Grupo)
Aprendemos durante o tratamento que muitas coisas que estavam
caladas, adormecidas, nos incomodavam sem que percebêssemos.
Aprendemos também como dosar nossas energias no enfrentamento
de problemas e situações de rotina na vida. Como a vida continua, os
problemas e situações são diferentes a cada dia, a sobriedade deve
ser tratada e trabalhada como parte de nossa atividade diária. Já que
a doença da dependência e incurável, que tal estar tomando sempre
um remedinho...
COMO ADMINISTRAR O TEMPO ?
Realmente o tempo sempre foi um problema para nós dependentes,
mas hoje, podemos dar alguns descontos. Aquele período que
dedicávamos ao barzinho ou sair por aí batalhando a droga, cair
mais cedo na cama chapado, recuperar-se das ressacas etc.
COMO ATINGIR A SOBRIEDADE E A SERENIDADE ?
Só tem um jeito de escalar o Everest na moleza: em sonho !
E mesmo assim podemos acordar cansados. A sobriedade e a
serenidade, são uma escalada diária que se nos apresenta com
sabor agradável de vitória e bem-estar.

COMO VOU SABER SE ESTOU CRESCENDO ?


Quando você se perguntar isto, já estará demonstrando crescimento
em sua humildade. Os exercícios diários de sobriedade sugeridos
pelos grupos de mútua ajuda, quando praticados com amor, refletirão
intensamente em seu crescimento.
TEREI QUE FAZER ISSO POR QUANTO TEMPO ?
A resposta certa é, por toda a vida. A resposta sensata é, enquanto
lhe fizer bem. E o nosso crescimento nos mostra que, somente não
nos sentimos bem, quando nos afastamos dos grupos de mútua
ajuda, voluntariado, terapia e assumimos a postura de "agora estou
bem".
OBS.: Nao devemos nos esquecer de praticar o exercício da gratidão,
pelo privilégio da oportunidade de praticarmos o esporte da
sobriedade e serenidade.

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8- VELHOS E NOVOS HÁBITOS

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VELHOS E NOVOS HABITOS
QUEM SÃO OS MEUS AMIGOS ?
Os amigos com quem convivia nos bares, escondidos num baseado ou
viajando numa paranoia. Estes amigos dividiam comigo suas fantasias
ilusórias, mentirosas e eufóricas, rem, nunca os encontrei estendendo a
mão para me salvar do perigo. Estava sempre só quando precisava de
um amigo.
OUEM SERÃO MEUS NOVOS AMIGOS ?
Estes amigos você não precisa procurar. Eles estão ao seu redor.
Exatamente onde você nunca procurou. São aqueles que nunca lhe
ensinarão o atalho do caminho, mas estarão sempre ao seu lado, a
qualquer hora, em qualquer lugar, para aprender com você a caminhar.
E OS LUGARES OUE FREOUENTAVA?
Continuam lotados, agitados e ilusórios, porém, o seu crescimento lhe
ensina a distinguir o que lhe faz bem. E sempre bom evitar ambientes
que estão de alguma forma, ligados as drogas, afinal estes lugares
constituem-se em áreas de alto risco. Não de chance para o perigo.
QUAIS SERÃO OS MEUS NOVOS AMBIENTES ?
Todo e qualquer ambiente que lhe faça bem, que tenha frequência
saudável, lhe venha somar em seu crescimento e não lhe exponha a
riscos: clubes, parques, restaurantes, centros culturais etc. Você não
precisa fazer muita ginastica para se descobrir em uma nova e
agradável vida de cara limpa.
TEREI QUE LARGAR DO QUE SEMPRE GOSTEI ?
Você precisará fazer uma avaliação minuciosa daquilo que você
sempre gostou e porque gostava. E fundamental largar tudo que tenha
ligação com a droga, inclusive as que lembrem situações de
envolvimento.
ESTAREI SACRIFICANDO MINHA VIDA, MINHA JUVENTUDE?
Você ficara surpreso ao descobrir no dia a dia, que somente agora e
que você estará desfrutando o potencial de sua juventude e
saboreando o prazer de viver. Você percebera o quanto sacrificou sua
juventude e sua vida até hoje.

QUAIS AS PERDAS DOS VELHOS HÁBITOS


O sacrifício de estar convivendo com as drogas.
Os supostos amigos que só ajudavam a cavar o fundo do poço.
O espírito de aventura que o levaram ao medo e à insegurança.
O crédito no botequim ou com o traficante.
Perderá o direito de estar se matando inocentemente sem uma causa.
Perderá a tristeza e o desespero que estampavam em seu rosto.

