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REQUISITOS OU ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

O ato administrativo possui requisitos que lhe conferem validade, os quais são
tratados na Lei 4.717/1965, que regulamenta a ação popular. Lá, no artigo 2º
da referida lei, está escrito que os atos são nulos por trazerem prejuízo às
entidades, por conterem, cumulativos ou não, vícios de forma, de competência,
de objeto ou conteúdo, de motivo e/ou de finalidade.
Atenta-se, então, à necessidade de que o ato obedeça aos requisitos ou
elementos mínimos, para que possa gozar de presunção de legalidade,
legitimidade e veracidade no mundo real. Esses tais são, segundo a doutrina
tradicional, majoritária aqui no Brasil, conforme descritos e já mencionados
acima pela lei 4.717/1965 – forma, competência ou sujeito, objeto ou conteúdo,
motivo e finalidade.
Explicando cada um desses elementos, tem-se:
Competência: É a autorização que a lei confere ao agente público para a
prática do ato administrativo para melhor desempenho de suas atividades
funcionais. Esse requisito é vinculado e intransferível, segundo Celso Antônio
Bandeira de Mello, mas comporta a realização dos institutos da avocação e da
delegação. Por quê? Porque no caso de uma avocação ou de uma delegação,
considera-se a execução temporária do ato, não se transferindo a competência.
A Lei 9.784/1999, precisamente no artigo 13º, veda a delegação nos casos de
edição de atos de caráter normativo, de decisão de recurso administrativo e de
matérias de competência exclusiva.
Portanto, a lei não dá margem para que o agente público decida se omitir ou
não se comprometer, pois estabelece a medida certa e exata para os fins
desejados.
Finalidade: Esse é outro elemento, como o anteriormente citado, vinculado. Em
sentido amplo, todos os atos têm por finalidade o interesse público.
Especificamente, a finalidade é o resultado esperado com a prática do ato
administrativo.
Forma: O ato administrativo válido obedece ao rito e procedimento dentro dos
padrões éticos, morais e legais para sua exteriorização. Isso porque, ainda que
se tenha a supremacia do interesse público, certos direitos individuais devem
ser invioláveis, como, por exemplo, o direito ao contraditório e ampla defesa.
Na maioria das vezes, o ato administrativo é feito por escrito.
Motivo: São as razões de fato e de direito que justificam a prática do ato
administrativo. Por exemplo, tem-se a aplicação de multa para o motorista que
estacionar o seu carro em uma vaga não permitida. A razão de fato é o fato de
estacionar em local proibido e a razão de direto é a sanção estabelecida pelo
código de trânsito.
Objeto: Trata-se do efeito imediato ocasionado pelo ato administrativo. Por
exemplo, no caso da remoção de um servidor público, o efeito imediato é o seu
próprio deslocamento de um setor para outro.

Referências Bibliográficas:
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos
Jurídicos. Lei n. 4.717, de 29 de junho de 1965. Regula a ação popular.
Brasília: Presidência da República, 1965. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4717.htm. Acesso em 24 de nov. 2022;
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos
Jurídicos. Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Regula o processo
administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Brasília:
Presidência da República, 1999. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm. Acesso em 24 de nov. 2022;
MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 31 ed.
São Paulo: Editora Malheiros, 2014.

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