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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CONTABILIDADE DO TERCEIRO
SETOR E DAS SOCIEDADES
COOPERATIVAS

Profº Dr. Francivaldo Albuquerque

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AGENDA DE TRABALHO

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE


TRIBUTAÇÃO DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS
FORMAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
DEVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL

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PROFº DR. FRANCIVALDO ALBUQUERQUE - FACICON/UFPA
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
A Resolução 920/2001, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) T 10.8 –
Entidades Cooperativas (REVOGADA).

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas


atribuições legais e regimentais Aprova a ITG 2004 – Entidade
Cooperativa.

Para as cooperativas operadoras de saúde, as normas contábeis


devem seguir a NBC T 10.21, com as modificações introduzidas
pelas Resoluções 958 e 959 do CFC.
As Cooperativas de Trabalho são reguladas pela Lei 12.690/2012.

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

OBRIGATORIEDADE DE ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL


◦ ITG 2004 – Entidade Cooperativa.
◦ Esta interpretação estabelece critérios e procedimentos
específicos de registro das variações patrimoniais e de estrutura
das demonstrações contábeis, de avaliação e informações
mínimas a serem incluídas em notas explicativas para a entidade
cooperativa.

◦ A escrituração contábil é obrigatória e deve ser realizada de


forma segregada em ato cooperativo e não cooperativo, por
atividade, produto ou serviço.

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
◦ ITG 2004 – Entidade Cooperativa.
As determinações contidas nesta interpretação se aplicam a todo o
tipo de cooperativa, no que não for conflitante com as
determinações de órgãos reguladores (exemplos: Banco Central do
Brasil (BCB), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT)).
A movimentação econômico-financeira compõe a Demonstração
de Sobras ou Perdas, que deve evidenciar, separadamente, a
composição do resultado do período, demonstrado
segregadamente em ato cooperativo e ato não cooperativo,
devendo ainda apresentar segregado por atividade, produto ou
serviço desenvolvido pela entidade cooperativa.

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LIVROS OBRIGATÓRIOS
◦ Pela Lei 5.764/71 - Art. 23
de Matrícula
de Atas das Assembleias Gerais
de Atas dos Órgãos de Administração
de atas do Conselho Fiscal
de Presença dos Associados nas Assembleias Gerais
Outros, fiscais e contábeis, obrigatórios.

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TRIBUTAÇÃO DAS SOCIEDADES
COOPERATIVAS
◦ VEDAÇÃO DE OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL
◦ As Cooperativas (exceto as de consumo) não poderão aderir ao
Simples Nacional, conforme o disposto no artigo 3º da Lei, no
parágrafo 4º, inciso VI, da LC 123/2006.

IMPOSTO DE RENDA – PESSOA JURÍDICA


◦ Os resultados (sobras) decorrentes dos atos cooperativos não
são tributáveis pelo IRPJ, conforme Lei 5.764/1971, artigo 3º;
◦ Todos os demais resultados, decorrentes de atos não-
cooperativos são tributáveis, integralmente, pelo imposto de
renda (ZANLUCA, 2020).

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TRIBUTAÇÃO DAS SOCIEDADES
COOPERATIVAS
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO
◦ A partir de 01.01.2005, as sociedades cooperativas que
obedecerem ao disposto na legislação específica,
relativamente aos atos cooperativos, ficam isentas da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL. Esta isenção
não alcança as sociedades cooperativas de consumo (Base:
artigos 39 e 48 da Lei 10.865/2004).

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TRIBUTAÇÃO DAS SOCIEDADES
COOPERATIVAS
◦ ICMS: Havendo circulação de mercadorias ou prestação de
serviços tributáveis, a cooperativa estará sujeita ao ICMS, de
acordo com a legislação estadual em que efetuar as
operações;

◦ IPI: A cooperativa é considerada estabelecimento industrial


quando executa qualquer das operações consideradas como
industrialização. Neste caso, deverá recolher o IPI
correspondente à alíquota aplicável a seus produtos, dentro
dos moldes exigidos pelo Regulamento respectivo.

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TRIBUTAÇÃO DAS SOCIEDADES
COOPERATIVAS
◦ ISS: Será contribuinte do ISS somente se prestar a terceiros
serviços tributados pelo referido imposto.

◦ A prestação de serviços a cooperados não caracteriza


operação tributável pelo ISS, já que, expressamente, a Lei
5.764/1971, em seu artigo 79, especifica que os atos
cooperativos não implicam operação de mercado, nem
contrato de compra e venda.

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TRIBUTAÇÃO DAS SOCIEDADES
COOPERATIVAS
◦ PIS: As cooperativas deverão pagar o PIS de duas formas:

◦ 1) SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO, mediante a aplicação de


alíquota de 1% sobre a folha de pagamento mensal de seus
empregados.

◦ 2) SOBRE A RECEITA BRUTA, calculada à alíquota de 0,65%, a


partir de 01.11.1999 (data fixada pelo Ato Declaratório SRF
88/1999), com exclusões da base de cálculo previstas
pela Medida Provisória 2.158-35/2001, art. 15.

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TRIBUTAÇÃO DAS SOCIEDADES
COOPERATIVAS
◦ COFINS: Ficou revogada a isenção da COFINS, prevista na Lei
Complementar 70/91, para as cooperativas.