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QUAIS OS GANHOS DOS NOVOS HABITOS?
O ganho mais importante é a sobriedade. E o que é a sobriedade ?... É
um estado de paz consigo mesmo. É a condição em que não
permitimos que nada interfira para alterar nossas emoções, atitudes e
serenidade.

O QUE É QUE EU POSSO ?... E O QUE NAO POSSO?


Abstêmio e sóbrio, você pode tudo. Tudo aquilo que lhe traz o bem-
estar e lhe gere crescimento. O que você não pode, e esquecer de
cuidar dessa planta que está lhe dando flores, frutos, sombra e o ar que
você respira.
SITUAÇÕES DE RISCO E ARMADILHAS.
É importante saber detectar estas situações, porque elas nos envolvem
de tal forma, que quando percebemos, estamos achando que
merecemos. Isto e fatal e incontrolável.
ENFRENTAMENTO E ABORDAGENS.
Enfrente as situações e as abordagens com maturidade. Nunca,
ninguém foi repreendido, discriminado, condenado ou preso, por não
beber ou usar drogas.

USAR A CRIATIVIDADE.
Nós somos peritos em criatividade. Novos hábitos são novas
descobertas, novos exercícios, novos ambientes, novos esportes. Faça
tudo de cara limpa.
APRECIAR AS COISAS SIMPLES.
O homem resolveu ir a lua, porém, ainda não conhecia o jardim de sua
casa, não curtiu seu filho aprendendo a andar, nunca foi ao zoológico
dar pipoca aos macacos, somente olhava no espelho para pentear o
cabelo ou fazer a barba e nunca se via.

RESGATAR O QUE HAVIA SIDO ESQUECIDO.


Procure lembrar quanta coisa você iniciou e nunca terminou. Leia
aquele livro que você um dia abriu e guardou, convide quem você gosta
para jantar ou ir ao cinema, teatro ou passear. Curta aquele álbum de
fotos que deve estar empoeirado na gaveta, e lhe traz boas
recordações.

PRATICAR A SOLIDARIEDADE.
Procure se doar mais, ser útil para os outros, fazer as coisas com amor,
espontaneamente, evite criticar e procure aceitar as coisas como elas
são. Experimente cumprimentar as pessoas com um sorriso e
agradecer por tudo, mesmo as tristezas. Evite os ressentimentos.

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9- ESPERANÇA

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ESPERANCA
Para falar sobre esse tema, e necessário lembrarmos da primeira luz
que acendeu no início da nossa dependência, após aquele porre
homérico, o susto da paranoia e o aviso da overdose, nos restou a
promessa a nós mesmos: Vou parar com essa merda, não aguento
mais. Quantas vezes alimentamos esse compromisso, com a
esperança de se desgarrar do sofrimento e do mal- e s t a r que sempre
nos acompanhava. Porém, essa esperança foi se esvaziando a cada
degrau que descíamos ao fundo do poço, e nascia o desespero, a
aflição e o desanimo. Apesar de nos sentirmos constantemente
sufocados, incrédulos e fracos, estávamos sempre almejando um dia,
sair daquele sofrimento ou parar de fazer outros sofrerem.

É interessante reavaliarmos que tipo de esperança tínhamos quando


nos entregávamos as drogas. Quando estávamos de ressaca ou em
paranoia. Nosso potinho de esperança estava vazio e tentávamos
enchê-lo com drogas. E cada vez mais diminuíam nossas esperanças.
Por medo, culpa, perda da autoestima e descredito.
Quando nos encontramos no fundo do poço, ainda nos e creditado um
facho de luz e esperança (talvez o último), e decidimos nos tratar, e
conseguimos aqui na Clínica, nos abster da droga, sem maiores
problemas. Porque decidimos reascender (talvez na última
oportunidade) a chama da esperança
A ESPERANÇA É O ALIMENTO QUE NUTRE NOSSAS VIDAS !
Quando admitimos uma crença em algo, estamos permitindo a
aceitação de mudanças, alterações que nos proporcione o trilhar de
caminhos mais amplos, mais reais e objetivos.
ESPERANÇA e vida ! Quem não cultiva esperança, estaciona para a
vida e abre aminhos cruéis de depressão, desanimo, desestimulo e
insegurança. Sem esperança perdemos a crença em nós mesmos e
nos julgamos incapazes para tudo, culpando o mundo, pessoas, a
sorte, por todos os problemas que geramos.
NA ESPERANÇA É UM CRÉDITO QUE PROPORCIONAMOS A NÓS
MESMOS, DE CONQUISTAR ATRAVES DA FÉ, AQUILO QUE
AMBICIONAMOS.
Para termos esse direito, e necessário boa vontade, dedicação e
disciplina. Nos abstermos da pressa, da intolerância e,
fundamentalmente aceitarmos as coisas como elas são, e que
somente um Poder Superior nos conduzirá à serenidade.
HUMILDADE, ACEITAÇÃO, FÉ, PERSEVERANÇA, TOLERÂNCIA,
SABEDORIA... ESPERANÇA.
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SEMINÁRIO ESPERANÇA
(Voluntários)

