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Correção escrita do teste de avaliação

Pergunta nº1.1
Atingimos um estado de ignorância no momento em que julgamos possuir
conhecimento a cerca de todos os tópicos, no momento em que nos
encontramos na ilusão de que possuímos um conhecimento absoluto sem
qualquer exceção. Era neste «estado» que se encontravam os prisioneiros
mantidos em cativeiro na caverna referida por Platão. Os mesmo estavam
acorrentados, virados para uma parede tendo apenas uma fogueira atrás
deles que servia como fonte de iluminação. Por detrás desta fogueira
estavam pessoas e diversos objetos, ainda assim a única coisa que os
prisioneiros conseguiam ver eram as sombras produzidas por estes. Estes
prisioneiros acreditavam que esta era a realidade e que não existia mais
nada para além daquelas sombras e ruídos. Encontravam-se num estado de
ignorância e a pergunta é, será que os mesmos estavam dispostos a deixar
para trás tudo aquilo em que acreditavam ate ao momento e simplesmente
conhecer mais? Será que eles queriam sair deste estado de ignorância?
Segundo Platão nós encontramos-nos na caverna até ao dia de hoje, pois
mesmo tendo o sol como fonte de iluminação e mesmo conseguindo ver os
objetos como no Mundo Superior continuamos sem perceber o que é o
verdadeiro conhecer.
Muitos podem pensar que nos dias de hoje é impossível sermos ignorantes
pois temos acesso a jornais, revistas ou à Internet, porem eu discordo!
Acho que, nos tempos que correm a ignorância esta mais presente que
nunca, pois nós temos a tendência de pensar que por termos acesso a
coisas como a Internet, os jornais ou as revistas que temos acesso a todo o
conhecimento existente. Por vezes as informações que nos são transmitidas
são apenas uma parte de um todo: perspetivas, opiniões ou aparências que
nós acabamos por tomar como verdades. Vivemos num mundo dominado
essencialmente pelos sentidos e pela experiência e isto pode-se revelar
problemático.
Tal como Platão disse, nós ainda estamos na caverna a única diferença
entre a «nossa caverna» e a caverna descrita por Platão é que em vez de
sombras, na nossa parede aparecem todos os conteúdos disponíveis na net,
em jornais ou revistas. Permaneceremos nesta caverna enquanto
acreditarmos que temos à nossa disposição todo o conhecimento existente.
Enquanto não nos questionarmos o que haverá para além disso, da caverna
não sairemos.
Pergunta nº1.2
Não é de todo fácil deixar a ignorância para trás. É um processo demorado
e que exige um grande esforço psicológico e uma grande reflexão.
Segundo Platão nós temos de nos libertar daquilo que nos impede de saber
mais. Precisamos de deixar de lado as nossas crenças, preconceitos e
opiniões, coisas estas que sempre tomamos como verdades.
É difícil deixar para trás todas estas coisas, todas estas imagens
manipuladoras que nos induzem em erro, fazendo com que acreditemos
que as coisas nas quais acreditamos são verdade. Estas imagens mostram-
nos apenas aquilo que queremos ver, deixando-nos na ilusão de que as
coisas nas quais acreditamos são verdadeiras. Mas tal como referi isto não
passa de uma simples ilusão, por isso é necessário que alguém nos ajude a
ver as coisas de outra maneira. As pessoas que nos guiam servem-nos
como incentivo, e têm a função de nos «guiar» durante este processo. São
uma força/apoio para que seja mais fácil evoluir e progredir neste
processo.
Por mais que possamos contar com o auxilio de terceiros, este é um
caminho que tem ser percorrido essencialmente por nós próprios.
Assim, poderemos um dia alcançar o verdadeiro conhecimento,
ultrapassando a situação de ignorância e aprender novas coisas.
Adquirindo então um novos saberes e conhecimentos.

Pergunta nº1.3
O processo de atingir o verdadeiro conhecimento, é um processo difícil
que exige muito esforço e dedicação da nossa parte, e é também um
processo demorado.
Para conseguirmos alcançar o verdadeiro conhecimento temos de deixar
para trás todas as crenças, que nos impedem de ver o mundo de uma
maneira diferente e mais abrangente.
Segundo Platão nós estamos no mundo sensível, pois continuamos muito
ligados a crenças, a objetos, suposições e imagens. Podemos combater isto
se tiver uma atitude ativa e se nos mentalizarmos que há muito mais para
além disso. O mundo não se resume a estas coisas! Há todo um mundo
novo por descobrir, e nesse mundo nós conseguiremos deixar de ver as
coisas com a superficialidade que vemos hoje em dia.
Ainda assim penso que isto não seja o verdadeiro conhecimento.
Atingimos o verdadeiro conhecimento quando deixamos a ignorância para
trás, quando percebemos que há mais para além daquilo que já
conhecemos até agora.
É possível chegarmos ao mundo inteligível, quando chegamos a
entendimentos, quando conseguimos intrepretar e entender diferentes
modelos ou ideias e quando conseguimos através de varias perspetivavas
criar um todo. Quando nos aproximamos do verdadeiro conhecer.
Tal como o processo de chegar ao verdadeiro conhecer, o caminho a
percorrer até chegarmos ao mundo inteligível é também muito complicado.
Apesar de conseguir perceber varias opiniões ou perspetivavas e estar
consciente de que existe mais para além daquilo que já conhecemos, penso
que ainda me encontro no mundo sensível. Ainda assim acredito que ao
longo do tempo, e com a experiência que vou adquirir, irei conseguir
progredir nesta caminhada do conhecimento, e quem sabe um dia mais
tarde conseguirei alcançar o mundo inteligível e ver as coisas por uma
perspetiva diferente.

Pergunta nº 2
A filosofia é o amor pelo saber. Este «amor pelo saber» provem da relação
que temos com aquilo que nos rodeia, a maneira como lidamos com as
diferentes situações da vida. Este surge quando colocamos questões,
problematizamos ou pomos em causa certas coisas nas quais sempre
acreditamos.
A filosofia está diretamente ligada com o nosso pensamento, com a nossa
linguagem, com os nossos valores e com o nosso conhecimento, pois a
mesma carateriza-se como um estudo que advém essencialmente da
problematização e da reflexão.
Tal como é referido no texto a filosofia é muito mais que simplesmente
«adotar os saberes que ninguém discute para não ter de pensar», a
filosofia é ser capaz de fazer uma apreciação critica quanto aos
conhecimentos que já julgamos ter ou quanto às coisas que conhecemos de
maneira errada. Como é evidente esta apreciação critica deve ser
devidamente argumentada e fundamentada. Este saber filosófico
manifesta-se quando o Homem não esta indiferente ao Mundo,
questionando e problematizando certas questões que, a seu ver, não estão
100% corretas. Isto pressupõe que deixemos para trás a passividade.
A atitude filosófica exige pensamento, reflexão, problematização e um
grande sentido de argumentação, sendo que tudo aquilo que é
problematizado têm de ser devidamente argumentado.
Saber filosofar não implica que nós tenhamos conhecimento a cerca de
tudo, implica sim que nos preocupemos em saber mais, que questionemos
e problematizemos os tópicos que aos nossos olhos não estão explicados
de maneira correta, que tenhamos uma atitude ativa e critica. Para saber
filosofar temos de pensar,duvidar e questionar.

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