◦ Portanto, a partir de 01.11.1999 (data fixada pelo Ato


Declaratório SRF 88/99), as cooperativas deverão recolher a
COFINS sobre a receita bruta, com as exclusões e isenções e
demais procedimentos na base de cálculo previstas na legislação.

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PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS PARA COOPERATIVAS
◦ FORMAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL;
◦ DEVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL;
◦ FORMAÇÃO DE RESERVAS E DESTINAÇÃO DAS SOBRAS;
◦ RESULTADOS DE ATOS NÃO COOPERATIVOS;
◦ DESTINAÇÃO AO FATES;
◦ ABSORÇÃO DE PREJUÍZOS (PERDAS LÍQUIDAS);
◦ PREJUÍZO APURADO NAS OPERAÇÕES COM ATOS NÃO-
COOPERATIVOS

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FORMAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
O capital social será fixado em estatuto e dividido em quotas-parte que
serão integralizadas pelos associados, observado o seguinte:
a) o valor das quotas-parte não poderá ser superior ao salário
mínimo;
b) o valor do capital é variável e pode ser constituído com bens e
serviços;
c) nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3 (um terço) do
total das quotas-parte, salvo nas sociedades em que a subscrição deva
ser diretamente proporcional ao movimento financeiro do cooperado ou
ao quantitativo dos produtos a serem comercializados, beneficiados ou
transformados.

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FORMAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL

A integralização do capital deverá ser contabilizado em conta


apropriada representativa do capital da sociedade, no grupo do
patrimônio líquido, em contrapartida da respectiva conta do
ativo correspondente (Caixa, Bancos conta Movimento, Ativo
Imobilizado ou outra conta representativa de bens ou direitos).

As quotas-partes, que devem ser registradas de forma


individualizada por se tratar de sociedade de pessoas,
segregando o capital subscrito e o capital a integralizar,
podendo, para tanto, ser utilizados registros auxiliares.

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FORMAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
O associado Arthur Roberto subscreveu 10 (dez) quotas-partes, no
valor de R$ 10,00 (dez reais) cada. Esta subscrição será
contabilizada, individualmente, como segue:
D – Capital a Integralizar – Arthur Roberto (PL)
C – Capital Subscrito – Arthur Roberto (PL) - 100,00

Por ocasião da efetiva integralização, em dinheiro, a contabilização


será:
D - Caixa (Ativo Circulante)
C - Capital a Integralizar – Arthur Roberto (PL) 100,00

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DEVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL

Quando, por ocasião da saída do cooperado, devolve-se a


este as respectivas quotas-partes integralizadas, debita-se
a conta Capital Subscrito e credita-se a conta dos recursos
entregues.

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DEVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL

LANÇAMENTOS

D. Capital Subscrito – Arthur Roberto (PL)


C. Caixa (AC) ______ R$ 100,00

Se houver saldo de capital subscrito pelo respectivo cooperado,


deve-se também efetuar a anulação deste saldo, desta forma:

D – Capital Subscrito – Arthur Roberto (PL)


C – Capital a Integralizar – Arthur Roberto (PL).

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DEVOLUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
EXEMPLO
O cooperado Matheus Henrique subscreveu R$ 250,00 em quotas-
partes. Integralizou R$ 200,00 no período em que esteve no quadro
da cooperativa, retirando-se da mesma. Então, o saldo de R$ 50,00
(R$ 250,00 menos R$ 200,00) a integralizar deverá ser baixado como
segue:

D – Capital Subscrito – Matheus Henrique (PL)


C – Capital a Integralizar – Matheus Henrique (PL) R$ 50,00

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FORMAÇÃO DE RESERVAS E
DESTINAÇÃO DAS SOBRAS
No final de cada exercício, efetua-se a apuração das sobras ou perdas, através
das respectivas contas de apuração.

Transfere-se o saldo de tais contas transitórias, após o encerramento


(transferência) de todas as contas de resultado, para a conta “Sobras ou
Perdas à Disposição da Assembleia Geral”.

Se ocorrer que o resultado for positivo, há necessidade de efetuar a


constituição de reservas obrigatórias e estatutárias.

Os fundos previstos na legislação ou nos estatutos sociais são denominados


Reservas (ITG 2004, item 5).

Após a constituição das reservas legais e estatutárias, o saldo que


eventualmente remanescer permanecerá no Patrimônio Líquido, na conta
“Sobras ou Perdas à Disposição da Assembleia Geral”, para que a assembleia
geral decida sua destinação.

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FORMAÇÃO DE RESERVAS E
DESTINAÇÃO DAS SOBRAS

LEI 5.764/71
CAPÍTULO VII
◦ DOS FUNDOS
◦ Art. 28

◦ Fundos de Reserva = 10% (pelos menos)


◦ Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES) =
5% (pelos menos)

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Importante!!!!
A ITG 2004 em seu item 5, estabelece que:
◦ A denominação da Demonstração do Resultado é denominada
de Demonstração de Sobras ou Perdas, a qual deve evidenciar,
separadamente, a composição do resultado de determinado
período;

◦ Considerando os ingressos diminuídos dos dispêndios do ato


cooperativo, e das receitas, custos e despesas do ato não-
cooperativo, demonstrados segregadamente por produtos,
serviços e atividades desenvolvidas pela Entidade Cooperativa.

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