FRASE PARA TODOS OS DIAS


“Cuide de seus pensamentos, porque se tornam palavras;
Escolha as suas palavras; porque elas se tornam ações, que se tornam hábitos,
porque se tornam seu caráter, porque ele se torna destino.”

... A nossa atração pela gratificação instantânea resulta em uma


satisfação temporária e uma satisfação crônica....a euforia da
idolatria é apenas um antídoto para a dor e o desapontamento na
nossa vida. O sofrimento para, mas apenas temporariamente.
Esse tipo de antídoto neutraliza os sintomas, mas não a cura....
a idolatria pode, momentaneamente, evitar a dor, mas impede
também o crescimento. Enquanto nos preocupamos
com ídolos permanecemos imaturos. A idolatria ajuda as pessoas
a evitar os problemas , ao passo que o crescimento só acontece
quando o enfrentamos.
(Extraído do livro Jesus, o Maior Psicólogo que já Existiu
Mark W. Baker)

Muitos de nós já vimos a morte de perto. Conhecemos o sofrimento de quebrar os


ossos. Mas também conhecemos nossa esperança que faz cantar o coração. você
provavelmente, já sabe bastante sobre a dor e a solidão. Gostaríamos que você
encontrasse um pouco de paz e da alegria que encontramos ao enfrentar os altos e
baixos da realidade da vida com a mente lúcida e o coração tranquilo.
Sem dúvida demos somente um mero início à tarefa de viver sóbrios
continuamente aprendemos novas ideias. que podem ajudar
Ficando limpo, se você certamente poderá pensar em outras ideias que o
ajudarão na manutenção de sua abstinência. Também esperamos que você
quando tiver ideias diferentes sobre o assunto, passe adiante. Por favor
compartilhe. (Você se recordará de que o simples repartir pode, por si mesmo, ser
lhe proveitoso ). Quanto mais experiência comum oferecemos mais companheiros
serão ajudados.
Alguns de nós voltamos a usar algum tempo antes de ter os pés firmes na
sobriedade.
Se isso acontecer com você, não se desespere. Muitos de nós por passamos por
isso e, finalmente chegamos a uma sobriedade bem-sucedida. Tente lembrar-se
de que a dependência é uma condição humana muito grave e que as recaídas são
tão possíveis nesta enfermidade como em qualquer outra. A recuperação sempre
será possível!
Mesmo por alguns insucessos, se continuarem a querer ficar bom e persistir em
novas tentativas, a experiência nos convence de que você embarcou, com
centenas de milhares de companheiros, na rota para um destino feliz e saudável.
Esperamos encontrá-lo pessoalmente no nosso meio.
Mas qualquer que seja a sua jornada, junto conosco ou sozinho, siga
acompanhando os nossos mais calorosos votos de boa sorte. Página 38 de 53
(Extraído do livro VIVER SÓBRIO)
10- DROGAS E SOLIDÃO

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DROGAS E SOLIDÃO

O início de nosso convívio com o álcool e a droga, foi sempre


compartilhado com colegas e amigos, em ambientes de intensa
atividade social ou na busca de descobrirmos novos valores até então
ignorados. Logo percebemos que, após consumir alguma
substância que alterasse nosso. comportamento, nosso humor, nos
tronávamos mais comunicativos, alegres, mais dispostos e
obtínhamos uma sensação de leveza e bem-estar.

