Você está na página 1de 65

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

RISCOS E BENEFÍCIOS DO
EXERCÍCIO NO ACIDENTE
VASCULAR CEREBRAL

Prof. Julio Cesar S. de Sousa, MSc


julio.sousa@usp.br
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
Definição

Doença cerebrovascular decorrente da diminuição


ou interrupção do fluxo sanguíneo para regiões
específicas do encéfalo devido a isquemias ou
hemorragias, causando danos ao tecido
encefálico.

WHO, 2015
AVC
Epidemiologia

FEIGIN, V. L. et al. Lancet neurology, v. 2, n. 1, p. 43–53, 2003


AVC
Epidemiologia

795.000 Eventos/ano nos EUA

1 AVC a cada 4 min

25% são recorrentes

Billinger et al. STROKE 2014;45:2532-2553


AVC
Epidemiologia

Óbito em 18% a 33%


dos casos

FEIGIN, V. L. et al. Lancet neurology, v. 2, n. 1, p. 43–53, 2003; Datasus, 2015


FATORES DE RISCO
NÃO MODIFICÁVEIS MODIFICÁVEIS

HIPERTENSÃO DISLIPIDEMIAS TABAGISMO

IDADE

DIABETES OBESIDADE ARRITIMIAS


SEXO
RAÇA CARDÍACAS

SEDENTÁRISMO
HEREDITARIEDADE

MOZAFFARIAN, D. et al. Circulation, v. 131, p. 1–264, 2015


FATORES DE RISCO

Entre 45 e 60 anos,
aproximadamente 40% do risco
de AVC é atribuído a esses
fatores

MOZAFFARIAN, D. et al. Circulation, v. 131, p. 1–264, 2015


Fisiopatologia e o
Influência do exercício físico
quadro clínico

Riscos e Benefícios do Exercício Físico


OBJETIVOS

1. Quais os mecanismos pelos quais a doença ocorre?


2. Qual o quadro clínico após o AVC?
3. Quais seriam os riscos e os benefícios do exercício físico?
OBJETIVOS

1. Quais os mecanismos pelos quais a doença ocorre?


2. Qual o quadro clínico após o AVC?
3. Quais seriam os riscos e os benefícios do exercício físico?
FISIOPATOLOGIA DO AVC

AVC ISQUÊMICO AVC HEMORRÁGICO

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO

Obstrução do fluxo
sanguíneo cerebral que leva
à morte celular

Gênese: aterosclerose

87% de todos os AVCs

Causas:
Trombos
Êmbolos

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO
Formação do Trombo

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO
Formação do Trombo
1. Lesão Endotelial

Fatores externos

Agressão do endotélio

Lesão Endotelial

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO
Formação do Trombo
2. Migração de células inflamatórias
Lesão Endotelial

Entrada de lipoproteínas através


da camada endotelial

Migração e aderência de monócitos

Monócitos se diferenciam em
macrófagos e fagocitam as
lipoproteínas

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO
Formação do Trombo
3. Acúmulo de lípides e proliferação celular
Oxidação do LDL

Formação de Liberação de fatores


células de crescimento
espumosas celular

Migração e proliferação de células


musculares lisas

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO
Formação do Trombo

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO

 20% aterosclerose de grandes


artérias

 Mais comuns nas bifurcações


arteriais

 A morte celular afeta


principalmente as regiões
corticais

 Independente do nível de
atividade, podendo ocorrer
em repouso

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO

 25% aterosclerose de pequenas


artérias (AVC lacunar)

 Áreas profundas (não


corticais)

 Tronco cerebral

 Gânglios da base

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO

 20% êmbolos de origem


cardiogênica que se alojam nas
artérias cerebrais

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO
Êmbolos

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO

 20% êmbolos de origem


cardiogênica que se alojam nas
artérias cerebrais

 Também podem se originar de


placas na artéria carótida e
aorta

 Condições cardíacas favoráveis


 Fibrilação atrial

 Recente infarto do
miocárdio

 Aneurisma ventricular

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO

 30% criptogênico (causa


indeterminada)

 5% outras causas (principalmente


coagulopatias)

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC ISQUÊMICO
Ataque Isquêmico transitório (AIT)

 Déficits neurológicos temporários


devido ao AVC (< 24 horas)