Como primeiro estágio estava ótimo. Se desvencilhar dos problemas,


da timidez e ganhar uma autonomia de comunicação e bem-estar,
apenas com algumas doses, uma carreira ou um baseado. A
empolgação era tamanha, que esquecíamos que no segundo estágio
vinham a ressaca, a paranoia, a depressão, a angústia, insegurança e
o medo. E para curtir esse mal-estar todo, o ideal era o isolamento.
Longe de tudo e de todos, até a poeira baixar.

Começamos a partir daí, a praticar o exercício da solidão. E o círculo


vicioso se instala. Bebemos ou nos drogamos para fugir da solidão,
porém somos obrigados a curtir a ressaca em estado de solidão,
depressivos e angustiados. A essa altura, a dependência já está
instalada e não conseguimos mais, ter controle sobre nossas ações.
Não conseguimos administrar nosso estado de solidão, até atingirmos
o próximo estágio, que é a solidão condicionada adquirida.
Proporcionada pelo afastamento, desatenção e desprezo das
pessoas que nos cercam.

E um estágio muito sofrido e desesperador, que nos propicia um


envolvimento mais íntimo, mais constante e mais intenso com as
drogas e a bebida. A partir daí, já estamos totalmente em processo de
deterioração e desarmonia com os nossos sentimentos. Nossa
companhia fiel e inseparável é a garrafa, o baseado e o pó. Não
temos que dar satisfação ao mundo.
Apesar de dramatizarmos a liberdade, a independência, o machismo,
nos encontramos ardentemente necessitados de afeto e
compreensão. Abrimos então nossas guardas para o sentimento de
autopiedade, abandono, desprezo, e nos deixamos conduzir pela
solidão, mesmo que, estando cercados de amigos, não conseguimos
compartilhar nossos sentimentos. E para amenizar tamanho
sofrimento, conhecemos a companhia que nos abrigará das
tormentas da solidão: as drogas e o álcool.

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11- LEITURA E AÇÃO

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LEITURA E AÇÃO
Esse tema tem o objetivo de levar a importância da prática de leitura e
da ação para a recuperação do dependente. O hábito da leitura visa
com que os dependentes muitas vezes se encontrem e possam e
possam esclarecer dúvidas sobre a recuperação em casos similares
descrito por companheiros que já passaram por diversas situações. A
literatura também tem o objetivo de levar situações que ainda possam
acontecer com o dependente, e este possa vislumbrar tal situação.
Textos, livros, revistas, livretos ainda despertam a imaginação,
paciência e a capacidade de raciocínio do dependente, fundamental
para sua recuperação.
DIFICULDADES DE LEITURA
1. Tempo: este item faz refletir o quanto de tempo estou tirando para
minha recuperação. O tempo quem faz somos nós. Uma hora por
semana, uma hora por dia, 30 minutos por noite, noites de insônia,
são tempos preciosos para praticar a leitura de recuperação.
2. Preguiça: Este item é comum nas pessoas, porém é necessário a
“boa vontade” de praticar a leitura superando a preguiça. Muitos e
muitos dependentes, depois de superar a preguiça e praticar um
pouco da leitura, tem uma “recompensa” extraordinária. Devemos
tentar e experimentar.
3. Tipo de leitura: são vários os tipos de leituras que podem ser
praticados, desde a leitura de grupos de “mútuo ajuda”
especializada, revistas, livretos e até vídeos fundamentais para a
recuperação.
4. Não afinidade com a leitura: este item tem como solução apenas a
“boa vontade” de exercer a leitura. Muitas vezes a leitura pode ser
feita com companheiros a fim de tentar tornar uma atividade
agradável e que esta possa ser discutida com o intuito de encontrar
soluções.
5. Como praticar : existem várias formas de praticar a leitura. Pode-se
fazer grifando palavras, frases ou parágrafos. Pode-se ler um
capítulo de cada vez. Este item tem como objetivo tornar a leitura
uma atividade agradável e não chata.
Muitas vezes o conhecimento na nossa mente e falta de ação, levam o
dependente a recair ou cometer atitudes indesejáveis. A necessidade da ação é
vital, principalmente no começo da recuperação. A ação consiste naquele
determinado momento da sua vida, a prática, a execução ou tentativa de
atitude certa.

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AÇÃO NA NOSSA VIDA.