 Alerta para AVC futuro

 Risco de AVC após um AIT


 4% - 8% no primeiro mês
 12% - 13% no primeiro ano
 24% -29% em 5 anos

 Alerta para a necessidade de


intervenção cirúrgica

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC HEMORRÁGICO

 Ruptura de artérias cerebrais


que leva à hemorragia e
subsequente morte celular

 Relaciona-se à hipertensão
arterial e idade avançada
Aneurismas

 Outras causas:
Aneurisma
 Aneurismas
 Trauma
 Má formação arteriovenosa

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC HEMORRÁGICO

 AVC mais fatal

 Aumento da pressão
intracraniana (devido ao
edema cerebral)

 Destruição de neurônios

 Degeneração da
substância cinzenta e
branca

 Rompimento da barreira
hematoencefálica
BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
AVC HEMORRÁGICO

A hemorragia ocorre
subitamente

 Usualmente quando a pessoa


está ativa

 As consequência dependerão
da extensão da hemorragia

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
FISIOPATOLOGIA DO AVC

 Tanto o AVC isquêmico quanto hemorrágico tem como


consequências:

 Morte celular → comprometimento de funções


 Dependente do local da lesão

BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
OBJETIVOS

1. Quais os mecanismos pelos quais a doença ocorre?


2. Qual o quadro clínico após o AVC?
3. Quais seriam os riscos e os benefícios do exercício físico?
QUADRO CLÍNICO
Alterações Motoras

 ↓ Controle postural
 ↓ Equilíbrio
 ↓ Coordenação motora

Hemiparesia Espasticidade

 ↓ Manipulação de Objetos
 Padrão assimétrico de marcha
 Redução da velocidade de movimento
 ↑ Custo metabólico das atividades
 ↑ Quedas

Paralisia
BOOK, D. S. Disorders of Brain Function. In: PORTH, C. M.; MATFIN, G. Pathophysiology: Concepts of Altered Health States. 8. ed. 2009. p. 1299–1339.
QUADRO CLÍNICO
Alterações Musculoesqueléticas

 Ativação neural irregular


 ↓ recrutamento de unidades motoras
 ↑ co-contração muscular
 Predomínio de fibras glicolíticas
Atrofia Muscular
 Predomínio do metabolismo anaeróbio

Lado hemiparético Saudável

I
 ↓ Força muscular
II
 ↓ tolerância ao esforço

Alterações Musculares

HAFER-MACKO, C. E. et al. The Journal of Rehabilitation Research and Development, v. 45, n. 2, p. 261–272, 2008.
QUADRO CLÍNICO
Aptidão Aeróbica

Comportamento Sedentário
Alterações Motoras
Alterações Musculoesqueléticas

Processo Crônico de
Descondicionamento

↓Mobilidade
↓ Capacidade Funcional

Redução da Aptidão Aeróbia

Billinger et al. STROKE 2014;45:2532-2553


QUADRO CLÍNICO
Aptidão Aeróbica

Idosos (> 60 anos)


35 32.3
30
VO2 (mL.kg-1.min-1)

25
24.5 VO2 < 21 mL.kg-1.min-1
↑ mortalidade
20
15.2
15

10

0
1
AVC Mulheres Saudáveis Homens Saudáveis

MACKAY-LYONS, M. J. e MAKRIDES, L Archives of physical medicine and rehabilitation, v. 83, n. 12, p. 1697–702, 2002.
QUADRO CLÍNICO
Aspectos Emocionais e Psicológicos

↓Mobilidade
↓ Capacidade Funcional

 80% dos pacientes perdem o interesse em atividades recreativas


 65% mostram cansaço excessivo
 50% exibem irritabilidade
 40% depressão
 ↓ auto-eficácia e autoconceito

MCCONNELL, T.R. Acidemte Vascular Cerebral . In: LEMURA, L.M. ; VON DUVILLARD, S.P. Fisiologia do Exercício Clínico. 1. ed. 2006. p. 177-186.
QUADRO CLÍNICO
Coomorbidades

Após o primeiro AVE

HIPERTENSÃO – 75% DISLIPIDEMIAS – 56%

DAC – 37%
AVC Recorrente – 30%
Arritmias Cardíacas – 29%

DIABETES – 24% OBESIDADE – 11%

LEOO, T. et al. Cerebrovascular diseases, v. 25, n. 3, p. 254–60, 2008.