1. Leitura.
2. Oraçã o.
3. Afastamento das velhas amizades.
4. Mudar de comportamento.
5. Deixar de frequentar certas festas e lugares por um tempo.
6. Ir a grupos de mú tua ajuda.
7. Frequentar novos lugares mais saudaveis.
8. Alimentar-se corretamente.
9. Manter higiene.
10. Cuidado com o tom de voz
11. Fazer reparaçõ es com cuidado e devagar, quando possivel.
12. Pedir ajuda a companheiros.
13. Ligar para companheiros.
14. Fazer esporte.
15. Ir ao cinema.
16. Respirar e contar até dez.
17. Dizer alguem (pai, mã e, irmã os, namorada, esposa, filhos, vizinho,
empregados) que estes sã o importantes para nó s.
18. Brigar pelos seus direitos honestamente como cidadã o, em
qualquer lugar na sociedade.
19.Assistir um filme Sexta ou Sá bado à noite.
20. Estudar.
21. Tirar um cochilo.
22. Dizer nã o quando precisa.
23. Fazer contas de gastos.
24. Viajar.
25. Conhecer pessoas e
26. Mais e mais açã o
Um certo companheiro, uma vez foi alertado com antecedência que era
necessário tratar seu animal (cachorro) querido contra uma doença transmitida
por bactérias, caso contrário este animal poderia morrer. Tendo o
conhecimento em sua mente, nada fez, pois estava ocupado, com preguiça de
ir a um veterinário. Depois de alguns dias o animal morreu.
Quantas vezes temos o conhecimento e não praticamos a ação em nossa
vida. Não somos perfeitos, mas devemos tentar. Pelo menos em certos
momentos "cruciais de nossa vida", devemos tentar tomar atitude que não nos
prejudique e nem a outra pessoa.

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12- COMPROMISSO COM A VERDADE

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COMPROMISSO COM A VERDADE

Na Dependência agimos utilizando da manipulação, criando situações e


não menos importante mentimos para “esconder” os nossos
comportamentos e atitudes, porém a mentira e enganação pode ser tão
convincente que nós mesmos acabamos acreditando na “manipulação-
mentira”.
A Verdade sempre é o melhor caminho, é mais fácil de ser
comprovada, não precisa ser avalizada por outra situação ou ainda uma
nova mentira. Ou seja, se não tivermos compromisso com a verdade
para com os outros e principalmente conosco mesmo não permitimos
que reconheçamos as nossas fraquezas e falhas de caráter para que
possamos trabalhar para melhorar a nossa percepção.
O mesmo é com os que nos rodeiam, familiares, amigos, companheiros
de trabalho e os terapeutas, pois este último só trabalhando com o que
o paciente lhe conta ou relata, pois sem a verdade “Nua e Crua”
poderemos reconhecer nossas falhas de caráter e comportamentos que
nos levam a utilização de drogas, Álcool, abuso de remédios,
Somente sendo verdadeiro com os outros e consigo mesmo poderemos
trabalhar e melhorar a adicção* .

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13-RESPONSABILIDADE E TERCEIRIZAÇÃO

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RESPONSABILIDADE E TERCEIRIZAÇÃO

Na recuperação, aprendo que a coisa de que tenho medo é justamente a


minha liberdade. Ela vem de minha tendência de não querer assumir
responsabilidade por nada: eu nego, ignoro, culpo, evito. Então, um dia, eu
olho, admito, aceito. A liberdade, a saúde e a recuperação que
experimento está em olhar, admitir e aceitar. Aprendo a dizer “sim, eu sou
responsável”.

Terceirizar a responsabilidade pelos seus atos, situações, e pela sua


recuperação, é MALHAR EM FERRO FRIO” porque se outros ou outras
situações são responsáveis por como estou, então fica “fácil” ESPERAR
que estes façam a minha recuperação, NÃO EU!!!
Terceirizar a responsabilidade não ajudar é em nada reconhecer as
CAUSAS dos problemas nem tão pouco como trabalhar essas causas para
que eu consiga superar e dar um passo a frente na recuperação

Torna-se mais abundante quando, através de inventários incessantes de


mim mesmo, admito, reconheço e aceito responsabilidade por meus erros.
É possível, então, para mim conseguir uma compreensão mais profunda e
mais ampla do que é a humildade. Minha boa vontade em admitir, quando
a falta é minha, facilita o progresso de meu crescimento e ajuda-me a ser
mais compreensivo e prestativo para os outros.

Portanto Assumir a responsabilidade SIM!.....Terceirizar ou Projetar a


responsabilidade NÃO!

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