Rutten-Jacobs et al. ANN NEUROL 2013; 74:592-601
DRS, 50 anos, masculino, casado, motorista
Em 2011, sentiu-se mal enquanto dormia e foi levado ao hospital com
dificuldades de fala e locomoção. Após RM, foi diagnosticado um AVC
hemorrágico na cápsula interna esquerda e dilatação secundária do
ventrículo lateral esquerdo.
Desde então, apresenta hemiparesia no lado direito, espasticidade e
acentuada flexão plantar do tornozelo direito. Além disso, é hipertenso e
dislipidêmico. Fez fisioterapia até o sexto mês após a alta hospitalar, mas,
atualmente, não faz nenhum tipo de exercício. Utiliza órtese de tornozelo
direito para manter a dorsiflexão e bengala ao caminhar.
Deseja iniciar um programa de exercícios físicos para melhorar sua
independência nas atividades da vida diária. Além disso, quando jovem,
gostava de pedalar e de musculação e gostaria de retomar tais atividades.
Se queixa de cansaço e fraqueza na execução das AVDs. Relata medo de cair
ao se locomover e dores no joelho direito se caminha muito.
 
Responda:
1. Quais limitações que o Sr. DRS tem que podem influenciar a prática de EF?
OBJETIVOS

1. Quais os mecanismos pelos quais a doença ocorre?


2. Qual o quadro clínico após o AVC?
3. Quais seriam os riscos e os benefícios do exercício físico?
RISCOS E BENEFÍCÍOS DO EF NO AVC

Fatores de risco e o
quadro clínico
EXERCÍCIO FÍSICO E PREVENÇÃO DO AVC

Qual a relação entre os níveis de atividades físicas e a incidência


de AVC?

Mais ativos = Menor Incidência de AVC


Lee et al. STROKE 2003;34:25475-2481
EXERCÍCIO FÍSICO E PREVENÇÃO DO AVC

↑Perfil
Lipídico

↓ Pressão
Obesidade Arterial
Exercício Físico

Controle do ↓ Resistência
Tabagismo à insulina

THOMPSON, P. D. et al. Circulation, v. 107, n. 24, p. 3109–16, 2003;


GALLANAGH, S. et al. ISRN neurology, v. 2011, p. 1–10, 2011
EXERCÍCIO FÍSICO E AVC RECORRENTE
Influência na Aterosclerose

↓da estenose
FRANKLIN, B. A. e KAHN, J. K. Sports medicine, v. 22, n. 5, p. 306–320, 1996.
EXERCÍCIO FÍSICO E AVC RECORRENTE
Influência na Aterosclerose

 ↑ Gasto calórico
 ↓↔ da placa aterosclerótica

FRANKLIN, B. A. e KAHN, J. K. Sports medicine, v. 22, n. 5, p. 306–320, 1996.


EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC
Respostas agudas

 VO2 em cargas submáximas é maior que em sujeitos saudáveis


 ↓ Eficiência mecânica

 VO2 pico é menor que em sujeitos saudáveis

 Hipotensão pós-exercício?
 Ainda não investigada

Billinger et al. STROKE 2014;45:2532-2553


EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC
Respostas Crônicas

 ↑ da capacidade aeróbia

 ↑ Parâmetros de funcionalidade

 ↓ Pressão arterial durante o esforço e repouso

 ↓Resistência à insulina e o perfil lipídico

 ↓ Sintomas depressivos
Billinger et al. STROKE 2014;45:2532-2553
EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC
Respostas Crônicas

3 X sem – 6 meses
30-40 min - 60-70% FC reserva

Macko et al. STROKE. 2005;36:2206-2211


EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC
Respostas Crônicas

Graphs show pretreatment and posttreatment exercise blood pressure responses for exercise and control subjects. Values are mean±SEM
(▴ indicates difference) for systolic (SBP) and diastolic blood pressure (DBP) at rest and at 20 and 40 W of exercise. The SEMs are small and
embedded in the symbols for mean values of DBP. There is a significant F ratio of the interaction term for SBP; *P=.047.

Potempa et al. STROKE. 1995;26:101-105


EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC
Respostas Crônicas
3 X sem – 6 meses
40 min - 60-70% FC reserva

Ivey et al. STROKE. 2007;38:2752-2758


EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC
Respostas Crônicas
3 X sem – 6 meses
40 min - 60-70% FC reserva

Ivey et al. STROKE. 2007;38:2752-2758


EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC
Respostas Crônicas

MISD = moderate intensity, shorter duration


LILD = lower intensity, longer duration
TE = conventional therapeutic exercise

Rimmer et al. ARCH PHYS MED REHABIL 2009;90:407-12


EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC
Respostas Crônicas

3 X sem – 12 semanas
70% FC máx

Franklin, B. Kahn, J. Sports Medicine. 1996;22: 306-320


EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC

RISCOS

Sobrecarga Musculoesquelética

Quedas
(ocorrência: 13-25%)
Cardiopata (75% dos pacientes pós AVE apresentam problemas cardíacos)
Evento Isquêmico

Teste Ergométrico!
Billinger et al. STROKE 2014;45:2532-2553
EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO E AVC

Redistribuição do DC causado pelo exercício não representa riscos para o AVC

Mcardle. 2010
EXERCÍCIO FÍSICO RESISTIDO E AVC

Cronicamente ↑ Força
Muscular

↓ Sobrecarga Exercício ↑Marcha


cardiovascular Resistido

↑ Função
Motora

Brogardh and Lexell. PM R 2012;4:901-907


EXERCÍCIO FÍSICO RESISTIDO E AVC

Dorsiflexão Leg Press 70% 1RM – 3Xsem – 12


sem

↑ Função de membros
Inferiores

↑ Autoeficácia
Flexão Plantar
Extensão de Joelhos

Ouellette et al.STROKE 2004;35:1404-1409


EXERCÍCIO FÍSICO RESISTIDO E AVC

80% 1RM – 2Xsem – 10 semanas ↑ Marcha ↔ Tônus Muscular

Flansbjer et al.J REHABIL MED 2008;40:42-48


EXERCÍCIO FÍSICO RESISTIDO E AVC

RISCO

Aumento da Pressão Arterial

Ruptura de Aneurismas

Billinger et al. STROKE 2014;45:2532-2553


EXERCÍCIO FÍSICO RESISTIDO E AVC

Fase inicial

Fadiga moderada

Fadiga concêntrica

∆ Conc – Moderada
25±9 mmHg

Gomides et al.CLINICS 2010;65(3):271-277


RESUMINDO

Exercício Aeróbio Exercício Resistido


• Melhora da Força Muscular
• Prevenção do AVE
• Melhora da Função Motora
• Melhora da Capacidade Aeróbia
• Melhora de Desempenho da
• Melhoras Funcionais
Marcha
• Eficiência de marcha
• Não aumenta o tônus
• Agilidade muscular
• Melhora do quadro depressivo
• Controle de Fatores de Risco
• Controle glicêmico
• Controle de pressão arterial
• Perfil lipídico
RESUMINDO

Riscos
• Aeróbio

• Sobrecarga Musculoesquelética
• Variar a modalidade
• Cuidado com o volume
• Quedas
• Equipamentos de segurança
• Evento isquêmico
• Teste ergométrico

• Resistido
• Aumento de PA
• Ruptura de aneurismas
• Verificar antes do exercício
• Evitar a fadiga moderada
RISCOS VS BENEFÍCIOS

 Existem riscos

 Controláveis

 Diversos são os benefícios


DRS, 50 anos, masculino, casado, motorista
Em 2011, sentiu-se mal enquanto dormia e foi levado ao hospital com
dificuldades de fala e locomoção. Após RM, foi diagnosticado um AVC
hemorrágico na cápsula interna esquerda e dilatação secundária do
ventrículo lateral esquerdo.
Desde então, apresenta hemiparesia no lado direito, espasticidade e
acentuada flexão plantar do tornozelo direito. Além disso, é hipertenso e
dislipidêmico. Fez fisioterapia até o sexto mês após a alta hospitalar, mas,
atualmente, não faz nenhum tipo de exercício. Utiliza órtese de tornozelo
direito para manter a dorsiflexão e bengala ao caminhar.
Deseja iniciar um programa de exercícios físicos para melhorar sua
independência nas atividades da vida diária. Além disso, quando jovem,
gostava de pedalar e de musculação e gostaria de retomar tais atividades.
Se queixa de cansaço e fraqueza na execução das AVDs. Relata medo de cair
ao se locomover e dores no joelho direito se caminha muito.
 
Responda:
2. Este sujeito pode fazer exercício? Quais os riscos e os benefícios?
LEMBRETE

Um profissional competente deve:


 Conhecer a doença e suas consequências
 Conhecer os riscos e benefícios do exercício
 Ponderar os riscos e os benefícios
Obrigado!
julio.sousa@usp.br

Você também pode gostar